Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 61
Capítulo 60 — Louisa e Iris Tomam uma Decisão


Notas iniciais do capítulo

Yo!!!

Eis o PRIMEIRO capítulo do ÚLTIMO arco da fanfic!! Está realmente acontecendo, estou tão empolgada!! Vocês nem fazem ideia do que virá pela frente, tem tanta coisa aguardando nossos protagonistas...

Boa Leitura! ♥



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♦ Louisa Northrop ♦

 

Louisa nunca desejou tanto que Iris baixasse o volume da voz como naquele momento.

Olhou ao redor. Felizmente a Sala Comunal estava bem cheia e barulhenta, o que fazia com que quase ninguém se interessasse pela "quase-discussão" que, tinha certeza, Iris faria questão de eclodir em poucos segundos.

— Como assim vocês "não podem"? — uma Iris nitidamente nervosa ironizou. — Subam logo até o dormitório dele antes que eu mesma chute o traseiro de vocês!

Setrus Fisheer e Derek Hawley não demonstraram intimidação alguma pelo jeito agressivo da menina; continuaram com os narizes irritantemente arrebitados em superioridade.

— Já dissemos, Legraund. — Derek a olhou como se conversasse com uma criança. — O Ryman não quer descer.

— E ela ainda se diz compreensiva... — Setrus fingiu bocejar. — Quer incomodar o garoto justo em seu momento de depressão-esmagadora?

Iris trincou os dentes.

— Argh, a quem estão querendo enganar fingindo que se importam? Chega dessa palhaçada antes que eu vomite em cima de vocês! — ela revirou os olhos. — Como sabem que ele não quer falar com a gente, sendo que nem ao menos o chamaram? Ou vocês também possuem algum tipo de "técnica" para se comunicarem à longa distância? — ela desconfiou.

Os dois se entreolharam, confusos.

— Depois dizem que nós é que somos loucos. — Setrus sorriu, irônico. — Quer saber, Legraund? Eu conheço uma curandeira ótima que pode resolver esses seus delírios mentais num instantinho. Quer o nome?

Antes que a ideia de acertá-lo na cabeça pudesse passar pela cabeça de Iris, Louisa interviu: pegou a amiga pelo braço e a puxou alguns metros de distância, bem longe dos garotos.

— Iris... — começou após pararem. — Esses dois podem ser complicados, mas eles até que possuem razão. — expôs num sussurro. — Billy e os outros alunos já foram cristalizados há alguns dias, e Matt mal deu sinal de vida desde então. Talvez, se dermos um pouco de espaço...

— O quê? — Iris interrompeu-lhe, franzindo o cenho. — Acha que ele precisa de mais espaço do que isso? — ela apontou na direção da abertura da torre dos meninos. — Não, não; fora de questão. — ela inclinou a cabeça, baixando a voz também. — Louisa, nossa investigação ao Cristal Maldito está parada até agora. Não podemos mais esperar. O amuleto, estando ou não com Anne Crystal, não mudará o fato de que o tal de "ele" continua buscando o pedaço do Cristal tanto quanto nós. — ela olhou ao redor. — E ainda tem aquela mensagem do Billy...

Louisa suspirou.

— Eu ainda não consegui compreender direito... — admitiu.

— E justamente por isso que temos que falar com o Matt. — Iris decretou. — Mas, parando para pensar... — Louisa acompanhou seu olhar, que caiu sobre Setrus e Derek. Ambos continuavam no mesmo lugar, observando-as. — Esses dois patetas não irão colaborar se não fizermos valer a pena. — ela abriu um sorriso um tanto macabro.

Não demorou para Louisa sentir um ligeiro desconforto.

— Como assim...?

— Oras, vamos, Louisa. — Iris revirou os olhos. — Qual a melhor maneira de dobrar malandros iguais a eles? — Louisa balançou a cabeça em negação, ainda confusa, fazendo Iris suspirar. — Dando algo em troca. Você tem algum dinheiro aí?

— Ah... — arregalou os olhos, um pouco surpresa. Louisa nunca gastara muito tempo prestando atenção nos costumes de "traquineiros", então era leiga no assunto. — Hum... — olhou os bolsos. — Sinto muito, deve estar tudo no quarto.

Iris pareceu impressionada.

— Uau. Achei que gente rica sempre andasse com dinheiro no bolso. Bem — ela assobiou, revirando os próprios. —, eu só tenho um outro tipo de dinheiro aqui comigo.

Louisa observou com curiosidade e fascínio aquelas tiras de papel de cores variadas.

"Como parecem frágeis...", pensou.

— Hum. Acho que poderá interessá-los. — assentiu. — Mas... Por que exatamente temos que dar dinheiro a eles?

De repente, sinais tensos surgiram nas feições de Iris.

— Ah... É que... — ela mordeu os lábios, em seguida sacudindo a cabeça como se desistisse de tentar insistir consigo mesma. — Está bem, eu confesso: — sussurrou nervosa. — Quero pagar eles para que criem uma distração pra gente. Para que possamos subir sem sermos vistas!

Louisa sentiu como se tivesse levado um choque no coração.

— I-Iris! — empalideceu. — Ficou doida? Não podemos subir lá! — alegou com aflição.

— Por quê? — Iris retrucou como se não se importasse, mas as bochechas avermelhadas confirmavam seu nítido constrangimento com a própria ideia. — Já fizemos isso antes...

— Mas quando não tinha quase ninguém! — relembrou. — Se uma única pessoa nos ver, será o fim da nossa imagem! Nossos pais poderiam nos desertar se quisessem e...

— Opa, calma aí, Louisa... — Iris esquivou-se do assunto. — Não sei você, mas meus pais não são tão antiquados para chegar a esse ponto...

Seu rosto ficou tenso. Iris podia falar aquilo, mas, diferente dela, a família a qual Louisa pertencia era tradicionalista ao extremo. Sabia do amor que os pais nutriam por ela, porém...

E se aquele amor pudesse acabar de uma hora pra outra assim que Louisa fosse pega fazendo alguma besteira?

Iris devia ter previsto o medo estampado em seu rosto, pois logo tratou de tranquilizar-lhe.

— Acalme-se, Louisa. Olhe — ela apontou discretamente para os dois garotos. —, as distrações deles sempre são infalíveis. Ficaremos bem.

Louisa ainda devia estar bem insegura, pois ela logo continuou:

— E depois, se o Cristal Maldito acabar cristalizando todo mundo, incluindo a nós, nossos pais teriam coisas mais importantes com que se preocupar, não acha?

Se Iris achou que dizendo aquilo conseguiria convencer Louisa, ela achou certo.

— ... Tudo bem. — Louisa buscou acalmar as emoções internas. — Vamos lá, então...

Derek e Setrus encararam-nas com estranheza quando se aproximaram novamente.

— Por que, afinal, querem tanto assim falar com o Ryman? — Derek indagou. — Querem fazer algum tipo de declaração ou coisa assim?

Louisa sentiu-se avermelhar até a raiz do cabelo, enquanto Iris balançou a cabeça, exasperada.

— Que ideia mais idiota é essa? Olhem aqui, não é nada disso... Escutem — a ruiva se acalmou. —, quero que façam algo para a gente...

Louisa, então, ficou ouvindo com certa amargura a explicação de Iris aos garotos. Ela falou sobre o plano de eles criarem uma distração das grandes ali na Sala Comunal para que, assim, ela e Louisa pudessem subir sem serem notadas.

Os dois soltaram um longo assovio quando Iris acabou de falar.

— Ohh... — Setrus pareceu impressionado. — Que atitude mais ousada...

— E por que acha que faríamos isso de graça? — Derek exigiu respostas.

— Que bom que perguntou. — Iris sorriu, tirando um chumaço daquele "papel de dinheiro" do bolso. — Aqui. Sabem o que é?

Os olhos dos dois se arregalaram instantaneamente.

— I-Isso é...

— Dinheiro trouxa. E então? Aceitam nos ajudar?

A animação devia tê-los pegado de jeito, pois a pose de "olhe só, somos garotos certos e responsáveis" sumiu na hora.

— É pra já! — Derek pegou o dinheiro. — Setrus, acho que essa é uma boa hora de testar o presente do meu pai!

O outro massageou as mãos, sorrindo maniacamente.

— Sim, sim! Vamos lá!

— Mas o quê...? — Iris tentou indagar, mas eles já haviam saído correndo para perto das poltronas para fazer seja-lá-o-que-fosse. — Bom! — ela virou-se para Louisa, com altivez. — Venha, vamos nos aproximar mais da abertura. Assim poderemos subir em disparada pela escada.

Louisa assentiu, contudo ainda muito longe de estar confortável.

"E o que será que eles farão...?", perguntou-se intimamente.

A resposta não tardou a vir. Ou melhor, o barulho.

Louisa só sabia que, de um segundo para o outro, o som ambiente da Sala Comunal explodiu num grasnar de corvos ensurdecedor, fazendo todos taparem os ouvidos dolorosamente.

Quando as coisas não poderiam ficar piores, gritos gerais foram-se escutados após intermináveis penas negras de corvos começarem a surgir do além, enchendo cada espaço do cômodo.

Com isso, a maioria dos alunos — desesperadas por achar que realmente havia corvos no local —, começaram a correr às cegas na direção do retrato, estapeando e se engasgando com as penas pelo caminho.

Antes que Louisa decidisse tomar o caminho do retrato também (aquele espetáculo a havia feito esquecer até mesmo do próprio nome), sentiu um solavanco no braço. Viu que era Iris, que começara a puxar-lhe rapidamente degraus acima.

— Uau! — a ruiva comentou, pasmada. — Quando se fala em distrações, com certeza é com aqueles dois que devemos falar!

Felizmente o dormitório de Matt não ficava nos andares altos, e logo as meninas viram-se de frente a porta, os corações, outrora acelerados, suavizando-se lentamente.

Hesitaram antes de bater.

— Iris... E se ele não quiser falar conosco? — Louisa sussurrou. — Certamente ele deve estar bem mal...

Notou que Iris também devia estar pensando a mesma coisa; contudo, a ruiva limitou-se a balançar a cabeça, como se espantasse essa preocupação.

— Não, Louisa. — ela falou firme. — O Ryman tem que entender que o Sánchez não foi o único que sofreu dessa vez. — ela olhou-lhe. — E se não tomarmos uma atitude logo, esses ataques repentinos continuarão acontecendo, até chegar ao ponto de que as vítimas acabem sendo nós.

Louisa continuou com um sentimento de leve inquietação, mas assentiu, compreendendo as palavras de Iris.

Era verdade. Uma dúzia de alunos haviam sido atacados daquela vez, e não apenas Billy. Tinha-se de considerar que as pessoas próximas de Elisa Portini, da Lufa-Lufa; do apanhador Stolin e de Mirela Allen, da Grifinória; de Aghata Mason e Glória Tudor, da Sonserina; e das tantas outras crianças que sofreram o ataque, também estavam desoladas.

Louisa sabia que estavam transferindo os estudantes aos poucos para o St. Mungus, para assim ter mais organização. Havia escutado que Billy continuava na Ala-Hospitalar, e nem queria imaginar o estado dele...

Charlotte Hevensmith fizera um verdadeiro escândalo ao saber que sua fiel amiga havia sido uma das vítimas. Ela não sossegou até que alguma alma viesse lhe consolar — que, no caso, tratou-se do próprio zelador Rancorous, que apenas mandou-a calar a boca.

O que havia chateado Louisa também foram alguns comentários alheios que andara ouvindo nos corredores, como: "Hunpf, teria sido até bom se aquela Northrop quem tivesse ficado cristalizada em vez daqueles outros. Ao menos teríamos uma aberração a menos além do Cristal Maldito por aqui".

De fato, não foi nada legal.

Realmente esses episódios não faziam Louisa sentir-se nem um pouco bem. Mas evitou comentar sobre os "incidentes-de-ódio-contra-a-Northrop" com Iris, pois não queria passar uma imagem de fraca para ela.

E, agora, ter uma amiga ao menos lhe dava mais força.

Esquecendo esses acontecimentos por hora, acenou para a ruiva.

— Certo, vamos entrar.

Com educação, bateram na porta — Louisa teve de fazer Iris desistir da ideia de entrar bruscamente e sem avisar, iguais aos tais "detetives" — e entraram.

O quarto estava, na medida do possível, arrumado. Certamente, Derek e Setrus deviam ter sentido piedade de Matt, deixando o espaço parcialmente agradável, uma vez que ele não saía mais de lá.

Seus olhares caíram imediatamente sobre a figura de Matt.

O garoto parecia estar tão afundado em uma profunda aura de tristeza que por pouco Louisa não foi até ele e ofereceu um paninho que sempre carregava, dizendo em tom encorajador: "pode descarregar o sofrimento para fora, não precisa ter vergonha".

Ele não parecia ter notado a entrada das duas, pois continuava alheio a tudo enquanto enchia um malão com roupas, sapatos, frascos, penas, tinteiros e vários outros utensílios que usavam em aula.

O garoto aparentava uma fisionomia cansada, as olheiras profundas, que causavam um brilho de solidão em seus olhos verdes, evidenciando que o garoto não estivera dormindo bem.

Francis, o sapo de Billy, jazia deitado inconsolavelmente dentro de uma gaiola de viagem, como se soubesse exatamente o que havia acontecido com o dono.

Vendo que ele não olharia em suas direções tão cedo, Iris pigarreou.

— Ryman...? — ela começou, um tanto tensa. — Viemos falar com você...

O garoto não demonstrou surpresa quando direcionou os olhos para elas. Logo, ele voltou ao que estava fazendo, completamente sem ânimo.

— Hum... — ele murmurou, desinteressado. — Sobre o quê?

Louisa não ficou nada confortável ao averiguar o nítido desinteresse que ele estava expressando sobre qualquer assunto. Mas, mesmo assim, resolveu focar no que haviam ido fazer.

— Sobre o Cristal Maldito... — começou, timidamente. — E... Bem, sobre aquela mensagem...

Ele revirou os olhos lentamente, como se a voz de qualquer um que escutasse lhe causasse um mal tremendo.

Matt respirou fundo, ignorando-as.

— Aquilo não era nada...

— Como assim "não era nada"? — aparentemente, Iris deduziu que falar de maneira cautelosa não as levaria a lugar algum, aderindo um tom mais impaciente na voz. — Matt, você ficou em pânico quando viu aquelas... — ela fez uma careta pela frase estranha que diria: — Moscas-mensageiras. Elas vieram de Billy, não foi? Mas como isso é possível?

— É uma longa história... — Matt suspirou, infeliz. — Para resumir, Billy possui um certo "controle" sobre elas, e por isso consegue enviar mensagens. Satisfeita?

Iris aparentou estar sentindo tudo, menos "satisfação".

— Mas...

— Iris... — Louisa a chamou de maneira que dissesse "seja compreensiva". Também achava aquele detalhe das "moscas-mensageiras" estranho demais, contudo, Matt não aparentava força de vontade alguma para falar sobre aquilo. — Acho melhor focarmos na mensagem que vocês receberam.

— É verdade. — Iris acenou, concordante. Virou-se para Matt, olhando-o com mais afinco. — Escute, Ryman. Aquilo que lemos... "Matt, você precisa saber! O traidor é...". — ela recitou, o cenho franzido. — Billy iria dizer o nome do tal "ele". Entende a gravidade disso?

— É verdade. Ele realmente deve ter feito uma investigação pessoal nas torres, assim como prometeu que faria. — Louisa ressaltou, voltando-se então para Iris. — E, consequentemente, acabou cruzando com o caminho do nosso suspeito...

— Sim, sim, e se lembrarmos da posição que o Billy-Cristalizado estava, dá para perceber nitidamente que ele estava correndo, provavelmente procurando pelo Matt. — Iris deu continuidade ao raciocínio, ficando mais agitada. — E ainda...

 Vocês podem parar com isso?! — o grito nervoso e cansado de Matt interrompeu a conversa, assustando-as.

Ambas olharam para o garoto, que parecia ter perdido toda a paciência que possuía.

— Vocês não veem que não quero mais saber disso?! — Matt jogou um caldeirão no chão, fazendo-as se sobressaltarem. — Eu estou desesperado, não percebem? Meu melhor amigo... — a voz dele embargou. — Ele estava bem aqui... — apontou dolorosamente para a cama de Billy. — E agora não está mais.

O silêncio foi pesado.

Iris e Louisa se entreolharam como se indagassem intimamente uma para a outra: "E agora? Como se consola um garoto lamuriado nesse nível?".

Não foi nenhuma das duas que cortou o silêncio do quarto, e sim Matt, que, agora — e mais triste que nunca —, voltou a lamentar:

— Eu o chamei de tolo...

— Rym... Matt. — Iris interveio, novamente cuidadosa. — Billy com certeza não se sentiu ofendido de verdade...

O garoto não pareceu escutá-la.

— O chamei de tolo... Por que fiz isso?

Iris fez uma careta, olhando para Louisa. Ela balançou a cabeça negativamente em derrota, como quem diz: "Já era... Não vamos conseguir nada com ele".

Louisa prensou os lábios com nervosismo. Não queria desistir ali...

Pigarreou, aproximando-se alguns passos de Matt.

— Olhe, Ryman... Iris e eu queremos ir até as Doze Torres procurar o pedaço do Cristal, uma vez que não há mais tempo para procurar o amuleto...

— Então vão com Merlim. — Louisa sentiu como se houvesse levado uma esguichada de água na cara. O garoto respirou fundo, voltando a colocar os pertences de volta na mala. — Estou ocupado. Me pediram para arrumar as coisas de Billy para que esteja tudo em ordem quando a tia dele vier buscá-lo.

— Mas...

— Louisa, vem. — Iris fez um gesto com a cabeça em direção a porta, respirando fundo. Seu rosto estava lívido. — Vamos deixá-lo. Você estava certa, não deveríamos ter vindo.

Matt não questionou, como se, na visão dele, as duas já houvessem saído há tempos.

Louisa não achou aquilo justo. Não soube dizer se Iris estava tão incomodada quanto, mas suspirou, concordando. Evitou olhar uma última vez para Matt antes de sair. A indiferença que ele transpassava estava começando a perturbá-la.

Louisa fechou a porta. Já do lado de fora, ficou um pouco confusa por ver que Iris não havia começado a descer as escadas ainda. Fez menção de dizer que era melhor se apressarem antes que algum garoto as visse, porém, sua voz morreu ao ver os punhos cerrados da ruiva.

Olhou-a cautelosamente.

— Iris...

— Não. — a garota balançou a cabeça, seus olhos pregados sobre o piso de pedra. Ela fechou os olhos por alguns segundos, os reabrindo em seguida; seu brilho, antes derrotado, agora firme. — Eu não... Nós não precisamos dele. — falou resoluta. — Cuidaremos de tudo sozinhas. Você e eu.

O olhar intenso que Iris lhe dirigiu fez Louisa imaginar que ela precisava, que necessitava muito, de uma resposta positiva.

Assentiu.

— Certo. Iremos juntas. — acrescentou, frisando que estaria do lado dela até o fim. Olhou para a escadaria circular. — Vamos logo, a distração do Fisheer e do Hawley não deve durar muito mais tempo.

Com a lembrança, ambas desceram céleres os degraus, dando de cara com uma Sala Comunal tomada por penas de corvos e um cheiro de queimado terrível pairando pelo ar. Louisa deu uma breve olhada e reconheceu o que pareciam ser penas negras carbonizadas no interior da lareira. Não havia ninguém ali, nem mesmo Setrus e Derek estavam presentes.

Tomaram a escadaria do dormitório feminino, subindo até o quarto.

Iris se mantivera quieta até agora, o que era um tanto estranho para Louisa.

Na metade do caminho, subindo os lances intermináveis de degraus — às vezes, Louisa lamentava o fato de o quarto delas estar localizado quase no topo da torre —, a voz de Iris finalmente fez-se presente:

— Certo! — ela bateu palmas, assustando um pouco Louisa. — Sei exatamente o que faremos! — olhou-lhe com uma energia invejável, nem de longe lembrando a garota baqueada de minutos atrás quando saíram do quarto de Matt.

Louisa não queria, mas ergueu uma sobrancelha, reticente.

— O que você tem em mente dessa vez? — perguntou cuidadosa. Em sua cabeça, apenas implorava para que, pelo menos desta vez, a garota não citasse nenhuma de suas fiéis "abordagens-agressivas".

Ela sorriu.

— Iremos ao quinto andar explorar as doze torres esta noite, assim que o toque for anunciado. — ao ver que Louisa hesitou um pouco (seu pé bateu levemente no degrau após um pequeno "tropeço"), Iris assumiu uma expressão séria. — Não há tempo a perder. Temos que achar o Cristal Maldito. — falou com obstinação.

Louisa sentiu um leve tremor sacudir-lhe os membros.

Pela primeira vez deu-se conta de que finalmente a investigação que durara meses e meses seria posta em prática pra valer.

Queria sim resolver tudo, mais do que qualquer um, contudo, nada a impedia de sentir uma apreensão com o que viria pela frente.

Olhando para Iris, analisando principalmente a luz de convicção que seus olhos azul-gelo pareciam irradiar, sentiu uma fonte de coragem desconhecida invadir-lhe o interior, sendo o engate perfeito para que tomasse a decisão final:

— Temos e vamos encontrá-lo, Iris. — acenou firmemente. — Ao fim desta noite, tudo estará resolvido.

 

[...]

 

Anne soltou um suspiro de júbilo.

Fechou cuidadosamente a porta do quarto, que continha apenas uma pequena fresta em sua extremidade...

... Contudo, o suficiente para que qualquer conversa nas escadarias pudesse ser perfeitamente ouvida e digerida.

Virou-se para o interior do quarto, seu cenário amplo enquadrando-se perfeitamente na visão de Anne — assim como suas próximas ideias tomavam forma e moldavam-se perfeitamente em sua mente, prontas para serem postas em prática.

"Então é isso que elas vinham planejando todo esse tempo? Que pena...", sorriu, travessa.

Anne mostraria quem sairia ganhando dessa vez. 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam??? Finalmente está chegando na hora H, o que será que elas vão enfrentar nas Doze Torres? O Cristal estará mesmo lá? E, principalmente, agora elas estão sozinhas nessa...

E, no fim, ainda tem a Anne para puxar o pé de todo mundo x-x

Preparem-se, pois a partir do próximo capítulo a operação "ACHAR CRISTAL MALDITO" vai começar!!!

Malfeito, feito. Nox.



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