Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 42
Capítulo 41 — Em Busca de Ajuda


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente: Me perdoem pelo atraso.

Gente, vocês não fazem ideia do quanto eu estou correndo desde ontem. Minha vida está toda atrasada em vários aspectos por um único motivo: internet.
Vou ser rápida e breve: desde terça-feira passada minha casa ficou sem internet. Tipo, total. Sem tevê, sem telefone, sem nada. Só foi arrumada ontem, então ficamos quase uma semana sem saber nada do mundo exterior. No fim descobrimos que foi um problemas nos fios.
De toda forma, essa uma semana sem internet foi um grande golpe, pois atrapalhou, e MUITO, meus planos. Agora tenho lições acumuladas, programas adiados e, aqui no caso, um capítulo atrasado :( Também não consegui escrever durante toda a semana, pois minha inspiração foi-se embora e eu também não podia usar o app que escrevo pela ausência do wifi.

Bem, foi isso. Mais uma vez: me perdoem pelo atraso, eu simplesmente ODEIO prometer uma coisa e depois vacilar. Espero que não aconteça de novo uma situação assim.

Agora, vamos esquecer os problemas e bora ler o capítulo, né?! O que passou, passou.
Até as Notas Finais ♥



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♠ Iris Legraund ♠

 

Iris Legraund semicerrou os olhos, a varinha firme em seu punho. Juntou toda e qualquer concentração que existisse em seu interior, totalmente focada no objetivo à frente. Respirou fundo, erguendo-a e apontando-a na direção exata que desejava, pronunciando com clareza:

— Relaxo!

Manteve o olhar fixo no nó do barbante embranquecido. Praticamente cruzou os dedos, torcendo para que ele ao menos se movesse um tantinho ou criasse uma mínima abertura.

... Entretanto, não foi o que aconteceu.

E, para arrematar isso, Louisa Northrop, após examinar com interesse o próprio pulso que ainda continuava preso pela corda desgastada, ergueu os olhos azuis-safiras para Iris, dizendo sem emoção:

— ... Acho que não funcionou.

Iris suspirou, passando a mão pelos cabelos em um gesto de frustração, alisando os fios com certa brusquidez.

— Não me diga. — retrucou com um sorriso irônico.

A Northrop apenas deu de ombros e voltou os olhos entediados para os arredores da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.

De toda parte, dava-se para distinguir inúmeros falatórios e pronúncias de feitiços vindos dos alunos — assim como também alguns praguejos por parte dos que (assim como Iris) fracassavam no teste do dia.

Iris voltou sua atenção para o que acontecia ao redor e pôs-se a examinar a performance de seus colegas como forma de adquirir um pouco mais de conhecimento. Viu Derek Hawley dizer o feitiço com extrema tranquilidade, e a corda que prendia o braço de Setrus Fisheer (sua dupla) se afrouxara na mesma hora, libertando o garoto.

— Isso, sr. Hawley, muito bem! Agora podem trocar!

O prof. Marshall se aproximou dos dois garotos e enfeitiçou as cordas para que se prendessem, agora, no pulso de Derek. Setrus, então, arregaçou as mangas e tomou o posto de “enfeitiçador”; contudo, estava demonstrando certa dificuldade em comparação ao outro.

O prof. Marshall esboçou um sorriso divertido quando Setrus xingou a própria varinha, zangado por não estar conseguindo bons resultados. O homem, então, olhou para os alunos espalhados pela sala.

— Continuem pessoal, faltam apenas cinco minutos para a aula acabar. — anunciou e continuou a rondar a sala, prestando auxílio e algumas dicas aqui e ali.

“Cinco minutos...”, Iris lamentou em pensamento.

Ela estava realmente empacada em sua tarefa a mais de meia hora? Parecia que não tinha passado nem dez minutos...

Ou ela era de fato muito ruim ou apenas não levava muito jeito com esse feitiço em particular.

Sabia que não fora com a cara do feitiço no momento em que o prof. Marshall anunciou que iriam aprendê-lo no início da aula. O nome “Relaxo” lhe lembrava fortemente “Laxante”; só não sabia o motivo de associar os dois termos. Talvez fosse pelas colocações do “lax”...

De toda forma, ambos se mostravam igualmente desagradáveis.

O prof. Marshall (após chegar com quinze minutos de atraso, como de costume) tirara as carteiras e armários da sala novamente, deixando-a vazia, e conjurou dúzias de pilares finíssimos em sua extensão, espalhados sobre o chão madeira-vinho.

Em cada pilar haviam cordas grossas presas por uma das pontas. Ele pedira para que todos se separassem em duplas. Explicou que amarraria o braço de um dos dois enquanto o outro parceiro praticaria o feitiço até que conseguisse fazer com que a corda se desamarrasse. Após isso, era só ir alternando.

Iris buscou Louisa dentre os colegas automaticamente, pois as duas ainda tinham de discutir o assunto inacabado que estavam tendo no café da manhã: sua repentina ideia de pedir ajuda para Billy Sánchez e Matt Ryman.

Não foi segredo que a Northrop pareceu altamente surpresa por alguém pedir para formar dupla com ela (normalmente um professor sempre acabava tendo de juntá-la com alguém após notar que apenas ela havia sobrado), e, com certeza, ela agradeceu mentalmente o fato de não ter de passar por mais uma situação incômoda.

Louisa fora a primeira a testar o feitiço enquanto Iris estava presa junto ao pilar. Como sempre, a Northrop conseguiu realizar a magia de primeira, e não levou nem um minuto até que chegasse a vez de Iris testar o feitiço.

... Teste este que estava durando até agora — em que já se encontravam no final da aula.

— Acho que esse Relaxo não vai com a minha cara... — reclamou, após tentar de novo e não obter nenhum êxito.

Louisa — embora presa ao pilar por quase quarenta minutos — não demonstrava sinais impacientes ou irritadiços, apenas parecia estar cansada.

Iris agradecia nessas horas o fato de a garota ser extremamente educada e refinada (gritar ou chamar algum colega de fracassadoimprestável ou simplesmente burro não deviam fazer parte do vocabulário das aulas de boas maneiras que a Northrop devia ter aprendido), pois, se estivesse no lugar dela, já estaria pedindo, quase implorando, para mudar de dupla.

— Você tem que esvaziar a cabeça. — Louisa finalmente buscou dar-lhe algum conselho. — Está muito focada em fazer o feitiço funcionar, mas tem que se imaginar como um “afrouxador” para fazer dar certo.

— Me imaginar como um afrouxador?... — Iris colocou a mão sobre o queixo, pensativa. A imagem que viera em sua mente não foi das mais agradáveis; algo como seu corpo se contorcendo feito uma cobra e ir ficando cada vez mais aberto e alongado... Fez uma careta. — Não gostei muito da ideia, não.

Louisa levantou os olhos para o alto, parecendo desistir de oferecer mais auxílio. Com a mão livre, a garota espantou algumas moscas irritantes que circundavam a sala desde que haviam chegado.

— O Sánchez é um verdadeiro “imã-de-moscas”... — Iris resmungou ao ver que as moscas vinham dele. Aquele garoto não lavava o cabelo, não?

Com um tapa, lançou os insetos para sua direita — local onde Zoe Hill e Suzanne Roowar treinavam —, espantando-as. As duas garotas fizeram caras feias em sua direção, mas Iris não se importou. Tinha escutado o que elas sussurraram quando se prontificou para fazer dupla com Louisa mais cedo... E não foi nada legal. Algo como: “Mais uma para o lado negro da força...”.

Iris tinha conhecimento dos olhares tortos que estava recebendo com cada vez mais frequência conforme ia se aproximando de Louisa Northrop nos últimos dias.

No entanto, Iris não ligava para nenhum deles. Sempre fora uma garota independente, o que era algo relativamente estranho em comparação às garotas denominadas como “estando-no-padrão”.

Iris sempre tivera uma certa ideologia em mente: “ninguém tem o poder de escolher com quem sentarei, acompanharei e conversarei além de MIM mesma”.

Quem se importa com comentários vindos de completos ignorantes? Se queria falar com Louisa, então falaria com Louisa, oras!

Decidiu não ligar para nada e seguir com suas próprias vontades… Mesmo com a Northrop ainda sendo uma completa incógnita para si, assim como as intenções de sua família também.

Embora já tivesse passado quase duas semanas desde o Natal, Iris não esqueceu nem por um segundo a história do Orfanato CroumstSaid.

Havia planejado falar com Louisa sobre o assunto logo quando a garota chegasse no castelo; contudo, após todos os acontecimentos que se sucederam desde a noite de Natal, ambas tinham coisas mais importantes para se focar no momento.

Entretanto, nada do que fazia para tentar ao menos deixar aquela história de lado adiantava.

Os fatos, assim como as descobertas reveladoras que tivera sobre o assunto, ainda martelavam em sua cabeça toda vez que deitava-se para dormir. Estava perturbada. Seis anos haviam se passado desde que sonhara com Charlie pela última vez...

... E ele apareceu depois de tanto tempo em seus sonhos na noite em que Clara Green fora cristalizada.

Charlie estava igualzinho como em suas lembranças guardadas no subconsciente: sorriso torto, cabelos encaracolados jogados para todas as direções e olhos que brilhavam mais que o oceano. Ele estava interpretando um feroz tiranossauro, fingindo pisar em pessoas (formigas) e farejando carne fresca para comer.

Iris era um pobre antílope que havia sido ferido quando fugira de um velociraptor, e fingia estar morrendo de medo de Charlie, que se aproximava lentamente de onde estava, farejando o sangue (que na verdade era lama misturada com molho de tomate) espalhado pelas pernas da garota.

Tudo parecia estar normal, exatamente como uma das milhares de brincadeiras que faziam durante os fins de tarde nas ruas...

... Até que algo mudou.

O corpo de Charlie começou a suar, dando para ver gotículas de água caírem na calçada apedrejada, e foi soltando, pouco a pouco, uma fumaça negra. Suas roupas começaram a chamuscar, assim como sua pele.

Iris gritou horrorizada e brecou a atuação, aproximando-se dele desesperada.

O mais bizarro foi que Charlie não correu, gritou, e nem mesmo demonstrou um mínimo medo com a situação. Apenas olhava para Iris com expressão imóvel, contendo um sorriso assustador nos lábios; algo que não combinava com ele.

Quando os ossos do garoto começaram a ficar visíveis por debaixo da pele que derretia e foram despontando em várias regiões de seus braços, pernas e rosto, Charlie alongou o sorriso, que agora se encontrava totalmente aberto e desfigurado; seus olhos brilhavam de ódio.

— Você mentiu para mim, Iris. Não quis ser minha irmã. Você me acha estranho, como todo o resto. Se não tivesse me deixado voltar para o orfanato naquela manhã eu não estaria morto. A culpa é sua.

Iris acordou gritando naquela noite, com o coração aos pulos e o suor frio espalhado por todo seu corpo e lençóis de algodão. Não havia ninguém no quarto, pois ela fora a única que ficou para passar o Natal no castelo. Foi um alívio quando viu que tudo não passara de um sonho, mas não conseguiu voltar a dormir depois daquilo, temendo que acontecesse novamente...

“A culpa é sua”. A frase de Charlie ainda estava fixa em sua memória, como se ela tivesse sido pronunciada no mundo real...

Estava tão perdida em pensamentos que mal notou que já faziam alguns segundos que Louisa estava lhe chamando.

— Ei, Iris. — sentiu ela cutucar-lhe hesitante no ombro. — ... Está me ouvindo?

— Ah, o quê?... — sacudiu a cabeça, voltando ao presente. Obrigou sua mente a entrar em foco: trancou todos aqueles pensamentos e guardou a chave no setor: “Assuntos sentimentais/dolorosos/irrecuperáveis”. — Desculpe, não ouvi o que disse, Louisa.

Ela lançou-lhe um olhar como quem perguntasse: “Por onde anda sua mente?”; contudo, não o fez em voz alta. Em vez disso, respirou fundo, parecendo juntar toda a paciência que existia em seu interior.

— Eu perguntei se você acha realmente uma boa ideia pedir ajuda para aqueles garotos. — ela apontou para Billy e Matt, que não se encontravam muito longe. Ela pronunciou “aqueles” como se os dois fossem o pior tipo de espécie de “garotos” em Hogwarts.

Iris observou-os rapidamente, notando, surpresa, que já devia ser a décima vez que Billy desprendia Matt do pilar.

Ambos pareciam estar entediados com a tarefa e passaram a se entreter com outra diversão: impedir as tentativas de Francis, o sapo de Billy, em pegar as moscas que voavam em volta da cabeça do latino.

Francis pareceu ficar realmente zangado, principalmente após ter tido sua língua enrolada na corda do pilar — ele saiu pulando para a saída da sala, soltando variados coaxos que Iris acreditou ser um tipo de xingamento na linguagem dos sapos.

Vendo-os dessa forma, Iris deveria questionar-se:

Realmente seria lógico pedir a ajuda deles?...

Entretanto, sabia que debaixo daquelas brincadeiras infantis, haviam dois garotos terrivelmente astutos.

Virou-se para Louisa.

— Sim, tenho certeza de que será a coisa certa a fazer. Afinal, eles estão investigando sobre o caso do Cristal também. — lançou-lhe um olhar analisador. — ... Mas acho que você já sabia disso.— deu um meio sorriso quando as bochechas de Louisa coraram.

— O-o que está insinuando? — a garota olhou-lhe vacilante. Sua voz demonstrou nervosismo.

— Oras, você não foi muito discreta no Corujal da outra vez. Deu para ver que estava prestando atenção no que estávamos falando enquanto limpávamos aquelas titicas de coruja.

Louisa baixou os olhos um pouco encabulada, o que só deixou ainda mais evidente o fato de a suposição de Iris (pois era realmente uma suposição) ser verídica.

— Não era como se vocês estivessem sussurrando... Até mesmo Victor e os outros conseguiram escutar algumas partes. — a garota argumentou, mas parecia imensamente envergonhada.

Iris revirou os olhos com o jeito “certinho-exagerado” de Louisa.

— Calma, escutar conversas alheias não é crime, Louisa. “Você não está sendo julgada”. — balançou a cabeça divertidamente ante a frase que havia lido num livro sobre a antiga França, mas Louisa não pareceu compreender (como sempre).

— Olhe, em todo caso, acho que é um pouco precipitado demais tomar uma atitude dessas... — Louisa franziu o cenho. — Aqueles dois possuem fama de se meter em confusão quase todo dia... Acha mesmo que é inteligente confiar neles?

Iris pensou um pouco.

Apenas queria arrumar logo um próximo passo, uma coisa para fazer. Encontrar alguma luz para expandir os horizontes e achar as peças daquele extenso e complicado quebra-cabeça que era o pedaço do Cristal Maldito.

Queria provar que tinha sim alguém com algum tipo de intenção por trás de tudo aquilo e que o amuleto tinha alguma coisa a ver diretamente com essa pessoa.

... Mas, de fato, não custava nada se prevenir.

— Certo. — assentiu. — Façamos o seguinte: pedimos apenas informações sobre o pedaço do Cristal, coisas que eles talvez tenham ouvido falar ou qualquer outra pista útil. Falaremos como quem não quer nada e não diremos uma única palavra sobre nossas descobertas. O que acha? Irá se sentir mais segura se for assim? — olhou-a com atenção.

Louisa pareceu avaliar sua proposta, alisando os cabelos louros-quase-brancos com os dedos da mão (sem ser a do braço que ainda continuava amarrado no pilar).

— Hum... Bem, se for dessa maneira acho que... Ah! — ela deu um gritinho quando Conan, a corujinha do prof. Marshall, pousou de repente na corda esticada. — Nossa, que susto... — a Northrop esboçou um sorriso um pouco sem graça por muitos terem virado a cabeça para olhá-las.

Iris esforçou-se para não rir — foi decididamente engraçado o baita pulo que Louisa deu no mesmo lugar — e voltou-se para a linda e delicada Conan.

 Olhe só quem temos aqui! A minúscula e inteligente coruja pertencente ao prof. Marshall! — deu as boas-vindas com voz teatral.

Conan pareceu se animar toda: ficou pulando de um lado para o outro na extensão da corda, excitada, soltando finíssimos pios alegres.

Ela era realmente bem fofa.

Até mesmo Louisa olhou para a corujinha com carinho. Conan tinha o poder de encantar a todos com seu jeito inocente e puro. Muitos perguntavam para o prof. Marshall onde ele tinha arranjado uma coruja tão adorável, e ele sempre respondia com um simples sorriso: “Onde eu a arranjei? Acho que foi mais o contrário: ela quem me arranjou!”.

Iris fez carinho em seu pequenino bico, aproximando-se um pouco.

— Será que você me trará sorte dessa vez? — ergueu a varinha, pronta para dizer o feitiço e tentar afrouxar a corda novamente...

... Contudo, no exato momento em que abriu a boca, o prof. Marshall balançou a varinha e fez com que todas as cordas e pilares desaparecessem.

Ele anunciou:

— Tempo encerrado, pessoal. Vi muitos bons desempenhos hoje, mas sempre tem como melhorar. — ele olhou para todos com semblante realmente satisfeito. — Dez pontos para o sr. Sánchez e o sr. Ryman, que quebraram o recorde por terem alternado mais de vinte vezes! — o professor sorriu radiante. — E darei cinco pontos para a srta. Northrop por ter sido a primeira a conseguir realizar o feitiço. Você, srta. Legraund, precisa de mais treinamento... — ele disse em um tom consolador.

Iris acenou, mas sentiu-se um pouco chateada — principalmente após escutar o risinho maldoso de Anne Crystal ali perto. Sua dupla, Emily Parker, não pareceu ter ficado à vontade com o ato da garota e apenas olhava para baixo em apreensão.

Já do lado de fora, Iris foi forçada a esquecer a frustrada aula quando seus olhos pousaram sobre Matt e Billy, que pareciam estar contando altas piadas um para o outro, as risadas soando soltas pelo corredor.

— Ei, Louisa. — chamou a atenção da menina. — Venha, vamos falar com eles.

O rosto de Louisa mostrou imediata hesitação.

— Mas... Agora?

— Oras, sim. — replicou óbvia. — Que hora seria melhor? Lembre-se que não podemos perder tempo...

Louisa encarou o chão, a expressão tornando-se um tanto tensa. Iris mirou-a, analisadora. Dava-se para notar de longe que a menina buscava demonstrar tranquilidade com a ideia...

... E não demorou muito para que Iris descobrisse a raiz do problema.

— Hã... Você não se sente... — Iris pigarreou, procurando a palavra certa. — Segura em conversar com eles?

O olhar irresoluto que Louisa lançou-lhe confirmou tudo.

Por vezes, Iris esquecia que era praticamente a única pessoa com quem Louisa conversava no castelo e, por um momento, sentiu uma espécie de piedade adentrar seu ser.

Mas espantou esse sentimento depressa — se estivesse no lugar de Louisa, a última coisa que desejaria era ver alguém manifestando pena a seu respeito.

— Olhe, vai ser bem rápido. Não precisamos contar da nossa investigação. Apenas vamos perguntar o que eles sabem. Vai ser simples. — encorajou-a.

Louisa pareceu pensar concentradamente, tomando coragem.

— ...Certo. — ela olhou-lhe. — Podemos ir.

Não foi difícil encontrá-los. Bastou descer duas escadarias e virar um corredor e elas logo avistaram os dois garotos esgueirados na porta da sala de Feitiços.

Aparentemente, o prof. Hughes estava muito concentrado juntando e lendo alguns papéis, e os meninos não mostravam piedade enquanto enfeitiçavam discretamente longas folhas de uma planta perto da mesa dele. Estas, com seus “braços”, pegavam os pergaminhos e os colocavam dentro das gavetas abertas.

Iris calculou que aquela brincadeira deveria estar atrasando o trabalho do professor por volta dos oitenta por cento.

Iris (sentindo-se um pouco perversa), caminhou lentamente até eles, cruzando os braços. Eles não perceberam sua presença, continuando com suas gracinhas e abafando os risos.

Pigarreou.

— Atrapalho?

A cena seguinte foi meio ridícula: os dois viraram-se como um raio para ver quem fora o flagrante e, com isso, acabaram se atrapalhando e tropeçando nos pés um do outro, caindo ambos num baque surdo no chão.

Iris segurou a risada enquanto eles murmuravam xingamentos — no caso do Sánchez, os praguejos saíram em espanhol — e buscavam se levantar.

Em seguida, a voz do prof. Hughes fez-se presente do interior da sala:

— Ei... Está tudo bem aí? — ele olhou surpreso para os garotos no chão ao colocar a cabeça para fora.

Iris sacudiu a cabeça afirmativamente, achando graça.

— Não se preocupe, professor. Está tudo ótimo. — respondeu, ajudando Billy a se levantar. O professor pareceu achar a declaração verídica e, após aconselhar os garotos a terem mais cuidado, voltou a atenção aos papéis.

Enquanto os grifinórios afastavam-se da sala, Matt tratou de reclamar:

— Puxa, Legraund. Qual era a necessidade de acabar com a nossa diversão? Está treinando para roubar o título de “estraga-prazeres” da Crystal?

— Caso não tenha percebido, eu não dedurei vocês ao coitado do prof. Hughes. — retrucou. Em seguida, franziu o cenho com nojo. — E não me compare com a insuportável da Crystal! — pediu brava.

Matt sorriu provocador.

— Oh, sinto dizer que a cara que você fez agora foi idêntica à que a Crystal faz. Será que vocês não são um tipo de “gêmeas-perdidas”?

Iris cerrou os punhos. Aquele garoto estava pedindo...

— Hum... Iris. — voltou-se para Louisa, esquecendo por um momento que ela também estava ali. — Antes de discutir, lembre-se que ainda precisamos falar com eles...

— Hablar com nosotros? — Billy encarou a garota um pouco surpreso. Provavelmente não esperava que a Northrop fosse procurar uma interação com eles algum dia. — E sobre o que seria, muchachas?

Percebendo o claro desconforto da outra em responder, Iris tomou a palavra — embora não tivesse compreendido nem metade da frase do Sánchez.

— Acho melhor irmos para um lugar mais reservado. — sugeriu. — Os corredores nunca são muito confiáveis para conversar sobre certos assunto. — frisou.


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Notas finais do capítulo

Eaê, pessoal? O que acharam do capítulo?
Foi um pouco parado, mas foi necessário em muitos aspectos tudo que foi mostrado nele ;)

E elas realmente foram pedir ajuda para o Billy e o Matt! O que vocês acham? Haviam opções melhores?

Vou ser breve, pois, como disse lá em cima, estou correndo para colocar tudo em seu devido lugar em minha vida virtual.

Será que Billy e Matt terão informações que valham à pena? Bem, só no próximo capítulo para descobrir kkk

Mais uma vez desculpe pelo atraso, gente, sério, espero que não tenham ficado chateados ou achando que eu esqueci de vocês, pois eu realmente SOFRI nesses dias pensando nos atrasos com a estória.

Comentem o que acharam, digam um oi para a autora, vai alegrar ainda mais meu dia ♥
Vejo vocês nas caixinhas de texto ;)

Até sábado! (que ao menos vai chegar mais rápido).



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