Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 60
Capítulo 59 — Ataque em Massa


Notas iniciais do capítulo

Yo!!

Só digo uma coisa: preparem-se que vem BOMBA!

Boa Leitura ♥



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◘ Emily Parker ◘

 

Logo após adentrar as portas do castelo, Emily ouviu os gritos.

O Hall de Entrada estava cheio de alunos animados e empolgados. Emily não conseguiu ver bem o que estava acontecendo, contudo, notou que todos estavam fazendo uma rodinha no meio do recinto, assistindo a algo decididamente interessante em seu âmago.

Pelo tumulto, gritos, torcidas e risos, Emily só pôde supor uma única alternativa:

Estava rolando uma briga.

Lembrando-se do que acontecera na última vez em que algo assim ocorreu em Hogwarts — mais especificamente em um Nathan Warris totalmente engasgado —, Emily sentiu-se afligir. Permaneceu exatamente onde estava, parada diante das portas de entrada a uns cinco metros de distância do local da briga. Não sabia quem e nem o porquê da intriga, apenas desejava que ninguém saísse ferido.

Hogwarts possuía o maior número de conflitos que Emily já vira. Nem mesmo em Henry Fawcett, sua antiga escola, os alunos chegavam a tal ponto de machucar gravemente seus colegas (contudo, valia ressaltar que as “brigas-bruxas” eram decididamente mais perigosas do que as normais).

Emily não ficou por muito tempo no escuro, pois alguns alunos mais velhos que haviam se encostado numa parede ali próxima começaram a comentar, risonhos, sobre a briga logo a frente:

— ... Parece que é aquele garoto Green quem está na intriga. — um garoto alto, que Emily reconheceu como sendo Thomas Lewis, da Grifinória, comentou com um sorriso desdenhoso. — O estranho é que dizem que ele é bem pacífico...

— Hunf, se tivessem dito na minha cara aquelas coisas horríveis da minha irmã... faria bem pior que ele, isso sim. — uma garota cheinha fez cara feia. — Tinha que ser amiga daquela Hevensmith, não? Nenhuma delas presta... qual é mesmo o nome dela?

— Glória Tudor. — outra garota respondeu. — Dizem que ela é a fiel companheira da Hevensmith. Uma garota intragável, devo dizer... ouviram que ela plantou algumas bombas-de-bosta no vestido caríssimo de Ema Jams? E agora está aí, ofendendo uma garota que está praticamente no túmulo...

Emily não precisou escutar mais para entender exatamente o que se passava: Glória havia provocado Daniel Green, fazendo comentários desrespeitosos sobre sua irmã, Clara, que estava cristalizada e adoecida no hospital desde o Natal.

Embora Emily fosse totalmente contra a violência, não pôde criticar a atitude do garoto; ele estava no direito de ficar zangado.

Foi nesse momento que a briga pareceu se intensificar drasticamente. Após o primeiro lampejo dourado estourar, Emily deu-se conta de que as coisas estavam realmente sérias. As varinhas haviam sido sacadas.

Gritos explodiram na multidão ao redor; uma garota saiu tropeçando com as mãos no rosto após ter sido atingida por um feitiço que estava fazendo suas sobrancelhas crescerem numa velocidade descomunal, desaparecendo de lá aos berros.

O resto dos alunos pareceram ficar mais atentos, lançando feitiços protetivos em volta de si mesmos para não serem atingidos pelas azarações aleatórias que Daniel e Glória lançavam um no outro.

Emily, claro, não fugiu à regra: abaixou-se, encolhida contra a parede atrás de si, temendo receber um par de orelhas a mais.

— Aproveite bem, Tudor! — o grito de Daniel ecoou furiosamente. — Ficará sem falar por semanas depois que eu costurar sua boca! — ameaçou louco da vida.

“Ah não, isso já é ir longe demais...”, Emily mordeu os lábios ao mesmo tempo em que seus olhos atentaram-se para os dois duelistas contra sua vontade. Assim como ocorrera com o restante dos alunos, a curiosidade de ver se o garoto concretizaria mesmo tais palavras havia atiçado-lhe a atenção também.

Contudo, de repente outra coisa atraiu-lhe de forma mais intensa; e não foram as respostas mal educadas de Glória, que agora xingava o garoto com todas as forças: palavras como “trasgo!”“imundo!” ou até mesmo “você mal teria dinheiro se não fosse pela grana de seus pais!” — observação que enquadrava-se perfeitamente à vida da garota também, caso ela não soubesse — soavam altas e com intensa ira.

Na verdade, Emily parou de prestar atenção quando um estranho fenômeno começou a agir diante de seus olhos: no teto, logo acima de onde decorria-se a briga e a muvuca, uma espécie de luz ligeiramente ametista começou a surgir de sua superfície. Aumentava lenta e ameaçadoramente.

Emily franziu o cenho. O que seria aquilo?

Foi levantando-se lentamente para enxergar melhor aquela luz, visando ter um melhor ângulo...

... Quando aconteceu.

O estouro foi, literalmente, ensurdecedor.

No momento em que se jogou, inconscientemente, no chão, Emily achou que o teto estava desabando. Fechou os olhos e contorceu o rosto numa expressão de pavor, a cabeça sendo apertada loucamente entre suas mãos.

Acreditaria sem pensar duas vezes se dissessem que fora possível escutar as batidas desenfreadas de seu coração do outro lado do mundo.

Mas não foi a sensação de não ter nada esmagando sua cabeça que tirou Emily de seu estupor, e sim, os grunhidos dolorosos ao redor, como se os outros alunos também estivessem se recuperando de suas próprias quedas intencionais.

Não enxergou muita coisa ao abrir os olhos. Caindo ou não, o teto realmente sofrera danos, pois resíduos de poeira e concreto preenchiam todo o espaço ao redor — além de uma significativa carga de poeira ametista estar impregnada no ar...

Mal terminara de juntar as peças em sua mente quando a exclamação de pavor fez-se presente:

— O Cristal Maldito! Foi ele!

Na mesma hora a névoa de detritos dispersou-se, abrangendo todo Hall de Entrada na visão de Emily...

... Assim como os inúmeros corpos cristalizados espalhados pelo local.

Sentiu o estômago afundar. Os olhos de Emily estavam tão arregalados que poderiam ter caído da face. O coração, então? A menina já nem possuía mais certeza se ele continuava a bombear.

Os gritos foram crescendo nos próximos minutos, assim como engasgos e choros incontidos. Emily conseguiu contar uma dúzia de alunos inertes dentro dos cristais, todos contendo expressões apavoradas.

— E-eu, eu... — voltou a atenção na direção de Daniel Green logo à frente. Com o corpo desequilibrado, o garoto certamente, assim como ocorrera com todos, teria ido ao chão se não fosse por um detalhe: seu braço estava enlaçado desesperadamente pelos de Glória Tudor, agora cristalizada. Era nítido que a garota havia se agarrado na pessoa que estava mais próxima na hora do medo.

O rosto de Daniel estava totalmente verde enquanto fazia tentativas infrutíferas de desenrolar-se dos braços-de-cristais da garota.

Ele suava frio, parecendo a ponto de vomitar.

— N-não consigo soltar... — tentava dizer, engolindo em seco durante o processo. — Não d-dá...

A correria e a gritaria estavam imensas. Emily viu vários alunos desmaiados; outros faziam o que Daniel ainda obtinha frutos em segurar: curvavam o corpo e colocavam tudo para fora do estômago.

Diante de toda aquela cena de horror, Emily permaneceu somente no mais puro estado de choque. Seu cérebro parecia ter finalmente pifado.

Um único pensamento, então, preencheu sua mente:

Torcia para que a Madame Clirony tivesse leitos vagos o suficientes na Ala-Hospitalar.

 

[...]

 

— Então você não falou com ele ainda? — Iris olhou rapidamente para Matt Ryman, que andava ao seu lado no corredor. Tentou soar desinteressada.

Ela e o garoto haviam se encontrado há alguns minutos após Iris sair da Sala Comunal depois de terminar uma redação de Herbologia sobre as propriedades dos Beijos-de-Moça. A garota estava rumando até as Estufas, a fim de entregar a tarefa atrasada para o prof. Beery, quando dera de cara com o Ryman.

Matt deu de ombros, não parecendo querer falar muito no assunto.

— Não. Billy nem quis conversar ontem à noite, é um bebezão... — ele balançou a cabeça. — Nem mesmo apareceu na aula de Feitiços mais cedo.

Iris assentiu.

— Eu notei isso. — olhou-o de canto. — Achei que saberia onde ele está, afinal, você normalmente sempre parece saber. — frisou.

— Não desta vez. — ele falou meramente.

Iris ficou em silêncio por alguns segundos. Não queria se intrometer em uma briga entre amigos, principalmente porque eles pareciam se conhecer... bem... desde sempre.

Após o “pequeno” desentendimento que o quarteto tivera no dia anterior — mais precisamente depois que Billy saiu batendo o pé, dizendo que exploraria o local das Doze Torres sozinho—, Iris não viu mais o latino nos corredores ou aulas.

Justos ou não, Iris era totalmente à favor do argumento de que ir atrás do pedaço do Cristal Maldito sem o amuleto era uma missão suicida. Billy tinha que entender que não era só a segurança dele que estava em risco.

... Mas, de toda forma, sentia-se mal pela briga entre os dois amigos. Não era uma situação agradável, principalmente considerando que toda a parceria entre o quarteto poderia ser comprometida.

Por fim, lembrou-se de como uma boa conversa fez toda a diferença para melhorar a relação dela com Louisa. E, mesmo não sendo muito próxima do Ryman, dar um conselho não era nada demais, certo?

— Ah... Escute, Ryman. Só queria dizer que, referente ao seu amigo Sánchez, você devia... PELOS DEUSES, O QUE É ISSO?! — soltou um grito estridente.

Diante da escadaria principal (que iriam descer), um moscaréu gigantesco fez-se presente.

Iris chutou que devia ter mais de quinhentas moscas naquele redemoinho. Diversas garotas em volta soltaram gritinhos enojados e saíram em disparada para o lado oposto. Iris teria feito o mesmo, entretanto, desistiu ao ver que Matt não parecia assustado e nem um pouco surpreso com a aparição súbita das moscas.

Em vez disso, outro sentimento estava pregado nas feições atraentes do garoto: preocupação.

— O que aconteceu?! Me digam, rápido! — ele perguntou, ansioso.

... Iris não soube dizer se ele havia falado com ela ou com outra pessoa; afinal, só haviam os dois no espaço, além das milhares de moscas. Olhou-o como se ele fosse totalmente louco.

De repente, algo surreal aconteceu:

As moscas começaram a voar freneticamente, dando voltas e reviravoltas, moldando-se em formas que, pouco a pouco, foram sendo distinguidas como letras gigantes e tortas.

Iris ofegou, não acreditando no que via. Diante de seus olhos, as moscas formavam uma única frase:

“MATT, VOCÊ PRECISA SABER! O TRAIDOR É...”

— O que... O que é isso?... — Iris falou atordoada. Quando voltou os olhos para o Ryman, sentiu um tremor selvagem percorrer-lhe o corpo.

Matt estava totalmente branco. Seus olhos verdes continham um brilho aterrorizado, fixados na mensagem à frente.

Quando Iris fez menção de fazer mais perguntas, ele a cortou inesperadamente:

— Billy está em apuros! Preciso ajudá-lo! — inesperadamente, ele largou os livros que carregava e saiu correndo até a escadaria, atravessando a passagem que as moscas (curiosamente) lhe concederam, descendo como um raio.

Iris piscou, perplexa. Por um momento, hesitou no que fazer.

Olhou para os materiais de Matt esparramados sobre o chão, tentada a catá-los ou perguntando-se se seria melhor deixá-los ali mesmo...

Sem pensar muito, tomou uma decisãoOs “Beijos-de Moça” que a perdoassem.

Iris jogou sua bolsa, juntamente com a redação, sobre o piso, saindo em disparada atrás do garoto. Seu coração batia acelerado conforme descia os lances de escadas, pulando dois degraus por vez. O que estava havendo? Por que Matt ficara tão preocupado? Como e por que aquelas moscas deixaram aquela mensagem?

... E por que Iris começava a ouvir gritos altos e desesperados soando lá embaixo, no térreo?

Iris desatou a correr por um corredor extenso do 3° andar, convicta de que havia visto Matt ir por ali. Estranhamente, muitos alunos estavam correndo e gritando nos andares abaixo, a maioria subindo como se fossem tirar o pai da forca.

Contudo, Iris não tinha tempo para tirar informações com ninguém por estar no meio de sua própria perseguição.

Quando pensou ter ouvido alguém gritar sobre o Cristal Maldito, outra voz soou disparada no corredor à frente:

— Billy, não!

Iris sentiu o coração disparar, a adrenalina correndo célere em suas veias. Uma bile terrível subiu-lhe à garganta segundos antes de virar o corredor e ver com os próprios olhos o que temia em seu íntimo...

Parou ao lado de Matt. Ele estava paralisado, seus olhos estacados sobre a pessoa dentro do cristal arroxeado diante deles.

Iris levou as mãos à boca, sentindo-se como se tivesse levado uma pancada seca no estômago.

À sua frente, havia um garoto moreno, de olhos castanhos, com pequenas moscas quase invisíveis paralisadas acima de sua cabeça em meio à cristalização ametista...

Billy Sánchez havia sido uma das vítimas do Cristal Maldito.


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Notas finais do capítulo

E o Cristal Maldito ataca de novo! E QUE ATAQUE, meus amigos!!!!
...
Infelizmente, parece que Billy não se deu bem dessa vez... Como vai ser agora? E as moscas mandando aquela mensagem? De onde vieram? O que queriam dizer?
Ainda há muitas perguntas soltas, mas que logo serão respondidas, ah, se vão... ^-^
...
Estou VIBRANDO, pois a partir do próximo capitulo entraremos no Arco Final da fanfic! É, meus amigos, está chegando o fim. Mas podem aguardar com expectativa, pois vai ser D+!
...
Até o próximo capítulo, pessoal, beijos!

Malfeito, feito. Nox.



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