O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 21
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado e hoje estreamos de capa nova, o que acharam?
Espero que tenham gostado e sem mais delongas apreciem o nosso capitulo de hoje, que ainda está relacionado ao encontro do Ben e da Melissa.
E lembrem-se: Fiquem em casa, lavem as mãos frequentemente, bebam água e mantenham pensamentos positivos.
Beijos e boa leitura.



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Deixar Melissa em casa depois da noite incrível que compartilhamos, partiu meu coração, era como se depois de hoje não conseguisse mais ficar longe dela.

Resistir ao impulso de não beijá-la durante toda a noite, havia sido uma das tarefas mais difíceis que fiz na vida, pois foi o que desejei fazer a cada momento. Mas quando finalmente iria ceder aos meus desejos, lhe dando um beijo de despedida, vi em seus olhos e senti em meu coração que ela não estava pronta para isso, então voltei a trás na minha decisão, porque jamais faria algo que a deixasse desconfortável ou sem o seu consentimento. Afinal, meu único proposito desde que o imprinting nos uniu, era fazê-la feliz e faria isso.

Entrei em casa me sentindo leve, como se meus pés não tocassem mais o chão, pela primeira vez na vida me sentia em paz e realizado. Me sentia feliz e irrevogavelmente apaixonado, o que me fazia rir feito um bobo.

Sim, estava perdidamente apaixonado por Melissa Hastings e estava muito bem com essa situação. O que me fez pensar, em como consegui viver vinte e oito anos da minha vida sem ela? Era como se antes estivesse apenas existindo, e só passasse a viver de verdade quando olhei naqueles olhos cor de mel.

—Pelo seu sorriso de bobo apaixonado a noite foi boa. - meu pai comentou assim que me encontrou na cozinha com uma garrafa de água mineral nas mãos, enquanto ainda me lembrava de cada momento dessa noite.

—Foi incrível pai, nunca me senti tão feliz e apaixonado como agora. - disse sorrindo e ele sorriu antes de ir até a geladeira e pegar uma garrafa de água mineral para ele.

—Isso se chama amor, Benjamin Elliot. Esse sentimento nos faz sentir leves e até parecer meio bobos, mas é a melhor coisa do mundo. - papai segredou e sorri concordando antes de me apoiar na bancada que havia na cozinha e ele fez o mesmo. -Mesmo diante de tanta felicidade, vejo nos seus olhos um pouco de preocupação. O que está lhe deixando inquieto, filho?

— Sei o quanto a Melissa gosta de mim, isso se confirmou quando ela confessou hoje seus sentimentos, mas o fato de ser o chefe dela ainda a deixa com reservas.

—Isso é normal amor e integro da parte dela. Demonstre que esse tipo de hierarquia, não irá influenciar em nada o relacionamento de vocês, se afetar seja paciente e dê a ela o espaço que precisar para entender e aceitar tudo. - meu pai aconselhou me olhando nos olhos.

—Deixei isso bem claro pai e sei que tenho que ter paciência e ir com calma, afinal estamos em uma situação delicada. Além da questão de ser seu chefe, Melissa nunca se envolveu ninguém, então tudo é novo para ela ou melhor para nós, porque nunca havia me apaixonado antes.

—Tem razão filho, mas você tendo calma e paciência é algo que gostaria de ver.- meu pai disse sorrindo como se duvidasse da minha capacidade em ter tais qualidades.

—Achei que o senhor confiava em mim, papai.

—E confio filho, mas sou casado com uma loba há trinta e três anos, sei que muitas vezes calma e paciência não é uma qualidade de vocês. Vocês sentem tudo de forma mais intensa e profunda, às vezes a paixão acaba subindo a cabeça deixando-os impulsivos. Quando isso acontecer e não quiser perder a cabeça, se afaste e respire fundo. - papai me aconselhou e concordei.

—E se eu quiser perder a cabeça? - questionei curioso por sua resposta e ele sorriu como se lembrasse de algo.

—Se isso não colocar em risco o seu imprinting, acho que você pode. Perder a cabeça de vez em quando é saudável, filho. Além do mais, para você que é racional demais, perder a cabeça por causa de uma paixão iria lhe fazer bem, querido. - meu pai me aconselhou e sorri surpreso por suas palavras, afinal mamãe sempre diz que tenho o temperamento calmo e centrado do meu pai.

—E o senhor já perdeu a cabeça por causa da paixão? - questionei curioso, afinal nunca imaginei meu pai perdendo a razão por nada.

—Duas vezes. -ele comentou e sorriu sem graça enquanto corava, provavelmente lembrando desses momentos.

—Papai... Quem diria que iria ouvir que o senhor foi dominado pela paixão algum dia. E foi bom? -questionou curioso e meu pai corou um pouco enquanto me olhava nos olhos, como se estivesse prestes a me contar um segredo.

— Foi maravilhoso, filho. Foram momentos inesquecíveis que tiveram como fruto dois filhos incríveis, que amo mais do que tudo no mundo. - papai revelou e fiquei surpreso em saber que havia sido concebido em um rompante de paixão dos meus pais, já que alguns dias atrás os dois haviam admitido que Ethan havia sido feito em uma praia da Riviera francesa.

—Espera, se o Ethan foi concebido em uma praia na Riviera francesa, onde fui concebido?

—Pensei que você não quisesse saber como foi feito? -meu pai questionou confuso antes de tomar um gole da sua água.

—Vamos pular os detalhes, afinal tivemos essa conversa há alguns anos atrás, e tento esquecer esse momento até hoje. Só fiquei curioso em saber. -justifiquei e meu pai concordou antes de voltar a falar.

—Não acredito que você ainda fica sem graça quando lembra dessa conversa? Filho, foi necessário, além do mais não foi tão constrangedor quanto a que tive com a sua irmã, aquilo sim foi horrível. - papai explicou e estremeceu de leve como se lembrasse da temida conversa que teve com Ária, quando achei que ele não iria saciar a minha curiosidade, papai respirou fundo antes de voltar a falar. -Havíamos acabado de completar seis anos de casamento, Ária havia acabado de ficar noiva e Leah estava recém-formada em medicina, tivemos que ir para Nova York, pois ganhei a indicação do meu primeiro prêmio do Medical Institute, depois da premiação resolvemos passar alguns dias em La Push, para ver seus avôs maternos e como estava as coisas na tribo.

—Vocês me fizeram na casa dos meus avôs em La Push?- questionei surpreso e meu pai negou sorrindo.

—Não foi na casa dos seus avôs, vamos de dizer que você foi feito a luz da lua cheia, uma das mais bonitas que já tinha visto na vida. - papai disse e pisquei confuso enquanto entendia o que ele queria dizer.

—Vocês dois tem um gosto bem exótico para conceberem seus filhos. - disse ainda surpreso e meu sorriu se desculpando.

—A culpa não é nossa. A magia simplesmente escolhe o momento certo para a concepção dos filhotes de um imprinting e você não sabe o quanto é difícil resistir a força da magia Quileute. Sua mãe só não ficou grávida antes porque havia feito uma promessa a ela, de que só teríamos filhos depois da sua formatura, e você não sabe como foi difícil manter a minha palavra...Tive que tomar inúmeros banhos frios.- papai disse e estremeceu ao lembrar provavelmente dos banhos que tomou.- Depois que Ethan nasceu, esse impulso passou, por isso acho que a magia decidiu que teríamos apenas dois filhos, já que tentamos ter mais um filho, mas não aconteceu.

—O senhor se arrepende de algo pai? -questionei olhando em seus olhos, sabendo tudo pelo que meus pais passaram antes de eu nascer.

—Nem por um segundo, Ben. - ele disse convicto e ouvi passos descendo as escadas, logo um cheiro familiar encheu o ambiente, e meu sorriso não passou despercebido por meu pai. -É a sua mãe, não é?

—Sim.

—Leah nunca conseguiu continuar dormindo depois que levanto da cama. - papai disse e sorriu assim que viu a minha mãe aparecer na cozinha. Chegava a ser emocionante a forma como os dois se olhavam, depois de tantos anos de casamento, havia tanto amor e devoção entre eles, que esse sentimento era praticamente palpável.

—Elli, amor aconteceu alguma coisa? Fiquei preocupada, porque me espantei e não o vi na cama. -mamãe questionou sonolenta enquanto se aproximava do meu pai, que envolveu a sua cintura em um abraço antes de lhe beijar com carinho.

—Desci para tomar água e vi o Ben na cozinha, então resolvi saber como foi o encontro dele.

—Verdade, como foi amor? - mamãe questionou enquanto se debruçava sobre a bancada curiosa.

—Foi maravilhoso mãe. A Melissa é incrível...Ela é inteligente, divertida, cativante e apaixonante... Ela é perfeita. - disse me lembrando de todos os momentos em que compartilhamos e já ansiando pelos próximos.

—Humm, acho que nosso filhote está apaixonado, Elli. - mamãe disse sorrindo enquanto virava para ver meu pai que concordou. -E vocês se beijaram?

—Leah. - meu pai repreendeu a minha mãe com doçura por sua curiosidade.

—O que? Vai me dizer que também não está curioso em saber, Elliot? Além do mais, nós nos beijamos no nosso primeiro encontro e antes dele também. -ela comentou e meu pai sorriu envergonhado o que me fez rir.

—Amor, nós já tínhamos certo envolvimento, ao contrário do Ben e da Melissa. -papai explicou e concordei enquanto mamãe suspirava.

—Porque vocês têm que ser tão racionais quando se trata de amor? Se estão apaixonados precisam parar de pensar e se entregarem...É tão simples. - ela disse obvia como se estivesse elogiando a minha roupa. - Nesse quesito você puxou totalmente ao seu pai, Benjamin.

—E o Ethan a você, amor. -papai comentou sorrindo e concordei.

—Pelo menos alguém dessa casa herdou algo de mim, já que meus filhotes herdaram tudo de você...E não estou reclamando, afinal amo cada particularidade sua querido, sou afortunada em ter tido filhos que são a cópia do homem que amo.- mamãe disse olhando para o meu pai que sorriu amoroso antes de se inclinar para beijá-la com carinho

—Posso deixá-los a sós se preferirem. - sugeri enquanto olhava para o lado dando privacidade aos meus pais.

—Claro que não, ainda não terminamos de conversar. Vocês se beijaram ou não?

 -Mãe, não aconteceu nada demais, só jantamos e conversamos bastante.

—E quando vai trazê-la aqui para nos conhecer? Seu pai me contou, que ela foi muito gentil depois da briga que houve no concelho, e estou curiosa para conhecê-la.

—Mãe, a senhora nunca ficou curiosa para conhecer nenhuma garota com quem sai. Porque está agora? -questionei desconfiado, afinal isso não era uma atitude típica da dona Leah.

—Porque elas não eram o seu imprinting, e não é verdade. Conheci a Sylvia e a nariz em pé da Mônica, e sabia de todas suas conquistas por aí. - mamãe disse e olhei de forma acusadora para o meu pai, afinal ele era o único que sabia com quem eu ficava.

Mamãe nunca aprovava qualquer relacionamento meu, ela podia até tolerar, mas fazia questão de deixar a sua opinião clara sobre me envolver com mulheres que não fossem o meu imprinting.

—Papai. - disse traído e ele me olhou como quem pedia desculpas.

—Me desculpe, mas não consigo esconder nada da sua mãe, Benjamin.

—Não julgue seu pai, Benjamin. Elliot e você são transparentes como cristal, quando estão escondendo algo ficam com um letreiro luminoso na testa dizendo “culpado”. Mas voltando ao assunto, a nariz em pé da Mônica ainda continua no conglomerado? - mamãe questionou curiosa.

—Sim, ela é a chefe do setor de Marketing.

—Isso não vai dá certo, se a Mel sonhar que você teve algo com a Mônica, e que ela ainda corre atrás de você, tudo o que está construindo com o seu imprinting pode ruir. -mamãe me alertou séria.

—Isso não é problema, mãe. Ficava com a Mônica quando éramos adolescentes, nem chegamos a namorar de verdade, já deixei claro inúmeras vezes que não estou interessado nela. - disse sério enquanto olhava em seus olhos.

—Uma mulher rejeitada faz loucuras, filho. Pergunte para o seu pai sobre a primeira mulher dele.- mamãe disse antes de rosnar com raiva como se lembrasse de algo. Confuso, vi meu pai acariciar as costas da minha mãe, como se quisesse acalmá-la e trazê-la de volta ao presente.

—Não vamos falar da Clara, por favor. Vamos deixa-la no passado e descansando em paz. - papai pediu ainda acariciando as costas da minha mãe, os dois não gostavam de falar sobre a mãe biológica da minha irmã, nem mesmo Ária falava. Era como se a primeira mulher do meu pai, simplesmente não houvesse existido.

—Você acha que a Mel gostou do encontro? - papai questionou mudando de assunto tentando acalmar a minha mãe.

—Pelos sorrisos dela durante toda a noite, acho que sim.

—Espero que vocês sejam tão felizes quanto eu e seu pai. - mamãe desejou carinhosa enquanto segurava a minha mão.

—É tudo que desejo mãe.

—Que bom, porque adoraria ter mais netos. Já até consigo imaginar seus filhos correndo por essa casa me chamando de vovó. - mamãe disse sonhadora e foi impossível não rir da sua fantasia.

—Mãe, ainda está um pouco cedo para a senhora ficar imaginando os meus filhos.

—Claro que não, você é que está atrasado, ainda quero estar viva e ter energia para brincar com meus netos, Ben. Então tente se apressar. - mamãe pediu e senti meu rosto esquentar de vergonha por causa da sua cobrança.

—Não tenha pressa filho, aproveite o que estão construindo, mas tenho que concordar com Leah, ainda quero estar vivo e ter energia para brincar com os seus filhos. - papai disse e foi impossível não gemer envergonhado pelas cobranças dos meus pais, que se divertiam do meu constrangimento.

—Porque todo mundo está acordado? - Ethan questionou cansado entrando em casa e nos surpreendendo na cozinha. Sem dizer uma palavra ele se aproximou dos nossos pais e os cumprimentou com um beijo na bochecha antes de nos abraçarmos.

—Achei que não fosse trabalhar hoje. - disse confuso enquanto nos afastávamos, afinal ele havia dito que iria passar a noite em casa, o que era raro. Porque quando meu irmão caçula não estava no hospital, estava curtindo a noite em alguma casa noturna.

—Teve uma emergência pediátrica no hospital e tive que operar uma criança de três anos... Mas não quero falar disso, como foi o seu encontro com a Mel? - meu irmão questionou me encarando com seus olhos pretos.

—Foi maravilhoso, nos divertimos muito.

—Fico feliz por você mano, amanhã conversamos mais. Vocês se incomodam se eu subir? Estou cansado, com dor de cabeça e tudo que quero agora é tomar um bom banho, antes de cair na minha cama. - meu irmão explicou exausto e concordamos antes dele subir para o seu quarto. E sua atitude nos deixou alerta, afinal Ethan nunca foi tão sério assim e nem perderia a chance de me encher de perguntas constrangedoras sobre o meu encontro.

—Vou ver como ele está, boa noite filho. - papai disse e me deu um beijo antes de subir atrás do meu irmão caçula.

—Ethan está estranho, será que aconteceu alguma coisa no hospital? -questionei preocupado a minha mãe.

—Nisso Ethan, puxou ao pai de vocês. Dois médicos incríveis, que não sabem lidar com a perda de um paciente. Acho que na verdade nenhum médico sabe lidar com isso. - mamãe disse pensativa e soube que devia estar lembrando dos pacientes que não havia conseguido salvar.

—Como vocês conseguem lidar com isso? -questionei sem entender como eles conseguiam lidar com a perda de alguém que estavam tentando salvar.

—Não existe uma fórmula ou um manual para isso, Benjamin. Quando perdi meu primeiro paciente, você só tinha seis meses, passei a noite toda chorando, mas Elliot estava ao meu lado assegurando que havia feito de tudo para evitar o que houve, que não poderia me culpar, pois nem mesmo os médicos podem mudar os desígnios de Deus. Vou subir e ver como o seu irmão está.

—Vou com a senhora. - disse suave e subirmos para ver como estava o meu irmão caçula.


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Notas finais do capítulo

Gente, quem quiser acompanhar todas as novidades de O Legado é só adicionarem a minha comunidade no face, o link está nas notas do começo da história.
Beijos e até quarta.



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