O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 33
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado e como avisei mas cedo na minha comunidade, hoje irei liberar dois capítulos em comemoração ao dia do abraço, gente.
Sintam-se abraçados com esses capítulos e se divirtam.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Mal podia acreditar que Melissa e eu já estávamos juntos há quatro semanas, as melhores quatro semanas da minha vida. Havíamos aprendido tanto um com outro, a cada momento que ficava ao seu lado me apaixonava cada vez mais por sua doçura, timidez e inteligência, era impossível não ficar admirado com o quanto combinávamos perfeitamente, como se houvéssemos sido feitos um para o outro, e na realidade éramos.

Nunca senti o que sentia por Melissa por ninguém, e sabia que jamais iria sentir.

Essa era a diferença do imprinting para os outros relacionamentos, com ele não havia dúvidas, receios, egoísmo ou interesses materiais, com ele só havia amor, o mais puro e verdadeiro do mundo, existíamos apenas com a finalidade de ser o que nosso imprinting precisava, desde a um amigo, um confidente até um amante. 

—Amor? - Mel me chamou me despertando dos meus pensamentos enquanto esperava o semáforo abrir.

—Sim. - disse confuso e ela sorriu sem acreditar enquanto me olhava.

—Você fez de novo, querido. - ela apontou sorrindo enquanto corava envergonhada.

—Fiz o que?

—Ficou me olhando como se não houvesse nada ao seu redor, você sabe que fico sem graça quando faz isso. - Mel explicou corada e sorri carinhoso para ela.

—Me desculpe, mas é impossível não olhar para você e esquecer o mundo ao redor. - me justifiquei e ela sorriu como se tivesse desistido de termos essa conversa novamente. - O que você estava falando antes, meu amor?

—Estava perguntando do que seu afilhado gosta? - ela questionou assim que o sinal abriu e voltei a dirigir.

Charlie iria fazer aniversário nesse sábado e para comemorar, minha irmã resolveu fazer um churrasco reunindo a família inteira, tal comemoração se mostrou o momento perfeito para que todos conhecesse oficialmente minha namorada. Questionei a Melissa se gostaria de me acompanhar ao churrasco, no começo ela ficou receosa em conhecer a todos, com medo de que a minha família não gostasse dela, o que seria impossível. Mas no final, com carinho e paciência, consegui convencê-la.

 Desde que havíamos começado a namorar sempre almoçávamos juntos de terça a sexta, já que as segundas eram reservadas para o meu almoço com a minha família, como fazia antes. Mas todas as noites sempre levava Mel para jantar, pois havia dias no laboratório que mal tinha tempo de respirar, ou descer para dar um beijo na minha namorada, e falar com ela por telefone não era a mesma coisa que tê-la em meus braços. Por isso aproveitamos o nosso horário de almoço na sexta, para procurarmos o presente de aniversário do meu afilhado.

—Charlie ama desenhar, sempre lhe dou presentes relacionados a isso. -expliquei me lembrando de todos os presentes que já havia dado ao meu afilhado e Mel sorriu, como se tivesse acabado de ter uma ideia.

—Tem uma loja no centro, especializada em arquitetura e desenho, meu irmão compra muitas coisas lá. Talvez possamos encontrar algo para o Charlie. - Mel sugeriu e concordei antes dela me passar o endereço do local.

A loja possuía uma variedade incrível de produtos relacionados a área de arquitetura e desenho, por um momento fiquei sem saber o que escolher, mas no fim decidi levar um kit de aquarela completo, do qual tinha certeza que meu afilhado iria adorar. Já Mel, optou por um kit de desenho artístico completo edição amador, segundo ela seu irmão tinha o profissional, e era apaixonado pelo kit.

Quando começamos a nos aproximar do caixa para pagar, Mel ficou pálida de repente antes de se abaixar perto das estantes dos livros de desenho técnico, como se estivesse se escondendo de alguém. Sem entender o porquê da sua atitude me abaixei para ver o que estava acontecendo e quando vi o pânico em seus olhos, meu corpo inteiro ficou em alerta em busca de qualquer possível ameaça ao meu imprinting que pudesse haver na loja, mas não havia nada. O que me deixou ainda mais confuso com o seu comportamento.

—Meu anjo, porque está se escondendo? - questionei confuso enquanto olhava em seus olhos amedrontados.

—Daniel está aqui. - ela sussurrou nervosa enquanto tentava se esconder atrás das estantes.

—Daniel, seu irmão? -questionei surpreso pela coincidência da vida, por meu cunhado ter decido vir justamente hoje a loja, no mesmo horário em que estávamos.

Melissa ainda não havia contado a sua família que estávamos namorando, a única pessoa que sabia da nossa relação era a sua mãe. Claro que essa situação não me deixava confortável, tudo que queria era que todos soubessem sobre nós, mas tinha que respeitar a sua vontade pois jamais iria impor algo a ela.

—Sim, ele está perto do setor de réguas. - Mel sussurrou e levantei a cabeça para ver o local onde ela havia indicado, e o vi de costas conversando com um dos atendentes da loja.

—Será que ele me viu? - ela sussurrou apavorada com a hipótese, o que me deixou triste por ela não querer ser vista comigo.

Sabia que Mel me amava, pois sentia a verdade desse sentimento todas as vezes em que ela me beijava, me olhava ou quando falava o quanto me amava, só que manter o nosso namoro as escondidas me machucava, porque me dava a sensação de que ela não me achava digno de conhecer a sua família.

—Duvido muito, estava na sua frente com certeza minha altura o impediu de ver quem estava comigo. -disse tentando controlar as minhas inseguranças e voltei a olhar para trás onde seu irmão estava. - E além do mais, ele está com a atenção voltada para o mostruário de réguas.

—Você tem razão, mas o que ele está fazendo aqui? Danny deveria estar na empresa a uma hora dessas.

—Amor, estamos no horário do almoço. - disse antes de espiar novamente Daniel que parecia estar escolhendo uma das várias opções de réguas que estavam expostas.

— Daniel está olhando a estante de réguas, se sair rápido ele nem vai notar. Me espere no carro, que vou em seguida. - disse lhe entregando a chave do meu carro e ela concordou antes de sair apressada da loja.

Acompanhei com os olhos a fuga da minha namorada da loja, que saiu escondendo o rosto com a ajuda do longo cabelo castanho, como se tivesse cometido um crime e estivesse fugindo da polícia. Depois que ouvi o alarme do meu carro ser desativado e a porta bater, soube que Mel estava em segurança, então decidi me levantar do chão e seguir para a fila de pagamento.

—Sua filha vai adorar esse kit de desenho artístico, tenho o profissional em casa e passo horas desenhando. - Daniel disse olhando por cima do meu ombro e virei confuso para vê-lo.

—Eu não tenho filhos. - disse sem entender porque Daniel havia puxado conversa comigo e ainda mais por achar que eu tinha uma filha.

—Me desculpe, é que você tem cara de quem é pai de uma menina. - ele se desculpou e sorri feliz por seu comentário.

 Nunca havia parado para pensar em filhos, muito menos se desejava ter um menino ou uma menina e depois do seu comentário, meu coração bateu mais rápido ao imaginar uma menininha com os olhos de Melissa, correndo para os meus braços enquanto brincávamos no quintal de casa, o verdadeiro ideal de felicidade

Sim...No fundo eu tinha uma preferência para filhos...Eu queria ter uma menininha.

—Então o kit de desenho artístico infantil é para quem? - Daniel questionou curioso e pisquei confuso sendo arrancado de forma busca do meu sonho de felicidade.

—É para o meu afilhado, ele vai fazer aniversário no sábado e como o Charlie adora desenhos pedi um concelho a minha namorada, e ela me indicou essa loja. -expliquei ainda surpreso por meu cunhado, que nem sabia da minha existência, ter puxado conversa comigo na fila.

—Entendo, a sua namorada é arquiteta?

—Não ela é farmacêutica como eu.

—A minha irmã caçula também é farmacêutica, mas o seu afilhado é bom mesmo no desenho? - ele questionou curioso e pisquei confuso por ele não ter ligado os pontos, de que a sua irmã era a minha namorada. Mas não teria como Daniel saber, afinal Melissa não era a única farmacêutica na Inglaterra.

—Ele é incrível, acho que deve ter puxado ao pai dele que é arquiteto. - disse e ele sorriu surpreso.

—Sério? Também sou arquiteto...Quem é o pai do seu afilhado? Talvez eu o conheça. - ele disse curioso enquanto me olhava.

—Ele se chama Henry Collins. - disse e tive a impressão de que seus olhos iriam saltar do rosto.

—O Henry Collins da Golden Collins Architecture? - ele questionou ainda surpreso.

—Sim, ele é o meu cunhado. Você o conhece?

—Não pessoalmente, mas fui em uma palestra dele, e o cara é incrível...O sonho de metade dos novos arquitetos de Londres é conseguir uma vaga na empresa dele.- Daniel disse ainda deslumbrado com a trajetória profissional do meu cunhado. - Quantos anos seu sobrinho irá fazer?

—Quatorze...Parece que foi ontem que o peguei no colo pela primeira vez. - disse me lembrando desse momento, no qual chorei emocionado por ter Charlie em meus braços pela primeira vez.

—Eles crescem rápido mesmo...Tenho um sobrinho que acabou de fazer três anos, às vezes fico impressionado com as coisas que ele fala...Isso vai mudar com o tempo?

—Só piora. - segredei e sorrimos, mas a sua a aliança de noivado na mão direita, chamou a minha atenção, me fazendo lembrar de que Mel havia me falado que seu irmão do meio iria se casar na semana que vem.

—Quando é o casamento? - questionei tentando manter a conversa, enquanto a atendente resolvia um problema com o cartão do cliente que estava na minha frente.

—Semana que vem...Nem acredito que esse dia finalmente está chegando. - ele disse com os olhos brilhando e sorri por perceber que Daniel era completamente apaixonado por sua noiva.

—Você a ama de verdade, não é? - apontei e ele sorriu apaixonado.

—Sim, a Rafaela é luz da minha vida. Não me imagino vivendo sem ela. - ele disse completamente apaixonado pela noiva.

—Meus parabéns antecipado pelo casamento, espero que sejam muito felizes. -desejei sincero e ele agradeceu.

—Obrigado, e você ama a sua namorada de verdade, ou só está curtindo o momento?

—Amo, sou completamente apaixonado por ela. -admiti sem nenhuma vergonha de falar que amava Melissa.

—E você já conheceu os seus sogros? Porque quase tive um ataque quando conheci os pais da Rafaela.

—Ainda não, ela acha que está cedo demais para isso. -comentei frustrado e ele pareceu perceber.

—Há quanto tempo vocês estão namorando?

—Quatro semanas, vamos fazer cinco semana que vem. - disse e ele me olhou surpreso.

—Sei que nós mal nos conhecemos, mas acho que a sua namorada está te enrolando, cara. Se ela continuar é melhor partir para outra. -Daniel aconselhou e foi impossível não rir da situação, afinal ele estava me aconselhando a terminar com a própria irmã, sem ao menos saber.

Antes que pudesse dizer algo a atendente me chamou e fui para o caixa, onde paguei pelos produtos e solicitei que fossem embalados para presente. Depois que tudo estava pago e devidamente embalado, me despedi de Daniel antes de sair da loja.

—Graças a Deus você voltou, já estava preocupada com a sua demora. - Mel disse assim que entrei no carro e me inclinei para colocar as compras no banco de trás. -Porque demorou tanto, amor?

— A atendente estava tendo um problema com o cartão de um dos clientes e o seu irmão começou a conversar comigo, não podia deixá-lo falando sozinho, seria falta de educação. - disse ligando o carro, já que Mel havia colocado a chave na ignição, e ela me olhou surpresa.

—Como assim, ele começou a conversar com você? O que o Daniel perguntou? - ela questionou preocupada e comecei a contar tudo o que conversamos.

—Pelo que percebi, ele é completamente apaixonado pela noiva. - disse enquanto dirigia e Mel parecia mais calma, depois que lhe contei o teor da minha conversa com seu irmão.

—Ele é. Quando conheci a Rafa e vi o jeito que os dois se olhavam, sabia que o namoro deles iria acabar em casamento.

—Daniel me perguntou se eu amo a minha namorada de verdade, ou só estava curtindo o momento. - disse fazendo uma curva suave e Mel me olhou surpresa.

—E o que você disse?

—Disse que amo...Que sou completamente apaixonado por ela. - disse desviando os olhos da rua por um instante e Mel sorriu amorosa para mim.

Decidi deixar o comentário do seu irmão, sobre eu ter cara de pai de menina do qual esperava que fosse verdade, para lá pois não queria que Melissa sentisse que a estava pressionando a algo.

—Eu também te amo meu bem. - ela sussurrou amorosa e se inclinou, até onde o cinto de segurança permitia, para beijar a minha bochecha com carinho.

—O Daniel questionou se eu conhecia meus sogros e disse que não. - disse e desviei os olhos do volante para vê-la novamente, pois queria ver a sua reação a sugestão do irmão. - Ele disse que você estava me enrolando e que eu deveria terminar e parti pra outra.

—O Daniel disse o que? - Melissa questionou surpresa com a sugestão do irmão. -Até eu namorando escondido, o Daniel dá um jeito de espantar o meu namorado, sem ao menos saber.

E foi impossível não rir, por ver Melissa indignada pelo comentário do irmão mais velho.

—Isso quer dizer, que você vai seguir o concelho dele? - ela questionou preocupada com a possibilidade.

—Claro que não. Eu te amo Mel e não imagino a minha vida sem você. Se acha que ainda não está pronta para contar a sua família sobre mim, respeito a sua decisão. Quando estiver pronta, esse será o momento para me apresentar a eles. - disse desviando os olhos dos de Mel, para que não pudesse ver o quanto o fato dela me ocultar da sua família me magoava, mas não podia força-la a nada, pois isso ia contra todo o amor e os laços que nos uniam, já que a minha finalidade além de amá-la era fazê-la feliz.

—Obrigada por ser tão compreensivo comigo. Você não é um namorado Ben, você é um anjo. - ela declarou apaixonada antes de beijar a minha bochecha com carinho e me senti tão culpado por ficar magoado com o fato dela esconder nosso relacionamento.

Mel não tinha vergonha de mim ou do nosso amor, ela só não estava pronta para falar sobre nosso relacionamento e se a amasse deveria respeitar o seu tempo, e respeitaria.


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