Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 51
Capítulo 50 — As Torres-Oeste


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, bruxinhos!
Cheguei um pouco tarde de novo... mas pelo menos estou aqui para cumprir a atualização semanal ^-^
Nem dá para acreditar que chegamos no capítulo 50! Minha nossa... às vezes me pergunto se não exagerei kkkkk
Só tenho a agradecer à todos por lerem Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito ♥

Bem, vejamos... "As Torres-Oeste". Hum, veremos se a dica do Victor valerá de alguma coisa.
Boa Leitura!



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♠ Iris Legraund ♠

 

— Então as Torres-Oeste ficam por aqui? — Iris Legraund indagou curiosa, os olhos varrendo aquela área em que, até então, havia pisado poucas vezes.

— ... Depois da Torre do Relógio pelo o que consta no papel. — Billy Sánchez respondeu, consultando um mapa (sim, ele havia feito um mapeamento inteiro do 5° andar) amarelo-palha que tinha em mãos.

— Shhh, falem mais baixo. A sala de Estudo dos Trouxas é logo virando à esquerda, e não queremos ser pegos em horário de aula, sim? — Matt Ryman censurou, parando em frente à uma enorme janela e instigando os outros três a se aproximarem. — Vamos recapitular. Northrop — ele olhou para Louisa. —, você tem mesmo certeza de que o Black falou sobre as Torres-Oeste, não tem? Talvez possa ter ouvido errado e sejam às do sul...

Louisa negou com a cabeça, parecendo um tantinho cansada por ter de responder àquela pergunta pela terceira vez naquele dia.

— Tenho certeza absoluta de que ouvi a palavra oeste. E, além do mais, Victor disse que o acesso é pelo quinto-andar, então... — ela deu de ombros, como quem diz: “Com certeza deve ser aqui mesmo, né”.

— Não devemos demorar muito, não? — Iris ergueu as sobrancelhas em sobreaviso. — Já estamos matando a aula de D.C.A.T. ... Acho que ficar muito tempo sem dar sinal de vida pode não ser uma boa ideia.

— No te preocupes por eso. — Billy fez um gesto impaciente com a mão. — O prof. Marshall vai chegar faltando apenas cinco minutos de aula como da última vez. Nem vai notar a nossa ausência. E isso também serve de lição para que ele seja mais responsável. Francamente, sequer lembro o que aprendemos de interessante nessa disciplina...

Matt sorriu brincalhão.

— Nada além de explicações fajutas sobre feitiços entediantes e as demonstrações da Conan de como ser “a mascote perfeita”. — revirou os olhos. — Engraçado é que o professor nunca se atrasa quando é para levá-la a ala-hospitalar quando ela tem algum problema sério como uma tosse, uma coceira, um piado mais alto que o normal... — enumerou nos dedos, logo pondo-se a rir junto com Billy.

Foi a vez de Iris revirar os olhos. Era incrível como o Ryman conseguia assumir uma pose de líder num segundo e no outro já estar agindo feito um idiota. Iria falar algo nada educado como: “Hey, bobocas, estamos no meio de uma coisa importante aqui”, contudo, Louisa foi mais rápida.

— Podemos continuar a nossa investigação, por favor? — ela pigarreou, desviando o olhar para a janela. Parecia um tanto chateada.

Os dois garotos fizeram esforço para se recompor, mas logo assumiram expressões sérias (ou pelo menos tentaram — Billy ainda ria um pouco enquanto admirava Francis, seu sapo, pular animado pelo corredor tentando comer as moscas que zanzavam por ali).

— Tudo bem. — Matt falou com voz neutra. — Não há muito o que falar, mas, só para refrescar a memória, o plano é o seguinte: irem...

— “Iremos às Torres-Oeste analisar cada canto, detalhe, parede e blá-blá-blá... usando o amuleto como guia para ver se ele esquenta e assim acharmos a localização do pedaço de Cristal Maldito”. Sim, já entendemos o contexto. — Iris sorriu, cínica.

Matt encarou-a.

— ... Quase isso, Legraund. Esqueceu da parte em que você ficará de vigia e deixará conosco a investigação. Sendo assim — ele levou o dedo indicador ao lábio. —, bico fechado.

Iris sentiu seus dedos se fecharem subitamente sobre o cabo da varinha em seu bolso.

— E quem irá me forçar a isso? — levantou as sobrancelhas em desafio. — Você? — não fez questão de esconder o tom de sarcasmo em sua voz.

— Se quiser correr o risco... — o garoto replicou, o brilho em seus olhos verdes parecendo se intensificar.

Antes que as coisas ficassem realmente tensas, Francis pulou diante de seus rostos, sua língua longa e grudenta mirando em uma mosca particularmente grande que disparou em fuga, quebrando o contato fulminante entre Iris e Matt.

— Arre! Sánchez, controle esse sapo! — Iris reclamou quando Francis tornou a pular perto de si, comendo três moscas de uma só vez. — De onde estão vindo essas moscas, hein? Elas parecem sempre estar por perto quando você está presente. — franziu o cenho, olhando para o latino.

Billy fez uma careta incomodada.

— Não sei, parece que elas simplesmente me acham... — falou com certa ironia, mas mudou o tom após Matt lançar a ele um olhar de sobreaviso (Iris não compreendeu esse sinal). — E olha que eu tomo banho todos os dias! — ele soltou um riso esganiçado que foi morrendo aos poucos quando ninguém o acompanhou.

Louisa suspirou, evidentemente impaciente.

— E o tempo está passando... — murmurou para ela mesma; contudo, Iris conseguiu escutar.

Olhou-a com certa estranheza.

Louisa parecia estar ainda mais séria e quieta que o habitual. A tolerância da garota aparentava estar na estaca zero e isso estava ocorrendo desde uma semana atrás, quando ela confidenciara para eles as informação de Victor Black quanto à área de localização do pedaço do Cristal Maldito.

Iris não sabia se havia acontecido alguma coisa ou se simplesmente Louisa estava enfrentando uma temporada de mau humor...

... O caso era que nem mesmo a investigação ao Cristal, que antes parecia deixar a Northrop pelo menos um pouco ativa e (de certo modo) animada, estava deixando-a empolgada de alguma maneira.

Louisa nem mesmo quisera ajudar no mapeamento de Billy, que anotou todas as regiões do 5° andar... Tudo bem que não era necessariamente preciso, mas aquelas atitudes perfeccionistas do Sánchez deixavam tudo um pouco mais divertido, Iris confessava. Isso sem contar que havia sido necessária muita persistência para fazê-la aceitar matar a aula de D.C.A.T. para que pudessem finalmente investigar as Torres-Oeste — afinal, essa aula seria a melhor opção a ser usada, considerando que nem ao menos tinham realmente uma “aula”.

Era quase como se Louisa não quisesse mais saber das investigações, planos, missões, nem nada que tivesse a ver com o Cristal Maldito.

E Iris, de certa forma, ficava com uma fagulha de chateação quanto à isso.

Às vezes perguntava-se se essa atitude de Louisa tinha algo relacionado ao que dissera a ela no quarto, quando estavam indo para a Ala-Hospitalar. No momento em que mencionou sobre a família Northrop, quis pegar de volta todas as palavras que havia revelado. Ela havia prometido para si mesma que manteria a história do orfanato enterrada de uma vez por todas, e aí, simplesmente, soltava um “não quero atravessar o caminho dos Northrop novamente”. Deveria ainda ter acrescentado o resto, só para não deixar de fora o gran-finale“principalmente o membro da sua família que incendiou o Orfanato CroumstSaid e matou um garoto que por acaso seria meu futuro irmão”.

Não. Definitivamente não teria sido melhor expor esse “pequeno” detalhe.

Voltou ao mundo real quando Billy estalou os dedos, fazendo o som ecoar pelo corredor silencioso.

— Biene, vamos logo com isso. Já enrolamos demais. Legraund, acho que é hora de pegar o amuleto.

Iris acenou, satisfeita por finalmente a investigação ter seu início. Trajava suas luvas revestidas de crepe dior (sua mãe a mataria se soubesse que havia pegado um pedaço desse tecido para confeccionar meias e luvas mais legais), o que era bem-vindo pelo fato de elas terem espessura “granulada” e parcialmente grossa. Havia feito uma remenda com esse mesmo tecido na parte superior de sua saia e nos bolsos da capa, a fim de não ser afetada pelo fogo do amuleto caso este “acionasse” novamente.

Às vezes, ser filha de uma costureira tinha lá suas vantagens — além de que ficava mais quentinha, considerando que estavam em pleno Inverno.

Encostou o amuleto na pele nua de seu pulso, verificando sua temperatura.

— Gelado. — notificou para os colegas. — Melhor irmos mais para dentro. Por aqui o pedaço do Cristal não está.

Os quatro então rumaram até o final do corredor, passando em frente à Torre-do-Relógio e adentrando um emaranhado de corredores estreitos e longos, seguindo em direção às Torres-Oeste. Iris não precisava verificar o mapa, pois andou por aquela região quando fora seu dia de ajudar Billy a mapear a área — o garoto, por outro lado, verificava o pergaminho a cada passo que dava.

Seguiram, sem hesitar, na direção de uma escada escondida entre duas salas de depósitos. Quem visse de longe, se admiraria ao vê-los tendo conhecimento sobre essa passagem; contudo, o que não sabiam, era que eles tiveram de pedir essa informação valiosa para Thomas Lewis e Kenneth Thompson durante a semana. Os dois veteranos grifinórios sabiam de muitas passagens escondidas no castelo, e demorou um pouco para o quarteto grifinório sacar que havia uma escada por ali que dava para as Torres-Oeste, pois ela estava encoberta por uma esplendorosa cortina de jacquard (um tecido estupendo encorpado, revestido de decorações e estampas de detalhes ricos).

... Iris conteve à vontade de cortar um pedaço afim de fazer um vestido para uma de suas bonecas.

Finalmente chegaram em frente à escada, escondida por detrás da cortina. Iris não pôde deixar de admirá-la por breves segundos, suspirante — era a paixão de sua mãe pelos tecidos falando mais alto, como sempre.

Após verificar se não havia ninguém à espreita, trataram de adentrar o local.

Subiram os degraus particularmente altos e revestidos de cimento, cobertos por uma pintura de fúcsia (como se tivessem destino ao quarto da boneca Pupi), não demorando muito para que chegassem em frente à uma porta simples de madeira — um contraste com os detalhes nitidamente nobres de antes.

Antes de abrir a porta, Matt virou-se para os outros três nos degraus abaixo.

— Nunca pisamos nessa área até o momento. Se o Cristal Maldito está realmente atrás dessa porta, pode ser que algo extremo e perigoso aconteça. Estão avisados. — ergueu uma sobrancelha.

Iris lançou um olhar fugaz para Billy e Louisa. O primeiro tentava esconder a preocupação, contudo, dava para notar a ansiosidade em suas mãos, que não paravam de cutucar um Francis irritado escondido em seu colarinho. Já Louisa estava decididamente calma, seus olhos quase como inexpressivos, como se fossem dar um entediante passeio naquela manhã frienta.

Iris examinou a si própria interiormente. Estava assustada? Nervosa? Preocupada?

Surpreendentemente, não.

Às vezes, ela tinha aquela frequente impressão de que, embora todas as flechas indicassem o pior, algo de ruim não iria realmente acontecer. Era quase a mesma sensação de ir para a escola em um dia de prova sem ter estudado — e não estar nadinha preocupado — e descobrir sem muita surpresa que o professor havia faltado.

... Na verdade, o que mais a incomodava era o risco de o amuleto pegar fogo em sua mão de uma hora para a outra.

Todos respiraram fundo, e Matt abriu a porta. Na mesma hora uma claridade imensurável jorrou no interior da escada, assim como a brisa fria e os pequenos flocos de neve que caíram sobre o piso.

Subiram um por um. O Ryman manteve a porta aberta para que o vento não a fechasse.

Iris foi a última a atravessar a porta, de cabeça baixa, deveras ocupada em retirar as luvas a fim de ter mais tato para sentir o amuleto melhor caso ele esquentasse. Ainda que temente, constatou que não havia outra opção, considerando que o clima frio atrapalharia bastante.

De repente, Matt a brecou quando estava para tirar a segunda luva.

— Aqui, dê para mim. — ele indicou o amuleto, retirando as próprias luvas negras. — Deixe que eu verifico a temperatura. — disse sem muita cerimônia.

Olhou-o um pouco surpresa.

— Obrigada... Eu acho. — entregou o objeto para ele, passando pelo garoto um pouco confusa.

Nem teve tempo de digerir a atitude até que legal do Ryman — ainda mais considerando que estavam perto de começar a enfeitiçar um ao outro minutos antes lá embaixo —, pois a visão que teve à sua frente fez-lhe brecar o passo instantaneamente.

Era um lugar enorme.

Estavam em um tipo de pátio em formato circular, possuindo metade do tamanho do Campo de Quadribol. Em cada extremidade haviam construções largas e compactas, com portas dando acesso à cerca de doze torres, que subiam em uma ondulação rarefeita, revestidas de tijolos cor marrom-bombom, terminando em um pico pontudo, parecido com os chapéus que eles trajaram na primeira noite no castelo e na festa do Dia das Bruxas. O céu estava aberto, um infinito de branquidão, os flocos de neve caindo como gotas leves de chuva.

Doze torres. Doze caminhos para seguir.

— Nuestra Senhora.. — Billy assobiou enquanto Francis saltava para o chão, animado e empolgado com o novo cenário.

— Como esse lugar estava escondido dessa forma?... — Iris comentou assombrada.

Os quatro encontravam-se parados ainda com a porta amadeirada aberta a suas costas, impressionados demais para dar mais algum passo.

De repente, Louisa falou:

— Entendi. — todos olharam para ela com expressões questionadoras. A garota apontou para as torres. — Cada torre corresponde à um deus.

Iris voltou os olhos para onde ela apontava, diretamente na torre da extremidade oposta onde se encontravam, a que estava no centro em relação às outras. Desceu o olhar e esquadrinhou a parte da frente da parede de pedra da torre, onde, por debaixo da fina camada de neve, dava-se para distinguir o símbolo de uma águia.

“Júpiter... o deus dos céus”, Iris rememorou as aulas de mitologia greco-romana que tivera nas várias escolas por qual passara em sua vida.

— Mira eso. — Billy apontou, esboçando um sorriso animado, para a torre à esquerda da de Júpiter, que tinha um símbolo de tridente gravado nas pedras. — É de Netuno, deus dos mares. Sempre foi meu deus mitológico preferido!

Iris, na realidade, nunca foi muito ligada ou interessada nas aulas de mitologia. Na verdade, gostava mais de ouvir sobre as lendas e contos macabros que haviam sido alterados durante os séculos. Júpiter engolir uma de suas amantes transformada em mosca, ou a história dos gêmeos, Febo e Diana, que assassinaram todos os filhos de uma mulher — Níobe, se não lhe falhava a memória — só pelo motivo de ela ter se gabado de ter mais filhos que a mãe deles, eram apenas algumas das narrativas que Iris considerava “revigorantes”.

Entretanto, estando em um lugar como aquele, não pôde deixar de observar tudo com certo fascínio. Aparentemente, todas as torres possuíam os símbolos de seus respectivos deuses:

Juno, um pavão; Diana, um arco; Febo, uma lira; Baco, uma videira; Vênus, uma pomba; Marte, uma lança ensanguentada; Vulcano, um martelo de ferreiro; Mercúrio, um caduceu; Céres, uma cornucópia; e, por fim, Minerva, uma coruja.

— Elas devem servir de observatório para os planetas correspondentes a cada um. — Louisa comentou. — Ouvi a professora de Astronomia comentar que há uma área em Hogwarts que é perfeita para isso. Não sei ao certo, mas acho que ela deveria estar se referindo a este lugar.

Iris esfregou as mãos, empolgada.

— Vamos entrar nelas? Será que são legais nas partes de dentro?

— Calma, pessoal, ainda estamos aqui para localizar o Cristal Maldito, que, ao que tudo indica, está dentro de uma dessas torres. Bem, ao menos pelo o que o Black falou. — Matt deu de ombros, pondo-se a seguir os colegas que já iam andando em direção à torre de Júpiter.

Quando eles alcançaram exatamente o centro do pátio, no ponto exato do eixo que liga as doze torres, Matt exclamou:

— O amuleto! Ele... está esquentando! — olhou para todos com euforia.

— Está brincando!... — Billy aproximou-se depressa do amigo, seguido por Iris e Louisa. O moreno tirou a luva e encostou a palma da mão no amuleto, encobrindo-o. — Nossa! — falou impressionado. — Está quente mesmo! — sorriu.

Louisa, enfim, pareceu ficar um pouco mais interessada na investigação, o que fez Iris refletir — quando se tem frutos, pode apostar que todos se empolgam.

— Então o pedaço do Cristal realmente está por aqui! — ela anunciou mais impressionada do que empolgada.

— E em uma dessas torres. — Iris acrescentou. — Ryman, consegue identificar a direção?

Matt negou com a cabeça.

— Ainda não. O amuleto acionou no momento em que atingimos a mesma distância para cada torre. — ele indicou o âmago onde se encontravam. — Pode ser qualquer uma. Bem... — deu de ombros, abrindo um meio sorriso. — Basta ir para perto de cada torre e ver em qual o amuleto fica mais quente...

Contudo, antes que Matt pudesse sequer dar um passo, uma sombra pequena passou voando por suas cabeças; à princípio transparente pela cor esbranquiçada que se igualava com o cenário nevado.

Após isso, um grito frustrado explodiu à suas costas:

— Conan! — todos viraram-se há tempo de ver o prof. Marshall surgir das escadarias e atravessar a porta de madeira. — Ah, maldição, sabia que não era bom ter deixado você sair mais cedo!... A neve vai congelar seus pequenos e delicado olhos, e... oh, o que estão fazendo aqui? — ele finalmente deu-se conta da presença dos grifinórios.

Os quatro alunos olhavam petrificados para o professor, como se tivessem sido pegos com a boca na botija. No segundo seguinte, Iris sentiu algo deslizar para seu bolso, e só então notou que Matt colocara discretamente o amuleto ali fora da vista do professor — afinal, ninguém podia vê-lo.

Finalmente o Ryman limpou a garganta, esboçando um sorriso nervoso e andando descontraidamente na direção do homem.

— Prof. Marshall! — ele anunciou como quem dava as boas-vindas a uma famosidade. — Eh, hum... Estávamos justamente procurando o senhor!

O professor ficou confuso. — Me procurando? Vocês não deviam estar em aula?

— Err... sim! — Iris adiantou-se. — Deveríamos estar na sua aula, para falar a verdade. — frisou.

Billy pareceu entender o esquema, e logo juntou-se a eles.

 Exactamente! Mas como você não chegava, professor, fomos procurá-lo e... — ele fez uma careta, pedindo auxílio para os colegas.

— Acabamos encontrando esse lugar por acaso. — Louisa falou rapidamente, salvando Billy.

O professor coçou a nuca por debaixo do chapéu-coco, mais perdido que nunca.

— Minha aula?... Eu jurava que era daqui a meia ho... Pelas Barbas de Merlim! — ele exclamou ao ver o relógio. — Já está praticamente no fim! Oh, que cabeça a minha... — ele pareceu ficar verdadeiramente chateado.

Iris e os outros sorriram entre compadecidos e aliviados, vendo que não teriam perigo de serem castigados.

— No hay problema, maestro. Todo mundo se atrasa ou se confunde alguma vez... — Billy fez uma careta discreta. — Mesmo que aconteça quase todo dia... — murmurou.

Conan, a corujinha branca, fez um arco em volta de suas cabeças e pousou no ombro de Louisa, bicando seu cabelo de leve, o que fez a garota sorrir verdadeiramente depois de dias séria e calada. Conan tinha esse poder sobre quase todo mundo.

Em seguida, ela foi para o braço de Iris, começando a descer por sua roupa e bicando várias regiões de sua capa, parecendo farejar comida em seus bolsos.

O prof. Marshall aproximou-se.

— Bem, a responsável por tudo isso é a Conan aqui. — ele apontou para a coruja. — Estou desde manhã tentando pingar o colírio nos olhos dela, pois uma lufada de ar gelado atingiu seu rostinho quando ela saiu para entregar uma carta minha ao diretor de manhã... — ele então suspirou. — Levaria apenas um segundo, se Conan não fosse tão aferrada. Mas estou preocupado que ela tenha problemas para enxergar... — o professor lamentou, pegando Conan e colocando-a sobre o chapéu-coco.

(Matt lançou um olhar impaciente aos colegas como quem diz: “Eu não falei?”).

— Bem, por hoje você escapa, sua espertinha. — o prof. Marshall balançou a cabeça. — E quanto a vocês, tenho que pedir que voltem ao castelo. Essa área é acessada somente pelos professores e funcionários, usada para pesquisas astronômicas. Alunos são proibidos aqui. Contudo, sempre há os que bisbilhotam demais... — lançou um olhar de censura ao grupo. — Mas podem ficar tranquilos, não direi nada ao diretor.

— Obrigado, prof. Marshall! — todos responderam com sorrisos largos. O professor era, na maioria das vezes, bem legal.

Seguiram-no na direção das escadarias, tomando caminho ao corredor do 5° andar do castelo novamente.

Iris sabia que, assim como ela, Louisa, Billy e Matt deviam estar levemente frustrados pela investigação ter sido brecada; contudo, tinham em mente que disporiam de todo o tempo do mundo para fazer isso em uma hora mais oportuna. 


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Notas finais do capítulo

Primeiramente: sim, eu li Percy Jackson e ADOREI! Simplesmente amo falar sobre a mitologia grega e romana, é muito interessante, sério, gente! Há algum semideus escondido por aqui ou sou a única?
O que acharam das doze torres? Será que o pedaço de Cristal está mesmo dentro de uma delas?
Deixo as teorias com vocês ;)

Puxa, gente, o Natal está chegando! Falta praticamente um mês, já! Como esse ano passou rápido, nem consigo lembrar direito dos últimos meses... Bem, só espero que tudo se resolva logo.

Até sábado que vem, bruxinhos!

Malfeito, feito. Nox.



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