O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 19
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O Legado, no qual teremos a parte 2 do encontro do Ben e da Mel.
Como informei hoje de manhã pela minha comunidade no face, teremos hoje excepcionalmente dois capítulos, pois estou louca para saber a reação de vocês com o encontro dos dois.
Espero que gostem da surpresa, beijos e boa leitura.



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Receber uma ligação de Melissa sempre fazia meu coração bater acelerado, ainda mais depois dela ter aceitado o meu convite para jantar. Aquele gesto era a prova viva de que os laços que nos uniam, estavam sensibilizando meu alvo de imprinting, para que percebesse e entendesse o que estava começando a sentir por mim.

—Vai para algum lugar especial ou vai sair com alguém especial, mano? - Ethan questionou assim que entrou no meu closet e me viu escolhendo a roupa que usaria hoje à noite.

—Vou jantar com a Mel. - disse animado e ele me olhou surpreso.

—Verdade? Achei que ela fosse te enrolar mais. Pelo que vi na reunião do conselho, a Mel parece ser muito tímida. - ele disse surpreso e o olhei feio.

—Você gosta de me ver sofrer mesmo, não é?

—Claro que não, porque depois quando nos transformarmos vou ter que aguentar o seu sofrimento nos meus pensamentos. É nessas horas que odeio compartilhar pensamentos com a matilha. - Ethan brincou e revirei os olhos enquanto continuava a escolher a minha roupa.

—Faz um favor pra mim, ligue para o La fortuna e reserva uma mesa para dois, para as sete horas de hoje. - pedi para o meu irmão que concordou enquanto ia tomar banho.

—Pronto dom juan, a sua reserva está feita. Quer que eu reserve um quarto também? -Ethan questionou assim que entrou no meu banheiro e o olhei chocado pelo vidro do box.

—Claro que não Ethan, nós só vamos jantar. - expliquei olhando para o meu irmão atrás do box.

—Vai me dizer que não pensou nisso? - ele questionou surpreso por não ter pensando nessa hipótese.

—Claro que não, Ethan. Ela é o meu imprinting e não uma aventura que conheci na balada. - repreendi meu irmão caçula e ele suspirou.

—O imprinting realmente é uma coisa estranha. - ele disse confuso enquanto me olhava como se não estivesse me reconhecendo.

Tudo bem que eu não vivia em celibato, tive até algumas aventuras sem importância depois que terminei com a Sylvia, mas com a Melissa era diferente.

Ela era o meu imprinting, aquela que me completaria, que estaria ao meu lado em todos os momentos, que seria o meu porto seguro quando estivesse no meio da tormenta.

Melissa era a escolhida e merecia ser tratada como tal, e não como uma aventura qualquer de uma noite.

—Você fala isso porque ainda não teve o seu imprinting, mas quando tiver tudo será diferente e ainda me dará razão. - disse terminando meu banho e meu irmão sorriu irônico.

—Estou duvidando disso, amo a minha liberdade. Saio com quem quero, quando quero, sem compromisso algum, sem cobranças. Isso sim é o ideal de um relacionamento perfeito. A única mulher com quem sou casado e eternamente fiel é com a senhora medicina. - meu irmão disse convicto enquanto desligava o chuveiro e ele saia do banheiro.

Sabia que quando Ethan tivesse o seu imprinting iria sofrer muito, afinal meu irmão odiava compromissos, cobranças e se sentir preso a alguém, sempre que isso acontecia ele dava um jeito de terminar com a sua paquera da vez. A única relação constante e duradora da sua vida era com a sua profissão.

Perto do horário marcado para o jantar, desci as escadas e encontrei a minha família na sala jogando monopólio, assim que me viram todos pararam de jogar o que me deixou sem graça.

—O que? - questionei confuso ido pegar a chave do meu carro, que ficava na gaveta da mesa do corredor.

—Sabia que Leah e eu tínhamos feito filhos lindos, mas hoje você se superou, garoto. - meu pai comentou me olhando de cima a baixo e corei sem graça. - Vai pra onde todo arrumado desse jeito, filho?

—Ele vai jantar com a Melissa. - Ethan cantarolou para todos e olhei feio para o meu irmão.

—Isso é sério, meu amor? - mamãe questionou feliz se levantando do chão antes de vir até a mim.

—É mãe.

—Estou tão feliz por você, espero que o primeiro encontro de vocês, seja tão inesquecível e especial como o meu foi com o seu pai. - mamãe desejou amorosa enquanto ajeitava o meu casaco.

—Espero que não seja não. Porque no nosso primeiro encontro, tive uma crise alérgica e quase morri, então fique longe de qualquer coisa com canela. -meu pai recomendou e foi impossível não rir da sua cara de assustado. - Você está levando a adrenalina?

—Sim. - disse tirando a seringa de adrenalina do bolso do meu casaco para que meu pai a visse, desde que me entendia por gente tinha que andar com ela para o caso de uma emergência, que graças a Deus só aconteceu quando era criança.

—Ótimo, espero que seu encontro seja maravilho. E por favor, se comporte. - meu pai me lembrou e concordei antes dele me dar um beijo de despedida, em seguida coloquei a seringa de adrenalina em seu lugar.

—O primeiro foi assustador Elliot, mas o segundo depois disso tudo foi maravilhoso. Se cuide e seja gentil com a minha nora. - mamãe me pediu olhando em meus olhos e concordei antes de lhe dar um beijo.

Cheguei ao La fortuna com alguns minutos de antecedência, cumprimentei Matias que já conhecia, pois sempre comemorávamos o aniversário da minha mãe aqui já que era seu preferido, por ter uma comida italiana incrível além de ser muito intimista.

Informei a Matias que estava à espera de alguém enquanto ele me acompanhava até a minha mesa, em seguida solicitei um suco de melão ao garçom. Estava perdido em pensamentos quando Matias se aproximou de mim, anunciando que Mel havia chegado, desviei os olhos da minha bebida para vê-la e meu coração errou uma batida, diante da perfeição que estava na minha frente.

Ela estava tão linda naquele vestido branco rendado, um verdadeiro anjo.

O meu anjo.

De repente senti os laços que nos prendiam se solidificando, deixando de serem fios frágeis para se tornarem vigas de aço. Fui tomado pelo desejo de estar ao seu lado a cada segundo, desde os mais alegres aos mais tristes, que pudéssemos ser o porto seguro um do outro aquele para quem sempre correríamos, quando algo nos assustasse ou porque simplesmente queríamos desfrutar da companhia um do outro.

Meus pensamentos foram interrompidos por Matias que me questionava sobre algo, que respondi de modo automático antes de ajudar Mel a se sentar. Conversamos sobre meu bisavô, e a possibilidade do meu sobrinho ser o mini flash, foi impossível não ficar encantado com o sorriso dela. Melissa era tão linda e única, que me sentia um afortunado por ela nutrir algo por mim, por mais confuso que fosse esse sentimento.

Respirei fundo pedindo sabedoria a Deus para conduzir aquela conversa, afinal estávamos em uma posição delicada. Melissa era a minha funcionária, e se não soubesse conduzir aquela situação de forma confortável e segura para nós dois, poderia não só magoá-la, mas também comprometer a sua carreira, algo que jamais quis.  Então, decidi ser o mais sincero possível e expor os meus sentimentos, para que ela soubesse o que se passava em meu coração.

—Sei que prometi a algumas semanas atrás, que todo o relacionamento que teríamos seria estritamente profissional, juro que tentei cumprir a minha palavra, mas não consegui. E não quero que pense que quero usar a posição que exerço no conglomerado para influencia-la ou pressioná-la a algo. Sou seu chefe dentro das dependências da empresa, fora dela sou apenas o Benjamin.  - disse sincero ainda segurando sua mão enquanto olhava em seus olhos cor de chocolate, tentando lhe transmitir sinceridade e segurança pelo olhar.

— Eu entendo. - Mel disse suave e respirou fundo, como se estivesse tomando coragem para perguntar algo. - Então, isso quer dizer...

—Que eu gosto de você? Sim. Eu gosto muito de você, Melissa. -disse interrompendo-a e seu coração bateu mais rápido ao ouvir a minha declaração.

—Você tem certeza disso? Porque se for alguma brincadeira, seria uma bem cruel. - ela sussurrou emocionada e sorri amoroso antes de segurar a sua outra mão e olhar em seus olhos.

—Eu jamais iria brincar com algo assim, Melissa. - disse sincero sem desviar dos seus olhos, para que ela pudesse ver a sinceridade em meu olhar.

—Mas nós mal nos conhecemos. - ela disse confusa enquanto me olhava e concordei.

—Você tem razão, mas se me permitir, adoraria conhecê-la melhor e queria muito que você também me conhecesse. Você me permiti? - implorei ansioso e ela concordou suave, com cuidado beijei suas mãos com carinho, antes de sermos interrompido pelo garçom que veio anotar nossos pedidos.

Rapidamente demos uma olhada no cardápio antes de falamos nossos pedidos ao garçom, que os anotou antes de nos deixar a sós.

—Então, o que quer saber sobre mim? - questionei animado com a possibilidade de nos conhecermos melhor.

—Porque saiu correndo no meio da minha entrevista? - Mel questionou e a olhei surpreso, afinal não esperava por aquilo.

—Não estava em um bom dia...Estava sofrendo por um relacionamento anterior e vê-la diante de mim, perceber o quanto você era linda, inteligente e carismática e que queria conhece-la melhor me deixou desnorteado, afinal naquele momento estava ali como seu futuro chefe e não como um admirador.- disse tentando ser meio sincero, afinal não podia dizer em nosso primeiro encontro, que toda aquela minha reação também havia sido choque por causa  do imprinting que sofri.

—E você, a amava? - ela questionou sem olhar nos meus olhos, como se estivesse se preparando para ouvir algo doloroso.

—Não. A nossa relação não havia amor, estávamos juntos apenas por comodidade. E algo assim está com os dias contados. - expliquei me lembrando de como era a minha relação com Sylvia.

—Sinto muito. - ela disse solidaria por minha relação fracassada.

—Não sinta meu anjo, acredite em mim, aquilo não me fazia bem e tenho certeza que nem a ela.- disse voltando a segurar a sua mão.

—Mesmo assim, deve ter sido doloroso terminar, mesmo que não houvesse amor devia ter algum sentimento entre vocês.

—Talvez, mas isso ficou no passado. Meu presente e futuro é você, Melissa Hastings. - disse olhando em seus olhos e Mel corou lindamente, o que me deixou ainda mais encantado com a sua timidez.

—Porque escolheu ser farmacêutico? - ela questionou mudando de assunto e sorri agradecido, afinal não queria passar a noite toda falando da minha ex-namorada.

—A culpa foi dos meus pais. No ensino fundamental, quase coloquei fogo no laboratório de ciências do Instituto Belmont onde estudava, então os dois decidiram me matricular em aulas particulares de ciências, porque assim saberia o que estava fazendo e evitaria colocar fogo em algo. Mas acabei me apaixonando pela área e escolhi ser farmacêutico, para continuar o trabalho que o meu avô paterno começou anos atrás.

—Isso é lindo, a sua história da escolha da profissão, é bem melhor que a minha.

—E você, porque se tornou farmacêutica?

—Meu pai foi professor de literatura inglesa na universidade durante anos, nas poucas vezes em que me levava para conhecer o local quando era criança, sempre fugia para o laboratório. Adorava ver os cientistas fazendo suas experiências, em um dia senti que aquele era o meu lugar, que havia nascido para aquilo...E desde a primeira aula do curso, não me vejo fazendo outra coisa.- ela disse realizada e concordei enquanto soltava a sua mão para que o garçom nos servisse.

—E a sua família? Como eles são? - questionei querendo saber um pouco mais deles, apesar de já tê-los vistos na foto que havia no escritório de Mel e também em suas lembranças, quando tive meu imprinting.

—Como você já sabe, sou a caçula de três irmãos. Tem o Theo que é o mais velho, ele chefia o setor de direito do conglomerado. - ela explicou antes de provar o seu Canelloni.

—Sim, ele é muito competente no que faz.- disse me lembrando de todo o trabalho que Theo já fez para a empresa, ele havia sido uma indicação do padrinho da minha irmã, para assumir o seu lugar quando o mesmo decidiu se aposentar.

—Isso é verdade. Ele é casado com a Becca e os dois tem um filho chamado Hunter, de três anos. Já o Daniel, é arquiteto e está de casamento marcado com a Rafaela para o mês que vem. Ele adora implicar comigo, principalmente porque ainda não decidi quem será o meu acompanhante em seu casamento. E sinceramente não quero ter que ser interrogada pelas primas do meu pai, sobre quando vou me casar. -Mel desabafou e me olhou envergonhada como se tivesse percebido que havia falado demais. - Me desculpe, não devia ficar falando sobre as minhas tias interrogadoras.

—Está tudo bem. Se quiser, posso acompanha-la. - ofereci e ela me olhou surpresa por minha proposta.

—Acho melhor não. Se eu aparecer com você lá, vai ser uma confusão. Meus irmãos e meu pai seriam capazes de colocá-lo para fora na melhor das hipóteses. - ela disse nervosa com a possibilidade e segurei sua mão com carinho antes de olhar em seu olhos.

—Não tenho medo deles, Melissa. Nada nesse mundo seria capaz de me afastar de você, a não ser que queira. É isso o que quer? -questionei com o coração apertado diante da possibilidade dela dizer que sim.

—Não. Eu gosto de você. Gosto até mais do que achei que gostaria, e não quero que nada de ruim lhe aconteça ou que se afaste de mim. -Mel disse enquanto me olhava nos olhos, sendo o mais sincera possível.

—Se isso irá lhe deixar mais tranquila, prometo que não iriei insistir em levá-la ao casamento do seu irmão. - disse tentando disfarçar a minha frustação por não poder ficar ao seu lado, em um momento tão importante para a sua família quanto aquele.


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