O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 31
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de o Legado, gostaria de agradecer pelo comentários maravilhosos que sempre recebo na fic, e você leitor fantasma, apareça, adoro conhecer gente nova.
Sem mais delongas, fiquem com o capitulo de hoje.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Deixar Mel em casa havia sido praticamente uma tortura para mim, era surpreendente como em menos de vinte e quatro horas, não conseguia mais me ver sem a presença dela.

Era como se uma parte vital minha, houvesse sido deixada ontem com meu imprinting, agora tudo havia perdido o sentido sem ela ao meu lado, mal conseguia respirar ou pensar longe dela. Precisava desesperadamente de Melissa, quase como uma necessidade física, seria capaz de ir até o fim do mundo para tê-la de volta em meus braços, enfrentando até os homens da família Hastings para isso.

Decidido apertei a chave do meu carro em minha mão, como se estivesse impedindo alguém de roubá-la de mim antes de dar meia volta seguindo em direção a porta da frente, indo atrás da minha fêmea, já fantasiando como seria tê-la novamente em meus braços. Mas tive minha presença notada por minha mãe que estava deitada no sofá da sala, lendo um livro qualquer enquanto saboreava uma perfeita xícara de chá inglês, pelo cheiro.

—Filhote, você demorou...- mamãe disse sorrindo desviando os olhos do livro assim que sentiu meu cheiro, mas no momento em que ela me viu a preocupação tomou conta do seu rosto. -Ben, amor, o que houve? Você está bem?

Mas antes que pudesse dizer algo a minha mãe, senti algo apertando o meu coração, era tão forte que me tirava o ar e o equilíbrio. Era como se toda a angustia de ser separado de Mel tivesse se transformando em uma dor física me fazendo perder as forças.

—Benjamin. - mamãe gritou deixando o livro que estava lendo cair no chão com um baque surdo, antes de me segurar evitando que caísse no chão.

Mamãe me segurou em seu colo apoiando a minha cabeça em seu peito enquanto tentava me acalmar, algo que nem ela estava naquele momento.

—Está tudo bem, meu filhotinho...Vai ficar tudo bem...- mamãe sussurrou amorosa acariciando meu rosto com carinho enquanto tentava manter a minha respiração regular. - A mamãe está aqui meu amor, tente respirar devagar... Não precisa ficar assustado, não vou sair do seu lado.

—Vai ficar tudo bem, meu filhotinho, tente respirar fundo...Essa dor vai passar. Não feche os olhos filhote, olhe pra sua mãe...Isso querido olhe pra mamãe... - mamãe sussurrou com a voz chorosa assim que percebeu que estava prestes a desmaiar por causa da falta de ar, e tentei me concentrar no rosto da mulher que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos.

—Isso meu amor, respire devagar...Você já enfrentou desafios maiores quando era apenas um bebê, não pode deixar que a falta da sua fêmea te machuque assim. Ela não te deixou, filhote, foi apenas uma separação momentânea, logo ela está nos seus braços. Mas para isso, você precisa se acalmar e respirar. - mamãe pediu acariciando meu rosto de leve antes de começar a cantarolar a canção de ninar no idioma Quileute, que ela sempre cantava antes de eu dormir quando era criança.

—Querida, você não vai acreditar o que encontrei no mercado, eu achei aquele vinho que tomamos na Riviera...Benjamin. -meu pai disse assim que entrou em casa e parou perto do sofá tendo quatro sacolas de supermercados na mão, assim que percebeu o que estava acontecendo, deixou as sacolas no chão de qualquer jeito e antes que pudesse se aproximar de nós, foi impedido por minha mãe.

—Não Elliot, fique onde está. - mamãe disse olhando para o meu pai enquanto me embalava gentilmente em seus braços, assegurando que estava comigo, enquanto a dor continuava me tirando o ar.

—Ele é o meu filhote, Leah, se está sofrendo quero ajudá-lo.- meu pai sussurrou angustiado em não poder se aproximar de mim.

—Eu sei Elliot, você tem todo o direito de querer ajudar o nosso filhote, mas ele não está controlado no momento e sabemos como as coisas podem fugir do controle rapidamente para os transfiguradores. - mamãe disse suave olhando para o meu pai enquanto tentava manter a respiração.

Sabia muito bem do que mamãe estava falando, se machucasse meu pai durante meu descontrole, a culpa acabaria comigo além de machucar a minha mãe. Afinal antes de Elliot Thompson ser meu pai, ele era o imprinting da minha mãe, que por instinto reagiria para defende-lo, resultado até em um ataque contra seu próprio filhote.

O que acabaria com a nossa família, algo que nenhum de nós queríamos.

— Eu entendo Leah e não vou me aproximar...Mas não vou conseguir ver o meu menininho sofrer sem fazer nada...- meu pai soluçou com dor enquanto se sentava desolado na poltrona que havia na sala. -Ele é um pedaço nosso, fruto do nosso amor e vê-lo sofrer assim, dói na minha carne, querida.

—Eu sei querido, mas é para a sua segurança. - mamãe implorou torturada, por nos ver sofrendo.

—Eu entendo amor. - meu pai disse frustrado e me olhou com seus olhos castanhos escuros, iguais aos meus, tentando me transmitir todo o seu amor e carinho de pai naquele olhar. - Ben, meu amor, vai ficar tudo bem... O papai e a mamãe estão ao seu lado.

Minha crise de dor durou cerca de meia hora, até que estava cansado demais e sem forças para oferecer algum perigo para alguém e minha mãe pediu ajuda ao meu pai, para que me levassem para o meu quarto, já que a mesma não se transformava a anos e estava perdendo gradativamente a sua força sobre humana.

—Mais calmo? - meu pai questionou me entregando um copo de água antes de se sentar em minha cama.

—Sim, me desculpem por tudo aquilo, jamais quis deixá-los preocupados. - pedi sem graça olhando para os meus pais, afinal os dois já tinham certa idade e não mereciam passar por nenhuma preocupação.

—Não há nada para desculparmos, filhote. É função dos pais se preocuparem com os filhos. - meu pai disse me olhando com amor enquanto tomava meu gole de água.

—Não consegui entender o que houve... Eu estava tão feliz, mas de repente uma dor começou a me consumir do nada. - disse confuso tentando entender o que havia acontecido comigo.

—Isso se chama saudade, Benjamin. - mamãe disse suave enquanto se sentava na cama ao lado do meu pai. - Depois que somos aceitos por nosso imprinting, fica extremamente doloroso nos separarmos, é uma necessidade física estarmos sempre perto dele, quando isso não acontece toda a dor da separação se transforma em uma dor física, podendo até matar o lobo.

—Nosso filho podia ter morrido? -papai questionou apavorado enquanto me olhava.

—Tenho certeza que isso não aconteceria, Benjamin é muito forte para sucumbir dessa forma. -mamãe disse suave tentando tranquilizar meu pai, mas podia ver a verdade nos seus olhos.

—Papai, não precisa se preocupar, sou forte...O senhor mesmo diz, que nunca viu um bebê prematuro ter uma saúde excelente como eu. - brinquei segurando suas mãos tentando tranquiliza-lo.-Eu estou bem, não precisa ficar com medo de me perder.

—Eu sei filho, você puxou a saúde da sua mãe, o que já me deixa mais tranquilo. - ele disse suave e acariciou meu rosto com carinho, como se ainda me enxergasse como o menininho que vivia lhe pedindo para ir ao parque de diversões, comer algodão doce escondido da mãe. Papai sorriu amoroso e me deu um beijo na testa antes de lhe abraçar com carinho, tentando tranquiliza-lo.

—Mamãe, isso quer dizer que sempre que nos separarmos por qualquer motivo, até os do dia a dia, vou voltar a sentir essa dor física? - questionei a minha mãe assim que me separei do meu pai.

—Com o tempo, você e seu lado lobo irão aprender a lidar com pequenas separações, ocasionadas pelo dia a dia. Cada vez que estiverem juntos, sentiram mais a necessidade de estarem um na companhia do outro. - minha mãe explicou suave antes de apoiar sua cabeça no ombro do meu pai, que a recebeu com um beijo em seus cabelos. -Porque não há lugar melhor para nós, do que estar ao lado do nosso imprinting.

—Eu te amo. - ouvi meu pai sussurrar apaixonado para a minha mãe, e seus olhos brilharam ao ouvir a declaração dele.

—Eu também te amo. - mamãe sussurrou olhando nos olhos do meu pai antes de beijar a ponta do seu nariz.

E vê-los assim, totalmente envolvidos um com outro sempre me deixava encantado, afinal o amor deles era algo tão lindo e forte que só aumentava com o tempo. Nunca consegui imaginar um sentimento assim, mas depois que fui aceito por Melissa, agora tinha uma leve ideia da força do sentimento que unia meus pais, afinal o meu pelo meu imprinting também era igualmente forte.

—Agora consigo entender porque vocês dois sempre estão juntos, é praticamente impossível imaginá-los separados. -disse sorrindo e meus pais concordaram sorrindo antes de voltar a sua atenção para mim.- Mas mãe, a Mel vai passar pelo que passei? Porque não quero que ela sinta dor por minha causa, mãe.

Só de pensar nessa hipótese meu coração se apertava, pois não queria que Mel sofresse por nada, queria vê-la feliz e sorrindo como ontem a noite e hoje pela manhã.

—Ela não vai sentir a dor da mesma forma que você, filho. Os lobos sentem tudo de forma mais intensa. Uma dor emocional pode se transformar rapidamente em uma dor física, já os objetos de imprinting, como no meu caso e no da Melissa, sentimos a separação como qualquer outra pessoa, só que esse sentimento é mais forte. Nada parecido com a dor física que você acabou de experimentar. - meu pai explicou suave enquanto me olhava nos olhos e respirei aliviado, ao saber que Melissa não iria passar por todo esse sofrimento.

—Então posso concluir, que pela sua reação de hoje, pelo jeito desalinhado que chegou em casa, pela sua cara de quem passou a noite em claro e pelos lábios vermelhos, de quem andou beijando muito por ai, posso deduzir que as coisas entre você e a minha nora querida, foram interessantes e produtivas ontem à noite?!-mamãe deduziu maliciosa e senti meu rosto corar de vergonha, fazendo-a rir.

—Você corou Benjamin Elliot...O que andou aprontando, filhote? -mamãe questionou curiosa me deixando ainda mais constrangido, antes de olhar para o meu pai. -Elliot, será que nosso filho ouviu meus concelhos, e decidiu pensar menos e agir mais?

—Só espero que você tenha sido responsável e gentil com a Melissa, Benjamin. - meu pai disse sério me olhando nos olhos.

—E eu espero que você tenha sido gentil e esquecido a responsabilidade, porque quero ter mais netos pra ontem. - mamãe disse sonhadora e olhei magoado para os meus pais, por pensarem tão pouco de mim.

—Não aconteceu nada demais, mamãe e papai. Nós só nos beijamos nada além disso, e mamãe não pretendo lhe dar mais netos tão cedo, quero aproveitar a companhia da Mel por um tempo antes de termos filhotes. - expliquei olhando para o dois que tiveram reação diferentes, meu pai respirou aliviado já a minha mãe, parecia desapontada.

—Você era a minha única esperança Benjamin, já que a Ária não quer ter mais filhos e o Ethan, pode amar crianças, mas ele passa mal só de pensar em ter as suas. -mamãe disse magoada por minha decisão de querer esperar para ter filhos.

—Leah, amor, tudo tem seu tempo...Não podemos pressionar nossos filhos a terem filhotes, sabemos que eles só podem tê-los com os seus imprinting, e não há nada demais em esperar alguns anos, nós esperamos. - papai lembrou e mamãe suspirou resignada.

—Tudo bem, vou esperar pacientemente e respeitar o tempo de vocês, palavra de escoteira. -mamãe prometeu levantando a mão direita e sorrimos, afinal ela jamais havia sido escoteira na vida. -Que tal se você nos contasse o que aconteceu ontem, nos mínimos detalhes, Ben?

—Nunca pensei que a senhora dona Leah, gostasse de fofoca. - a repreendi suave e ela revirou os olhos para mim.

—Não é fofoca quando se trata dos meus filhos. - ela se defendeu suave e foi impossível não rimos.

Respirei fundo e comecei a contar tudo o que havia acontecido na minha viagem, desde o telefone de Mônica até a noite incrível que passei com Mel no quarto do hotel, e meus pais ficaram felizes por finalmente ter me acertado com meu imprinting, podendo assim começar a viver a minha história de amor.

—Não sei como explicar mãe, mas depois que nos beijamos me senti diferente...Era como se os laços do meu imprinting tivessem ficado mais fortes, e a minha força aumentou de forma considerável. - disse sem saber como explicar o que havia acontecido ontem à noite.

—Isso é normal filhote, você foi aceito por seu imprinting e essa aceitação é poderosa, além de fortalecer os laços que os uni, concede mais força aos alfas, muito maior do que a que você já tinha. Essa adição de força, permiti que possa defender a sua fêmea da melhor maneira possível, assegurando que a sua linhagem tenha descendentes. -mamãe explicou olhando nos meus olhos.

— Agora fiquei curioso filho, você explicou que passaram uma boa parte da noite conversando bastante, além de se beijarem, mas você está com a aparência de quem não dormiu direito. - meu pai disse preocupado enquanto me olhava.

— Simplesmente não consegui dormir, eu precisava olhar para a Mel ou fazer carinho em seu cabelo... Precisava ter certeza que a minha fêmea estava finalmente comigo. - disse tentando explicar da melhor maneira possível o que senti ontem.

—Você ficou com medo de que nada do que estava vivendo, fosse real e entendo a sua reação. A primeira vez que dormi “oficialmente” no quarto do seu pai, passei metade da noite olhando-o dormir sem acreditar que ele estava ali, depois de tê-lo esperando por tanto tempo...E mesmo depois de trinta e três anos de casamento, três filhos maravilhosos e dois netos incríveis, as vezes desconfio de que tudo que vivemos seja um sonho. -ela disse pensativa e meu pai lhe deu um beijo suave, fazendo-a rir surpresa por seu gesto.

—E é ai que eu entro, fazendo com que sua mãe acredite que tudo que vivemos foi e ainda é real. Agora, que tal se deixássemos o Benjamin descansar um pouco, Leah? Você ainda vai para o laboratório, filho?

—Sim, no horário da tarde. - disse cansado, afinal mal havia pregado os olhos na noite passada e a crise de abstinência, por estar longe de Melissa, havia me esgotado.

—Seu pai tem razão, tome um bom banho e tente dormir um pouco, filhote. Quer alguma coisa para comer? - mamãe questionou amorosa e neguei. -Certo...Quando posso marcar um jantar com a nossa família, para conhecer a minha nora e a família dela oficialmente?

—Leah, prometemos que iriamos dar espaço para o Ben e para a Mel, lembra? Quando eles acharem que é a hora certa, tenho certeza que nosso filho marcará um jantar para todos se conhecerem. - meu pai repreendeu a minha mãe com doçura e concordei.

—Tudo bem, vou esperar pacientemente para conhecer o imprinting do meu filhote. - mamãe disse suave antes de me dar um beijo na testa e sair do meu quarto.

—De um Elliot para outro, se apresse em marcar esse jantar antes que Leah apareça de surpresa na porta da sua namorada. Você sabe que sua mãe não é conhecida por ter paciência. - meu pai sugeriu e concordei antes dele beijar a minha testa e me deixar a sós.

Respirei fundo antes de me levantar da minha cama, indo em direção ao meu banheiro para tomar um bom banho, assim que estava livre das minhas roupas liguei a água quente e deixei ela me molhar, enquanto tentava relaxar sob o seu efeito, depois que terminei meu banho, fui em direção ao meu closet, escolhendo uma calça de moletom qualquer vestindo-a em seguida antes de cair na cama.

Mas ela não parecia tão aconchegante como antes, era como se estivesse com o cheiro errado e os lençóis não pareciam tão macios quanto antes, na verdade o meu quarto inteiro não me parecia mais familiar e sabia a razão disso. Meu corpo e meu coração estavam sentindo falta de Melissa por isso meu quarto, o qual vivi durante vinte e oito anos, parecia tão estranho.

Virei para o lado e olhei para o espaço vazio em minha cama, como se de alguma forma minha namorada fosse se materializar ali, me olhando de forma doce antes de se aconchegar a mim como um gatinho manhoso, enquanto ouvi o som do seu coração batendo e sentia seu doce cheiro de canela a noite toda.

—Sinto sua falta meu anjo. -sussurrei olhando para o espaço vazio enquanto algumas lágrimas desciam silenciosas dos meus olhos, e foi pensando em Melissa que finalmente peguei no sono.

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—Boa tarde Ben. - Cíntia disse sorrindo assim que me aproximei da sua mesa, quando cheguei a empresa no horário comercial da tarde.

—Boa tarde Cíntia, como foi a manhã no conglomerado? - questionei enquanto ela me entregava meus documentos rotineiros.

—Tudo normal no forte. Entreguei a documentação para a Mônica, a qual o moto boy da empresa buscou na sua casa pela manhã, e ela tentou saber de todas as formas que horas estaria aqui, pois queria te agradecer apropriadamente. - Cíntia disse maliciosa e desviei os olhos dos documentos que ela havia me entregado, para vê-la.

—Me diga, por favor, que você não disse nada a ela? - implorei para a minha secretária, pois não queria ter mais nenhum problema com minha namorada, recém-conquistada.

—Claro que não, disse que nem sabia quem era Benjamin Thompson, e ela me chamou de incompetente, aquela arrogante de nariz em pé. -Cíntia disse com raiva de Mônica, sabia que as duas não se davam bem desde que a minha secretária barrou a sua entrada a meu pedido, resultando em uma discussão que levou as duas aos tapas, além de pararem no conselho de ética da empresa.

—Você fez muito bem Cíntia, já tive problemas demais por causa do telefonema dela ontem, tudo bem que isso me ajudou no final, mas quero a Mônica bem longe da minha sala e principalmente sem saber quando estou no conglomerado. - pedi olhando em seus olhos verdes e ela sorriu com ar de quem iria aprontar.

—Então quer dizer, que posso ativar o protocolo “leão de chácara”, para defender o forte? -ela questionou quase pulando de felicidade e sorri da sua animação, Cíntia era muito parecida com o meu tio Seth, se os dois se conhecessem com certeza virariam melhores amigos.

— Pode Cíntia, mas só com a Mônica. - lembrei e ela concordou sorrindo vitoriosa.

—A perua de nariz em pé que me aguarde. - ela disse com o olhar vago, como se estivesse pensando em todas as opções de como iria bater em Mônica.

—Só tenta, por favor, não parar no conselho de ética de novo, Cíntia. Porque não sei se vou conseguir impedir a sua demissão mais uma vez. - alertei lembrando do que aconteceu depois da briga dela com Mônica.

—Vou tentar me comportar, mas se ela me provocar de novo, já vou avisando que não vou levar desaforo para casa daquela perua. - ela me alertou e suspirei resignado, afinal já trabalhávamos juntos a anos e conhecia muito bem o sangue quente de Cíntia, era em momentos assim que ela me lembrava meu irmão caçula.

—Tudo bem, assim que chegar em casa vou conversar com o meu pai e deixa-lo avisado, sobre o seu possível retorno para o concelho de ética. Só o doutor Thompson poderá salvar o seu emprego, se isso voltar a acontecer. - disse resignado, afinal não podia mudar a personalidade explosiva do meu irmão quem dirá da minha amiga.

—É por isso que não largo você. Benjamin, você é o melhor chefe do mundo. - ela disse feliz antes de me abraçar empolgada.

— E você é a melhor secretária e amiga. Tenho certeza que se você aprontar na empresa, será porque tentou proteger a minha privacidade, e se tiver que responder por isso também vou. Além do mais, você é a melhor amiga da minha namorada, com certeza ela não ficaria feliz comigo se não fizesse de tudo para te ajudar. - disse e ela se separou de mim com lágrimas nos olhos, emocionada pela noticia que havia acabado de lhe revelar.

—Você e a ...- ela começou a dizer, mas se interrompeu quando ia dizer o nome da minha farmacêutica assistente.

—Nós estamos namorando Cíntia, tudo graças a você e a uma ajuda indireta da Mônica. - segredei sorrindo e ela sorriu emocionada por nós.

—Belissa é real... Sempre soube que vocês se amavam e que ficariam juntos no fim. - ela disse empolgada antes de fazer a dancinha da vitória o que me fez rir.

Era oficial, a minha secretária é totalmente doida...Mas era a doida que animava o meu dia a dia nessa empresa.

—Depois você me conta o que significa Belissa, só tente ser discreta aqui na empresa. Pelo menos por enquanto, afinal estamos passando por uma mudança de administração na parte da rede de hospitais, todas as condutas do conglomerado estão sendo revistas, e não quero que meu relacionamento acabe ido parar no conselho de ética da empresa.- pedi e ela parou de dançar antes de me olhar surpresa, afinal a empresa não proibia o relacionamento entre os funcionários.

—Achei que a empresa não proibisse o relacionamento entre os funcionários. -ela disse confusa, dando voz aos meus pensamentos.

—E não proibi, afinal meus pais e vários outros funcionários são casados ou tem algum relacionamento íntimo, mas com a mudança de administração todas as nossas ações são revistas, é um dos protocolos realizados quando ocorre uma mudança, na administração dos negócios do conglomerado. Aconteceu comigo e com Ária quando assumimos, agora chegou a vez do Ethan, que está tendo toda a sua vida profissional analisada com uma lupa, ainda mais depois das acusações do Silvestre durante a última reunião do concelho, para saber se ele é apto em comandar a rede de hospitais. Se o meu relacionamento com a Mel chegar até o concelho, vamos ter uma dor de cabeça, então por favor, mantenha isso em segredo. - implorei olhando nos olhos de Cíntia.

—Tudo bem, não se preocupe. Mas preciso manter segredo até da minha amiga?

—Principalmente dela, não quero que a Mel se preocupe com algo que talvez nem aconteça.

—Você tem razão, se ela souber de algo assim até termine com você, para não prejudica-lo. Pensar mais nos outros, é uma grande qualidade da minha amiga, mas as vezes se torna o grande defeito dela. - Cíntia disse e tive que concordar, afinal essa com certeza seria uma das atitudes que Mel iria tomar se descobrisse minhas preocupações, só de pensar nessa hipótese meu coração se apertou. Eu não iria perder a minha fêmea por causa de um concelho de ética, nem que tivesse que pedir demissão do conglomerado, sem nenhum remorso, apenas para ficar com Melissa.

—E se hipoteticamente, o relacionamento de vocês cair nos ouvidos do concelho, o que vai acontecer? - Cíntia questionou preocupada conosco me fazendo voltar a conversa que estávamos tendo.

—Eles não podem nos demitir, afinal em seu regimento interno o conglomerado permiti o relacionamento entre os funcionários, mas ela tem o direito de nos realocar se achar que nosso relacionamento, pode prejudicar o nosso trabalho em conjunto. -expliquei e ela me olhou chocada.

—A sua transferência para a filial dos E.U.A...-ela disse lembrando do dia em que lhe contei sobre a minha vontade de deixar a Inglaterra. -Mas achei que tivesse desistido...Você não desistiu?

— Claro que desisti, não me vejo vivendo sem a Mel, ela é a minha vida. - disse convicto e Cíntia sorriu emocionada.

—O amor de você é a coisa mais linda e poderosa desse mundo, ou melhor, ele nem parece desse mundo...Queria poder experimentar algo assim...- ela sussurrou sonhadora e sorri suave para ela.

—Tenho certeza que um dia, você vai encontrar um cara incrível Cíntia, que te ame e te valorize da forma que merece.

—Que os anjos digam amém, Benjamin. - ela disse esperançosa e concordei antes de voltarmos a trabalhar.


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Notas finais do capítulo

E se preparem porque quarta teremos um capitulo cheio de emoções, façam as suas teorias.
Beijos e até quarta.



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