Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 49
Capítulo 48 — Um "Empurrão" do Destino


Notas iniciais do capítulo

Ohayõ, bruxinhos!
Primeiramente: VOCÊS VIRAM QUE A FANFIC ESTÁ DE CAPA NOVA??????
Ahhh, eu achei lindíssima! O que vocês acharam dela??? Minha prima incrível que fez ♥

Espero que gostem do capítulo, que trará a visão da nossa estimada Louisa ^-^
Boa Leitura ♥



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♦ Louisa Northrop ♦

 

Os flocos de neve caíam finos naquela tarde. Vendo da janela, os pinheiros ao longe pareciam ter sido mergulhados por inteiro sobre um enorme monte da substância úmida e fofa: pálidos como o céu.

Louisa Northrop recostou-se melhor no assento, olhando para o livro aberto em suas mãos sem muito ânimo — de repente, o admirável “Magias Secretas e Benignas” já não parecia mais tão interessante assim...

O fato era que sua mente estava bem cheia.

Os últimos dias foram, em uma única definição para Louisa, extremamente estressantes. Sebastian havia ficado aproximadamente duas noites na Ala-Hospitalar antes de ser retirado e levado para o St. Mungus. Louisa sabia que os pais do garoto haviam acompanhado o trajeto do castelo, mas não quisera manter-se por perto na hora.

Ainda sentia-se mal em relação à Sebastian.

Havia tentado convencer a si mesma nos últimos dias que tudo iria ficar bem e que o garoto voltaria ao normal dali poucos meses. Contudo, curiosamente, sentia-se um pouco melancólica naquela tarde...

E isso devia ser por conta da irmã mais nova de Sebastian estar a apenas alguns metros de distância de sua pessoa.

Justine Rosier, na definição de Louisa, sempre fora uma garota enigmática. Ela não costumava mostrar muitas emoções e afeto pelos outros. Mas Louisa teve de rever seus conceitos quando a menina teve uma verdadeira recaída há poucos dias...

Justine simplesmente caíra em prantos em algum momento depois do café-da-manhã. De um minuto para o outro, a garota se encolhera no chão, soluçando compulsivamente e lamentando o que havia acontecido com o irmão.

Louisa deduziu que ela conseguira manter-se satisfatoriamente controlada até certo ponto... até a realidade cair de vez sobre seus ombros.

A menina teve de ser acudida por Victor Black, que felizmente teve sucesso em fazê-la se acalmar. Um dos irmãos Avery até arriscou uma oportunidade para aproximar-se de maneira física (ele mostrava-se gostar bastante de garotas bonitas, e Justine se enquadrava nesse quesito), mas desistiu da ideia após Victor esguichar um monte de água em sua cara.

Vendo-a de longe, Justine parecia mais “fechada” do que nunca. O Hall de Entrada estava até bem movimentado aquela tarde. A maioria dos alunos, assim como Louisa, escolheram sentar-se em alguns bancos localizados abaixo das janelas, matando o tempo com conversas descontraídas.

Justine encontrava-se sentada num dos bancos mais afastados, perto de uma armadura reluzente. A garota estava de braços cruzados, as olheiras fundas abaixo dos olhos, mirando pura e fixamente o completo nada.

“Coitada...”, Louisa torceu a boca. Embora a conhecesse desde sempre, não sentia-se próxima o suficiente de Justine para tentar dizer algo que a fizesse se sentir um pouco melhor...

Voltou, então, a pensar nos acontecimentos que se sucederam após a cristalização de Sebastian. 

Muitos alunos ainda se encontravam tensos com a ideia de o Cristal Maldito atacar outra vez. Já outros tentavam se convencer de que nada mais de perigoso aconteceria por hora, pois, ao que tudo indicava, o artefato parecia demorar a se apresentar, ocorrendo um intervalo considerável entre seus ataques.

Entretanto, isso não queria dizer que o Cristal não voltaria a fazer novas vítimas...

Infelizmente, a pessoa que mais parecia estar sofrendo naquela história toda era a pobre prof. Picquery. A mulher continuava a ser alvo de olhares e comentários reprovadores vindos do diretor Dippet, outros professores e até mesmo dos próprios alunos.

Ainda que ela insistisse repetidas vezes em dizer que não tivera nada a ver com aquele bilhete fora de nexo — que ela “supostamente” escreveu ao Rosier —, o diretor não estava nem perto de mostrar alguma compreensão por ela.

E, agora, era comum ver a professora de poções carregando uma expressão séria e chateada em seu belo rosto.

Pensar nisso fez Louisa até lembrar-se vagamente de uma situação inusitada que havia ocorrido consigo há algum tempo — isso um pouco depois de escutar uma conversa do diretor Dippet com o prof. Hughes.

Fazia dois dias que Sebastian estava na Ala-Hospitalar. Louisa geralmente evitava passar perto do local, mas, naquela manhã, ao saber que o Rosier seria levado ao St. Mungus mais tarde, sentiu uma súbita necessidade de tentar, ao menos, vê-lo por alguns segundos.

Claro que não conseguira.

A Ala-Hospitalar sempre ficava fortemente fechada, ainda mais diante daquelas circunstâncias “especiais”. Ninguém poderia entrar e sair sem permissão, e as exceções enquadravam-se somente aos curandeiros e professores.

Antes de virar-se para ir embora, notou as figuras apressadas do diretor Dippet e do prof. Hughes que passavam por ali, ambos aparentemente debatendo sobre algo.

Ao que parecia, o professor de Feitiços estava tentando fazer o mais velho acreditar que a prof. Picquery era inocente em toda aquela história.

— Mas, senhor, não podemos ignorar que há a hipótese de que qualquer outra pessoa possa ter escrito aquela carta. Com certeza a Picquery não teve envolvimento nisso...

— Já basta, Hughes. — o diretor o cortou. — Eu vi com meus próprios olhos a assinatura da Picquery no pergaminho. Não sei que tipo de brincadeira ela estava tentando fazer, mas foi em uma hora nada oportuna, tanto que resultou em outra vítima!... — ele suspirou, extremamente desagradado.

Assim, Louisa ficou parada, observando os dois homens desaparecerem na curva do corredor. Logo, começou a remoer-se internamente de culpa pela professora.

Ela definitivamente não merecia estar sendo vista como uma completa “irresponsável” da mesma forma como o diretor demonstrava pensar...

— Pobre Picquery, não?

Tomou um susto ao reconhecer a voz à suas costas.

Embora já soubesse de quem se tratava, ainda assim sentiu-se alarmar internamente ao suas íris safiras baterem de imediato sobre as cinzentas de August Lestrange.

Seus olhos arregalaram-se um pouco.

— A-August!... — tentou desesperadamente pensar no que dizer, algo que lhe fizesse sair do local sem ter de apelar a qualquer tipo de correria impulsiva. — E-Eu, é...

— Veio tentar vê-lo também? — ele indicou a porta fechada à sua direita. — Que atenciosa... Imagino que ainda não estejam permitindo a entrada de ninguém.

August não parecia preocupado e nem abalado com a situação do amigo, o completo oposto de como Louisa imaginava que ele fosse ficar.

Talvez, August simplesmente não ligasse para a infelicidade alheia, ou apenas não via a situação como sendo tão alarmante assim.

— Sebastian... — não soube dizer a razão de ter escolhido falar justamente sobre o garoto, mas só sabia que suas pernas imploravam para que se afastasse dali imediatamente. — Ele não está... Bem...

— Ah, mas ele certamente vai ficar. — o garoto deu de ombros, com tranquilidade. — Sebastian pode ser meio idiota, mas certamente não será silenciado por causa disso. E eu particularmente não estou com um mau pressentimento: o método de descristalização em relação ao Cristal Maldito deve estar mais eficaz atualmente, qualquer um pode ver isso.

— Hã... Sim, certo. — assentiu, mas antes de virar-se para ir embora, parou ao chamado dele.

— A propósito... — ele começou, a voz saindo bem significativa. — Que história intrigante essa do suposto bilhete da Picquery que Sebastian recebeu. Ouvi dizer que você estava perto dele no momento em que ele foi atacado. O que exatamente você fazia lá, ma chère?

“Essa não...”, pensou. A insinuação estava nítida em seu tom...

— Eu... — começou nervosa, tentando colocar mais confiança na voz. — Estava apenas passando por lá... Sozinha. — mentiu.

Ele ergueu a sobrancelha, um falso ar de surpresa sondando seus olhos intensos.

— Oh, é mesmo? — perguntou. — Estava simplesmente passando?

Sentiu-se desconfortavelmente ansiosa. Onde ele queria chegar...?

— ... Isso.

Ele agora pareceu ficar mais sério, como se de repente algo naquilo não o contentasse.

O silêncio estendeu-se por apenas alguns instantes antes que August, lentamente, o quebrasse.

— Quer mesmo se envolver nessa história, Louisa? Logo você?

Foi pega de surpresa pela pergunta repentina. Inquestionavelmente, Louisa sentiu-se feita de páginas soltas, dando poder para que August lhe folheasse e desenterrasse qualquer segredo escondido que quisesse saber.

— O q-quê? — perturbou-se. — Mas do que...

— Vamos tentar mais uma vez: — ele interrompeu-lhe, o ambiente começando a ficar um pouco tenso, ainda que ele não estivesse demonstrando qualquer tipo de raiva. — O que você fazia no mesmo local e hora em que Sebastian foi atacado?

Ficou calada, sem saber o que dizer, os pensamentos embaralhando-se.

Aquilo o fez continuar:

— Ah, já sei: estava apenas passando, não é? Imagino que acompanhada, então... Vejamos... Ah, sim! — ele tirou a mão do queixo, fingindo parar de pensar. — Pela Crystal, suponho...

— O quê? — espantou-se. A ideia de ter sua pessoa na mesma frase que Anne Crystal não agradou-lhe nem um pouco, além de não fazer o menor sentido. — C-Claro que não! Iris quem estava me...

Calou-se outra vez.

E ele sorriu. Havia lhe pegado.

Louisa observou que não era um tipo de sorriso triunfante e muito menos frio como era costume ele esboçar; especialmente quando Louisa estava por perto. O sorriso que ele abriu era mais do tipo que dizia: “Oh, ela realmente é uma tapada...”

— Tsc... — ele balançou a cabeça como se Louisa possuísse um parafuso a menos, e lamentasse ironicamente por isso, antes de passar por ela. — Francamente, Louisa... Não esperava companhias melhores para você...

E foi isso. Aquele fora o único comentário que ele fizera.

Por um lado, Louisa ficou verdadeiramente aliviada. Achou que ele lhe faria confessar todo o plano maluco e secreto no qual estava envolvida, e aquilo definitivamente não seria algo nada bom.

Mas então, aquela frase enigmática lhe sondou os pensamentos:

“Quer mesmo se envolver nessa história, Louisa? Logo você?”

Engoliu em seco.

Ele definitivamente sabia de alguma coisa. E se não sabia, desconfiava fortemente.

“Mas, como...?”, sentiu-se frustrada. August parecia saber decifrar-lhe melhor que qualquer um...

Devia ser por isso que ele costumava se irritar tão rápido consigo...

Mas, ao menos, havia algo que lhe consolava: August não parecia interessado em “estragar” alguma coisa. Podia, sim, desconfiar, mas isso não queria especificamente dizer que aquele assunto havia atiçado a curiosidade dele.

August, assim como Victor, sempre foi muito observador e captava fatos e detalhes antes de todo mundo. Mas, geralmente, mostrava-se ligar somente para assuntos que considerasse “relevantes”.

Forçou-se a esquecer aquela história.

Desde aquela estranha conversa com o sonserino, falou para si mesma repetidas vezes que não precisava se preocupar. August poderia ser muito desagradável, mas não era comum ele “dar uma de Charlotte” para atazanar alguém.

Se bem que, com Louisa, isso sempre pareceu ser uma exceção...

“Já chega, Louisa! Foque-se em outra coisa”, balançou a cabeça, irritada.

Com certa surpresa, percebeu que Justine havia se retirado do hall há algum tempo, pois ela já não se encontrava mais no banco.

Deduziu que estava na hora de ir também. Não havia percebido, mas toda aquela história do Cristal Maldito, que lhe acompanhava desde o começo no ano letivo, estava lhe desgastando até demais.

Só queria que tudo aquilo acabasse. Que o pedaço do Cristal Maldito fosse neutralizado, e que, quem quer que fosse o dono daquele amuleto estranho se revelasse logo, assim como suas intenções sombrias.

“Contudo, sabe bem o que tem de fazer para ao menos tentar resolver essa última parte, não sabe, Louisa?”

Balançou a cabeça, buscando espantar a perturbação que aquele pensamento, assim como a ideia que ele carregava, lhe causava.

Tentaria não pensar sobre aquilo.

 

[...]

 

… Todavia, acontecia que aquilo era algo que Louisa não conseguia evitar de pensar — especialmente sobre os olhares nitidamente decepcionados que Billy e Matt lançavam-lhe toda vez que a viam.

Sabia que eles estavam contando muito com a sua ajuda para que pudessem descobrir algo importante sobre o tal de “ele”, mas o fato era que Louisa não sentia-se nem um pouco capacitada para aquela tarefa.

... E a pressão que começava a adentrar cada vez mais em seu ser não estava ajudando em nada para fazê-la mudar de ideia.

Iris, por outro lado, não falava sobre o assunto.

Louisa tinha a impressão de que a ruiva andava um pouco distante de si nos últimos dias. Havia acompanhado-a quando foram atrás da pasta de Acanto para tratar de suas queimaduras, mas aquilo não pareceu significar que o pequeno “bloqueio” entre as duas houvesse diminuído.

Ultimamente pegava-se pensando sobre a estranha declaração que Iris fizera, e em como aquilo estava lhe perturbando um pouco...

“Prefiro não atravessar o caminho dos Northrop novamente. Com certeza dispenso tal encontro.”

Embora tentasse encontrar alguma explicação para aquela frase (proferida com bastante rancor, aliás), sempre dava-se por vencida e desistia. Não havia entendido absolutamente nada.

“Atravessar o caminho dos Northrop novamente?”. O que, afinal, aquilo exatamente significava?

Claro que as palavras eram simples de se compreender, porém, Louisa sentia-se como se estivesse no escuro sobre um assunto que deveria ter conhecimento.

Parou de pensar sobre aquela história ainda enigmática demais para si: ela só lhe causava mais dor de cabeça.

“Mas o que fazer...?”, perguntou-se, sentindo-se no meio de um enorme impasse sobre a ideia que Matt e Billy haviam-na pedido para que executasse.

De certa forma, queria (e muito) não ser um peso inconveniente para os colegas, e ajudar a descobrir informações essenciais que ajudassem-nos a resolver toda aquela trama do Cristal Maldito.

... Mas, por outro lado, tinha receio de se aproximar de Victor Black.

Mal conseguiu conversar direito com August, oras! Pelo menos não sem quase ter uma crise de nervos...

E, infelizmente, seu nervosismo devia tê-lo feito desconfiar ainda mais de si, sendo que a situação não tratava-se somente do que ele devia estar pensando.

“O que fazer, o que fazer?...”, pensava imensamente preocupada enquanto saía da aula de Astronomia, tendo o cuidado de não roer as unhas — era um péssimo hábito que tinha quando era mais nova, e de tanto sua mãe implorar para que ela parasse (afinal, Louisa tinha de ter as mãos de uma dama), acabou forçando-se a conter aquele costume.

Infelizmente, Louisa devia estar distraída durante a aula, pois acabou recebendo apenas um balançar de cabeça negativo da professora, além de um olhar um tanto surpreso.

Era difícil Louisa “relaxar” em alguma atividade, especialmente a de separar os nomes de planetas e estrelas.

Trocou somente algumas poucas palavras com Billy, Matt e Iris antes de sair da sala. Os dois garotos ainda estavam procurando alguma outra forma de descobrir algo sobre a pessoa misteriosa, mas não pareciam estar tendo muitas ideias ultimamente. Louisa nem conseguiu fingir não reparar nos olhares quase suplicantes que eles lhe lançaram, mas, ainda assim, não disse nada.

Pensava desesperadamente no que fazer enquanto ia descendo a torre. Felizmente, a aula não havia ocorrido à meia-noite como era de costume, e sim de tarde. Aquilo dava-lhe mais tempo para pensar e decidir o que fazer.

… E foi então que o destino pareceu escolher por Louisa.

Após dispersar-se do restante dos colegas, tomou o caminho das sacadas externas da saída da torre: necessitava tomar um ar puro antes de voltar para a Sala Comunal...

E ali estava ele. Parado logo adiante.

Victor Black. 


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Notas finais do capítulo

Será que Victor vai revelar alguma coisa? E o que será que Louisa TANTO esconde em relação aos sonserinos? Teorias?

Antes de ir quero perguntar: algum de vocês já assistiu Stranger Things? Mano, eu sinceramente não sei o porquê de ter demorado TANTO para assistir essa série maravilhosa, acho que eu estava em Nárnia (ou em Hogwarts, essa opção também vale kkkk). Agora é sofrer esperando a 4° temporada sair ;-;
Mas sério, recomendo muito ela, assistam ^-^

Até a próxima, bruxinhos!

Malfeito, feito. Nox.



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