Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 43
Capítulo 42 — União


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEI!
E dessa vez no dia e horário certo, hehe, mereço os parabéns ^-^

Como têm passado, meus bruxinhos? Muito calor aí onde vocês moram? Ontem fez um calor TÃO intenso que só fui conseguir dormir 2:00 da manhã (toda ensopada de suor). Ainda bem que hoje deu uma melhorada.

O capítulo de hoje será MUITO importante, viu? Prestem atenção em todo o "debate" que o quarteto-fantástico terá, pois haverá altas informações importantes ;)
Entramos oficialmente num arco que denominei de "Arco da Investigação". Ele será bem corrido e cheio de planos e ações (é também um dos meus preferidos ♥).

Desejo á todos uma Boa Leitura ♥



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♠ Iris Legraund ♠

 

Billy Sánchez e Matt Ryman concordaram em acompanhá-las.

Iris Legraund ficou satisfeita aos constatar que ela e Louisa haviam conseguido atiçar a curiosidade deles. Normalmente, era difícil tanto Billy quanto Matt se interessarem por assuntos dos outros; contudo, tendo o Cristal Maldito algum tipo de envolvimento, era esperada essa atitude deveras “acessível”. Logo, decidiram ir até o Pátio de Transfiguração.

Felizmente, quando chegaram, não estava tendo aula de Transfiguração no momento; considerando que o local estava sendo uma “sala” substituta para as aulas do prof. Dumbledore — e isso, somado ao fato de a maioria dos alunos estarem rodeando a Ala-Hospitalar na esperança de que a lindíssima Scarlett Green desse o ar da graça e saísse distribuindo autógrafos, certamente resultou em um pátio mais vazio.

Os garotos logo pularam em uma mureta coberta de neve, sentando-se nela com descontração. O Ryman não desviou os olhos excepcionalmente verdes das duas nem por um instante.

— E então? O que querem falar?

Iris e Louisa entreolharam-se por alguns segundos. Só agora elas se preocupavam com um detalhe importante: como começariam aquele assunto sem que levantassem suspeitas sobre a investigação que ambas estavam tendo?

— Ah... Bem — Iris desceu os olhos para as próprias unhas, que arranhavam levemente o tecido do grosso cachecol que trajava. —, é que... Fiquei me lembrando do que vocês falaram no Corujal aquele dia, e... Bom, apenas me perguntei se vocês não teriam mais “novidades”...

Matt esboçou uma expressão autêntica de estranhamento ante suas palavras, no entanto, por hora, ele pareceu somente querer descobrir aonde ela queria chegar com aquela conversa.

— Você está se referindo ao Cristal Maldito. — não foi uma pergunta, e sim uma afirmação que ele fizera consigo mesmo. — E por que querem saber sobre isso exatamente...?

— O-oras, é... — Iris perdeu-se um pouco; aquela era justamente a pergunta que desejava que eles não fizessem. — Curiosidade. — proferiu a palavra como se ela colocasse fim a quaisquer desconfianças. — Só estamos curiosas se existe alguma informação ameaçadora sobre o Cristal que ainda não saibamos. Não é, Louisa? — buscou apoio.

A Northrop também olhava para as próprias mãos, massageando-as levemente, buscando não encarar ninguém.

Limitou-se a dizer uma só palavra:

— É.

Agora foi a vez dos meninos se entreolharem.

Após darem a impressão de conversarem em pensamento, Billy voltou-se para elas com um sorriso de segundas intenções preenchendo seu rosto moreno.

— Hum, solo curiosidad, eh? Tem certeza de que não há mais nada além disso?...

Louisa ficou tensa a seu lado. Embora quisesse soar firme, Iris não pôde impedir suas bochechas de ficarem avermelhadas:

— Mas é claro que é só isso! — respondeu, nervosa. — E já vou avisando que vocês estão formulando histórias onde não tem!

— Ela está claramente mentindo. — Matt confirmou ao amigo com nítida satisfação, voltando-se para Iris. — Serei direto, Legraund: ou vocês nos contam agora o que estão escondendo, ou não diremos nada a vocês. — ele encostou-se relaxadamente na mureta, cruzando os braços atrás da cabeça. — Decidam-se à vontade.

Iris estava prestes a declarar que aquela atitude estava sendo um tanto ridícula quando Louisa agiu primeiro.

— Iris — o desânimo pela derrota era evidente em seus brilhantes olhos safiras; contudo, ela já parecia ter se conformado. — Vamos contar logo pra eles; vejo que é a única alternativa que nos resta.

— ... Sábia escolha, Northrop. — Billy falou rápido e um pouco reservado; os meninos demonstravam “tanto” jeito para falar com Louisa quanto ela para falar com eles. — Enfim, apenas hablam.

Iris lançou um olhar levemente contrariado para Louisa por conta de sua rápida desistência. Suspirou, prevendo que não teria outra alternativa, e pôs-se a contar tudo o que haviam descoberto até agora. Começou pela conversa que haviam escutado dos garotos da Sonserina no Corujal — ocasião em que tiveram conhecimento sobre o misterioso “ele” —, relatou as pesquisas infrutíferas que ela e Louisa haviam feito por meio de alguns livros que sobraram na biblioteca e, por fim, terminou no amuleto que havia achado perto de uma das áreas atingidas pelo Cristal na noite em que Clara Green havia sido atacada.

Os meninos ouviam à tudo com extrema atenção e, ao mesmo tempo, admiravam-se com todas as novas informações importantes que estavam recebendo das garotas.

Após o extenso relato chegar ao fim, Iris sentiu uma onda de satisfação lhe atingir quando os garotos pareceram ficar muito interessados em relação ao tal “ele”.

— Espera un poco. — Billy pediu, querendo alguns segundo para digerir tudo. — Está me dizendo que esse “ele” é alguém que está orquestrando algo maligno em relação ao pedaço do Cristal Maldito?

Iris sentiu-se ficar muda. Até o momento, sempre manteve fixo em sua mente que esse “ele” significava mais do que aparentava, mas só agora percebia que nunca havia parado para pensar nele como alguém “do mal”.

— Acho que... — ficou um pouco distraída, pensando naquele novo (e interessante) ponto de vista. — Pode ser uma possibilidade.

— Eu já digo que pode haver muita chance nessa suposição. — Matt expôs, também pensativo. — Ainda mais se considerarmos quem foram os babacas que citaram essa pessoa misteriosa... Ah, sem ofensa, Northrop. — ele olhou para Louisa ao se referir aos sonserinos.

A menina ficou confusa.

— “Ofensa”? Por que disse isso?

Dessa vez foi Billy quem respondeu:

— Oras, eles são parentes seus, no?

Louisa pareceu surpresa com a frase e a insinuação ditas de forma tão natural. Antes que ela provavelmente pudesse balbuciar alguma resposta, Matt estalou os dedos como se houvesse encontrado a solução do problema que ele matutava há alguns segundos.

— Parentes! É isso mesmo! — ele voltou-se para Louisa. — Você é amiga deles, não é? Basta você perguntar ao Lestrange, Black ou ao Rosier sobre esse tal “ele”. Assim descobriremos sobre suas reais intenções!

Louisa arqueou os olhos surpreendida. Iris estampou uma expressão que dizia: “Por que não pensei nisso antes?”.

Aquela era uma ótima ideia. Iris estava há meses matutando sobre como descobriria alguma informação sobre o tal de “ele”, e esquecera-se completamente de que sua “companheira-de-investigação” era a única que tinha algum tipo de relação com aqueles garotos da Sonserina.

Afinal, eles pareciam sempre tratar Louisa como uma velha conhecida...

Contudo, antes que Iris pudesse começar a se animar com a nova “escápula-de-fuga” daquele incômodo problema, Louisa negou com a cabeça rapidamente.

— N-Não! Esperem, por favor, eu... — ela engoliu em seco. — Isso não adiantaria nada, não sou nada próxima dos meninos e eles também não confiam em mim! Não dá para fazer isso.

Ela declarou tudo aquilo muito depressa, fazendo todos ficarem em silêncio. Billy e Matt se entreolharam de novo, e Louisa baixou os olhos para os próprios pés, parecendo imensamente preocupada com a situação da qual estava sendo metida.

Iris desviou o olhos. Desejava que fosse mentira, mas teve a nítida impressão de que Louisa não estava sendo honesta, especialmente na parte em que ela disse “não ser nada próxima” dos garotos da Sonserina.

Na verdade, sentiu que existia sim uma proximidade, contudo, uma nitidamente maior do que Louisa gostaria de ter.

E, não sabia se era paranoia de sua cabeça, mas supôs que Billy e Matt estavam pensando a mesma coisa.

Foi Billy quem se prontificou a cortar o silêncio. Ele espantou algumas moscas pousadas em sua cabeleira escura e começou devagar:

— Pero... Você não pensa que assim seria mais fácil, Northrop? Talvez, se você perguntasse usando as palavras certas...

— Não. — Louisa balançou a cabeça, desta vez mais calma; porém, ainda assim, nitidamente ansiosa enquanto mantinha o olhar preso sobre as mãos, apertando-as tensamente. — Desculpem, mas... É melhor não. — falou como se desse um ponto final ao assunto.

Os meninos levantaram as sobrancelhas para Iris, como se perguntassem: “Tem alguma ideia do que está desconfortando essa garota?”.

Iris gesticulou um não impaciente, olhando para a colega.

— Hum... Louisa. — a garota evitou seu olhar. — É... Está tudo bem se não quiser perguntar, há várias formas de descobrir mais sobre esse “ele”. — a tranquilizou, embora estivesse bastante confusa. — Não é mesmo, garotos? — chamou a atenção dos dois, que trataram de acenar rapidamente em concordância.

Assim, Iris buscou empurrar o questionamento íntimo que tinha sobre a reação negativa de Louisa para a sessão de “assuntos-deixados-para-mais-tarde”, focando-se na conversa novamente. No entanto, teve a impressão de que a Northrop não participaria mais do debate...

Matt, então, após um último olhar na direção da colega calada, limpou a garganta:

— Presumo que devemos dar atenção ao tal amuleto agora...

— Sim. — Iris acenou, renitente. — Penso que ele talvez possa pertencer a pessoa da qual os sonserinos estavam falando...

Billy franziu o cenho.

— E você chegou a essa conclusão por qual motivo?

Iris respirou fundo, visando já deixar claras suas impressões, ainda que essas fossem claramente questionáveis.

— Olhe, eu disse talvez, ou seja, apenas acho isso. E nada me diz que estou no caminho errado, então é algo que podemos considerar.

— Com certeza podemos, Legraund. Mas isso é muito relativo. — Matt lembrou notório, continuando rapidamente antes que fosse interrompido: — Porém, vamos imaginar uma hipótese: consideremos que sim, o amuleto pertence ao tal de “ele”. Possuo algumas sugestões a respeito dessa ideia.

Billy se interessou.

— Nos diga, entonces.

Matt apoiou as mãos nos joelhos, inclinando-se na direção das garotas, falando em tom baixo e importante:

— Olhe, eu indico que não mostremos esse amuleto para ninguém, nem mesmo devemos colocá-lo no mesmo lugar em que foi achado, como uma ridícula forma de “devolução”. Não, não faremos isso. E se sairmos perguntando aos outros de quem é o amuleto, certamente seu dono vai aparecer...

— Mas isso é ótimo, não? — Iris interrompeu-o um tanto confusa e impressionada por não ter pensado naquilo antes. — Esse seria o jeito mais fácil de descobrirmos quem é esse “ele”, não é?

Matt fez que não com a cabeça.

— Errado. Não seria ótimo. Pense comigo, Legraund: se mostrássemos esse amuleto em público, e uma pessoa anunciasse que é a dona, o que teríamos de fazer?

— Teríamos que ser obrigados a entregar o amuleto para ela. — surpreendentemente, foi Louisa quem respondeu. — E não poderíamos acusar a pessoa, justamente por falta de provas.

— Exatamente. — Matt concordou. — E, como consequência, acabaríamos perdendo o único objeto que temos; lembrando que nem mesmo sabemos se o amuleto representa de fato alguma importância boa ou ruim, assim como seu dono também...

— E se o amuleto for mesmo importante, não queremos que ele volte para as mãos de um suposto inimigo. Não outra vez. — Billy terminou a extensa (e intrigante) lógica.

Iris sentiu uma sensação de triunfo adentrar-lhe o peito. Olhou para Louisa ao seu lado, levantando as sobrancelhas como quem dizia: “Não disse que seria uma boa ideia pedir ajuda para eles?”.

Iris voltou-se para os dois garotos e aprumou-se, mantendo-se ereta. Havia chegado o momento de elas obterem informações.

Limpou a garganta, sentindo-se a própria “Sherlock Holmes”:

— Muito bem. Suas suposições possuem certa coerência. Acho que é uma boa não levar esse amuleto á público... Mas, agora — frisou. —, quero que nos confidenciem o que sabem sobre o assunto. Tudinho.

Billy remexeu-se na mureta e olhou para o amigo. Após o que pareceu ser uma conversa mental, ele voltou-se para as duas garotas.

— Pois bem, vocês foram sinceras até agora... E não somos de quebrar tratos. Mas não se animem, pois lamento em dizer que não possuímos tantas novas informações quanto vocês.

— Apenas conte o que sabe. — Iris gesticulou com pressa. Estava ansiosa para ouvir qualquer coisa da qual não tivesse ciência sobre o pedaço de cristal.

— Hum... Por onde eu começo?... — Billy matutou por alguns segundos.

— Talvez pelo começo, meu amigo. — Matt revirou os olhos, retirando do casaco um pedaço de pergaminho com anotações, pondo-se a lê-lo em seguida.

— Ah, sabe que não é tão simples... — Billy balançou a cabeça. — Lembre-se que há uma lógica complicada para expormos.

Louisa lançou um olhar confuso para Iris, como se perguntasse: “Do que eles estão falando?”.

Iris deu de ombros e voltou-se para o Sánchez.

— “Lógica complicada”? Está dizendo que possuem informações... Imaginadas?

— Suposições, para ser mais claro. — o Ryman lhe respondeu. — A nossa investigação estava caminhando para um rumo diferente do qual vocês tomaram. Não fazíamos ideia de que poderia haver alguém envolvido no caso. Estávamos nos focando mais em... — ele olhou rapidamente para os lados, checando se não havia ninguém olhando. — Encontrar o paradeiro do pedaço do Cristal.

— Paradeiro? Como assim? Ele está... Fixado em algum lugar? — franziu o cenho.

— Mas isso não é algo natural do Cristal Maldito. — para a surpresa de todos, Louisa teve a iniciativa de expor um comentário. — Quero dizer... — ela olhou um pouco relutante para Iris. — Naquele livro que lemos relatava que os cristais costumavam se locomover pelo espaço, atravessando as matérias e acionando seu poder caso se sentissem ameaçados.

— Estás correcta, Northrop. E é por esse motivo que chegamos à conclusão de que esse pedaço do Cristal escondido em Hogwarts está defeituoso. — Billy esfregou as mãos, parecendo se animar. — Sabe, o Cristal Maldito, como você disse, atacava quando era ameaçado. O pedaço que está aqui, em particular, age de forma aleatória, cristalizando corredores, salas e, agora, pessoas. É como se estivesse confuso ou abobalhado.

Iris enrolava a ponta do cabelo entre os dedos, concentrada na lógica.

— Mas o que os leva a pensar que esse pedaço esteja alojado em algum lugar do castelo?

— Simples: os intervalos entre os ataques. — Matt respondeu com naturalidade. — É de conhecimento geral que quando um pedaço do Cristal Maldito aparecia em alguma região, cristalizações e ataques ocorriam simultaneamente, sem pausas. É por isso que o Ministério conseguia localizar esse pedaço e pegá-lo com certa facilidade quando recebiam ocorrências. O nosso caso é diferente. Levou cerca de meses até que o Cristal atacasse novamente. E aonde ele estava durante esse meio tempo? — ele ergueu as sobrancelhas. — Essa é a questão.

— Então... Vocês estiveram tentando localizar esse pedaço? E pretendem pegá-lo? — Iris indagou.

— Bien, se isso for manter todos em segurança e, de quebra, ainda render uns duzentos pontos para a Grifinória... Sim, esse é o plano. — Billy cruzou os braços, sorrindo divertidamente.

— Isso não é perigoso? — Louisa fez expressão incomodada, massageando o braço direito. — O Cristal já cristalizou uma pessoa... Não é arriscado chegar perto dele?

— Isso me faz lembrar... — Matt fez expressão pensativa, voltando-se em seguida para Billy. — Você ouviu o que o prof. Dumbledore falou ainda há pouco na ala-hospitalar?

— Se refere a parte em que ele ofereceu sorvete de limão ao sr. e a sra. Green?

— Não... — Matt balançou a cabeça, olhando para Billy como quem dizia: “Dá para se concentrar, cérebro de ameba?”. — Depois disso. Aquela história sobre “o tratamento para reverter os efeitos de quem foi cristalizado pelo Cristal foi evoluído, e tudo indica que o processo será mais rápido e mais eficaz”... Sabe, se formos considerar que esse pedaço que está Hogwarts esteja realmente defeituoso, talvez a coitada da Clara Green sofra as consequências. — seu tom estava sério.

Iris sentiu um nó formar-se em sua garganta.

— Quer dizer... Ela pode nunca mais voltar ao normal?

— Era comum antigamente as pessoas já planejarem o enterro de seus familiares ou conhecidos que tiveram o azar de serem cristalizados. — Billy encolheu os ombros. — Mas... Sabe, se Dumbledore diz que o tratamento pode estar tendo efeitos positivos... Prefiero creer eso.

— É, não sejamos pessimistas! — Matt ergueu o punho como forma de incentivo. — Tenho certeza de que a Green vai sair dessa. Quanto á nós, continuaremos com as buscas. Por uma boa causa, acho que todo risco vale a pena.

Iris mordeu o lábio, sentindo-se pela primeira vez um pouco hesitante em relação a toda aquela história. Olhou para Louisa, que parecia estar com a tensão e preocupação às alturas.

Parecendo notar as estaturas relutantes e incertas das garotas, Billy e Matt se entreolharam rapidamente. O garoto de pele morena adiantou-se com olhar determinado.

— Ora, vamos lá, muchachas! Iremos resolver todo esse mistério juntos!

— “Juntos”? — Iris questionou, erguendo uma sobrancelha.

— Exato. — Matt acenou. — Chame do que quiser... Trégua, companheirismo ou, simplesmente, trabalho-em-equipe. Estamos juntos nessa aventura. O que nos dizem? — ele olhou para Iris e Louisa com atenção.

A Northrop pareceu pensar muitíssimo no assunto, os olhos caídos sobre as próprias mão e o cenho levemente franzido. Finalmente, ela ergueu a cabeça, decidindo-se, ainda que um pouco hesitante.

— Acho... Que tudo isso pode valer a pena no fim. O que acha, Iris? — ela olhou-lhe com expectativa, como se pedisse em um gesto mudo para que aceitasse também.

Iris baixou os olhos, analisando suas opções.

Pensou em Clara Green e em como ela caiu naquela enrascada sem ter feito absolutamente nada. Pensou em seus pais e como eles ficariam caso acontecesse algo consigo...

... Mas, acima de tudo, pensou em quantos mais inocentes seriam as próximas vítimas do Cristal Maldito.

Pensou no destino das crianças do orfanato... Sobretudo em Charlie. Eles não tiveram opções ou alguém que tivesse evitado ou impedido que aquilo acontecesse...

E agora, ela tinha a chance de fazer algo.

Decidiu-se:

— Estou dentro. — sua voz saiu com a exata firmeza que desejava expressar.

Os rostos de seus colegas se iluminaram de entusiasmo, e Iris sentiu uma estranha conexão os envolver, como um verdadeiramente laço de confiança.

Sorriu animada. Ergueu a mão, estendendo-a para frente.

— Juntos comigo: “Um por todos!...”. — vendo que eles não se moveram, fez um gesto impaciente. — Vamos! Coloquem suas mãos e digam... Ah, vão me dizer que nunca ouviram ou fizeram isso? — olhou-os com indignação. — Alexandre Dumas¹, autor de “Os Três Mosqueteiros”!

Billy olhava para ela em intensa confusão enquanto Louisa apenas balançava negativamente a cabeça como se dissesse “nunca ouvi falar”.

Matt inclinou o rosto, um meio sorriso surgindo em seus lábios.

— Acho que entendo o que quer fazer, Legraund... Mas, aqui, nós utilizamos as varinhas. — ele retirou a varinha do bolso das vestes e postou-a no ar.

— Ah... Ahora entiendo. — Billy sorriu e logo tratou de colocar a própria varinha acima da de Matt. — É como fazíamos quando menores... Mas não faço ideia do que seja esses “Mosqueeiro os”, Legraund.

Iris balançou a cabeça, pegando a varinha do bolso.

— Deixa pra lá... — colocou-a acima da de Billy. Olhou para Louisa. — Vamos, coloque a sua também!

Louisa fez um meneio com cabeça, como se dissesse: “Por que não?”. Colocou a varinha acima da sua. Iris ficou feliz em ver um leve requisito de diversão perpassar no rosto da Northrop.

Faíscas douradas jorraram das quatro varinhas. O contrato estava feito.


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Notas finais do capítulo

Alexandre Dumas¹ — Alexandre Dumas (1802-1870) foi um romancista e dramaturgo francês, nascido em Villers-Cotterêts. Ficou conhecido por seus vários romances de capa e espada; em especiais, “Os Três Mosqueteiros” (1844) e “O Conde de Monte Cristo” (1844).

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O que acharam do capítulo??? Bem que eu avisei: foi RECHEADO de informações, lógicas e hipóteses. Qualquer dúvida ou confusão que tenham tido podem dar uma chegada que eu explico tudinho ^-^

Agora é oficial: NOSSO QUARTETO ESTÁ FORMADO!!! Eles vão aprontar muito, com certeza ^-^

kkkkk sempre acho engraçado o fato de que os bruxos não conhecem quase NADA do mundo trouxa; entendo a Iris, se eu estivesse no lugar dela também ficaria indignada! Os Três-Mosqueteiros… Lembrei agora daquele filme do Mickey, Donald e Pateta; eu simplesmente AMAVA aquele filme ♥

Por falar em filme, eu assisti o Enola Holmes na Netflix (e, como todo mundo, me encantei com o Henry Cavill como Sherlock Holmes; aquele homem é a perfeição em forma de gente! ♥). Curti muito o filme: engraçado e com bastante empoderamento feminino; assistam garotas ^-^ (e garotos também, se quiserem).

Ah! Quase esqueci de avisar: ontem postei uma one-shot de Harry Potter! Foi a primeira que escrevi sobre o universo e confesso que adorei a experiência (além de ter, pela primeira vez, escrito a mente da nossa amada Hermione Granger ♥) Chama-se: “A Mágoa e a Decisão de Hermione”. Quem quiser dar uma olhada e deixar um feedback do que achou eu agradecerei muito!

E é isso! Nos vemos no próximo capítulo! Tenham todos um bom fim de semana e uma ótima semana também ♥

Até Sábado!

Malfeito, feito. Nox.



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