Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 46
Capítulo 45 — Ruína


Notas iniciais do capítulo

Yoooo!! Bruxinhos, como estão???

Preparados para o capítulo? Nem vou falar nada, pois o título já deve dar uma leve ideia do que os aguarda, hehe...

Boa Leitura e até as Notas Finais ♥



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♦️ Louisa Northrop ♦️

 

— Será que o Rosier já recebeu o bilhete da “Picquery”? — Iris Legraund perguntou-se, mordendo o lábio ansiosa.

O corredor central do 3° andar estava completamente deserto naquela tarde de quinta-feira, estando somente Louisa, Iris e Matt presentes nele. Os três grifinórios já estavam ali parados há alguns minutos, apenas aguardando, nervosos e ansiosos, a primeira parte do plano ser cumprida.

— Hum... — o olhar de Matt Ryman permaneceu fixo num ponto qualquer do corredor, distraído. Depois de um segundo, a resposta veio: — Sim, ele já recebeu sim. — afirmou com uma convicção altamente curiosa para as duas garotas.

Louisa Northrop franziu o cenho em confusão e mínimo ceticismo.

— É mesmo? — seus olhos rolaram rapidamente pelo corredor deserto onde esperavam pacientemente a chegada de Billy, checando as duas direções. Não havia nenhuma alma viva além deles e, como bem já virara costume, um número abundante de moscas encontravam-se zanzando por ali. — Como sabe disso?

Sua pergunta era bastante válida, por sinal. Louisa e Iris frequentemente surpreendiam-se com a capacidade que Billy e Matt possuíam em saber de fatos um do outro mesmo quando separados.

“Talvez eles apenas se conheçam bem demais...”, cogitou com certa lógica, ainda que não se sentisse tão convencida assim.

— Ah — Matt somente fez um gesto de simplicidade. —, eu apenas sei. E parece que ele já está se dirigindo para cá. — a voz dele adquiriu um tom animado, voltando-se para as garotas. — Está chegando a hora, temos que ficar atentos.

— Então é melhor nos prepararmos rápido. — Iris alertou, uma fina tensão presente em seu tom. A garota puxou o ar. — Venham, vamos entrar logo.

Louisa seguiu os outros dois para a porta indicada há alguns metros, adentrando numa sala de aula vazia. Havia ali apenas duas janelas, alguns quadros vazios e uma estante velha e empoeirada recuada no fundo. Ficaram calados, cada um repassando mentalmente os próximos passos do plano para que não esquecessem de nada na hora H. A espera por Billy estava sendo decididamente sufocante. Mas não devia levar muito tempo...

— Animados? — finalmente o Sánchez surgiu pela porta, parecendo estar eletrizado e eufórico. Um grande sorriso iluminava os traços do latino. Louisa havia percebido nos últimos dias que ele parecia adorar estar no meio de situações que faziam a adrenalina desabrochar (o completo oposto dela mesma).

— Como ele reagiu ao ler a carta? — embora parecesse que tudo estava saindo como planejado, Louisa não conteve-se em fazer aquela pergunta, pois aquele era um ponto em que ainda possuía tensas dúvidas. — Será que ele percebeu que a letra não está igual à da professora? — preocupou-se.

Seu medo era bem viável, pois a tarefa de copiar a letra da prof. Picquery havia sido incumbida a ela, pois, na opinião de seus colegas, sua letra era a mais “refinada” dali. Não soube interpretar se eles disseram aquilo com ironia, pois suas vozes haviam saído um pouco pomposas demais...

Billy sorriu-lhe, tranquilizador.

— Não se preocupe, chica. Se o plano for por água abaixo, certamente não será por causa da carta: ela funcionou direitinho. — notificou, e Louisa soltou um suspiro de alívio. — O rosto do Rosier se contorceu em imensa preocupação enquanto lia o que escrevemos, e até deixou suas preciosas bombas-de-caramelo de lado quando se levantou e se dirigiu à saída, todo aflito… — o garoto zombou.

— Então é melhor nos atentarmos. — Matt relembrou-os, o olhar ficando ansioso. — Ele já deve estar do outro lado do andar à essa altura, esperando pela prof. Picquery. Precisamos agir agora.

Ainda que ansiosos, Iris, Billy e Matt também pareciam mostrar certo “divertimento” com aquele plano maluco — já Louisa, além de ansiosa, sentia um pouco de tremor correr por suas veias.

O que eles estariam prestes a fazer não seria um tanto... extremo demais?

Afinal, caso a situação não fosse “leviana”, teriam de apelar para ameaça, ou seja, ameaçar uma pessoa. Às vezes (na maior parte do tempo, na verdade), a mente de Sebastian Rosier podia assemelhar-se a um cérebro de trasgo para Louisa, mas, ainda assim, ele continuava sendo uma pessoa...

“... E certamente mamãe não aprovaria o que estou prestes a fazer”, mordeu os lábios, preocupada e sentindo uma certa culpa lhe invadir.

No entanto, já não dava mais para voltar atrás.

— Bem — Matt sorriu, divertido, já desembainhando a varinha. — Prontos para um interrogatório?

 

[...]

 

— Humpf. — Iris bufou baixo, insatisfeita. — Eu já disse umas mil vezes e repito: chegar de fininho por trás e acertar o Rosier na nuca é um plano decididamente mais eficaz!

— Iris... — Louisa sussurrou em sobreaviso, olhando ao redor um tanto aflita. — Fale mais baixo, ele pode nos escutar… — relembrou com sensatez.

Iris ergueu as sobrancelhas, parecendo ficar surpresa.

— E você acha que ele escutaria? — seu tom saiu incrédulo. — O Rosier é um completo doido. — ela espiou novamente o corredor onde o garoto se encontrava. — Veja só; ele ainda está lá, conversando pateticamente com um quadro...

Era verdade. Embora estivesse em volume baixo, dava-se para distinguir algumas palavras do Rosier...

— ... será que ela descobriu que fui eu quem jogou aquele Chifre de Bicórnio dentro do aquário de peixes favoritos dela? Não foi culpa minha se ele acabou mergulhando na Secreção de Bandinho... Eu precisava me livrar daquele chifre… — Sebastian tagarelava sem parar, sua voz afinando a cada palavra ante o nervosismo.

— Oh, pobre garoto, não fique com medo. Todos cometemos erros, os seres humanos são inevitavelmente falhos. — uma mulher rechonchuda que residia em um quadro no corredor observava o garoto andar de lá para cá, tomada por compaixão. — Tente pensar em coisas boas...

— Mas a prof. Picquery dá muito medo quando está brava. — Sebastian roía as unhas, tomado pela insegurança. — Toda delicadeza em seu belo rosto some e só sobra uma máscara de terror, ainda mais pavorosa que a cara de um Dragão Norueguês!

— Tenho certeza de que tudo dará certo, jovem rapaz. Contudo, se acontecer o pior, aconselho que peça uma pintura sua em seus últimos momentos... Pode até se tornar meu vizinho! Não seria fabuloso? — a mulher sugeriu, radiante.

Enquanto Sebastian ouvia com extrema atenção a proposta da rechonchuda, Louisa virou-se de supetão ao ouvir a voz zangada de Iris soar de repente ao seu lado:

— Ah, você de novo? Por acaso anda me seguindo?

— Ora, ora, se não é a “violadora” do outro dia... — Louisa deu de cara com um quadro que mal havia reparado estar logo atrás delas, que exibia a imagem de um rapaz com tapa-olho vestindo roupas marinhas. — Está xeretando novamente? E desta vez com uma amiguinha, pelo que vejo... — olhou para Louisa. — Que coisa feia...

— Quem é ele? — Louisa olhou para Iris, confusa.

A ruiva bufou. — Ninguém importante. É só um projeto de pirata enxerido demais da conta. — revirou os olhos. — Ainda bem que já está morto, não é? — provocou maldosa, certamente querendo ferir os sentimentos da pintura.

O rosto do rapaz ficou nitidamente ofendido, arregalando seu único olho.

— Oh, sua larápia! Como ousa me esnobar assim? Pois fique sabendo que fui o melhor pirata de todos os tempos! Abatia baleias imensas com apenas um Flipendo! Hum! — cruzou os braços, bufando.

— Shhhh, Sebastian vai nos escutar!... — Louisa sussurrou em desespero, tentando de alguma forma acabar com aquela discussão descabida e certamente fora de hora e lugar.

— É, cala essa matraca, pirata inútil. — Iris mandou, impaciente. — Volte por onde veio, sim? Se não notou, estamos extremamente ocupadas agor...

De repente, a voz de Rosier elevou-se drasticamente, ecoando pelo corredor:

 Ei, ei, o que há com a senhora? Por que me deixou falando sozinho? — o tom dele estava nitidamente confuso e magoado, despertando a curiosidade das duas garotas.

Louisa espiou pela dobra do corredor novamente e viu o garoto cutucando o quadro que outrora estivera conversando. De onde estava não dava para ver bem o que estaria gerando as perguntas do Rosier.

Estranhou. O que estava acontecendo?

— Senhora, você ainda não me disse o melhor cenário para o meu futuro quadro! — ele exclamou aflito. — Por que não se mexe? Por que não fala nada?!

— Louisa...

Sentiu um cutucão apressado no antebraço. Virou-se.

— O que foi, Iris?

A garota tinha uma expressão esquisita no rosto. Apontou para o quadro do pirata.

— É normal isso acontecer?

Louisa finalmente voltou os olhos para a pintura.

... E logo franziu o cenho.

O rapaz mal-educado — que estivera até um segundo atrás queixando-se da falta de educação de Iris — estava agora imóvel, pregado realmente na pintura amarronzada, sua boca estancada como se ainda estivesse no meio de uma fala.

Era exatamente como os quadros do mundo trouxa.

Atordoada, voltou-se para as outras pinturas espalhadas pelo corredor. Sabia que ali perto havia a figura de uma mulher amamentando seu filho, que chorava ocasionalmente. Localizou-a. Estava igualmente paralisada. Todos os quadros daquele corredor encontravam-se exatamente e curiosamente da mesma forma.

Olhou para Iris. Seu semblante deveria estar tão confuso quanto o dela.

— Hã... Eu não sei se é comum, pois nunca vi algo assi...

De repente, um grito estridente foi-se ouvido:

— ARREEE! — o coração de Louisa acelerou-se instantaneamente ao reconhecer a voz histérica de Sebastian. — O QUE É ISSO?? NÃÃÃOOO!!!

Louisa e Iris não precisaram trocar uma única palavra: na mesma hora, viraram-se e correram para salvá-lo do sabe-se-lá-o-quê estaria ameaçando-o. Certamente não poderia ter sido obra dos garotos... Billy havia dito que daria um sinal para elas quando fosse o momento de interceptarem Sebastian.

No entanto, assim que Louisa olhou para o corredor, uma claridade ametista ofuscante cegou-lhe por completo. Foi praticamente impossível evitar colocar o braço na frente da vista para proteger-se da luz. Era como se fosse ficar cega caso olhasse diretamente para ela.

O breu instantâneo ao fechar os olhos desorientou-a completamente. Conseguiu apenas escutar um grito abafado de Iris ao seu lado e o barulho de algo sendo atirado contra o chão.

A claridade foi embora com a mesma rapidez que veio.

... Porém, quando abriu os olhos, Louisa preferiu ter continuado com eles fechados.

Sebastian Rosier estava estacado á apenas alguns metros de distância, envolvido por uma superfície de cristal roxo e ameaçador. Nenhuma parte do corpo dele havia se salvado. Mas o pior foi quando olhou para o rosto dele. A expressão do garoto fez Louisa lembrar-se de algumas ilustrações dos raros livros amedrontadores que já conseguira ter em mãos, especialmente quando as personagens deparavam-se com algo verdadeiramente horripilante, como um vampiro ou um caranguejo-de-fogo.

E era exatamente esse tipo de emoção que estava pregada em todas as feições cristalizadas do Rosier: puro pavor.

Louisa sentiu as pernas fraquejarem de imediato. Sua pressão caiu e seu rosto empalideceu.

Aquilo não podia estar acontecendo... Não outra vez...

Iris arfou.

— O quê? Conan, não! — de repente, e sem Louisa sequer compreender o que estava acontecendo, a ruiva tentou agarrar a pequena coruja do prof. Marshall que voava enlouquecida na direção delas, seu alvo sendo provavelmente Sebastian. Louisa mal reparou quando a ave minúscula passou como um jorro por cima de suas cabeças. — Segurem ela, não deixem-na chegar perto do cristal! Ela pode se machucar! — Iris gritou, continuando a tentar pegá-la com as mãos.

Billy, que estivera, assim como Matt, estacado na outra ponta do corredor — chocado demais para ter uma reação —, finalmente saiu de seu estado de paralisia. Tirou a capa e, correndo na direção de Conan, jogou o tecido por cima dela, prendendo-a nos braços.

— Calma-te, calma-te! — ele fracassou em tentar algum tom tranquilizador, seu rosto moreno empalidecendo completamente. — Espere aí... Epa, acalme-se, Conan!

No entanto, a coruja estava longe de ficar calma: debatia-se incessantemente, tentando livrar-se da capa e do aperto do garoto, os piados soando altíssimos e desesperados e os olhinhos menores que um grão de feijão fixos na direção onde Sebastian encontrava-se, imerso dentro do cristal.

Louisa não estava conseguindo prestar atenção àquilo. Seus olhos aterrorizados ainda estavam fixos no Rosier, a garganta fechada. Normalemente, sempre fora uma garota que pensava rápido, e logo a dedução de que Sebastian havia acabado de virar mais uma vítima do pedaço do Cristal Maldito não demorou a lhe ocorrer.

... E o medo de aquele ter sido o fim do garoto quase fez-lhe entrar em pânico.

Louisa nunca simpatizou muito com Sebastian pelo motivo de ele ser extremamente irritante, mas isso não queria dizer que desejava o mal dele. Na mesma hora, lembranças de quando August e Sebastian atearam fogo em suas mudas preferidas, e apenas o Rosier pareceu verdadeiramente culpado — tanto que mais tarde ele lhe entregara indiretamente um dos únicos raminhos que não havia sido incinerado —, adentraram com força em seu ser, o ar esvaindo-se de seus pulmões instantaneamente.

“Essa não... Sebastian...”, lamentou.

— Por Merlim... Isso é surreal. — Matt falou assombrado. — O Rosier foi cristalizado! Assim como Clara Green... — a voz dele morreu, certamente não conseguindo formular outras frases ante o choque.

Os garotos juntaram-se com Iris e Louisa. Os quatro ficaram de frente para um Sebastian cristalizado, que tinha a boca aberta de puro pavor: sua última expressão antes de ser atacado.

Billy ainda tentava segurar Conan o máximo que podia, pois a coruja continuava a se debater e a tentar sair de sua “prisão” com extremo desespero, os piados sendo abafados pelo tecido da capa. Iris balançava freneticamente as mãos frente ao corpo — como se estivesse espantando um enxame de abelhas — e esfregava as palmas na roupa como um tique nervoso. Deveria estar extremamente passada.

— Oh, pobre rapaz!! Como isso pôde acontecer?! — o quadro da mulher rechonchuda de antes desatou a chorar copiosamente, fazendo todos levarem um tremendo susto. Louisa, então, reparou que todos os quadros voltaram a se mexer e falar, como num passe de mágica. — Ele iria ser meu futuro confidente... Talvez até um genro para minha filha no andar de baixo! Oh, pobre alma... — soluçou.

Antes que qualquer um deles pensasse em falar alguma coisa, passos apressados foram-se escutados à suas costas. De repente, vários alunos começaram a surgir na dobra do corredor, certamente curiosos pelos gritos de antes.

Enquanto as exclamações de horror e gritos histéricos iam sendo anunciados sucessivamente, Louisa baixou os olhos e ficou surpresa ao ver o amuleto misterioso jogado no chão diante dos pés cristalizados de Sebastian.

“Então esse foi o barulho de algo sendo atirado contra o chão que ouvi segundos atrás?...”, perguntou-se confusa. Ainda que intrigada, a razão de ele estar ali e não no bolso de Iris iria esperar: adiantou-se rapidamente e pegou o amuleto, tirando-o das vistas alheias.

“Está quente...”, franziu o cenho, reparando no detalhe antes de colocá-lo no bolso do casaco. De fato, o objeto dava a sensação de ter sido jogado na fogueira, mas ia adquirindo a temperatura ambiente a cada segundo que passava.

— Oh, não acredito... — Louisa virou-se e viu Minerva McGonagall gemer de frustração ao ver a cena. A monitora aproximou-se do grupo e seus olhos percorriam o cristal em que Sebastian estava preso com imensa cólera. — Outro ataque de novo, não...

O corredor ia se enchendo cada vez mais, e logo um amontoado de vozes soavam freneticamente, a maioria abordando os quatro grifinórios que, aparentemente, haviam presenciado toda a cena.

— Ei, o que aconteceu aqui?!

— Vocês viram o Cristal Maldito?!

— O Rosier está morto??!

Surpreendentemente, até mesmo Louisa estava sendo requisitada para responder às perguntas dirigidas sem pausas para o quarteto. Ficou um tanto desorientada com esse fato, confessava. Nunca tantas pessoas haviam se dirigido para si como agora.

Felizmente, a prof. Picquery chegou acompanhada do diretor Dippet. A mulher abriu caminho dentre os alunos, ordenando para que todos se afastassem de Sebastian. Seu rosto estava tenso. 

O diretor aproximou-se do cenário, seu rosto adquirindo inúmeras dúzias de rugas ao olhar para o aluno cristalizado. Todo o corredor estava, agora, tomado pelo silêncio após a chegada do diretor. Tratava-se de uma ação automática por parte dos alunos.

O homem ficou em um silêncio sepulcral por alguns segundos, parecendo atordoado demais para falar algo. Finalmente, seus olhos enrugados baixaram para a lateral do enorme cristal. Ele, então, estendeu a mão, confuso, em direção a um pequeno pedaço de pergaminho pregado em sua extensão.

Louisa sentiu o estômago afundar. Aquele era o “bilhete da Picquery” que ela própria havia escrito, copiando a letra da professora.

Seu olhar encontrou com o de Iris, que ainda esfregava as palmas compulsivamente. A ruiva, ao notar o mesmo que Louisa, soltou o ar entredentes como se dissesse: “Ah, droga...”.

— Senhor... O que há aí? — a Picquery aproximou-se do diretor, olhando curiosa para o papel.

Dippet limpou a garganta. Sua voz parcialmente tremida ecoou por todo o corredor enquanto ele lia o conteúdo da carta:

— “Caro sr. Rosier. Por motivos de mau desempenho contínuo em minhas aulas, infelizmente terei de colocá-lo no programa de aulas extras, a fim de recuperar seu atraso em relação aos colegas. Encontre-me no 3° andar, frente a Sala dos Troféus, para discutirmos seus novos horários. Cordialmente, Rosa Picquery”.

Não deu outra: todos os olhares recaíram-se sobre a professora em meio segundo.

A mulher, por outro lado, tinha uma expressão sinceramente confusa.

— O quê? Mas que estranho... Não me recordo de ter mandado essa carta ao Rosier.

O diretor Dippet lançou um olhar duro para a professora. Dava para ver ele somando os pontos em sua cabeça.

— No entanto, a carta está aqui, e com a sua assinatura. — frisou. — O que isso significa, srta. Picquery?

A professora de Poções, parecendo compreender a insinuação implícita na voz do diretor, tratou de fazer expressão indignada.

— Quero saber tanto quanto você, senhor. — retrucou com voz nervosa. — Não escrevi essa carta! Eu nem ao menos...

O diretor ergueu uma mão, interrompendo-a.

— Basta. Conversaremos seriamente em meu escritório, srta. Picquery. Quanto ao sr. Rosier... — ele virou-se na direção do garoto cristalizado. Após parecer pensar por um segundo, chamou: — Srta. McGonagall.

A monitora adiantou-se na mesma hora. — Senhor?

— Chame o prof. Dumbledore e conte a ele a situação. Diga que preciso de seu auxílio para transportar o sr. Rosier até a ala-hospitalar, exatamente como fez com a srta. Green. Não podemos arriscar deixá-lo aqui. Não seria nada bom para Hogwarts se esse cristal quebrasse e os pedaços do sr. Rosier fossem espalhados por aí. — sua voz estava mais dura e amargurada que nunca.

— Agora mesmo, senhor. — Minerva acenou e abriu caminho entre os colegas, dobrando a direita no final do corredor.

Cochichos eram soados por toda parte, a maioria apontando para a prof. Picquery, que ainda continuava confusa com a história do bilhete. As feições gerais estavam divididas entre desconfiança e reclinadas à acusação.

— Senhor, deve ter havido algum engano... — a professora tentou insistir, contudo, em vão.

— Esperemos a chegada de Alvo, e então a senhorita me explicará exatamente o significado dessa carta que levou nosso aluno, coincidentemente, para a zona de ataque. — o diretor dispensou qualquer argumentação da professora com extrema frieza, fazendo-a baixar os olhos em derrota e desventura.

Por pouco Louisa não revelou tudo.

O fato de a professora estar sendo vista com nítidas suspeitas fazia-lhe sentir-se como se uma caixa de quinhentas toneladas pesasse em sua cabeça. Não foi difícil descobrir o que aquilo significava.

Culpa.

A única coisa que lhe impediu de fazer ou falar algo, foi o aperto de Iris em seu braço, que logo tornou-se um puxão insistente.

Olhou interrogativamente para a ruiva, no que ela logo explicou:

— Rápido, vamos dar o fora daqui, os garotos estão chamando! — disse num sussurro agitado.

… E Louisa não teve alternativas senão segui-la. 


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Notas finais do capítulo

2° VÍTIMA DO CRISTAL MALDITO: SEBASTIAN ROSIER!

E aí, bruxinhos, acho que vocês não esperavam por essa, né? Hehe, eu ADORO surpreender!

Bem, não digo que fiquei tão triste, afinal, esse Sebastian é um mala... Massss, não podemos desejar o mal do coleguinha, né, crianças? Manterei a minha satisfação em pensamento, então ;)

E agora? Como eles vão conseguir as informações se o alvo deles está fora de jogo? Esse quarteto terá que botar a cuca pra pensar...

Espero que tenham gostado do capítulo, gente! Deixem seus feedbacks, se gostaram, se acham que posso melhorar em algum quesito, tanto de escrita quanto de construção de fatos; qualquer opinião e crítica (que seja construtiva, lógico) conta! Quero agradecer a todos que têm acompanhado essa trama até aqui, principalmente os que interagem aqui com a gente e impulsionam cada vez mais as autoras ♥ Obrigada também por cada leitor-fantasminha, a presença de vocês (mesmo que em outro plano) é sempre gratificante ^-^

Bem, depois de uma semana de postagem dupla eu preciso de um descanso! Até sábado que vem, bruxinhos, tenham um ótimo fim de semana, bjsss!

Malfeito, feito. Nox.



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