Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 40
Capítulo 39 — Notícias Angustiosas


Notas iniciais do capítulo

Hello, my wizards and witches!!
Como vão nesse sábado? ^-^

Eu sei: está um CALOR DE RACHAR! Bem, pelo menos aqui em sp, sim. O ar está abafadíssimo, a gente fica suando sem sequer mexer um músculo e toma banhos a cada duas horas.
Maaaasss, mesmo assim eu prefiro o calor do que o frio ;)

E depois de um longo tempo sem aparecer, enfim teremos Louisa Northrop na área! Yeaahhhh!!! Como estará o castelo depois do último ataque do Cristal Maldito?

Boa Leitura e até as Notas Finais ♥



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♦ Louisa Northrop ♦

 

Louisa Northrop nem bem entrou no Expresso de Hogwarts e já foi metralhada por centenas de informações contidas nas conversas atropeladas e eufóricas entre os alunos. No início, a confusão e o desentendimento reinaram em seu subconsciente; contudo, bastou poucos minutos para que ela compreendesse todos os pontos daquela balbúrdia:

Alguém havia sido cristalizado pelo pedaço do Cristal Maldito.

Obviamente, sua mente custou a digerir a informação de primeira, pois minutos antes Louisa estava deveras preocupada com outras coisas completamente triviais e desnecessárias.

Sua mãe havia ficado um tanto decepcionada consigo quando foram praticar os verbos em francês, principalmente ao ver que a filha continuava com notável dificuldade para aprender essa linguagem. É claro que Louisa sentiu-se a pior filha do mundo por desapontá-la, mas desde que ingressara em Hogwarts havia muitas coisas para se aprender ao mesmo tempo, o que acabou por deixar o francês de lado.

E, embora se tratasse de um tipo de “aluna-brilhante” — termo que Louisa vivia escutando diariamente da boca dos professores em relação à sua pessoa — ela ainda tinha o direito de sentir-se um pouco exausta e aproveitar os fins de semana para descansar depois de exaustivas aulas que levavam ao máximo tanto sua mente quanto seu corpo.

De qualquer forma, ela nunca havia se saído muito bem em francês mesmo...

Todavia, por conta de todo o rebuliço agitado no trem, Louisa foi praticamente obrigada a guardar suas anotações sobre os termos franceses, pois viu que não conseguiria se concentrar de jeito nenhum — certamente o faria mais tarde, afinal, tudo que menos queria era causar outra frustração em sua mãe quando fossem praticar juntas novamente.

Durante toda a viagem de volta à Hogwarts, os estudantes só ficavam falando e tagarelando sobre a vítima cristalizada — que ainda tinha a identidade desconhecida para todos — e em como o acontecido era algo apavorante e assustador. Zoe Hill e Suzanne Roowar passaram horas se debulhando em lágrimas, encharcando as dezenas de lencinhos que eram-lhes oferecidos por boas almas.

Louisa, por outro lado, sentiu-se verdadeiramente incomodada. Não estava gostando nada daquela história. Saber que alguém havia sido pego pelo Cristal Maldito...

... Aquilo, definitivamente, não era nada bom.

No entanto, não podia-se dizer que Louisa estava extremamente surpresa com a novidade. Afinal, tendo o Cristal já se manifestado duas vezes desde o início do ano letivo, era apenas questão de tempo até que algum retardatário de má-sorte cruzasse o caminho dele.

A garota apenas perguntava-se internamente se esse tal “retardatário” tratava-se de uma certa ruiva em particular...

A ideia não foi nada agradável, e por isso Louisa buscou espantá-la na mesma hora dos pensamentos. Não podia ficar tirando suposições falsas e se preocupando à toa. Teria que esperar para ver.

Afinal, eles mal sabiam se a vítima era realmente um aluno, pois poderia muito bem ser um professor ou qualquer outro funcionário do castelo…

(Louisa poderia até apostar que, se fosse este o caso, a maioria torceria fervorosamente para que a vítima fosse o zelador Rancorous).

Engoliu em seco, sentindo uma sensação ruim adentrar-lhe o peito.

Não importava quem fosse. Uma situação assim não era motivo para se fazer piada de jeito nenhum.

 

[...]

 

Ao colocar os pés em Hogwarts, Louisa só conseguiu pensar em uma única coisa: agora sim, podia começar a se preocupar seriamente com o estado de Iris Legraund, pois sua suposição de antes poderia ser, agora, uma realidade bem plausível.

Os alunos estavam apreensivos e agitados, as informações correndo soltas pelas bocas de todos, não dando nem tempo de assimilar uma de cada vez.

Contudo, a primeira frase que Louisa escutou ao passar pelo Saguão Principal foi muitíssimo bem ouvida pela garota:

— Uma aluna do primeiro ano foi cristalizada, pessoal! Soube que a levaram para a ala-hospitalar há dois dias. Com certeza ela ainda continua lá!

O autor da fala fora Thomas Lewis, um dos batedores da Grifinória. Pelo motivo de todos saberem que ele havia passado o Natal em Hogwarts, ninguém tinha como duvidar do relato do garoto.

Especialmente Louisa.

“Essa não...”, mordeu os lábios, angustiada.

Imediatamente tentou localizar Iris nos corredores movimentados, locais onde a maioria dos alunos pareciam querer permanecer a fim de trocarem suas próprias hipóteses e opiniões sobre o caso. Nenhum professor encontrava-se à vista, o que era ainda mais intrigante.

Se a vítima fora uma primeiranista, poderia muito bem ter sido Iris Legraund a cristalizada...

Infelizmente, Louisa acabou desistindo da procura, já prevendo seu eminente fracasso. Os cabelos flamejantes de Iris normalmente se destacavam na multidão e, por até agora não ter visto nada que se assemelhasse á madeixas tão avermelhadas, deduziu que por ali ela não estava.

Mas o pior de tudo foi ter escutado, sem querer, uma “agradável” conversa que Charlotte Hevensmith estava tendo com Glória Tudor. Quando estava próxima do banco das paredes onde elas se acomodavam — à procura de Iris, obviamente —, as palavras de Charlotte flutuaram até seus ouvidos como o “doce” canto de um agoureiro:

— Eu disse a você, Glória, não disse? Apenas um completo tapado estaria destinado a se dar mal em toda essa história maluca. — ela declarou como se fosse uma espécie de especialista no assunto, jogando os cabelos louros atrás do ombro. — Bem — ela soltou o ar com um sorrisinho. —, devo admitir que teria adorado se outra certa pessoa tivesse se metido nessa enrascada...

Louisa fingiu não ver o claro olhar irônico que Charlotte lançou-lhe nessa última parte.

Realmente, um comentário muitíssimo amável vindo de sua “querida” prima...

Já não aguentando mais fazer parte daquele tumulto, ainda mais constatando que dali não conseguiria ter acesso à mais fatos concretos, Louisa decidiu subir até a Sala Comunal, a fim de guardar sua mala.

Se tivesse sorte, encontraria Iris se divertindo no dormitório com outro livro-piadista que Setrus Fisheer haveria lhe emprestado (estavam fazendo muito sucesso no momento, mas, infelizmente — ou não —, Louisa nunca fora de entender muito sobre piadas) ou, quem sabe, executando os novos feitiços que o prof. Hughes recomendara para que os alunos praticassem nos horários livres.

Contudo, ao abrir a porta do quarto, não encontrou ninguém.

As camas de Zoe, Suzanne e Naomi Young estavam devidamente arrumadas (a de Louisa estando em um nível extremo, como sempre — sua mãe sempre dizia que uma cama impecável atraía uma boa noite de sono), no entanto, o espaço de Iris continuava bagunçado como de costume, sem sinal da dona desleixada.

Por mais de uma vez, Louisa pensou em organizá-lo; contudo, esquecia a ideia ao lembrar que ela e Iris não possuíam nenhuma ligação á mais além dos momentos em que estavam investigando sobre o Cristal Maldito.

“Será que foi mesmo ela...?”, ponderou, mordendo o lábio.

Não gostou do pensamento. Iris, para todos os efeitos, mostrava-se ser boa demais para merecer um final tão trágico como aquele.

Era verdade que ela aborrecia Louisa às vezes, mas nada que a fizesse desejar algum mal para ela, principalmente no nível de um ataque do Cristal.

Colocou a mala ao lado da cama, decidindo que arrumaria suas coisas depois. O melhor a se fazer era descer novamente e ver se conseguia alguma boa notícia...

Saiu do dormitório e desceu as escadas, com os pensamentos ainda presos na Legraund. Nem mesmo entendia o porquê de sua reação preocupada, afinal, elas nem eram amigas, certo?

Completamente perdida em pensamentos, Louisa nem bem pisara na Sala Comunal quando ouviu um chamado por seu nome vindo de uma voz muitíssimo familiar:

— Louisa!

Iris Legraund, que há apenas alguns segundos parecia andar pensativamente de um lado para o outro perto das janelas, correu em sua direção rapidamente, o semblante num misto de aflição e alívio.

— Por Deus, que bom que chegou! Eu estava lá embaixo e quando vi que todos já haviam chegado decidi ficar te esperando, mas... Bem, agora vejo que você foi mais rápida. — Louisa iria abrir a boca para falar algo, mas a ruiva estava tão energizada que não lhe deu tempo nem de dar um “alô”. — Venha! Nós duas temos muito o que conversar!

 

[...]

 

— Espere um pouco, Legraund... Está me dizendo que viu tudo acontecer? — Louisa abriu a boca chocada, não contendo a incredulidade em sua voz, que saíra um pouco alta demais, atraindo alguns olhares inconvenientes.

— Shhh — Iris levou o indicador aos lábios, olhando ao redor com cautela. Haviam algumas pessoas por perto, a maioria se encontrando ocupadas com suas próprias conversas, mas, ainda assim, todo cuidado era pouco. —, fale baixo, ou podem nos escutar.

Louisa inclinou-se um pouco mais na mesa, a fim de que pudessem conversar sem que ouvidos alheios escutassem-nas.

As duas continuavam na Sala Comunal, sentadas numas das mesas mais afastadas. Iris dissera que precisavam conversar imediatamente, então não perderam tempo em procurar algum lugar vazio para ficar. A boa notícia era que a maior parte do pessoal havia subido para os quartos a fim de desfazer as malas depois de terem passado uma semana fora, e os que estavam ali presentes entretinham-se em discutir sobre o recente ataque do Cristal Maldito, ocupados demais para prestar atenção nas duas garotas.

— Desculpe... — falou sem graça. — Bem, mas... Foi isso mesmo? Você viu tudo? — indagou novamente, desta vez mais baixo.

Iris olhou para a mesa amadeirada, dedilhando-a num tique nervoso, parecendo estar muito ansiosa. Louisa confirmou para si mesma que aquele, definitivamente, não deveria ser um assunto fácil de relatar.

— Bem, eu não vi tudo acontecer exatamente... — a ruiva começou, incerta. — Foi mais depois de já ter acontecido, na verdade. — ela suspirou. — Ficamos altamente chocadas após darmos de cara com aquela visão horrível... — estremeceu.

— “Ficamos”? — Louisa estranhou.

A Legraund assentiu.

— Sim. Eu e Anne Crystal encontramos a garota cristalizada. — Iris fez uma pequena careta, como se algo lhe incomodasse naquilo.

Louisa supôs na mesma hora que essa reação devia ter algo a ver com o gênio complicado da Crystal... Contudo, estava mais preocupada com o assunto imediato, deixando esse detalhe para depois.

— Isso é sério? Mas como?... Por quê?... O que aconteceu exatamente? — perguntou por fim. Sua cabeça estava ficando cheia com aquelas informações desconexas e sem sentido algum. Fixou a outra a sua frente. — Quem foi a garota? Achei que pudesse ter sido... — brecou a frase antes de dizer “você”. Afinal, via agora que isso não tinha mais importância no momento (e seria um pouco estranho se Iris achasse que Louisa havia se preocupado com ela, agora que parava para refletir...). Balançou a cabeça. — Esquece; apenas fale.

O semblante de Iris ficou sério de repente, o que não era algo comum de se ver relacionado a garota normalmente risonha e radiante que era. Iris abriu a boca, parecendo hesitar por um momento revelar a informação, mas logo pigarreou.

— Clara Green. Ela foi a vítima.

Louisa levou a mão a boca, sentindo um baque lhe atingir. Não imaginava que fosse uma pessoa conhecida e com quem conviviam bastante. Clara Green sempre fora uma garota bondosa e prestativa, nunca arrumando conflitos com ninguém...

... E agora se encontrava nesta terrível situação.

— Por Merlim... — murmurou, perplexa. — Mas que tragédia horrível. — foi o que conseguiu dizer, voltando os olhos para a Legraund novamente, que encarava as próprias mãos. — Ouvi dizer que tudo aconteceu perto da madrugada... Mas o que você fazia nos corredores, Legraund? — questionou, confusa.

Na mesma hora, como um sopro, uma desagradável ideia surgiu em sua mente. Olhou para a ruiva, já esboçando nítida reprovação nas feições.

“Não me diga que fez exatamente o contrário do que eu te disse…” — arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Dá um tempo, Northrop. — Iris cortou-lhe, fechando a cara. Revirou os olhos. — Faço o que bem entendo, tá?

Louisa não pôde deixar de sentir-se ofendida com a grosseria da outra por um minuto, mas logo tratou de continuar:

— Por que você fez isso, Legraund? Por Merlim, parece até uma criança!... — balançou a cabeça negativamente. — Por qual motivo decidiu ir analisar os corredores cristalizados? — sussurrou essa última parte, por saber que não deveria ser escutada em hipótese alguma. Contudo, encontrava-se convicta em ficar com a razão, pois sabia que estava absolutamente certa.

— Tenho meus motivos. — Iris respondeu simplesmente, e Louisa identificou certa frieza em suas palavras. Seus olhos azuis-gelo ficaram ainda mais gélidos (literalmente) por um momento, e Louisa não compreendeu ao certo o porquê dessa reação momentânea da outra para sua pessoa.

De repente, mais rápida do que viera, Iris desfez sua estatura endurecida. Pigarreou novamente, desviando os olhos de Louisa e voltando ao assunto:

“E além disso, se eu não tivesse ido investigar as cristalizações, Anne Crystal não teria me seguido para espionar, e quem sabe quando Clara Green seria encontrada? Poderia ter levado muitas horas, talvez a noite toda, sabia?” — ela argumentou.

— Mesmo assim foi perigoso ter se exposto dessa forma... Você e a Crystal quem poderiam ter sido as vítimas, já pensou nisso? — Louisa não se conteve em puxar essa questão, ainda convicta de que estava certíssima. Ante o silêncio irritado de Iris, decidiu mudar de assunto, suspirando. — Mas... Como você disse?... A Crystal estava te seguindo? — levantou as sobrancelhas, confusa.

Iris fez um gesto leve como se dissesse “Isso não vem ao caso”.

— Bem, acho que ela se arrependeu dessa decisão... Ficou tão apavorada. — Iris comentou. — Os professores foram chamados e eles ficaram brancos feito papel quando viram o que aconteceu. O diretor Dippet parecia prestes a cair a qualquer momento de tanto que suas pernas tremiam por debaixo do pijama de flanela. O prof. Dumbledore fez um feitiço estranho para desgrudar o cristal, onde Clara estava alojada, do piso, e encaminhou-a imediatamente até a ala-hospitalar. Anne e eu fomos levadas para lá também, pois queriam que fizéssemos um tipo de “relatório” de cada detalhe do que vimos. Tive que falar praticamente tudo, pois a Crystal estava tão trêmula quanto o diretor; mal conseguia abrir a boca.

— Você falou sobre a nossa investigação? — Louisa achava difícil Iris ter conseguido achar uma boa explicação para o fato de as duas estarem fora do dormitório; contudo, a garota apenas respondeu tranquilamente:

— Claro que não. Inventei qualquer mentira, algo como estarmos procurando a gata de Anne, ou coisa parecida ... Nem lembro direito, tudo aconteceu rápido demais. — Iris massageou as têmporas, demonstrando sua exaustão. — Apenas quando fomos liberadas a Crystal achou forças para conseguir falar comigo. Ela disse coisas como: “Ainda vou descobrir o que você e a Northrop estão tramando, principalmente porque agora sei que tem a ver com o Cristal Maldito...” e “Ficarei de olho em vocês, agora mais do que o normal...” — recitou, imitando a voz de Anne de um jeito engraçado. — Ela ainda disse mais algumas outras coisas que não escutei direito.

— Por quê? Alguém estava junto?

— Hum, não. A deixei falando sozinha, na verdade. — Iris encolheu os ombros. — Eu estava com muitas coisas na cabeça... Preocupada com a Green e ainda chocada com aquela imagem tenebrosa. E também... — de repente, Iris olhou para os lados com atenção, verificando quem estava presente. Era como se ela estivesse escondendo alguma coisa nos bolsos.

E realmente estava.

Convencida de que não havia nenhum olhar suspeito acima de ambas, Iris retirou das vestes um objeto grande e preto. Ela colocou-o nas mãos em forma de concha para escondê-lo.

— Encontrei isso. — ela cochichou em tom importante.

Louisa franziu o cenho.

— Um colar?

— Não, é um amuleto. — Iris respondeu, deixando que Louisa examinasse o item. — Encontrei preso em um dos espinhos de cristal na área do 1° andar. Estava até que bem escondido, mas não parecia estar ali por muito tempo. Ainda estava quente.

Louisa observou o amuleto nas mãos cuidadosamente. Notou que o objeto tratava-se de uma peça aparentemente cara.

Voltou os olhos para a ruiva.

— O que ele tem de importante?

Iris comprimiu os lábios, pensativa, enrolando as mechas ruivas com o os dedos.

— Tenho tido algumas ideias... Mas ainda não tem nada certo. Apenas acho que…

Boom!!

Repentinamente, uma pequena explosão se fez perto de onde as duas estavam, ocasionada por Setrus Fisheer, que até um segundo atrás estava exibindo para os amigos um boneco pequeno revestido de pimentas malaguetas.

Alguém deveria ter incendiado o boneco para zombar do Fisheer; contudo, o garoto, numa atitude impensada, acabou jogando o brinquedo direto na lareira, causando um pequeno rebuliço na Sala Comunal.

Assim como houvera nas Masmorras numa outra ocasião, o cheiro forte de pimenta envolveu o ar, e logo a maioria dos alunos tinham as mãos cobrindo os narizes e os olhos lacrimejando intensamente.

Iris pegou o amuleto de sua mão e fez um sinal para que seguissem na direção do retrato, local onde todos trataram de dirigirem-se. Louisa, que já estava tendo dificuldade em prender a respiração por mais tempo, tratou de sair o mais rápido possível.

— Oh, mas que odor t-e-n-e-b-r-o-s-o é esse?! — Mister Narciso exclamou com voz finíssima. — Isso não combina com minha beleza, de jeito nenhum! Meu cheiro de baunilha já está indo embora, alguém me acuda!!! — ele berrou e saiu correndo para os quadros vizinhos, deixando seu posto de “abridor-de-retrato” vazio.

— Imbecil... — Louisa ouviu a Legraund resmungar enquanto as duas se afastavam dali, adentrando nos corredores mais profundos do 7° andar. Não soube dizer se a ruiva referiu-se a Setrus ou ao Mister Narciso; talvez ambos.

Já longe do resto dos colegas, Iris virou-se, limpando a garganta.

— Bem, para todo os efeitos, acho que precisamos mais do que nunca entrar nisso tudo de cabeça, Louisa. — ela olhou-lhe significativamente. — Não há mais o que esconder: todos já sabem que o pedaço do Cristal Maldito está no castelo. Os bobalhões que ainda duvidavam tiveram uma verdadeira prova concreta depois desse último episódio.

Louisa olhou para a paisagem de uma janela ali perto, de onde se podia ver boa parte do Lago Negro lá embaixo...

Era verdade. Não tinha mais o que ignorar. Quisera acreditar firmemente que tudo daria certo, que aquela investigação boba chegaria ao seu fim. Mas a situação mudara drasticamente agora que um estudante fora cristalizado pelo artefato maligno.

Em seu íntimo, sabia que havia o risco de Clara sequer voltar a sua forma de antes...

Pensando nisso, decidiu-se.

— Acho que tem razão... Iris. — foi estranho chamá-la pelo nome, mas, se iriam trabalhar realmente juntas, achou que era a hora de se tratarem com mais proximidade. Ainda que tivesse reparado que Iris estava um pouco diferente consigo, Louisa constatou que deveria ser por conta de a outra ter sido testemunha de todo o acontecido medonho. — Vamos descobrir o que está acontecendo à fundo. Temos que fazer isso pelas pessoas que foram afetadas... Principalmente Clara. — suspirou.

A expressão de Iris ficou entristecida, como se só agora deixasse o peso da situação lhe afetar.

— Sinto pelo Daniel... Ele ficou desolado. Não o vejo desde a manhã em que ele ficou sabendo do que aconteceu com a irmã... Foi bem triste de se ver. — respirou fundo, desviando os olhos.

— E os pais deles? Já vieram ver a Clara? — mordeu o lábio, imaginando como ficaria o coração de uma mãe ao ver a filha naquele estado.

— Ainda não. Daniel havia dito durante o jantar de Natal que eles estavam viajando, pois a mãe deles tinha vários concertos para fazer. Não sei se eles já sabem do que houve. Quiseram abafar ao máximo todo o caso, pois envolveria os jornalistas considerando de quem Clara é filha. Anne e eu tivemos de ficar de bico fechado durante todo esse tempo… — Iris confessou, fatigada. — Mas acredito que Daniel tenha mandado uma carta para os pais, sim. Devem chegar logo, logo...

Louisa fez uma pequena careta ao se recordar da famosa Scarlet Green.

Além de sua voz encantadoramente afinada, a cantora era altamente conhecida por ser uma mulher de gênio forte. Ela frequentemente saía no Profeta Diário na matéria Vida de Celebridade por arrumar intrigas com outras famosidades.

Ergueu uma sobrancelha seriamente.

— Com certeza vai ser uma grande escândalo quando eles chegarem... — comentou.

E realmente foi.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo? Eu mesma estava morrendo de saudades da nossa Northrop mais amada e mais odiada ♥

Bem, esse capítulo foi mais ameno; narrou mais o que aconteceu depois do ataque à Clara Green e as consequências que isso trará. Ficaram surpresos com a atitude da Iris em relação à Louisa? Ao que parece, ela resolveu deixar aquela mágoa do incêndio no orfanato para segundo plano e focar-se 100% no ataque do Cristal Maldito…

… Mas quanto tempo até ela falar com Louisa sobre o crime do parente dela? Acho que uma hora ou outra isso vai acabar explodindo entre as duas, hein :/

E o amuleto? Infelizmente a conversa foi brecada por causa do tonto do Setrus, mas parece que nossa Iris-Sherlock já está investigando sobre ele, e agora com a ajuda total da nossa Louisa-Watson ^-^

O próximo capítulo será bem… digamos que “afinado”, hehe. Uma EXPLOSÃO DE CANTORIA está para se abater sobre Hogwarts! Alguém aí já tem alguma ideia do que isso significa? Fale aí nos comentários ;)

Até Sábado, pessoal! Espero que passem bem o fim de semana e o resto da semana também!

Fiquem todos com Deus ♥

Malfeito, feito. Nox.



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