Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 63
Capítulo 62 — Desafio Aceito


Notas iniciais do capítulo

Yo!

Preparem-se que a partir de agora as coisas vão ser totalmente empolgantes!!! Voltemos com a mente da nossa tímida favorita ♥

Boa Leitura ♥



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◘ Emily Parker ◘

 

— Anne, espere, por favor! — Emily Parker implorou pelo que pareceu ser a sexta vez.

— Nem tente, Emily, você não vai conseguir me impedir. — Anne olhou-lhe com irritação. Ela virou-se e saiu pela porta do retrato, já tomando as escadarias à frente.

Emily apertou fortemente as palmas das mãos.

O que faria? A porta do retrato ia se fechando em câmera lenta diante de sua retina, e Emily viu-se presa num daqueles momentos em que você só tem duas escolhas cruciais para tomar em questão de meio segundo.

O medo ou a coragem?

De repente, a imagem de Hagrid tomou forma em sua mente, assim como suas palavras motivadoras:

"Seja forte. Tudo vai melhorar em algum momento".

Foi o bastante. Ainda que sentisse ser uma péssima ideia, escolheu a coragem. Adiantou-se antes que a porta se fechasse, saindo para o corredor escuro do 7° andar.

Num lapso, vislumbrou os cabelos pretos e brilhantes de Anne nas escadarias abaixo. Fazendo um esforço enorme para ignorar o medo que tinha do escuro, correu para alcançá-la.

O castelo definitivamente não era nada acolhedor à noite.

Se Emily já sentia certo receio em andar pelos corredores com aqueles quadros e armaduras bizarras durante o dia, esse medo havia se multiplicado dez vezes agora.

Mas tentou se concentrar, afinal, tinha que impedir Anne de se meter em mais apuros...

... Assim como também as pessoas que ela queria dedurar.

— Anne, pare! — num ímpeto de coragem, puxou-a pelo braço, fazendo-a cambalear levemente sobre os degraus. O olhar assassino que Anne lhe lançara fez Emily fraquejar um pouco, mas não recuou. — V-vem, vamos voltar para a torre. Deixe a Northrop e a Legraund para lá, pare com essa maluquice, Anne! Já es-está virando uma obsessão exagerada!

Ainda que aflita em enfrentá-la daquela forma, Emily não pôde deixar de sentir certo alívio em ter finalmente despejado aquelas palavras para fora.

Anne bufou, desvencilhando-se de seu aperto.

— Sempre soube que era uma fracote, Emily. O que deu em você para defendê-las? Elas estão infringindo as regras! — frisou. — Além de estarem burlando o toque, também estão com planinho malucos de encontrar o pedaço do Cristal Maldito; o que é terminantemente proibido de se fazer de acordo com o diretor Dippet. É nossa obrigação, como alunas obedientes, impedir que algum acidente aconteça.

— Como se você se importasse se elas fossem atacadas ou não... — as palavras escapuliram tão de repente da boca de Emily que viu na mesma hora ter cometido um grave erro. Olhou-a arrependida. — M-me desculpe...

Anne tinha um olhar frio.

— Uau, Emily. Se é isso que pensa de mim, acho melhor pararmos de insistir nessa "bela" amizade que temos. — ela então foi se afastando, continuando a descer os lances de escadaria. — Não me siga mais. Volte para a torre como a covarde que sei que é. Contarei o que aquelas duas estão tramando para o primeiro professor que encontrar. Se for o zelador Rancorous, melhor ainda. Está na hora de elas receberem uma punição de verdade. — os olhos dela se encheram de rancor, apertando o passo e sumindo por uma curva de um corredor.

Emily ficou estacada onde estava, por um longo tempo. Uma sensação de fina culpa ia preenchendo-lhe o peito. O que havia dito, apesar de ofensivo, não era de toda uma mentira. Sabia muito bem disso. Se dependesse de Anne, Louisa Northrop e Iris Legraund poderiam se enfiar em uma enrascada das grandes e permanecerem presas nela durante uma vida inteira.

... Contudo, foi algo ruim de se dizer, isso não dava-se para negar.

Outra coisa que Emily sabia é que mais cedo ou mais tarde se obrigaria a pedir perdão. Sempre foi assim, estava em seu ser.

"Só que, dessa vez, escolherei o mais tarde possível", decidiu firmemente.

Já estava farta de se meter em confusão por causa de Anne. Desta vez ela não iria cumprir seus objetivos. Se a Legraund e a Northrop estavam tramando alguma coisa, o problema era terminantemente delas.

Iria trazer Anne para a razão.

Desceu o resto dos degraus, percorrendo o mesmo caminho que vira Anne tomando. O corredor estava frio e sombrio, alguns sons de metais se friccionando soavam em algum ponto à frente. Deveria ser uma armadura tendo um pesadelo — isso se elas dormissem e, principalmente, sonhassem.

Não ouvia um único ruído humano. Anne deveria já estar longe. O tempo que Emily passara refletindo na escadaria havia a distanciando consideravelmente da garota.

Agora, sozinha, sua convicção foi começando a vacilar. Começou a sentir-se como se estivesse dentro de um filme de terror, num castelo abandonado e mal-assombrado. O fato de os quadros resmungarem durante o sono (soltando algumas palavras como "morte", "sangue" ou "cérebro-de-tripas-de-centauro") não ajudava em nada para aplacar o medo que crescia em seu interior.

Estava aonde mesmo? Seria o 4° andar?... Não recordava-se bem daqueles corredores apinhados do chão ao teto de quadros e pinturas... Não havendo salas, imaginou que realmente deveria se tratar do 4° andar...

O fato era que Emily nunca havia parado para explorar o castelo. Tentava ao máximo tomar caminhos conhecidos para as aulas, temendo encontrar algo horripilante como aquela estátua da bruxa do 3° andar com quem tinha pesadelos até hoje.

... Agora, viu que essa atitude acabou se tornando uma tremenda desvantagem para sua situação de agora.

Acabou chegando numa escadaria discreta que a possibilitou seguir para o andar de cima ou o de baixo.

— E agora?... — murmurou tensamente. Para qual andar Anne teria ido?

De repente, ouviu sons de passos vindos da escadaria que dava para o 3° andar. A princípio, encheu-se de esperança ao pensar que poderia ser Anne...

... Entretanto...

Os passos dela eram tão pesados assim?

Só então, deu-se conta de que aquele som só poderia vir de uma única pessoa — soube disso no momento em que seus pelos se arrepiaram em sincronia.

Era o zelador Rancorous.

Emily sentiu a morte próxima. Se ele a visse, se a pegasse infringindo o toque...

Sabia que seria seu fim.

Poderia contar com a misericórdia dos outros professores caso desse de cara com algum deles de vigia, mas os boatos de que o zelador detestava crianças mais do que tudo eram altamente conhecidos e, considerando diversos relatos de alunos que sofreram nas mãos dele, verídicos.

Suas pernas amoleceram instantaneamente, contudo, a força do desespero falou mais alto: subiu correndo a escadaria que a levaria para o andar de cima. Tentou ao máximo não fazer ruídos nos degraus amadeirados.

Felizmente, sua leveza ajudou.

Saindo no próximo piso, viu que a sorte não estava a seu favor. De todos os corredores, tinha que ter dado de cara justamente com o do Banheiro dos Monitores? Sua vista até mesmo ardeu com a luz resplandecente dos cristais que o cobriam.

Cristais esses que vieram do malígno Cristal Maldito.

Afortunadamente, havia outro corredor à direita, que poderia servir-lhe de corta caminho. O quinto andar parecia estar tão horripilante quanto o quarto, com seu silêncio absoluto e farfalhar de árvores batendo nas janelas.

Emily nunca tinha andado nele também e logo viu-se perdida.

Haviam muitos corredores e caminhos a seguir, e Emily logo sentiu um nó em sua garganta. Decidiu continuar a andar. Após um tempo, mesmo sem poder comprovar, sabia que Anne não devia estar ali...

... Contudo, agora que se lembrava, não era no 5° andar que Anne havia dito que Iris e Louisa tinham combinado de explorar? Algo sobre Doze-Torres...

BLAM!

Emily soltou um grito, um pouco pelo susto e, principalmente, pelo esbarrão que levou com alguém. Caiu no chão de traseiro.

— Ah, caramba... — a voz não era do zelador Rancorous, o que foi um alívio imenso. Emily olhou fragilmente para cima, vendo que era um garoto. — Você está bem? — ele a pegou pela mão, e Emily levantou-se roboticamente, ainda aturdida com a situação. — O que está fazendo aqui embaixo?

Com a luz do luar que adentrou a janela ali próxima, Emily pôde reconhecê-lo; especialmente pelos olhos verde-esmeraldas que ouviu algumas garotas confidenciando ser encantadores.

Era Matt Ryman.

Emily, enfim, encontrou a própria voz.

— Err... E-eu estou...

Ele cerrou os olhos.

— Hum... Você é a Parker, correto? — indagou incerto, e ela assentiu timidamente. — Bem, não sei o que veio fazer aqui, mas é perigoso, volte para a torre antes que alguém apareça. — ele então foi se afastando em passos rápidos. — Vá para a torre! — mandou novamente antes de virar o corredor e sumir de vista, evidentemente com pressa.

— Ei, espere!... — chamou-o num sussurro alto, contudo, o garoto não devia tê-la ouvido.

Tocou-se de que ele deveria estar se dirigindo para onde Iris e Louisa se encontravam, pois lembrava-se de tê-los visto próximos, juntamente com Billy Sánchez, nas últimas semanas.

"Droga, Emily. Sempre lenta demais...", recriminou-se mentalmente.

Àquela altura, Anne já deveria ter encontrado algum professor e estaria agora mesmo se dirigindo até ali. O Ryman, a Legraund e a Northrop estavam enrascados...

Sem pensar direito, desatou a seguir o garoto. Dobrou à direita, depois à esquerda, seguiu reto... 

... Até que virou à direita novamente, vendo que entre duas salas de depósitos, uma cortina nobre estava esvoaçando violentamente, como se alguém a tivesse tirado do caminho.

Parou diante dela com curiosidade, constatando, então, surpresa, que havia uma passagem por trás delas.

Engoliu em seco, juntando forças, e atravessou o tecido; na mesma hora tropeçou no que pareceu ser um degrau. O som seco de seu joelho batendo no chão ecoou pela escadaria, e Emily grunhiu alto.

Logo, ouviu passos descendo.

— Ah, não acredito que me seguiu... — Matt gemeu frustrado. — Eu já disse que é perigoso, não se meta nisso... — ele a ajudou a se erguer novamente, pondo-se a subir em seguida. Com a luz que irradiava da varinha dele, Emily pôde discernir o que pareceu ser uma porta de madeira no topo.

Com o joelho latejando, subiu atrás dele.

— E-eu preciso falar... — sua voz saiu fraca. — É a Anne, e-ela...

Sua voz morreu quando cruzaram a porta, saindo num pátio amplo, circular e totalmente banhado pela luz do luar.

Haviam doze enormes torres que o circundavam, e Emily ficou de queixo caído ao analisá-las.

Uma mistura de raios, água, flores e aroma de vinho tomou conta de seus sentidos. Cada uma delas estava decorada luxuosa e iluminadamente na visão de Emily, lembrando-lhe, não soube o porquê, as ruas de sua casa enfeitadas para o Natal.

O Ryman assoviou, evidentemente tão surpreso quanto ela.

— Nossa, o que houve aqui? — disse num misto de choque e admiração.

Emily permaneceu apreciando o lugar, esquecendo-se por um momento do que estava para dizer. Só quando o garoto começou a andar e deixá-la para trás foi que saiu de seu estupor.

— Ei, e-espere!

Ele olhou-a com impaciência quando ela pôs-se ao seu lado.

— Olhe, já dei todos os avisos necessários. Esse lugar é perigoso, totalmente perigoso, principalmente para uma garota frágil como você. — ele ergueu uma sobrancelha. — Se não quer ouvir, o risco está por sua conta.

Emily respirou fundo, soltando tudo de uma vez:

— Anne Crystal dedurou a Northrop e a Legraund para os professores e eles devem estar vindo aqui nesse exato instante!

Foi o suficiente para que ele brecasse o passo e a olhasse fixamente.

Por um momento, Emily sentiu-se nervosa. Nunca havia se aproximado de muitos garotos (Martin havia sido uma exceção), e o olhar intenso do Ryman a deixava um pouco desconfortável.

— O que disse? A Crystal está vindo com um professor? — ele questionou.

Emily baixou os olhos para os próprios pés.

— É-é, bem... Anne escutou a Legraund e a Northrop conversando no dormitório mais cedo... falando sobre um plano de pegar o pedaço do Cristal... — franziu o cenho. — E bem... ela esperou as duas saírem para, então, estragar seus planos, dedurando-as para um adulto.

— Que maravilha... — ele ironizou, balançando a cabeça. — Tenho que avisar para as garotas. — olhou-a com atenção. — Se quiser vir junto, a escolha é sua. Aconselho que dê meia volta enquanto ainda há tempo...

Emily pensou um pouco em suas opções.

De uma forma ou de outra, se tentasse voltar para a torre, com certeza esbarraria com algum professor ou com o próprio zelador Rancorous. Além disso, essa "investigação" de seus colegas havia despertado sua curiosidade.

Nem pareceu ser ela mesma quando negou com a mão.

— Eu quero ir junto. — juntou firmeza na voz.

Ele ficou em silêncio por um segundo. Enfim, fez um meneio com a cabeça como quem diz: "Tudo bem, então...".

Matt olhou para as torres.

— Algo me diz que elas entraram na torre do centro. — ele apontou para a que tinha relâmpagos e nuvens enfurecidas rondando seu topo. — Vamos lá.

Emily o seguiu com receio. Será que havia sido uma boa ideia? E se o Cristal Maldito estivesse por ali?...

Matt deixou a varinha preparada em punho. Antes que Emily pudesse se preparar mentalmente para adentrar um local desconhecido e, evidentemente, hostil, o Ryman, sem muita cerimônia, abriu a porta da torre.

Na mesma hora, uma luz prateada resplandecente jorrou diante de seus olhos. Emily os fechou por um segundo. Ao entrarem, a porta fechou-se num baque à suas costas, despertando sensações temerosas em seu interior. Uma aura altamente mágica e poderosa parecia irradiar em cada nervo de seu corpo.

Definitivamente, aquela não era uma torre comum.

Abriu os olhos, deparando-se com Louisa Northrop e Iris Legraund.

Ambas encaravam Emily e Matt com surpresa e desnorteio.

— Emily Parker?... Você por aqui? — Louisa pareceu ter encontrado sua voz, olhando-a com o cenho franzido, claramente incrédula.

Antes que Emily pudesse dizer algo, Matt pigarreou, adiantando-se.

— Longa história. Resumindo: a "Crystal-dedo-duro" deu com a língua nos dentes novamente. O diretor deve estar vindo para cá.

Iris encarava o garoto evidentemente sem reação, parecendo não ter ouvido uma única palavra que ele dissera.

— Você veio mesmo... — sua voz saiu um tanto perplexa e fraca. — Por quê?

Matt baixou os olhos por um momento, relutante, e Emily pensou ter visto um brilho vergonhoso em suas orbes verdes. Ele respirou fundo, encarando a garota ruiva em seguida.

— Porque vocês estavam certas. Fui um idiota.

Emily estava completamente por fora do assunto, pois não entendeu absolutamente nada.

Louisa fez um meneio de cabeça.

— O que importa é que estamos aqui agora. Juntos. — frisou. Seu tom compassivo pareceu deixar o Ryman mais aliviado. Ela olhou ao redor, suspirando. — Vocês disseram que o diretor está vindo? — ela trocou um olhar significativo com Iris.

— Eu bem falei que ouvi alguém na Sala Comunal... — a Legraund se aproximou deles. — O jeito é agirmos rápido.

Emily, que não havia aberto a boca até agora, perguntou tímida:

— Como assim agir?...

Iris indicou os arredores.

— Olhe por você mesma. Estávamos no meio de uma discussão antes de vocês chegarem. As portas não ajudam... — suspirou.

Só então Emily esquadrinhou o local.

Era circular, assim como o pátio das torres, contudo, ali, treze portas o circundavam (contando com a por onde entraram), cada uma com um símbolo diferente: tridente, pavão, pomba, lira...

As paredes eram prateadas e exalavam uma luminosidade de origem misteriosa, pois não haviam velas. Diversas pinturas de raios e relâmpagos preenchiam seu revestimento. Não haviam mobílias. Um único pedestal compunha o interior da sala, localizado exatamente em seu âmago.

— O que tem ali? — Matt perguntou, apontando para o pedestal.

Louisa encolheu os ombros.

— Uma escultura bem impressionante... Venham ver.

Os quatro se aproximaram do pedestal, rodeando-o. Emily inclinou-se um pouco para ter uma melhor visão da pedra de mármore branca situada acima do pedestal, contudo, antes que pudesse averiguar qualquer coisa, assustou-se com a exclamação de Iris.

— Puxa, elas estão se mexendo! — ela olhou impressionada para Louisa. — Não estavam assim antes!

Emily recuou alguns poucos passos ao ver diante de seus olhos algo surreal:

A escultura esculpida no mármore retratava o que parecia ser um enorme e farto banquete. Uma mesa grande estava acomodando diversas frutas, carnes e cálices cheios de bebidas. Ao seu redor, havia estátuas de doze deuses, deliciando-se com a ceia.

A parte assustadora vinha agora: o que devia ser uma escultura inanimada, estava, na verdade, cheia de vida. As estátuas esculpidas se moviam e levavam os alimentos à boca, todas entretidas em uma conversação animada e alta. Se houvesse som, Emily imaginava que estaria uma enorme barulheira preenchendo a sala agora.

— Olhem, faltam algumas partes do mármore. — o Ryman falou de repente, apontando para a escultura. — Quatro deuses estão sem rosto.

Emily, mesmo temerosa, aproximou-se um pouco, a fim de checar a conclusão do garoto. De fato, cerca de quatro estátuas estavam sem faces, como se alguém tivesse quebrado a escultura com um martelo — o que era curioso, considerando que o mármore não parecia ter sido vandalizado violentamente, as extremidades de seus "buracos" evidentemente polidas e retas.

Emily não conhecia muito sobre mitologia, pois sempre teve medo das histórias que os professores contavam na Henry Fawcett. Centauros, medusas, quimeras, gigantes, minotauros... Eram um completo terror para seus ouvidos.

Também não conhecia muito sobre os deuses. Lembrava-se do nome de pouquíssimos, e não recordava-se nem da metade das coisas que eles representavam. Se fosse dar um chute, apostaria que estavam na torre de Júpiter, considerando as pinturas de raios e nuvens nas paredes.

Iris semicerrou os olhos para a escultura.

— Hum, quais dos deuses estão faltando?... — ela tocou o indicador no mármore.

De repente, a luz prateada da torre ficou ainda mais forte, cegando-os por um segundo.

O toque da mão de Iris deveria ter desencadeado alguma reação no local, pois várias coisas aconteceram ao mesmo tempo:

Um buraco se abriu em torno do pedestal, puxando-o, juntamente com a escultura, para o subsolo. Ouviram um tranco à suas costas, e Emily sentiu uma bile subir-lhe à garganta quando viu que a porta por onde entraram havia desaparecido, restando as outras doze.

Então, uma voz trovejou pela sala, fazendo Emily dar um pulo no lugar:

— VOCÊS BUSCAM PELO PEDAÇO DO CRISTAL MALDITO?

Era como se aquela voz ecoasse no fundo da mente de Emily. Seu timbre era tão forte e tão cheio de poder, que não soube se vinha de um homem ou de uma mulher.

Era como se nem fosse humana.

Olhou para seus colegas, e todos esboçaram expressões tão tensas e aturdidas quanto ela.

Iris engoliu em seco.

— Err... Sim?

A voz voltou a trovejar:

— PARA OBTÊ-LO, PRECISAM CONSEGUIR DE VOLTA OS ROSTOS PERDIDOS DOS QUATRO DEUSES. VOCÊS ACEITAM O DESAFIO?

Emily olhou aterrorizada para os outros. Viu Matt lançar um olhar convicto para Iris e Louisa, e os três acenaram como uma equipe.

Emily foi gesticulando rapidamente, fazendo movimentos negativos com a cabeça, prevendo a ação absurda que se desencadearia a seguir.

— Sim! — os três falaram em uníssono ao mesmo tempo em que Emily exclamava um "Não!" desesperado.

Sua resposta foi em vão.

O chão sumiu aos seus pés. Emily caiu num abismo negro e profundo.   


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Notas finais do capítulo

Eis um desafio para vós: a quais deuses pertencem os quatro rostos que faltam na escultura? Duvido alguém conseguir chutar os quatro nomes corretos, hehe ^-^

Olha, só digo uma coisa: quem já leu Percy Jackson vai AMAR os próximos capítulos, estão simplesmente CHEIOS de referências! *-* Simplesmente adorei essa parte.

Até o próximo!

Malfeito, feito. Nox.



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