Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 70
Capítulo 69 — Morre uma Estrela


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, bruxinhos!
Preparados para o final dessa batalha?

Ps. Please, não me odeiem no final do capítulo (*_*)

Boa Leitura ♥️



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◘ Emily Parker ◘

 

De cara, o primeiro pensamento que passou pela cabeça de Emily foi:

“Graças a Deus... Agora tudo ficará bem”.

Marshall parecia ter levado um Lumus bem na cara, de tanto que seus olhos — direcionados ao professor — estavam desnorteados.

— O q-quê...? — ele balbuciou, assumindo uma estatura tensa. — Mas... Minha barreira...

— Ah, sim. Eu a vi. — o prof. Dumbledore confirmou com simplicidade. — Singelamente admirável, devo acrescentar. Contudo, nada que fosse desafiador para mim.

O suor começou a escorrer da testa do ex-professor. Era compreensível. Uma coisa era enfrentar um bando de crianças do primeiro ano que possuíam diversas limitações na arte de duelar...

... Outra, completamente diferente, era pensar na possibilidade de ser páreo contra a pessoa que todos intitulavam: “O homem que derrotou Gellert Grindelwald, o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos”.

Como o pai de Emily diria:

“É. Uma luta perdida”.

E Marshall devia ter se tocado disso, pois instantaneamente ficou em modo defensivo: com as mãos trêmulas, continuou com a varinha apontada para o estômago de Emily, trincando os dentes.

— Parado aí, Dumbledore... — ele tentava soar ameaçador, contudo, parecia mais é estar se segurando para não sair correndo dali. — Eu ainda tenho ela... Posso tomar uma atitude da qual você não gostará nada...

— É mesmo? — os olhos azuis do professor arquearam-se. — Isso é deveras curioso, pois iria dizer-lhe a mesma coisa.

A figura de Marshall tremeluziu.

— O qu...

Os olhos de Emily mal tiveram tempo de acompanhar o que ocorreu a seguir: com um único e preciso gesto de varinha, o prof. Dumbledore atingiu o vilão com um jorro brilhante e fortíssimo no peito.

O homem voou para trás, soltando um berro, assustado. Bateu a cabeça pateticamente nos bules de chá na base da torre pertencente à deusa Minerva.

Marshall permaneceu desnorteado pelos próximos minutos.

— Você está bem, srta. Parker?

Tudo havia acontecido tão rápido que Emily mal percebeu quando o prof. Dumbledore se aproximou. Ficou surpresa ao ver a grande preocupação que sondava os olhos do homem.

— Venha, sente-se aqui. — ele indicou uma poltrona confortável que a menina mal vira ele conjurar.

Assentiu tremulamente, ainda segurando a barriga com força.

Sentou-se na poltrona.

— Hum, vejamos... — o bondoso professor analisou os cortes em seu estômago por cima de sua capa. — Ah, sim, dá para ser resolvido facilmente. — ele lhe encarou. — Respire fundo, srta. Parker. Imagine que está usufruindo de uma deliciosa torta-de-limão. Confesso que sempre faço isso.

Emily percebeu que ele estava tentando lhe animar...

... E funcionou.

Esquecendo-se de toda a dor, puxou o máximo de ar que conseguiu, fechando os olhos e fazendo o que ele dissera — só que ao invés de torta-de-limão, imaginou estar saboreando um dos deliciosos peixes assados que seu pai costumava fazer.

Ouviu a voz concentrada do professor:

— Episkey.

Emily arregalou os olhos. Era como se a pele ao redor dos cortes estivesse sendo repuxada para se juntar uma na outra. Não era dolorido, mas estranho...

O efeito durou cerca de trinta segundos até sentir que os cortes haviam se fechado por completo. O professor era incrível; nem doía mais...

— Obrigada, prof. Dumbledore! — olhou-o admirada.

Ele sorriu-lhe afetuosamente.

— Oras, agradecimentos não são necessários. Antes de ser professor, meu trabalho, desde o princípio, é assegurar a proteção de meus alunos. É uma pena que nem todos tenham tal nobre convicção... — olhou para Marshall. — Contudo, no fim, as ações corretas sempre conseguem uma forma de sobressair-se.

“Ah, e já ia me esquecendo... — ele apontou a varinha novamente para seu estômago. — Doaid. — Emily sentiu grossas bandagens lhe envolverem por debaixo da roupa. — Creio eu que esse problema está em ordem agora...”.

Dumbledore virou-se, então, para Marshall, que ainda tentava se erguer dolorosamente do chão coberto de porcelana quebrada.

O respeitável professor de Transfiguração assumiu uma expressão séria.

— Ao que me parece, sr. Marshall, durante todos esses meses em que passou atuando como professor, mesmo que supostamente, você não foi capaz de compreender o maior dever que nós, educadores, somos incubidos de cumprir: — deu uma pausa. — “A proteção absoluta de todos os nossos alunos, sem exceção".

Emily sentiu um calafrio. Agora, o tirano Marshall não apresentava mais medo, e sim, a mais pura raiva e rancor nos olhos. Ele colocava-se de pé cautelosamente, como uma cobra pronta para dar o bote.

— Poupe-me dessas baboseiras. — ele falou com veneno. — Acha que consegue parar meus planos? E sozinho? — desdenhou, parecendo quase um bêbado enquanto ria. — Sua vitória contra Grindelwald foi apenas sorte.

O prof. Dumbledore não pareceu nada ofendido.

— Hum, é uma observação deveras curiosa... — comentou calmamente. — Contudo, está sendo precipitado quando diz que estou sozinho. Aviso já que, nesse momento, aurores estão se encaminhando para cá.

O sorriso presunçoso de Marshall desapareceu.

— Está mentindo.

— Você acha? — o professor aproximou-se um passo. — Bem, acredito então que eu não esteja agindo de maneira tão... Convincente. — declarou. — Mas podemos resolver isso. Convido-o, então, sr. Marshall, a esperar pacientemente a chegada deles para que veja com seus próprios olhos a veracidade de minhas palavras.

— Não me faça de idiota!! — Marshall gritou, finalmente ficando louco de raiva. O homem salivava feito um cachorro raivoso. — Jamais irei para Azkaban, jamais!

Os olhos dele tremiam como se houvesse consumido toneladas de pirulitos-açucarados. Suava frio, o cabelo completamente encharcado.

Emily espantou-se. Parecia um verdadeiro louco...

De repente, o homem parou com toda aquela agitação. Agora, mostrava-se estar pensando em suas alternativas desesperadamente.

E foi então que uma perigosa decisão pareceu ter tomado forma em sua mente.

Concretizando os medos de Emily, numa movimentação súbita, ele apontou a varinha numa direção específica — não para Iris, Louisa, Emily ou Matt.

Muito menos para o prof. Dumbledore...

Marshall pressionava a varinha com precisão contra o próprio peito.

Todos emudeceram.

— Não vou a lugar algum... — Marshall sacudia a cabeça enfaticamente. Embora a voz saísse trêmula, soava confiante. — Não mesmo.

Começou, então, a pronunciar:

— Avada...

A ação a seguir aconteceu num instante:

A varinha saltou da mão de Marshall, como se houvesse sido fisgada por uma corda invisível.

Todos voltaram as cabeças imediatamente para o prof. Dumbledore, que acabava de pegar a varinha em pleno ar. O professor tinha o semblante sério e fechado.

— Acabou, Marshall. — foram suas palavras finais. — Não conseguirá o que quer.

Depois disso as coisas aconteceram com uma rapidez invejável.

Uma enxurrada de pessoas penetrou o recinto, todas vindas da pequena e íngreme escadaria que dava acesso ao 5° andar. Cerca de uma dúzia de mulheres e homens de vestes pretas e chapéus-coco avançaram diretamente para o prof. Marshall, imobilizando-o no chão. O homem chorava copiosamente como se fosse um bebê. Sua ficha enfim caíra: seria condenado e preso por seus crimes.

Deviam ser os tais aurores que o prof. Dumbledore mencionou antes...

O diretor Dippet também estava ali, assim como o prof. Hughes. Ambos estavam no meio de uma discussão eletrizada com o prof. Dumbledore; certamente queriam saber o que estava acontecendo.

Emily, que continuava sentada na poltrona que o professor de Transfiguração gentilmente conjurara para ela, apenas observava tudo ao redor. Um confortável sentimento de “tudo acabou bem” preencheu-lhe o peito.

Era um alívio.

— Parker, você está bem?

Emily olhou para o lado, vendo seus três colegas se aproximarem de onde estava. A pergunta viera do Ryman, que a olhava com preocupação.

— É... Sim. — olhou para baixo, um pouco constrangida.

— Puxa, se o prof. Dumbledore não tivesse chegado naquela hora... — Iris assoviou. — Era uma vez Emily Parker.

Louisa lançou um olhar um pouco censurador para a outra.

— Temos que agradecer imensamente a presença do prof. Dumbledore. Ele salvou nossas vidas. — frisou. — Com certeza o prof. Marshall teria nos matado.

— Mas como sempre o bem triunfou! — Matt abriu um largo sorriso, lançando em seguida um olhar provocador para as três. — Com certeza nossa vitória deve ter tido algo a ver com a minha ilustre presença nesta noite que, diga-se de passagem, não estava programada. Mas não precisam aplaudir ou coisa do tipo.

— Levarei isso como vindo de um garoto que estava para chorar feito um bebezinho minutos atrás e agora o reflexo dessa ação está vindo na forma de um comentário arrogante. — Iris replicou.

Emily teria achado até engraçada a discussão que provavelmente se iniciaria em seguida entre os dois grifinórios; contudo, uma voz desesperada cortou os ares:

— Conan! Saia daqui! Fuja! — todos viraram-se para o prof. Marshall, que se debatia nas mãos dos aurores. Ele olhava fixamente para sua corujinha branca, que estava pousada sobre uma pedra enterrada na neve. — Vá logo, não há nada que possa fazer por mim! Seja livre! — após isso, ele caiu no choro novamente.

Aparentemente o amor que o homem sentia pela coruja era a única coisa naquela história que não era falsa.

Conan, hesitando um pouco na decisão, finalmente abriu as asinhas. Estava a ponto de alçar voo quando aconteceu o inesperado:

Grufus (mais conhecido como “o sapo velho, cantor e estrela-reluzente-dos-coaxos”), em uma entrada triunfal, surgiu da boca da escadaria em um salto triplo, rodopiando feito um malabarista. Na última volta, bem no momento em que Conan sairia voando, a língua do bichano desenrolou-se para fora e enlaçou a coruja minúscula.

Emily desconfiava que todos no espaço ouviram o adorável som de uma coruja descendo pela garganta apertada do sapo, direto para o estômago.

Todos ficaram estáticos. Até mesmo os aurores pareciam ter parado de prestar atenção no prof. Marshall, observando curiosos a cena logo adiante.

Antes que qualquer um pudesse dizer algo (Marshall bem que queria explodir em gritos ante a situação de sua fiel parceira; contudo, tivera sua boca costurada pelo feitiço de uma bruxa nada paciente), uma coisa esquisita começou a acontecer com o Sapo-Estrela:

Grufus começou a coaxar; mas não eram coaxos normais. Pareciam mais engasgos misturados com gargarejos. Em seguida, ele começou a tremer furiosamente, seus olhinhos arregalados quase saltando das órbitas.

De repente, após um intenso coaxo-gargarejo, ele vomitou Conan de volta para o chão. Logo após isso, caiu para o lado como um boneco sem vida.

Todos assistiram, atônitos, Conan sacudir as asinhas e alçar seu tão aguardado voo, alcançando os céus rapidamente, seu reflexo desaparecendo pela luz da Lua que brilhava com formosidade.

Os piados tristes foram a última coisa que todos escutaram da fiel corujinha do prof. Marshall.

— Tudo bem, isso já foi loucura demais para uma única noite. — a mesma mulher que silenciara o prof. Marshall deu um passo à frente, arrumando o chapéu. — Temos de levá-lo imediatamente para o Ministério, a Ministra Guilhermina não gosta de esperar.

O prof. Dumbledore aproximou-se dos aurores — Marshall permanecia agora em um silêncio sepulcral, olhando para os próprios pés enquanto era segurado por dois homens parrudos. Um deles tinha o amuleto negro em mãos, que havia sido retirado do pescoço do traidor.

— Se não for incômodo, gostaria de fazer uma rápida análise nesse amuleto. Asseguro-lhes que não irá demorar.

— Não sabemos o que ele faz, pode ser que contenha alguma maldição se for aberto, sr. Dumbledore. — a mulher negou o pedido.

As quatro crianças explicaram, em poucas palavras, que o pedaço do Cristal Maldito estava no interior do objeto, e que o ato de abrí-lo seria como se pedissem tolamente para que todos fossem cristalizados (essa última parte vinda de Iris, é claro).

A mulher acenou com vigor.

— Mais um motivo para não deixá-lo nas mãos de ninguém! Sinto muito, sr. Dumbledore, mas pela segurança de todos não podemos perder tempo. — virou-se para os colegas. — Vamos logo, pessoal, esse amuleto precisa ser levado imediatamente!

Dito isso, todos se dirigiram para a saída do local, sendo guiados pelo diretor Dippet, que se apressara em acompanhá-los para o local de transporte (ademais, alguns aurores ficaram alguns minutinhos no local, pegando autógrafos com o prof. Dumbledore).

O prof. Dumbledore parecia um pouco desapontado, mas não deixou que isso o abalasse por muito tempo; juntou-se com as crianças, que já haviam posto-se a rodear o pobre Grufus.

— Ele está morto, não está? — o prof. Hughes parecia imensamente triste.

— Acho que ele se engasgou. — Matt comentou.

— Mas que perda terrível... — Louisa tinha os olhos marejados.

— Pois é. — Iris observava o sapo distraída.

O prof. Dumbledore ergueu a varinha em um gesto gracioso, apontando-a diretamente para a Lua.

— Um fim heróico para um sapo heróico. Onde quer que esteja, sua alma cantará por todos os cantos do mundo.

Todos observaram com fascínio e respeito a luz branca que despontou da varinha do prof. Dumbledore em homenagem ao sapo que, em seu último alto, prendeu a atenção de todos por poucos segundos, mas que foram suficientes para constatarem sua imensa coragem.

Um final digno de uma estrela. 


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Notas finais do capítulo

Rip Grufus. Todos ergam suas varinhas e façam um minuto de silêncio .·´¯`(>▂<)´¯`·.

Psé, matei o sapinho, não me julguem kkkkk foi com dor no coração que eu e a Sahh tomamos essa decisão, acreditem.

Faltam só mais 3 capítulos!!!! Estou tão feliz por estar completando essa fanfic!!!

Até depois ♥️

Malfeito, feito. Nox.



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