O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 20
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Música do capitulo:
https://www.youtube.com/watch?v=PIe4I6WQBJk&feature=youtu.be&fbclid=IwAR1RfSYdWSrBYq3r5EYibG5O-JW0wXBfs9zWZwzaPfZoWy7dD-8nfBId8hs



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Nunca havia me divertido tanto como nessa noite, Benjamin me fez sentir a garota mais sortuda do mundo por estarmos juntos conversando, trocando histórias embaraçosas e momentos inesquecíveis. Parecia tão certo estarmos ali juntos, que me peguei pensando sobre a história da echarpe.

Será que Benjamin seria o meu amor verdadeiro?

Será que ele seria corajoso o suficiente para enfrentar três Hastings ciumentos, por minha causa?

Pela forma que ele me olhava, tão apaixonado e entregue, acreditei que Benjamin seria capaz de tudo para ficar ao meu lado.

—No que você está pensando? - Benjamin questionou enquanto andávamos pela calçada, pois ele fez questão de irmos a uma doceria ali perto, para comermos a nossa sobremesa.

Já que segundo ele, aquele local era famoso pelos doces deliciosos.

—Estou pensando se você teria mesmo coragem de conhecer meu pai e meus irmãos. Porque se não, essa é a sua chance de desistir. - sugeri e Benjamin negou antes de sorri.

—Eu jamais desistiria de você, Melissa Hastings, não importa o que aconteça. - ele jurou olhando em meu olhos.

—Prometi? - questionei com medo de perdê-lo e Benjamin segurou a minha mão e paramos de caminhar ficando um de frente ao outro.

—Eu prometo. - ele jurou e olhei nos seus olhos, que estavam cheios de promessas de fidelidade, companheirismo e amor...Uma vida inteira de felicidade

—Tem certeza mesmo? Porque eles sabem ser assustadores quando querem. Acredita que uma vez, eles colocaram para correr um garoto da minha sala de álgebra, quando tinha catorze anos? Só porque ele foi até a minha casa me chamar para tomar sorvete.- segredei tentando-o colocar a par da situação em que estava se metendo, e tudo que ele fez foi rir enquanto voltávamos a andar de mãos dadas, e devo admitir que está de mãos dadas com Benjamin, me trazia paz e segurança.- Não era para você rir, Benjamin. Era pra ficar cauteloso.

—Não precisa ficar preocupada, meu anjo, sei me cuidar. Tenho certeza que eles só agem assim porque se preocupam com você...E além do mais, não sou um garoto de catorze anos para me assustar fácil. - ele segredou e foi impossível não olhá-lo para confirmar as suas palavras.

Benjamin realmente não tinha nada a haver com um garoto de catorze anos, ele já era um homem feito. Extremante lindo, atraente, inteligente e carismático, sendo capaz de se destacar fácil no meio da multidão, a prova disso era os olhares que recebia enquanto andávamos pelas calçadas de Londres, mas ele não dava atenção a nenhum deles, pois estava concentrado apenas em mim.

— Primeiro as damas. - ele disse me despertando dos meus pensamentos e percebi que Benjamin estava segurando a porta aberta da doceria, enquanto indicava que eu entrasse primeiro.

Optei por um soverte de coco com calda de morango, enquanto Benjamin escolheu um mousse de chocolate.

—Agora fiquei curioso...Se a sua família é tão ciumenta assim, como conseguiu sair para jantar comigo, sem despertar suspeitas? - ele questionou assim que nos sentamos em uma das mesas da doceria para comer nossa sobremesa.

—Eu menti. - disse culpada por ter recorrido a essa manobra, odiava mentir para a minha família, mas sabia que seria uma confusão se soubessem que estava indo para um encontro, pior ainda se soubessem com quem teria um encontro.

—Que tipo de mentira contou, Mel? - ele questionou curioso antes de levar uma colher do seu mousse de chocolate a boca, e foi impossível não acompanhar o seu movimento.

Como alguém poderia conseguia ser sedutor comendo mousse de chocolate?

Aparentemente, Benjamin Thompson conseguia tal proeza.

—Disse que estava indo para um jantar com os funcionários do laboratório, pois era aniversário de um deles. - disse tentando me concentrar nas palavras que saiam da minha boca, e não na forma como Benjamin parecia atraente ao degustar seu mouse.

—Então... Posso leva-la em casa sem levantar qualquer suspeita? - ele perguntou me olhando nos olhos antes de se inclinar sobre a mesa, como se estivesse prestes a me contar um segredo. -Meu aniversário só é em dezembro, mas posso fingir que é hoje.

—Isso seria muito bom. - disse entrando na brincadeira antes de voltarmos a comer.

Depois que terminamos a nossa sobremesa, Benjamin fez questão de pagar a conta como havia acontecido no restaurante mesmo insistindo que dividíssemos, saímos da doceria fazendo o caminho de volta para o restaurante onde estava seu carro, mas no meio do caminho havia um jovem tocando violino em troca de algumas moedas, assim que reconheci a melodia da minha música preferida, parei no meio da calçada para apreciar a música.

—Mel, está tudo bem? - Benjamin questionou preocupado assim que parei de andar.

—Sim, só queria escutar um pouco mais, é a minha música preferida e ele toca tão bem. -segredei olhando para o jovem enquanto apreciava a música que ele tocava.

—Me concederia a honra dessa dança, senhorita Hastings? - Benjamin questionou me oferecendo a sua mão e o olhei surpresa, afinal estávamos no meio da rua.

—Estamos no meio da rua Benjamin e não tem ninguém dançando. - disse olhando para os lados e vendo algumas pessoas que também haviam parado para ouvir o jovem tocar.

—Pra mim nesse momento só existi eu e você no mundo, me deixe mostra-la. - ele pediu oferecendo sua mão e a segurei sem me importar com as pessoas ao redor.

Estar nos braços de Benjamin, me deu a estranha sensação de volta ao lar, como se tivesse passado a minha vida inteira procurando algo sem ao menos saber e de repente o houvesse encontrado. Era como se tivéssemos sido feitos um para outro, e constatar isso fez meu coração se encher de dúvidas e temores.

Será que eu seria o bastante para ele?

Afinal, Benjamin já teve outros relacionamentos, com certeza com mulheres experientes e nenhum deles teve que ser mantido em segredo, para que não causasse uma guerra familiar. Mas ao em vez de me incentivar a esconder sua existência, esse sentimento desconhecido e extremamente forte que crescia cada vez mais dentro de mim, me impulsionava a gritar para o mundo que estava me apaixonando por Benjamin Thompson. Foi quando me dei conta da verdade dos meus pensamentos.

Meu Deus...Eu havia me apaixonado por Benjamin, mas preferi negar esse sentimento com medo da força e da proporção que ele estava tomando, era algo tão grande e poderoso que chegava a ser palpável. E constatar esse fato, me fez ir as lágrimas, porque nunca havia sentindo algo tão forte, verdadeiro e único na vida.

—Hei, meu anjo, porque as lágrimas? - Benjamin questionou preocupado assim que paramos de dançar após o termino da música.

—Não foi nada, só me emocionei com tudo. - disse suave e ele sorriu amoroso antes de beijar a minha testa com carinho.

—Não precisa se desculpar por se emocionar, meu anjo, a sua empatia é o que mais amo em você. - ele segredou olhando em meus olhos enquanto enxugava as minhas lágrimas.

Depois que parei de chorar e Benjamin percebeu que estava frio demais para ficarmos na rua, fizemos o caminho de volta em direção ao restaurante para pegarmos seu carro.

—Então, você nasceu em dezembro? - questionei tentando puxar conversa enquanto Benjamin dirigia pelas ruas molhadas pela fraca chuva que caia em Londres.

—Sim. Nasci no dia quinze de dezembro na minha casa, meu pai fez o parto. - ele explicou e fiquei surpresa pelos detalhes do seu nascimento.

—Achei que você tivesse nascido na sede da rede de hospitais Adrian Thompson. - disse e ele sorriu negando.

—É o que se espera do filho de dois médicos, mas decidi nascer de oito meses, na minha casa em plena madrugada, dez dias antes do natal.

—Você queria aproveitar o natal como todo mundo. - segredei e ele sorriu concordando antes de colocar o carro em movimento assim que o sinal abriu. - Fico imaginando o susto dos seus pais, em perceber que o filho estava chegando antes do programado.

—Apesar de tudo, estávamos em boas mãos, meu pai trabalhou durante anos na emergência assim como como meus bisavôs, eles sabiam como proceder naquele momento...E vinte e oito anos depois estou aqui lhe contando a história do meu nascimento. - ele brincou suave enquanto fazia uma curva suave.

—Eu nasci no dia dez de maio e ao contrário de você, meu nascimento foi normal. - disse fingindo implicar com ele que sorriu negando.

—Não há nada de normal em você, Melissa. Você é única. - ele disse desviando os olhos da rua para me ver, o que me deixou corada de vergonha.

—Obrigada pela carona Benjamin e pela noite incrível, me diverti muito. - disse assim que ele estacionou seu carro na porta da minha casa.

—Eu também me diverti muito, Mel. - ele disse enquanto tirava seu cinto de segurança para poder me ver melhor. - Espero que possamos repetir em breve.

—Eu adoraria Benjamin. - disse sincera enquanto tirava meu cinto de segurança e virava para vê-lo.-Bom...Até amanhã.

—Até Melissa. -Benjamin disse suave e concordei antes de segurar a maçaneta do carro para abri-lo, mas fui impedida por ele que chamou meu nome. - Esqueci de lhe dar algo.

Confusa, parei de respirar tentando entender do que ele estava falando, assim que Benjamin se aproximou do meu rosto meu coração bateu mais rápido, ao constatar que ele iria me beijar. Meu Deus, seria o meu primeiro beijo e não estava nenhum pouco preparada para isso, mas ao em vez de me beijar como achei que faria, Benjamim desviou seu caminho e beijou a minha bochecha esquerda, me deixando frustrada.

—Boa noite Mel. - Benjamin sussurrou assim que se afastou de mim e sussurrei um boa noite automático, antes de sair do seu carro e seguir para a minha casa, totalmente confusa por minha reação ao fato dele não ter me beijado.

—E então, como foi? - mamãe questionou feliz assim que abri a porta e a vi preparando uma xícara de chá na bancada da cozinha.

Totalmente confusa com o diluvio de emoções que estava sentindo naquele momento, não consegui dizer nada, apenas comecei a chorar deixando a minha mãe sem saber o que fazer.

—Vamos nos sentar aqui querida. - mamãe disse suave vindo me ajudar a sair do meu lugar e me sentar em uma das cadeiras do balcão.

Sem dizer uma palavra, mamãe me ofereceu a sua xicara de chá antes de ir fazer outra para ela, em seguida ela se sentou ao meu lado.

—Vamos do começo, filha. Por acaso seu encontro foi ruim? Ou ele fez algo que você não queria? -mamãe questionou me olhando preocupada depois que tomei alguns goles do chá de camomila.

—Não mãe, o encontro foi maravilhoso me diverti muito e Benjamin foi um cavalheiro comigo, não fez nada que me deixou desconfortável ou que não quisesse. - assegurei sincera olhando em seus olhos e ela concordou aliviada.

—Fico feliz querida, você me deixou preocupada com essa crise de choro. Mas se tudo foi tão bom como diz, porque começou a chorar do nada? - ela questionou confusa com a minha contradição, na verdade até eu estava.

—Porque estou assustada mãe. Nunca senti esse diluvio de sensações e sentimentos antes, e hoje percebi que por mais que tente sufocar o que estou sentindo isso será em vão, porque estou completamente apaixonada por Benjamin, e isso não tem mais volta. -disse de uma só vez e minha mãe me olhou confusa, como se tentasse entender o meu desabafo.

—Devagar, querida...O Benjamin em questão, é o mesmo Benjamin seu chefe?

—Sim. - disse culpada por estar gostando do meu chefe. - Por favor, mamãe não me condene, juro que tentei controlar essas sensações estranhas que ele desperta em mim, mas não estou conseguindo. Sei que é errado, mas não tenho mais forças para fingir que ele não mexe comigo. Me desculpe por decepcioná-la.

E foi impossível conter as lágrimas novamente, me sentia tão confusa por ter me apaixonado por meu chefe e temerosa por ser julgada pela minha mãe, a pessoa que mais amava e admirava nesse mundo.

—Filha, não precisa chorar ou me pedir perdão, querida. Mel, você não fez nada de errado. Não escolhemos por quem nos apaixonamos, isso acontece sem percebermos. - mamãe disse amorosa enquanto enxugava as minhas lágrimas com carinho.

—O que devo fazer mamãe? - implorei por uma direção a seguir e ela sorriu com carinho para mim.

—Melissa, não tenha medo de se arriscar meu bem. Dúvidas e incertezas sempre irão existir quando nos deparamos com algo novo, isso é normal. Apenas não tenha medo de se entregar e amar querida, não perca a chance de ser feliz porque ficou com medo. - mamãe disse sensata enquanto me olhava nos olhos. - E quanto ao fato de gostar do seu chefe, talvez atrapalhe a sua carreira...Apenas esqueça isso. Você é uma profissional maravilhosa, que ama o que faz e não será isso que abalará a sua credibilidade profissional.

—Obrigada mãe. - sussurrei abraçando a minha mãe com carinho. - Obrigada por me entender e não me julgar. Eu te amo.

—Eu também te amo meu amor. - ela sussurrou acariciando o meu cabelo. - Mas quero saber tudo o que aconteceu no seu primeiro encontro.

—Eu vou contar mãe, quer me acompanhar até o meu quarto? - questionei assim que nos separamos e ela concordou sorrindo antes de nos levantarmos e subirmos para o meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da surpresa, porque esse é um dos meus capítulos preferidos.
Ainda pensando, se vocês não teriam alguma duvida sobre a fic? Se tiverem podem me enviar, que responderei todas com muito carinho. E não esqueçam de participarem da minha comunidade no face, pois sempre coloco algumas surpresas sobre a fic lá.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos, boa leitura e um bom final de semana para todos.



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