Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 67
Capítulo 66 — Ele


Notas iniciais do capítulo

Yo!!! Olha só quem apareceu de repente, bruxinhos!!!

Nem vou perder tempo falando besteira: é hoje que finalmente descobrimos quem é o SANTO “ELE”!!!! Para os que já desconfiavam e os que não faziam a menor ideia: boa sorte!



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♠️ Louisa Northrop ♠️

 

— Louisa!

A porta atrás da menina mal havia acabado de se fechar bruscamente quando Louisa avistou, com surpresa, Matt, Iris e Emily logo à frente.

A primeira coisa que fez foi pousar os olhos safiras sobre as mãos de cada um. Não podia negar que ficou entre aliviada e surpresa ao ver que os três rostos de mármore, pertencentes aos outros três infelizes deuses, haviam sido recuperados com sucesso.

E o fato de alguém como Emily Parker ter tido êxito em qualquer tarefa desconhecida e, possivelmente, assustadora e desafiadora, era quase que um milagre.

Louisa analisou-a de cima a baixo. Embora ela não apresentasse nenhum ferimento estético, sua expressão estava entre temerosa e tensa. Ela olhava ao redor ansiosa, como se calculando mentalmente quanto tempo levaria para alcançar alguma porta de saída.

Isso se, de fato, surgisse uma por ali.

Em suma: nada de novo ou extraordinário vindo da tão amedrontada Emily Parker.

Louisa apenas se admirava por ela ainda não estar em prantos...

“Bom, deve ser um começo...”, cogitou, virando-se para Iris e Matt.

A ruiva correu em sua direção, cheia de energia. Louisa estranhou a enorme quantidade do que parecia ser algo comestível em seus cabelos (aquilo era capim?), mas não disse nada.

— Ótimo! Vejo que conseguiu também. — ela checou o pedaço de mármore em suas mãos, satisfeita. Sorriu-lhe complacente, levantando as sobrancelhas de maneira significativa. — Espero sinceramente que qualquer que tenha sido seu desafio, não tenha envolvido nenhum tipo de frutas amaldiçoadas. Ou capim. Ou vacas.

Franziu o cenho. “Vacas?...”

— Não, não. — meneou com a cabeça. — Apenas tive que responder algumas charadas...

— Sério? Uau... — Matt pareceu surpreso. — Que azarada... Bem, ao menos acho justo que os mais inteligentes recebam as tarefas mais difíceis...

Louisa escondeu uma careta. Matt mal podia imaginar...

Era verdade que deveria estar sentindo-se agradecida por sua missão ter sido — e como — relativamente fácil. Mas, na realidade, quando lembrava-se daquelas perguntas risíveis, sentia-se quase ofendida.

Louisa com certeza tratava-se de uma desafiante que merecia perguntas à altura, e não algo bobo como aquilo...

Foi tirada de suas incômodas observações quando Matt voltou os olhos para o pedestal no centro da sala. Ele indicou-o com um aceno de cabeça, alertando as garotas.

— Acho que é nossa deixa. Vamos encaixar logo esses rostos, pegar o Cristal e dar o fora daqui. Sinto que todo esse contato com a mitologia foi o suficiente para uma vida inteira.

Louisa notou que ele parecia bastante desconfortável, o que a fez imaginar por qual tipo de situação ele devia ter passado... O mármore em sua mão apresentava um rosto de uma deusa que ela não reconheceu.

Aproximaram-se todos do pedestal.

A escultura no mármore ainda apresentava a imagem dos deuses desfrutando do grandioso banquete. Ela continuava a se mexer, agora parecendo mais viva que nunca; pela movimentação aparente, uma briga devia ter acabado de se dar início, pois vários dos deuses estavam banhados de uvas e melancias da cabeça aos pés.

Notou que as mesmas lacunas vazias de antes estavam sobre os rostos de quatro das estátuas da imagem. Não seria complicado encaixar...

— Certo!... — Iris foi a primeira a se pronunciar, lançando um sorriso confiante aos outros. — Vamos nessa, não? — encarou a escultura. — Tenho certeza de que o rosto daquela megera deusa do casamento se encaixa naquele espacinho al...

— E-esperem!

Olharam, surpreendidos, para a Parker, que interrompeu Iris com bastante preocupação na voz. Ela pareceu encolher-se um pouco com a atenção recebida, desviando o olhar, atordoada.

Contudo, não deixou de expor seu comentário nervosamente, engolindo em seco:

— Esperem... Pensem um pouco... — pediu novamente, o semblante extremamente desconfortável enquanto mirava a escultura. — O Cristal... — balançou a cabeça, finalmente se agitando. — Depois que colocarmos os rostos, o Cristal Maldito vai aparecer aqui!

Houve um silêncio.

A pequena Emily parecia verdadeiramente perturbada com aquela ideia...

... Tão perturbada, que não tardou para que aquele sentimento recaísse sobre os outros três também.

O Ryman contorceu o rosto, como se houvesse comido algo azedo.

— Droga, é verdade... — praguejou. — Como é que o levaremos para o diretor Dippet...?

— Bem... — Iris tentou dar alguma hipótese válida, mas a frustração estava nítida. — Talvez... Ah, sei lá... — mordeu os lábios. — Enrolamos o maldito em alguma manta?...

— Não, não... É arriscado. — Matt refutou, concentrando-se. — Poderíamos o levar com ajuda do Wingardium Leviosa... Sim, do Wingardium Leviosa! — sua expressão converteu-se em animação. — Manteria o Cristal à uma distância segura de nós ao mesmo tempo em que o encaminharíamos sem problemas para fora daqui! — alegrou-se, como se houvesse achado a fonte para todos os problemas do mundo.

— Sim! — Iris deu alguns pulinhos, batendo palmas. — E, na pior das hipóteses, se o Cristal for pesado demais para o feitiço, temos a nossa fiel escudeira Parker para carregá-lo para nós!

— O quê??

— Hã... Gente... — Louisa achou que era hora de intervir naquele “grandioso-e-infálivel-desfecho-de-ideias-para-se-levar-o-pedaço-do-Cristal”. — Acho que vocês se esqueceram, mas... — eles a encararam, atentos. — O Cristal não deixará que usemos magia, lembram? Faz parte daquele mecanismo dele de roubar a magia ao redor...

Iris e Matt pareciam ter acabado de engolir lesmas venenosas à força, a animação de antes desaparecendo na hora. Emily suspirou de alívio.

Após alguns segundos, Matt não deixou de se irritar com a situação.

— Oras, faremos o que, então? — olhou de Iris para Louisa, franzindo as sobrancelhas. —Escutem, sei que vocês parecem ter atração por situações perigosas, mas quando decidi que iria acompanhá-las nessa, achei que teriam algum plano para quando estivéssemos nesse momento específico...

Iris não pareceu ter gostado do tom dele.

— O que está dizendo, Ryman? — ela retrucou com arrogância. — Mal sabíamos que teríamos de passar por testes idiotas, principalmente que precisaríamos fazer qualquer coisa semelhante para se obter o Cristal. — colocou a mão livre na cintura. — O que tinha achado? Que entraria nessa torre e, na mesma hora, veria o pedaço do Cristal flutuando no meio da sala, cristalizando imediatamente qualquer um que tivesse acabado de passar pela porta?

O garoto mostrou-se pensativo enquanto absorvia aquela hipótese.

— Bom... Acho que era bem isso mesmo...

— Jura? — Iris fingiu surpresa, elevando a voz em seguida. — Pois era exatamente o que eu também achava!

Iris e Matt continuaram a discutir pelos próximos minutos, enquanto Emily mantinha as mãos juntas sobre o busto, rogando silenciosamente para que qualquer divindade a ajudasse a sair daquela situação com vida.

Em meio a tudo isso, Louisa se remoía internamente. Talvez os anjos não estivessem tão equivocados quando fizeram aquelas perguntas fáceis demais para ela...

“Por Deus, Louisa... Como, em nome de Merlin, você acaba esquecendo da parte mais importante da missão?”

O Cristal era extremamente perigoso, e poderia cristalizá-los no momento em que aparecesse. Usar magia para levá-lo estava fora de cogitação, e carregá-lo em mãos seria pedir para morrer...

“A menos que...”, Louisa pensou minuciosamente.

Sim! Podiam carregá-lo!

— Pessoal! — sua voz agitada despertou o interesse dos outros três, que pararam o que estavam fazendo imediatamente. — Talvez possamos carregar o pedaço do Cristal sem perigo!

A Parker olhou-lhe como que se perguntando internamente se não seria escolhida como candidata para aquela missão.

— E c-como isso seria possível?... — perguntou timidamente.

— Pensem comigo. — Louisa assumiu uma estatura de “professora”. — Os anjos que me acompanharam em meu teste disseram que esse local todo trata-se de uma espécie de “depósito” para o Cristal. Ou seja, toda magia que ele suga no castelo tem uma parte descarregada aqui enquanto ele a canaliza.

Iris olhou-a com atenção.

— Ou seja...?

Suspirou.

— Significa que ele não está sugando nada no momento. Está, na verdade, fazendo o contrário, mesmo que seja apenas um pouco.

— Então as varinhas funcionarão... — Emily murmurou para si mesma.

— Será? — Matt sacou a dele próprio, soltando confetes de sua ponta. Aquilo foi o bastante — É. — sorriu. — Parece que está tudo em ordem.

Iris revirou os olhos, divertida.

— É, é um consolo. — aliviou-se. — Mas bem que você podia ter pensado nisso antes, né Louisa? Estivemos brigando à toa por nada...

Tendo tudo resolvido, os quatro juntaram-se, encaixando os rostos dos deuses perfeita e cuidadosamente.

A escultura estava impecável.

... Contudo, não mais se mexendo.

Um tremor foi sentido, fazendo-os se alertarem. Louisa não soube como reagir a ação de Parker em lhe abraçar desesperadamente pelo braço.

Impressionou-se; a menina mal chegava em seu ombro...

Em seguida, de forma súbita, o pedestal começou a espichar, como se a estrutura, outrora parecendo bastante presa ao chão, se mostrasse uma farsa.

Louisa só pode assisti-lo crescer e crescer, até encostar no teto, causando outro tremor no ambiente. O pedestal — que agora era uma coluna de mármore no meio da sala — voltou a ficar imóvel.

Olhando para a nova parte do mármore que surgira do chão, podia-se ver uma espécie de compartimento, que não tardou a se abrir...

A claridade ametista foi a primeira coisa a cegá-los. Iris arfou enquanto Emily afundou ainda mais o rosto no braço de Louisa. Nem parecia mais repudiá-la como mostrava fazer antes.

Piscando algumas vezes, finalmente o artefato foi ficando nítido em suas visões. Louisa quase arquejou de fascínio.

Era lindo. Completamente.

Mais bonito do que qualquer uma das pedras preciosas que já havia visto nas caixinhas de bijuterias de sua mãe. Nem mesmo um dos colares mais invejáveis da mãe de August, feitos do ouro mais maciço da Inglaterra, e que, ainda por cima, possuía pedras de diamantes lindíssimas, chegavam perto de tão incomparável beleza.

O que mais cativou Louisa era que o Cristal parecia vivo. Sua luz hipnotizadora diminuía e aumentava, como se aquilo fosse sua própria respiração.

Mesmo se tratando de apenas um pedaço, o poder podia ser sentido de longe. Era, ao mesmo tempo, belíssimo e ameaçador.

— Uau... — Iris conseguiu expressar, as orbes fixas no Cristal. Seus olhos pareceram ficar violetas por alguns segundos, devido ao reflexo da luz roxa que batia em suas íris. — Sabem quanto dinheiro eu ganharia vendendo uma peça dessas?

O Ryman pigarreou de maneira censuradora, ainda que seus olhos também estivessem presos sobre o artefato.

— Isso não é uma peça, Legraund...

— Com certeza que não é.

O choque que percorreu o corpo dos quatro grifinórios quase que instantaneamente, não equiparou-se nem de perto com a força da batida de seus corações no momento em que viraram-se, num segundo.

Porque, da mesma forma que reconheceram, de imediato, aquela voz, a figura pertencente a ela não podia ser-lhes mais familiar...

O rostinho extremamente fofo de Conan não poderia estar mais animado enquanto observava os quatro grifinórios acima de sua tão fiel “acomodação”: o chapéu-coco mal se mexia com a movimentação entusiástica da corujinha, que pulava e piava alegremente.

Os olhos sempre tão amigáveis e simpáticos do prof. Marshall sorriram para eles. Só que, dessa vez, não parecia ser um ato de amizade verdadeira...

... E muito menos simpático.

As coisas não poderiam ficar mais amedrontadoras quando ele encarou cada um, sorrindo serenamente.

— Muito bem... Agora, necessito de uma intensa reflexão: o que, exatamente, devo fazer com essas crianças...?


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Notas finais do capítulo

CULPADO: ELMER MARSHALL!!

Ahhhh, vocês ficaram surpresos ou tava muito na cara? Tinha gente que já tinha desconfiado dele lá atrás, então não deve ter sido tão surpreendente assim, hehe ^_^

Psé, ele é o traidor. Ele e a Conan, corujinha falsa de uma figa!

O que será que vai acontecer agora? Eles vão conseguir pegar o Cristal?? O que o prof. Marshall fará??

Até o próximo!

Malfeito, feito. Nox.



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