Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 58
Capítulo 57 — Prof. Lukar Insensato... Outra Vez!


Notas iniciais do capítulo

Yo!

Como prometi, cá estou com o capítulo da semana! As coisas vão ir acontecendo mais rápidas assim ^-^

O que será que vai acontecer? Pelo que me recordo, Louisa e companhia estavam prestes a ser esmagados por um LUSTRE. Eita, só de olhar o título já prevejo coisa ruim. O que o prof. Lukar vai aprontar dessa vez? E de novo?!

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787916/chapter/58

♦ Louisa Northrop ♦

 

Tudo aconteceu muito rápido.

Antes que Louisa pudesse ao menos gritar, seus olhos voltaram-se para uma cena impressionante que acontecia à sua frente:

Anne Crystal, num gesto automático e desesperado, lançou alguma coisa do bolso para cima, que logo revelou ser pequenas sementes pretas. Quando estas atingiram a altura máxima, enormes e grossas heras desabrocharam das sementes, suas pontas pregando-se sobre paredes opostas, formando uma espécie de "muralha" que incapacitaria o choque do lustre contra eles.

E foi o que aconteceu.

Aparentemente, as heras tinham força suficiente para suportar a pressão do lustre, e logo diminuíram sua velocidade até que este ficasse imóvel, ainda suspenso por uma única corrente.

Estavam salvos.

O salão encontrava-se no mais completo silêncio, dando-se apenas para cada um escutar as batidas desenfreadas dos próprios corações; os olharem perplexos ainda pregados no lustre e nas heras.

— Por Merlim! — Victor Black foi quem cortou o silêncio, boquiaberto. Aparentemente, ele estava para levar uma colherada de omelete à boca quando todo o incidente aconteceu. Encarava os cinco grifinórios como se, ao todo, tivessem cinquenta cabeças. — Foi incrível! Vocês quase morreram! — exclamou, desacreditado.

Louisa continuava ofegante. Ao olhar ao redor, viu que eles realmente eram os únicos que estavam bem na mira do trajeto que o lustre tomava.

"Teríamos morrido instantaneamente...", pensou, assombrada.

— Oh, ora, vejam só! Mas que esplêndido! Nunca pensei que presenciaria tal cena de tamanha magnitude diante de meus humildes olhos!!

... Foi então que o prof. Beery surgiu do nada.

Louisa notou que ele olhava completamente fascinado para as heras enquanto se aproximava.

— Pela majestosa unha do dedo mindinho de Merlim: onde foi que você arrumou essas magníficas sementes, srta. Crystal?

Louisa esperava que Anne fosse se gabar como sempre, mas ficou surpresa em ver que o rosto da menina continuava pálido e sem reação. A situação anterior devia tê-la baqueado em cheio.

— Foi... Em uma viagem à África... — ela respondeu com voz fraca, o olhar assustado. — Fui com meu pai...

— Mas são esplêndidas! — o professor analisou as heras, passando as mãos cuidadosamente como se acariciasse um grindylow (Louisa já tivera experiências aterrorizantes com os pequenos demônios d’águas). Voltou-se para Anne. — Você tem mais delas aí com você? — Anne assentiu, engolindo em seco. — Pois bem! Precisa me mostrar já essas pérolas!

Com isso, o prof. Beery encaminhou uma Anne ainda paralisada para fora do Salão. Nem mesmo parecia ter visto a gravidade da situação que ocorrera no local...

Mas outra pessoa sim.

O prof. Dumbledore entrara no mesmo instante, seus olhos azuis arregalando-se ao irem de encontro ao ponto do emaranhado de heras e do lustre a centímetros do chão.

— Mas como...? O que houve aqui?

— O lustre se soltou do nada. — o prof. Lukar se erguia do chão com esforço; aparentemente, ninguém havia reparado em sua doída queda da vassoura, provavelmente ocasionada pelo susto. — Não sei como aconteceu...

— Mas... Você não estava mexendo nele, Lukar?... — o prof. Marshall, que Louisa nem notara estar no local, carregava uma expressão preocupada. — Será que não acabou soltando algo sem querer?...

De repente, todos os olhares caíram sobre o professor de Voo, que engoliu em seco.

— Mas... — balbuciou tenso e constrangido. — E-Eu juro que não mexi em nada, eu...

— Lukar. — com o chamado do prof. Dumbledore, o homem se calou na mesma hora. Contudo, não havia censura e nem mesmo reprovação na voz e estatura do professor de Transfiguração. — Venha comigo.

Louisa jurou que, não fosse por estarem na presença de Dumbledore — que além de professor também era vice-diretor — todos os alunos teriam soltado um sonoro "Oooohh", lamentando pela situação do prof. Lukar.

O prof. Lukar foi na frente (esquecendo-se até mesmo de apanhar sua tão amada Tinderblast), saindo preocupadamente do local. Já o prof. Dumbledore, antes de segui-lo, virou-se ao prof. Marshall, que ainda mostrava-se bastante nervoso.

— Ajeite as coisas por aqui, Marshall. — pediu.

O outro, buscando aderir uma aparência mais profissional diante da imagem centrada de Dumbledore, ajeitou a postura, concordando.

— Claro, agora mesmo. — acenou, respeitoso.

Com a saída do prof. Dumbledore, o som ambiente pareceu ter se ligado novamente na audição de Louisa.

Os quatro grifinórios se encararam, estáticos.

Billy foi o primeiro a conseguir a proeza de pronunciar uma palavra que fosse:

— Mi Díos...

— Por minha santíssima senhora... — Iris resfolegou, sua voz, outrora firme e resoluta, agora baixa e baqueada. A ruiva tinha levado as mãos instantaneamente ao rosto no momento do susto, e continuava a mantê-las ali.

Louisa via no rosto de seus colegas as mais diversas sensações que rodeavam o interior dela própria: medo por ter quase morrido esmagada por um lustre; espanto por ter sido salva por ninguém mais ninguém menos que Anne Crystal; e incredulidade com a atitude excêntrica do prof. Beery, que pareceu mais interessado nas sementes do que no bem estar de seus alunos.

— ... A Crystal... ela... — Louisa balbuciou, desorientada, engolindo em seco. — ... nos... salvou. — suas palavras soaram ainda mais surreais ditas em voz alta.

Matt esfregou a nuca.

— É... não iria acreditar que algo assim aconteceria no dia de hoje nem que me pagassem mil galeões... nem mesmo se o próprio Mopso¹ tivesse visto essa cena em suas folhas de chá. Na época dele, pelo menos. — acrescentou.

Iris foi a primeira a apresentar sinais de que estava vagarosamente saindo do estado de choque. Ela piscou algumas vezes, como para organizar os pensamentos.

— Bem... admito que foi uma situação inusitada e altamente questionadora... — ela fez uma ligeira careta. — Por Deus, ela nem mesmo se gabou por ter sido a salvadora da pátria! — balançou a cabeça, incrédula.

— Acho que ela ficou tão paralisada quanto nós. — Billy opinou. — Afinal, a srta. "Dedo-Duro" quase teve sua tão preciosa vida ceifada, ou melhor, esmagada por um lustre de cinco toneladas!

Iris pigarreou.

— Acho que está exagerando, Sánchez. — ela olhou para o lustre logo ao lado, que continuava a ser segurado pelas heras de Anne, com nítido interesse. — Esse lustre deve ter três toneladas... ou nem isso... duas e meia, talvez?

— Nem de longe, muchacha, com certeza deve ter cinco, olha a espessura desse metal! — o garoto insistiu.

— Três, e não se fala mais nisso. — a ruiva cruzou os braços.

— Cinco.

— Três.

— Cin...

— Ah, por Merlim! — Matt os interrompeu, parecendo não acreditar na discussão que havia se formado inesperadamente. Deu um doloroso tapa na cabeça do Sánchez. — É sério isso? Todos nós quase morremos e vocês estão discutindo sobre o peso de um lustre?

Louisa quase o agradeceu por ter freado logo aquele debate descabido que Iris e Billy inventaram de travar — se os conhecia bem, a teimosia de Iris, juntamente com a terrível mania que o Sánchez tinha em querer estar certo em tudo, os levaria a ficar ali discutindo o dia todo.

Tratou de voltar ao assunto imediato que requeria prioridades:

— A Crystal disse que não está com o amuleto. — alterou um pouco a voz, para que seus colegas prestassem atenção. — O que faremos agora?

Matt estalou os dedos de repente, os olhos fixos nas portas do Salão Principal. Um sorriso pilantra surgiu, então, em seus lábios.

— Vocês eu não sei — piscou para as garotas, pegando Billy pelo braço em seguida. —, mas eu e Billy temos algo a tratar. Até daqui á pouco! — falou acima do ombro, já pondo-se a sair rapidamente do local, puxando um Billy confuso atrás dele; as sempre fiéis moscas que circundavam a cabeça do Sánchez esforçando-se para acompanhá-los.

Iris tinha a boca entreaberta, vendo que sua chance de pedir para que eles esperassem e revelassem o que iriam fazer fora totalmente por água abaixo. Ela suspirou, revirando os olhos azul-gelo e voltando-os para Louisa.

— Bem... mesmo depois de tudo isso — ela fez um gesto amplo com a mão, indicando os falatórios escandalizados dos alunos que presenciaram a tão "ilustre" cena, e o prof. Marshall que, agora, se punha a fazer o lustre levitar de volta para sua posição original. —, ainda acredito que a Crystal esteja mentindo. — Iris pareceu obrigar a si mesma a acreditar nessa afirmação.

— Então... vamos atrás dela novamente? — Louisa perguntou um tanto incerta.

Compartilhava o mesmo sentimento de Iris: a atitude de Anne em salvá-las havia sido uma grande bomba de contradições em suas intenções de acusá-la de roubo.

Iris mordeu o lábio, enrolando uma mecha de cabelo entre os dedos. Louisa reparou que a garota sempre fazia isso quando estava nervosa, encucada ou pensativa.

De repente, o olhar dela repousou sobre as portas do salão, exatamente como fizera Matt minutos antes; contudo, sua frase foi outra:

— Emily Parker! — o chamado de Iris foi tão alto e tão estridente que Louisa saltou no mesmo lugar. — Parada aí! — ela logo se pôs a correr na direção da pequena garota.

Louisa foi atrás, um tanto quanto confusa.

Emily pareceu paralisar no lugar, os olhos assustados e lábios trêmulos, como se tivesse sido pega em flagrante cometendo algum delito.

Observou Louisa e Iris se aproximarem como se fossem verdadeiras megeras da antiguidade, indo devorá-la.

— O-o que qu-querem de m-mim?... — ela gaguejou, falando com uma voz tão fina e tão baixa que Louisa compadeceu-se do estado da frágil garota em questão de segundos.

... O que não foi o caso de Iris.

— Queremos ter uma conversinha com você. — ela frisou. — Mais especificamente sobre sua “querida” amiga — ela fez aspas com os indicadores —, mais conhecida como "Dedo-Duro", julgo Anne Crystal. — Iris olhou-a atentamente, e Emily estremeceu.

Não demorou para Louisa compreender que Iris estava finalmente realizando seu sonho de dar uma de "detetive", dada a sua altíssima performance em parecer intimidadora.

A Parker piscou várias vezes, entre duvidosa e temente.

— Qu-querem falar sobre a Anne? — franziu as sobrancelhas pequenas (igualmente como todo o resto de sua aparência física). — E-eu não...

— Escute, Parker. — Louisa decidiu interferir, soando mais gentil que sua colega temperamental. — Precisamos que você responda algumas perguntas. Podemos nos sentar em algum lugar, se quiser. — sugeriu, como forma de acalmá-la.

Fosse por suas pernas bambas ou por querer adiar a conversa por um tempo, Emily assentiu. Enquanto as três seguiam para um banco próximo ao Arco de Ouro, Iris lançou um olhar censurador a Louisa, falando sem emitir som: "Você é muito mole".

Sentaram-se. Iris mantivera-se em pé, frente à Parker, como para deixar evidente que estava ali para impedi-la de sair caso quisesse. Louisa, por outro lado, esperou pacientemente Emily se acalmar um pouco. Imaginou que ela talvez estivesse no Salão Principal no momento da queda do lustre e que isso explicava sua estatura assustada (bem... mais que o normal).

Nunca tinha conversado com Emily Parker até então.

Ela era a típica "garota invisível", e quando era de alguma forma colocada à mostra (ocasiões em que algum professor a chamava para responder uma pergunta, por exemplo), ficava tão tímida e introvertida, falando tão baixinho, que mal dava para guardá-la na memória.

— Então... — Iris pigarreou, cruzando os braços; o jeito tímido de Emily pareceu deixá-la um pouco desconfortável. — Queremos saber sobre um... objeto que acreditamos que a Crystal tenha pego recentemente. Um objeto que nos pertence.

Emily levantou os olhos para Iris, um pouco trêmula. Louisa viu duas opções de interpretação nesse gesto: a primeira lhe dizia que Emily sabia exatamente sobre o que estavam falando; e a segunda era que, simplesmente, a garota tivesse um pouco de medo do jeito energético de Iris, considerando que era, bem, o completo oposto da ruiva.

— Um... objeto? — a pequena garota pareceu ficar sinceramente confusa, como se na verdade tivesse esperado outro tipo de assunto. Balançou a cabeça vagarosamente. — Eu... não sei de objeto nenhum. Que tipo? — ela perguntou com receio.

— Um colar, pode-se dizer assim. — Louisa falou rapidamente. Não pôde deixar de notar que Emily parecia ficar menos à vontade quando se dirigia à ela. Ignorando a desagradável sensação de que a Parker também deveria partilhar das mesmas opiniões de todos a seu respeito, Louisa continuou: — Sumiu noite passada, e temos motivos suficientes para acreditarmos que Anne foi a responsável.

— Hum... — a garota fez cara duvidosa. Era um pouco desconfortável o fato de Emily não as encarar nos olhos, e sim, sempre num ponto acima de seus ombros. Ela com certeza possuía um nível de timidez altíssimo. — Eu não lembro de Anne ter dito algo sobre isso...

Iris ergueu uma sobrancelha.

— Certeza?

O tom da ruiva foi do tipo: "Se estiver mentindo, nós saberemos...", o que, definitivamente, fez com que Emily desatasse a falar:

— O-olhe, eu não faço ideia se Anne pegou algum pertence de vocês. Ela entrou no seus quartos no outro dia, mas ela disse que você — olhou insegura para Iris. — expulsou ela de lá. Anne ficou bem irritada com aquilo, por não ter tido tempo de ver nada direito, mas não voltou a entrar no dormitório de vocês. Eu juro! — falou com intensidade.

Iris trocou um olhar questionador com Louisa.

— Como você pode garantir isso? O que a Crystal está fuxicando, afinal? Por que ela está com essa obsessão com a gente? — a ruiva perguntou.

Emily comprimiu os lábios, parecendo estar extremamente infeliz, como se já esperasse que passaria por algo assim mais cedo ou mais tarde.

Ela olhou para o chão, amuada.

— Olhem... Anne é uma pessoa difícil. Ela tem muitas opiniões... divergentes demais. Ela acabou pegando um tipo de cisma com a Northrop desde uma aula do prof. Marshall, que ela tirou nota baixa... — olhou furtivamente para Louisa. — E quando você começou a se aproximar dela, Legraund, consequentemente levou Anne a não gostar de você também.

— Mas que tristeza... — Iris ironizou, revirando os olhos.

Emily continuou, agora em tom mais baixo:

— Ela... acabou criando uma fixação por vocês duas. Sempre querendo saber o que estão armando. Ela acha que vocês irão desonrar o nome da Grifinória, ou algo assim. — ela encolheu os ombros. — Bem... o caso é que Anne me diz tudo o que faz ou que pretende fazer... e com certeza saberia se ela tivesse pegado esse... colar que vocês falaram. É só o que tenho a dizer, juro. E-Eu sinto muito... — disse num fio de voz, encolhendo-se no banco.

Louisa viu que insistir seria tempo perdido.

Emily realmente não parecia saber nada sobre o amuleto. Sua estatura de bicho ameaçado era evidente, e não achou que ela conseguiria mentir nem se quisesse.

Aparentemente, Iris deu-se conta da mesma coisa. A ruiva baixou os ombros, frustrada, sentando-se ao lado de Emily. Toda sua aura de "detetive" havia desaparecido.

— Ah, que droga. — disse. — Desculpe pela falta de empatia, Parker. — olhou para a pequena. — Normalmente não chego nas pessoas como se fosse matá-las... bem, tirando a Crystal. E a Hevensmith. — acrescentou.

Emily apenas acenou timidamente.

— Não tem problema... — olhou de Iris para Louisa. — Só... tomem cuidado. Aquele lustre quase matou-as. — ela tremeu. — Tenho que ir agora... — ela foi se levantando, talvez aliviada por seu interrogatório ter chegado ao fim.

Louisa e Iris levantaram-se também.

Louisa olhou atentamente para a Parker.

Ela era tão... sozinha. Nunca havia se dado conta disso, pois ela normalmente passava bastante tempo com Anne; contudo, agora que a olhava bem, dava para ver que ela tinha uma aura de solidão instalada ao seu redor.

Por muito tempo achou que era a única pessoa excluída dos demais colegas do castelo...

Mas viu que não era bem assim. Sentiu-se culpada de certa forma.

Tentou dizer qualquer coisa que fosse:

— Hum... obrigado pela preocupação. É gentil de sua parte. — optou por utilizar palavras educadas, como sua mãe sempre lhe dizia para fazer caso não tivesse outra coisa em mente.

— É. Não sei por que você anda com a Crystal... — Iris balançou a cabeça. — Ela é uma chata de galocha.

"Chata de galocha...", Louisa estranhou; quantas mais expressões estranhas os trouxas inventavam?

Emily encolheu os ombros, sem graça.

— B-Bem... sei que Anne é difícil... mas ela é boa comigo. — explicou. — Ela me ajuda nas lições e... bem, quando não está arrumando maneiras de acabar com os planos das pessoas, ela é legal. De verdade. — falou ao ver as expressões reticentes nos rostos de Iris e Louisa.

— Na minha opinião, você devia arrumar outros amigos, Parker, porque aquela lá, definitivamente, se enquadra na pior versão de amizade. — Iris não fez questão de esconder a clara sinceridade em sua voz.

Emily apenas torceu o pequeno rosto, mas não disse nada. Em seguida, deu-lhes as costas e saiu em passos lamuriosos em direção às escadarias.

Iris soltou o ar.

— Mas que garota esquisita.

Louisa deu de ombros.

— Um pouco. — começaram a andar de volta ao Salão Principal. — Acho que ela possui problemas dos quais não temos conhecimento.

— Bem, se ela tem, duvido que dividiria com quem quer que seja. — Iris comentou.

Pareceu que ela iria dizer mais alguma coisa, porém, foram surpreendidas ao ver Billy e Matt surgirem na curva do corredor. Louisa foi rápida e deu um passo para trás, evitando uma colisão — Iris, entretanto, não teve essa mesma sorte por estar um pouco mais adiante: chocou-se fortemente com o Ryman, só não caindo pelo motivo de o garoto ter lhe segurado no último instante.

Matt massageou o ombro dolorosamente quando a garota desvencilhou-se dele.

— Ai, ai... sempre posso contar com você para me proporcionar um "belo encontro", Legraund.

— Você quem não enxerga por onde anda, Ryman. — Iris retrucou, ajeitando a capa. Voltou-se para os garotos em seguida. — Onde vocês se meteram?

Billy fez um rápido meneio com a cabeça, fazendo as moscas se dispersarem por alguns segundos.

— Nada relevante. Matt queria bisbilhotar a conversa do prof. Dumbledore com o prof. Lukar, mas não foi nada tão extraordinário. Apenas uma sucessão de "Não tive culpa", "Não sei o que deu naquele lustre" e "Onde está minha maravilhosa Tinderblast perfeitamente polida?". — o garoto imitou perfeitamente a voz do professor de Voo.

Louisa franziu o cenho.

— Mas o que essa conversa teria de importante? — indagou, confusa.

Matt encolheu os ombros, como se não fosse nada demais.

— Apenas uma coisa que tinha me passado pela cabeça... mas acho que estava errado. E vocês, falaram com a Crystal de novo?

Iris negou.

— Não. Conversamos com Emily Parker... — ao ver que as expressões dos meninos foi do tipo "quem é essa?", Iris se impacientou. — Emily Parker, sabem, a garota pequena, tímida e que vive triste pelos corredores. — insistiu. — Está na nossa turma.

Levou alguns segundos até que os garotos se recordassem.

— Ah!... — o semblante de Billy clareou-se. Voltou-se para o amigo. — É aquela garota que colocamos besouros na capa por engano, recuerda? Numa aula de Voo no começo do trimestre...

— É mesmo... — Matt acenou, pensativo.

— Mas que maldade! — Iris reprovou.

— Não era para ser na dela, e sim, na de Suzanne Roowar. — Billy defendeu-se. — Setrus estava oferecendo dois galeões para quem conseguisse o êxito...

Louisa lembrava-se vagamente de uma aula de Voo em que Emily saíra correndo para o castelo nos primeiros dez minutos de aula. Fazia calor e a maioria tinha retirado as capas… Todos pensaram que ela simplesmente tivera medo de montar numa vassoura pela primeira vez e por isso acabou fugindo.

— Pois bem, sobre o que trataram com essa garota? — Matt indagou.

Iris resumiu rapidamente a conversa que tiveram, enaltecendo as partes em que Emily insistira que Anne não estava em posse de amuleto nenhum.

Billy soltou um praguejo, impaciente.

— Maldita sea... pessoal, chega de tentar ir atrás desse amuleto idiota. Não vamos encontrá-lo, isso é fato. Já disse e repito: podemos muito bem encontrar o pedaço do Cristal Maldito sem esse amuleto. Além disso, agora sabemos pelo menos onde o Cristal está.

Louisa inclinou o rosto.

— Mas pode ser que o amuleto esteja realmente com a Crystal e ela simplesmente não tenha mencionado para a Parker.

— Billy, achei que já tínhamos terminado essa discussão. — Matt falou, cansado. — É decididamente mais seguro termos o amuleto em mãos.

— Mas o Cristal Maldito pode mudar de lugar mais cedo ou mais tarde! — o garoto argumentou, irritado. — Assim perderemos a única chance que temos de encontrá-lo!

— Olhe, Sánchez... — Iris começou, calmamente. — Podemos abordar a Anne novamente, e pode ser que ela confesse e devolva o amuleto. Só precisamos de um plan...

— Maldicíon, ustedes están completamente locos! — Billy jogou as mãos para o alto. — Ficam falando desse amuleto vinte quatro horas por dia, e estamos perdendo cada vez mais tempo!

Matt trincou o maxilar.

— Olhe aqui, Billy. — falou em tom duro. — Se quer ser a próxima vítima do Cristal, o problema é terminantemente seu. Não quero estar à mercê de atitudes impulsivas de um completo tolo.

Billy cerrou os dentes.

— "Tolo"?

"Essa não...", Louisa, vendo que a atmosfera estava ficando tensa entre eles, afastou-se alguns passos.

— É isso aí, pois é exatamente o que você está sendo. — Matt replicou. Dava para ver a raiva crescendo em seus olhos verdes.

O rosto moreno de Billy assumiu uma coloração enegrecida, seus olhos escuros soltando faíscas na direção do amigo.

Louisa começou a se preocupar com a chance de ocorrer uma guerra ali e agora.

Iris, numa demonstração de coragem — ou estupidez, na opinião de Louisa, pois poderia acabar sendo pega no fogo-cruzado —, colocou-se entre os dois garotos.

— Hey, hey, acalmem-se! Vocês são amigos! Pra quê isso? — olhou de um para o outro.

O silêncio pairou pelo corredor. Billy e Matt desfizeram as estaturas de intimidação. Louisa respirou aliviada.

Billy, então, deu-lhes as costas, pisando duro, entre frustrado e zangado.

— Querem saber? Eu mesmo poderia investigar sozinho! — bradou, virando então o corredor e desaparecendo de vista.

Outro silêncio, agora constrangedor, pairou sobre os outros três.

Iris olhou para Matt.

— Ele fala sério? — perguntou com suavidade.

O garoto bufou.

— Nem sonhando... — balançou a cabeça, colérico. — Depois tento falar com ele. — e saiu, deixando as duas sozinhas.

Iris e Louisa se entreolharam. A ruiva, então, levantou as sobrancelhas.

— Depois dizem que as garotas quem são sensíveis...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

Mopso¹ — Mopso (grego antigo: Μόψος) foi um vidente cego que viveu na Grécia antiga. Ele derrotou o colega vidente Calcas em uma competição de seus poderes. Ele previu corretamente que uma próxima batalha terminaria em grande derrota, ao contrário da previsão do vidente rival Calcas de que terminaria em grande vitória. Mais tarde, ele morreu em uma briga com Anfíloco sobre o direito ao trono.

§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§

Sabiam que esse Mopso seria incluído na saga Harry Potter como o vidente principal? Pelo que li, a Rowling só desistiu da ideia porque seria difícil ter um personagem como ele nas obras, sendo que ele sempre saberia do futuro por ser um dos melhores videntes. Aí não dava, né? Teve que chamar a Sibila mesmo.

E quem diria que a Anne salvaria à todos? Chocada aqui.
Pobre Emily, ela é tão tímida, dá vontade de colocar num pote ;-;
Parece que o clima ficou tenso para o quarteto... O que será que vai acontecer? Falem aí o que acham ;)

E preparem-se que no próximo capítulo vai aparecer uma figura muito amada! Acho que vocês vão adorar tanto quanto eu adorei! ♥

Lembrando que o próximo capítulo será sábado, e na terça quem vem eu (talvez) poste também.

Malfeito, feito. Nox.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.