Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 48
Capítulo 47 — Anne-Xereta


Notas iniciais do capítulo

Voltei, meus bruxinhos! Como vão nesse sábado de Dia das Bruxas??? Está um dia PERFEITO para uma atualização, olha só! ^-^

Vim bem cedinho, pois vou estar um pouco ocupada hoje. Bem, como podem ver, teremos ANNE-XERETA na área!!!! O que será que essa garota irá aprontar agora?

Boa Leitura e até as notas finais ♥



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♣ Anne Crystal ♣

 

 Emily, por favor, fique calma... — Anne Crystal massageou as têmporas extremamente cansada e, certamente, já perdendo a pouca paciência que lhe restava. Respirou fundo. — Tenho certeza de que tudo se resolverá em breve...

— M-Mas e se eu for a próxima, Anne? — a pequena Emily tinha a cabeça mergulhada entre as mãos, o rosto bastante tenso e apavorado. Os cantos de seus olhos estavam cheios de lágrimas que ameaçavam cair a qualquer instante. — Isso não é nada no-normal... Esse Cr-Cristal Maldito atacará a todos nós até que não reste mais ninguém!

Anne suspirou. Não poderia fazer grande coisa.

Era claro que Emily ficaria apavorada... ainda mais considerando que a garota ficara sabendo da notícia sobre a cristalização do Rosier há apenas poucos minutos. Sabia que era apenas questão de tempo até que Emily se acalma-se, mas...

Ainda assim, tinha de admitir que vê-la histérica daquele jeito era bem desgastante.

Olhou ao redor. Fazia pouco tempo desde que ela e Emily haviam entrado na Sala Comunal, que começava a encher-se aos poucos. Após todo o rebuliço no corredor do 3° andar, mandaram para que todos saíssem dali e fossem para os dormitórios. Nem mesmo tiveram a chance de ver o prof. Dumbledore transportando Sebastian Rosier até a Ala-Hospitalar (para a frustração de Anne).

Contudo, ao perceber que Emily não estava reagindo nada bem, como a boa amiga que era, Anne escolheu confortá-la e dar um pouco de seu apoio.

... Enquanto isso, todos os grifinórios da Sala Comunal não paravam de falar sobre o incidente do dia — a fofoca principal relacionada à prof. Picquery.

— Não dá para acreditar que a professora está por trás de tudo! — Zoe Hill falou com energia e escandalizada; contudo, a sombra de um sorriso perpassava o canto de seus lábios. — Mas devíamos ter desconfiado, não é? Ela sai por aí encantando á todos com sua beleza de propósito para esconder suas atitudes sombrias... — disse venenosa.

— Ah... Não acho que seu argumento tenha lógica. — Mirela Allen franziu o cenho, pouco se importando com as palavras da garota. — Deve ter algo errado... A Picquery não é desse tipo. Não acho que as acusações sejam verídicas. De que forma ela estaria envolvida com o Cristal Maldito, afinal? — ergueu os braços, exibindo o quanto estava perdida.

— Não faço a menor ideia... — Nathan Warris olhava para o chão, pensativo. — Mas que tem algo de estranho nisso não dá para negar.

Zoe bufou.

— Vocês são cegos? Não ouviram quando o diretor leu a carta que ela mandou ao Rosier? Certamente ela tem sim algum envolvi...

— CHEGA! Todos calem as malditas bocas!

De súbito, todas as atenções voltaram-se para Setrus Fisheer. O garoto estava em pé acima de um dos sofás, visando ficar bem à vista. Seus braços estavam cruzados e ele olhava para todos os colegas com fúria. Sua face encontrava-se tomada por revolta, suas bochechas avermelhadas de estresse.

Por fim, para a surpresa geral, ele retirou a varinha do bolso e apontou-a para todos ameaçadoramente.

— O próximo que falar mal da prof. Picquery passará as próximas três semanas na ala-hospitalar com milhões de baratas saindo pelos ouvidos! Não quero ouvir ninguém falando mentiras sobre ela! A professora será minha futura esposa, estão ouvindo!? Minha esposa! — bateu no próprio peito para dar ênfase às palavras.

Todos olhavam para Setrus como se tentassem adivinhar se ele estava falando realmente sério ou não. Ao terem suas dúvidas esclarecidas após poucos segundos de observação — ele estava de fato falando sério —, a reação da maioria foi exatamente a mesma:

Dezenas de varinha voltaram-se na direção do primeiranista. Antes que o garoto pudesse ao menos sair da mira, centenas de tomates podres foram "cuspidos" de suas pontas, metralhando Setrus da cabeça aos pés.

— Ah, por Merlim... — Anne resmungou audivelmente ante a algazarra; contudo, teve sua atenção ligeiramente voltada para o lado ao ouvir uma voz alterada:

 E-Eu não deveria estar aqui! — virou-se rápido para Emily, que finalmente havia levantado a cabeça. Anne sentiu um mau presságio: os olhos castanhos e tímidos da menina estavam, agora, bem redondos e apavorados, beirando à loucura. — Meu pai... — Emily sacudiu a cabeça. — Ele tinha razão! Aqui não é seguro! F-Foi um erro eu ter vindo!...

Anne arregalou os olhos. Nunca havia escutado Emily falar algo sobre o pai e sua curiosidade foi atiçada imediatamente.

— Oh! Então quer dizer que ele não gosta nada de magia? — aproximou-se, ansiosa, ignorando o choro alto de Setrus, que saíra correndo para o quarto enquanto as gargalhadas ecoavam soltas pela torre.

Emily pareceu sair um pouco de seu colapso, olhando para Anne com choque, como se não acreditasse no que ela estava fazendo.

Ou melhor: tentando fazer.

Ante a reação da amiga, Anne não entendeu qual foi o problema de sua pergunta e, antes que pedisse qualquer explicação, uma voz conhecida — e repulsiva; ao menos para si — adentrou seus ouvidos:

— Olhe, Louisa, sabe que não é preciso vir junto comigo até a ala-hospitalar. — Iris Legraund seguia em direção ao buraco do retrato, a cabeça virada para trás enquanto se dirigia à Louisa Northrop. Anne notou que ela parecia mancar levemente. — Eu realmente não vou confundir uma planta com uma vassoura ou algo do tipo. Portanto, obrigada, mas pode ficar tranquila.

Iris parecia um tanto irritada, e a expressão de Louisa também não estava nada boa enquanto continuava a ir ao encalço da colega.

— Não fale como se eu houvesse dito alguma coisa, Iris. — o cenho dela estava ligeiramente franzido em desagrado. — Sabe bem que eu não penso assim...

Logo o retrato fechou-se após as duas desaparecerem pela abertura, impedindo Anne de ouvir mais coisas.

"Hum... Elas parecem um pouco irritadas, pelo que vejo", Anne desviou sua atenção de Emily, extremamente pensativa.

Seus olhos rolaram na direção das escadas que davam para o dormitório das meninas, sua mente calculando e repassando as etapas de um plano que começava, lentamente, a formar-se em sua mente...

Enfim, decidiu-se.

— Eu vou lá! — anunciou verídica, levantando-se com altivez.

Emily, esquecendo-se um pouco de seus próprios problemas, encarou-lhe um pouco encolhida.

— Como?... Você vai aonde?

— Ah... — Anne lembrou-se da amiga e, animada, sentou-se ao seu lado novamente, contudo, já preparada para levantar-se rápido outra vez. — Eu vou no quarto da Legraund e da Northrop, Emily! — sussurrou com empolgação.

A menina arregalou os olhos.

— Como assim, Anne?! — ela sussurrou, pasma. — E se elas te pegarem?

Revirou os olhos. Às vezes Emily era um pouco irritante...

— Elas não vão me pegar, Emily... — balançou a cabeça, mostrando-se cansada com o raciocínio lento dela. — Elas acabaram de sair, caso não tenha notado. — indicou o retrato. — Além disso, Naomi, Zoe e Suzanne estão distraídas. — explicou, ficando um tanto irritada. — E se você fosse esperta, Emily, viria comigo também! Assim, acabaríamos com esses prováveis planinhos das duas de uma vez por todas!

Emily balançou a cabeça negativamente, os lábios prensados de medo.

— Anne... Por favor, esqueça isso. — suplicou. — Tenho certeza de que elas não estão fazendo nada de errado...

Anne bufou e levantou-se, ignorando as "agradáveis" recomendações da colega enquanto ia em direção às escadarias.

Emily não sabia de nada mesmo...

Subiu-as rapidamente, visando ser rápida. Ao chegar quase no topo, abriu a porta que sabia ser a certa. Elas não sabiam, mas Anne já fora no dormitório de Iris e Louisa uma vez quando fora verificar se não estaria inclusa na famosa lista de "colegas-chatos" que Suzanne Roowar havia escrito sobre vários alunos (aquilo devia ser algo comum entre as crianças-trouxas).

Anne apenas quisera certificar-se de que seu nome não estaria envolvido em algo tão repugnante quanto àquilo (não que ela estivesse espionando Suzanne ou algo parecido — era claro que não).

Ao fechar a porta, finalmente pôde relaxar mais os músculos. Provavelmente aquele lugar ficaria vazio pelos próximos vinte minutos, ao menos antes que mais alguma das meninas retornasse para fazer sabe-se-lá-o-quê.

Imediatamente, torceu a boca ao olhar para direita: estava nítido que a cama perto da porta pertencia à petulante Louisa Northrop.

Enquanto subia as escadas, jurou para si mesma que não mexeria em nada que fosse daquela garota infame. E era exatamente nesse juramento que estava pensando enquanto esquadrinhava os lençóis perfeitamente arrumados sobre o colchão, o criado mudo impecável e toda a extensão do piso da parte dela completamente lustrado.

Mas, como era de se esperar, Anne não aguentou-se.

... E, de um segundo para o outro, de repente, viu-se vasculhando o armário de Louisa.

Teve o cuidado de não tirar nada do lugar, o que era um pouco difícil para suas mãos ansiosas que passavam rapidamente pelas vestimentas nos cabides. Sabia que não estava fazendo nada de errado; afinal, eram elas as inescrupulosas.

Anne perdeu a noção do tempo enquanto vasculhava as coisas de Louisa. Subitamente, enquanto seus olhos passavam pelos intermináveis vestidos, casacos, meias-calças e sapatos caríssimos e, diga-se de passagem, extremamente fabulosos de Louisa, sentiu uma raiva fria inundar seu ser de repente.

Aquela garota era mesmo uma mesquinha absurda...

"Uma mesquinha que não me serve para nada, aparentemente!", praguejou mentalmente, desistindo de sua procura ao notar que não havia nada que revelasse que Louisa estaria fazendo algo de errado.

Antes achava que sentia apenas uma "aversão-moderada" em relação a Northrop, mas, agora, tudo o que sentia era puro ódio.

Era um completo absurdo ela não ter nenhuma pista de suas maldades e de seus golpes em lugar nenhum! Aquilo era quase como uma afronta com Anne.

Caminhou com impaciência para o outro lado do quarto, onde situava-se a cama de Iris Legraund — sabia que era dela ao ver um par de meia-calça de cor bizarra que a ruiva usava de vez em quando; este estava jogado de qualquer jeito sobre a cama.

E foi por lá que começou. Revirou os lençóis, as laterais e, por fim, o colchão, a fim de ver se não tinha nada escondido embaixo. Parou ao escutar o inconfundível som de um objeto caindo no chão. Deu a volta na cama, abaixando-se e pegando uma estranha peça caída diante dos pés da escrivaninha.

Analisou-a, surpreendendo-se com o tamanho e peso do que parecia ser um amuleto em formato hexagonal. Passou levemente o polegar pelo seu centro, franzindo a sobrancelha para a letra "O" gravada com uma cor verde-florescente.

"Mas o que é...?"

— Ei! O que está fazendo aqui?

Com o susto, Anne soltou o amuleto, dando de cara com ninguém mais ninguém menos que Iris Legraund. A garota estava parada em frente à porta, o rosto perplexo e assombrado. Seus olhos estavam fixos no objeto que fora ao chão.

Pelo jeito, Anne havia gastado tempo demais olhando as coisas da Northrop...

— Ah! Eu, hã... — Anne perdeu-se nas palavras, sua mente não pensando em nenhuma desculpa tão boa. — Oras, eu... Só estava pegando as anotações de Herbologia de Naomi para estudar.

"Droga, Anne!", mordeu a língua ante sua clara falha: todos sabiam que ela era a melhor de seu ano em Herbologia — fato que Anne fazia questão de lembrá-los todos os dias — e que jamais precisaria de "ajuda" para tal matéria.

E, infelizmente, Iris Legraund sabia muito bem disso.

— Pare de mentir, Crystal! — ela rosnou, ríspida. — Agora deu para ficar furtando os pertences dos outros? Subo para pegar algo que esqueci e as ratazanas não perdem tempo em atacar... Que maravilha!

— Furtando? Eu? — Anne fingiu-se de ofendida. — Que absurdo! Eu... Hã, só estava vendo esse... — sem raciocinar bem, pegou o amuleto como forma de escapar. — Colar bonito...

O rosto de Iris avermelhou-se, ficando quase da cor de seus cabelos.

— Largue isso! — ela foi até Anne, arrancando o amuleto de suas mãos bruscamente. — O que é que, afinal, você está querendo, Crystal? — ela trincou os dentes. — Caia fora. Agora mesmo. — ordenou em tom ameaçador.

— Nossa, mas que grosseria...

— FORA!

Anne mal tivera tempo de se mover e já viu-se sendo puxada violentamente em direção à saída. Assim que passou pela porta, esta fechou-se com um estrondo à suas costas.

"Humpfnada educada", empinou o nariz, passando as mãos pela capa e massageando o braço, limpando qualquer vestígio daquela selvagem.

O certo seria Anne sentir-se frustrada e censurar-se por sua falta de bom-senso; contudo, enquanto descia, não conseguiu conter o sorriso triunfante que preencheu-lhe a face.

Antes, tinha de admitir que ainda possuía uma minúscula desconfiança. Mas agora...

"Está mais do que claro que elas, definitivamente, estão tramando algo...", pensou, e a imagem do curioso amuleto surgiu em sua retina.

E, se dependesse de Anne, não teriam sucesso.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham que a Anne irá aprontar? Alguém aí tem algum palpite?
Leitores queridos, na cidade de vocês vai ter o negócio do McDonald lá de ir com vassouras??? Estou pensando seriamente em participar; quem seria louco de não pegar sanduíches de GRAÇA?! Estou pouco ligando se minha vassoura tem mais de 10 anos kkkkkk (ela é da linha Cleansweep, uma bem velhinha... Qual o modelos das suas?)

Espero por vocês nos comentários :)

Feliz dia das Bruxas!

Malfeito, feito. Nox.



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