Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 69
Capítulo 68 — Motivação


Notas iniciais do capítulo

Oiê!! Queria ter postado ontem, mas o site tava em manutenção :/
Se preparem para a ação! (◠‿◕)

Boa Leitura ♥️



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◘ Emily Parker ◘

 

Se Emily Parker fosse ranquear as piores madrugadas que já tivera na vida, aquela estaria no topo da lista.

Até agora, seu cérebro só foi capaz de absorver 60% de tudo o que havia acontecido. Puxa vida, Emily não era nenhuma heroína! Jamais se imaginaria como tal. A única coisa que queria era ajudar seus colegas a escaparem das garras de Anne, e não acabar envolvida num incidente de outro mundo!

A presença da Legraund, da Northrop e do Ryman estava começando a lhe perturbar. Acabara de ficar sabendo por um professor — que tratava-se na verdade de um biruta com sede por maldade — que os três estiveram metidos em uma investigação à fundo sobre o Cristal Maldito o ano inteiro, e que ainda tiveram acesso a várias pistas.

Emily não duvidava nada de que alguém como Anne poderia chegar a ponto de causar um envenenamento de 2° nível por aquelas informações (ela sempre afirmou ter um estoque limitado de espinhos venenosos que havia retirado dos Arbustos Tremulantes das estufas de sua casa...)

Mas, voltando a repensar e encaixar tudo o que havia descoberto até agora, Emily de repente só sentiu raiva. E não era uma raiva destinada ao prof. Marshall, e sim aos seus três colegas amarrados logo ao lado.

Como eles não haviam considerado todo o perigo que aquela história possuía desde o começo? Por que as pessoas desejavam tanto dar uma de “heróis” e resolver tudo sozinhas?

Aquilo, além de ser algo muito errado, tratava-se de um grande egoísmo por parte dos três.

O certo teria sido, desde o princípio, eles terem relatado tudo o que sabiam para o diretor. Não cabia a eles solucionarem coisa alguma.

E agora, graças a suas insensatezes, eles acabaram presos e humilhados...

Mas a culpa também era sua.

Deveria ter feito como o Ryman dissera há uma hora: deixar de segui-lo e ido direto para o dormitório. Emily com certeza teria dormido e fingido que nada estava acontecendo. Deixaria Anne e suas paranoias de prejudicar os outros para lá, cuidando, assim, de sua própria vida...

Engoliu em seco.

“Que desastre, Emily...”

— Que cordas malditas! — o Ryman praguejou, contorcendo as mãos incessantemente. — Como podem ser tão fortes?...

— Normalmente, quando a magia é poderosa, trata-se apenas do reflexo das habilidades de seu usuário. — a Northrop suspirou. — Não conseguiremos nos soltar, não sem nossas varinhas. — o brilho nos olhos da menina ficou ainda mais melancólico quando ela os voltou para a porta por qual Marshall acabara de passar. — Falhamos em detê-lo...

Emily ficou incrédula. Embora a maior preocupação do momento fosse o fato de estarem presos, eles ainda pensavam em deter aquele homem maluco?

— Maldição... — o garoto mordeu os lábios, a expressão ficando ansiosa. — Será que a Crystal não teria avisado sobre nós para mais alguém além do infeliz do Marshall...? — perguntou-se. — Tenho sérias dúvidas, considerando a sorte que temos...

— Não percamos a esperança. — a Northrop falou de repente. — Talvez ela tenha chamado até o diretor...

— Ai, ai, ai, vocês são mesmo muito preocupados... — Iris balançou a cabeça divertidamente, as mãos na cintura em sinal de censura.

Emily e os outros dois ficaram em choque.

E não foi por conta da frase da menina, e sim pela posição de suas mãos.

Pois, se elas estivessem presas atrás de sua costa, não poderiam estar daquele jeito.

Louisa piscou, enfática.

— Iris, você se soltou! — exclamou boquiaberta. — Como?!

A ruiva encolheu os ombros, abrindo um sorriso travesso.

— Oras... Eu apenas acho que um bom detetive deve ter uma boa carta na manga. Ou melhor... — ela colocou a mão por dentro da capa, como se fosse sacar algo de forma dramática. — Uma ideia!

Os três arfaram. Nas mãos de Iris Legraund estava sua própria varinha, intacta, bem ali. Não debaixo do chapéu do Marshall, onde deveria estar.

Emily sentiu-se abobalhada. Já Louisa parecia confusa, como se seu cérebro estivesse calculando todas as formas de aquilo ser possível.

Matt, por sua vez, deu um longo assovio, assombrado.

— Como, em nome das grossas sobrancelhas de Merlin, você fez isso, Legraund? — olhou-a imensamente admirado.

Comparando a ruiva rapidamente com Anne, Emily viu o quanto as duas garotas eram diferentes. Anne com certeza, naquela situação, empinaria o nariz e usaria da linguagem mais superior que conhecia para explicar como se soltara.

A Legraund, por outro lado, começou a pular de animação, como se estivesse assombrada com a própria genialidade (seja lá qual fosse).

— Ai, não é maravilhoso?! — a menina eletrizou-se. — A ideia veio de um segundo para o outro na minha cabeça! Louisa — virou-se para a loira. —, lembra quando eu tinha pegado aqueles gravetos para abrir a porta de acesso às Doze Torres? Eu não havia percebido que tinha guardado um deles no bolso até aquele grosso do Marshall exigir as varinhas! Então, quando fui pegar a minha, senti o graveto no bolso e na mesma hora o entreguei para ele! Puxa — ela respirou fundo ao fim da explicação. — Isso sim foi uma situação de detetive... — suspirou sonhadora.

— Legraund, você é o cara. — Matt parabenizou-a. — Agora nos desamarre rápido, ou vamos perder o rastro do professor! — lembrou alarmado.

Iris acenou rápido, assumindo seriedade. Pelo que Emily lembrava-se, Iris não havia sido uma das que se saiu muito bem nos feitiço de desprender coisas, mas, aparentemente, a adrenalina do momento podia fazer maravilhas...

 Relaxo! — a ruiva exclamou, afrouxando as cordas que prendiam Emily. Louisa e Matt haviam acabado de ser libertados. — Vamos, temos que correr, pessoal!

— O que... Ei, esperem! — Emily tentou chamá-los, mas eles já haviam saído correndo.

— Ai, ai, ai... — esfregou as mãos, o semblante tenso. — Mas o que eles esperam fazer?... Eles nem ao menos possuem as varinhas, só a Legraund...

Não tinha como eles conseguirem. Nunca. O professor estava no comando da situação e jamais se permitiria fracassar para um bando de crianças...

Iria matá-los, isso sim...

Emily mal notou o momento em que a palavra “covarde” adentrou seus pensamentos até se sentir envergonhada do nada.

“Covarde? Eu...?”

“Isso mesmo. — sua mente repetiu. — Sempre fugindo, hesitando... Nunca lutando pelo que é certo. Você é uma vergonha, Emily. A Grifinória não merecia ter alguém tão indigna como você em seu histórico”.

“Não...”, os olhos de Emily se encheram de lágrimas. “Eu apenas estou com...”

“Medo? — a palavra saiu com desdém. — Sim, você sempre teve medo. A vida toda você teve medo. E onde isso te levou? A ser vista como uma covarde aos olhos dos outros. Todos sabem quando você vai desistir antes mesmo de você. Por que acha que eles saíram correndo sem nem ao menos pedir sua ajuda? Porque eles já preveem sua recusa em meio a gaguejos fracassados. Porque você, Emily, é uma fracassada”.

Emily engoliu em seco. Lágrimas caíram.

Era tudo verdade. Era uma fracassada, e sempre seria uma. Nunca seria forte o bastante, nem mesmo para ajudar quem quer que fosse...

“Emily Parker...? Ah sim, aquela garota miudinha e triste, não?”.

“Foi ridículo! A menina desmaiou por causa de uma mísera partida de xadrez. Xadrez! Qual era mesmo o nome dela? Parker?”.

“Volte para a torre, Emily — a voz de Anne Cristal preencheu-lhe os pensamentos, ácida. —, como a covarde que sei que você é”.

— Não, eu não sou covarde! — afirmou em voz alta, a respiração irregular. — Não sou, não sou, não sou!

“Então prove. — sua mente soltou a frase final. — Somente prove”.

Emily não pensou: virou-se para a porta e correu em direção à ela.

 

[...]

 

Quando Emily saiu para o pátio das Doze Torres, mal imaginou o caos que estaria.

Aparentemente os grifinórios não deram tempo para Marshall sair, pois o homem estava ali, a expressão mais enfurecida do que nunca. Bloqueava todas as azarações que as crianças lançavam contra ele.

O fato de Louisa e Matt estarem com as varinhas de volta significou para Emily que eles deviam ter dado um “golpe-surpresa” em Marshall, pois percebeu que o homem estava sofrendo sintomas de alguma azaração.... Qual era mesmo o nome?

Emily pensou que devia ser a tal de “Rictumsempra”, pois o homem não conseguia se defender direito por estar levando as mãos à barriga de tanto rir.

— Seus pivetes, há, há, miseráveis, há, há... — ele tentava dizer nos intervalos em que movia a varinha agilmente para se proteger dos lampejos de Matt e Louisa. — Vou fazer picadinho de vocês, há, há...

Emily analisou os colegas brevemente. Tanto o Ryman quanto a Northrop lançavam, de maneira alternada, uma sucessão de “Flipendos!” e “Rictumsempras”, de modo que não dessem chances para o homem revidar.

A Legraund, por sua vez, sofria em relação à Conan. A bichana já não estava mais em cima do chapéu do professor: o acessório jazia jogado no chão, provavelmente estando ali desde que as varinhas haviam sido recuperadas.

Em busca de vingança, Conan agora focava-se em bicar o rosto e as mãos de Iris, visando fazê-la errar a mira dos feitiços. Seus piados de raiva soavam quase tão altos quanto as gargalhadas do mestre.

— Xô, xô, sua bichana falsa! — Iris tentava estapeá-la, sem sucesso.

Observando tudo aquilo, Emily não soube o que fazer.

Aprumou os olhos. O caminho que levava a saída daquele lugar estava livre... Se fosse pelos cantos, não seria difícil para ela desviar de toda aquela feitiçaria e cruzar a porta...

“Não!”, repreendeu-se bruscamente. “É hora de provar que não sou uma covarde!”.

Por isso, em vez de continuar a encarar a porta, forçou-se a analisar a “guerra”.

Os feitiços continuavam, seus colegas agora estando na desvantagem: as gargalhadas de Marshall diminuíam a cada segundo, fazendo com que seu foco no duelo aumentasse...

“Tenho que fazer alguma coisa!”, Emily começou a passar os olhos pelo chão. Onde estava sua varinha? Deveria estar caída em algum lugar...

— Estupefaça!

Quando o feitiço do professor passou a centímetros da orelha da Lagraund, Emily viu que não teria tempo para aquilo.

Sem pensar, virou-se na mesma hora, correndo a toda velocidade na direção da torre de Baco, abaixando-se para pegar uma coisa.

Marshall estava no meio de pronunciar o próximo feitiço quando teve sua nuca acertada em cheio por uma garrafa de vinho lacrada.

Crash!

O líquido roxo e os pedaços de vidros espalharam-se pelo chão.

Quando viu o sangue escorrendo pela parte de trás da cabeça do homem ainda curvado, Emily entrou em choque. Nunca havia machucado alguém daquela maneira.

“Essa não...”

— Foi você?!.... — o rosto do homem voltou-se dolorido e irado em sua direção. — Pirralha maldita!

 N-NÃO! — Emily tentou gritar...

... Mas já era tarde demais.

A visão da varinha de Marshall espichando-se como uma cobra em sua direção foi tão rápida quanto o momento em que teve seu pulso fisgado e seu corpo praticamente “catapultado” na direção do homem.

— PARKER! — Iris, Louisa e Matt gritaram.

Emily só percebeu que estava imobilizada pelo homem quando impulsionou o corpo para frente e sentiu a ponta de uma varinha espetar-lhe o pescoço.

Seus braços estavam sendo mantidos firmemente nas costas por apenas uma das mãos do professor, enquanto a outra apontava a varinha ameaçadoramente para seu queixo.

“G-glup”, o corpo de Emily tremia feito vara-verde, o pânico adentrando todos os seus sentidos.

Um único feitiço daquele homem poderia silenciá-la para sempre...

— Solte ela!... — a Legraund exigiu com os lábios prensados; a insegurança estava nítida em sua voz. A mão que segurava a varinha tremia. — A-agora!

 Quem vocês pensam que são?!! — Marshall estava tão furioso e agitado que Emily balançava de um lado pro outro feito uma boneca paralisada. — Estou quase conseguindo!! Serei aquele que ajudará a trazer a paz para esse mundo! E ainda irei...

Emily parou de ouvir, seus olhos procurando qualquer possibilidade de escapar.

Tudo começou a passar em câmera lenta, a voz do professor em estado mudo a seus ouvidos. Emily conseguia escutar apenas as batidas desesperadas do próprio coração...

... Fez, então, a única coisa que lhe ocorreu: num impulso para cima, saltou, pousando os dois pés e todo o peso que possuía no pé direito do ex-professor.

Deu certo. Ele gritou, lhe soltando. Emily correu para frente, vendo-se finalmente livre.

... Mas isso durou apenas dois segundos antes de sentir-se puxada novamente.

Desesperou-se:

— Me solte, me solte!

— Agora você pediu, garotinha!! — Marshall rosnou feito louco. — Diffindo!

Emily engasgou, parando de se debater.

Foi como se uma faca houvesse rasgado seu estômago, a dor sendo absurda.

Só quando começou a ver gotículas de sangue escorrendo para o chão e a parte da frente de sua veste ficando vermelha, que percebeu que sofrera um corte de verdade.

— Não! — gritou a Northrop, os olhos safiras arregalados.

— Pare com isso!

— Solte ela!

— Calem a boca, todos vocês! — o homem urrou. — Já que não quiseram desistir por bem, será por mal! O querido e estimado prof. Dumbledore não está aqui, e mais ninguém! Matarei-os um por um e...

— É ingenuidade sua, sr. Marshall, achar que não estou.

Uma explosão de emoções atingiu a todos — recebida de maneira surrealmente positiva, em relação às crianças...

... E incredulamente negativa, em relação ao ex-professor.

Emily, que estava quase desmaiando por conta das seguidas "facadas-invisíveis" que estava sofrendo, só conseguiu olhar na direção da voz quando percebeu que as investidas violentas, simplesmente, haviam parado.

Alvo Dumbledore havia chegado.


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Notas finais do capítulo

ABRAM ALAS: O PAI CHEGOU!!
O que será que vai acontecer??? Tio Dumbledore não vai estar nada feliz, hehe. E nossa Emily finalmente tomou coragem, essa é Grifinória na veia ^‿^

Faltam só 4 capítulos para a obra terminar, pessoal!!! Não vejo a hora de chegar ao fim e as últimas coisas serem reveladas!!!

Prometo atualizar o mais rápido possível *-*

Malfeito, feito. Nox.



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