Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 39
Capítulo 38 — Encontro com o Passado


Notas iniciais do capítulo

Yooooo!!! Boa Tarde meus bruxinhos e bruxinhas ^-^
Cá estou nesta linda Terça-Feira para postar mais um novo capítulo!

Aviso Rápido: como devem ter percebido, o título da obra foi alterado; mas foi coisa pouca ;) Já era para ter sido mudado faz um tempinho, mas eu sempre esquecia ou estava sem tempo, hehe, lapsos de amnésia da pobre autora aqui ;-; Alguém aí sabe como preparar uma Poção Anti-Esquecimento? Estou pagando até 10 galeões para quem tiver uma.

Bem, teremos uma quebra de cena e desta vez voltamos com a visão da nossa amada e tímida Emily! "Encontro com o Passado", é? O que será que haverá neste capítulo?... Hummmmm

Ah! Antes que eu me esqueça, nas Notas Finais vou relatar uma situação surreal e inacreditável que aconteceu comigo ontem! Sério, eu estou em choque até agora!

Sem mais delongas, Boa Leitura ♥



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 ◘ Emily Parker ◘

 

— Apresse-se, Emily. A festa já começou há uma hora.

O chamado do pai assustou um pouco a menina, que acabou se desequilibrando do banquinho onde estava sentada enquanto colocava as pequenas botinhas nos pés.

Ela só não acabou se espatifando no chão pelo motivo de o homem ter-lhe pegado pelo braço, lhe endireitando no assento cuidadosamente. Seu pai pareceu ignorar seu sobressalto anterior, assim como também sua expressão um pouco trêmula.

… Da mesma forma que estava fazendo desde que a filha chegara em casa.

Após a ajuda, ele apenas continuou ajeitando a gravata, terminando de fechar as cortinas e desligando os abajures vinhos espalhados pela média e aconchegante residência dos Parker.

Emily, que mantinha um olhar um tanto hesitante e ansioso sobre o homem, voltou o rosto na direção das botas outra vez, engolindo em seco.

Estava muito confusa em relação ao pai... Principalmente com o fato de ele estar verdadeiramente e totalmente enigmático.

Desde que Emily regressara de Hogwarts, seu pai agia como se a filha tivesse ficado esse tempo todo ajudando a tirar a neve das janelas da sra. Mittell ou passado a tarde tomando chá na casa de algum colega da antiga escola. Nem parecia que haviam ficado meses sem se ver...

Ele não tocara uma única vez no assunto “Hogwarts” ou “magia”. Também não fez nenhum comentário sobre o fato de Emily ter-lhe desobedecido quando aceitara fazer parte de todo aquele mundo fantasioso demais para ele. O homem a tratava normalmente, como se ela houvesse ficado em casa por todo aquele tempo.

Mas, mesmo assim, percebia-se que ele não estava utilizando frases muito longas para se comunicar com ela, e Emily notou também que ele evitava olhar em seus olhos por muito tempo...

Ou seja, querendo ou não, ele não conseguia esconder o jeito esquivo em relação à filha.

Emily não sabia o que pensar. Era verdade que estivera com medo de chegar em casa e receber uma bela bronca do pai, assim como também palavras carregadas de decepção e amargura. Mas, até agora, o que estava realmente acontecendo era uma abordagem totalmente diferente por parte dele.

E Emily não sabia se gostava dela, ou não...

Finalmente, após Emily terminar de se aprontar e seu pai fechar a casa, os dois saíram do recinto, mergulhando nas calmas e serenas ruas da Durhan House S.T.

Qualquer pessoa de fora que passasse por ali perguntaria a si mesma: “Onde estão todos? É Natal, afinal”, mas, por Emily e seu pai morarem ali, tinham seus motivos para sair de casa, assim como a maior parte da vizinhança também. Emily observou as casas escuras nas calçadas, denunciando que grande parte dos moradores já haviam saído...

Continuaram por alguns metros, e após virarem à esquerda e descerem o quarteirão, saíram na Jonh Adam S.T, que, agora sim, podia-se dizer que estava bem movimentada.

Emily gostava do Natal. O bairro inteiro ficava iluminado por guirlandas coloridas nas portas das pessoas, várias contendo sinos dourados que faziam “ding-dong” como forma de aviso quando chegavam visitas; os quintais, cobertos de neve, eram agora ocupados por lindos bonecos-de-neve feitos pelas crianças. Estes possuíam acessórios como chapéus, nariz de cenoura e enfeites coloridos. Haviam algumas renas de ferro ancoradas perto das caixas de correios também, uma mais linda que a outra.

Emily respirou fundo, sentindo o cheiro delicioso dos perus e bolos que estavam sendo assados. Músicas natalinas e jazz eram-se escutadas saindo de algumas casas, assim como também o falatório animado nas ruas, crianças brincando de esconde-esconde e parentes distantes se abraçando após um longo tempo sem se ver.

O clima de Natal estava, definitivamente, no ar.

Passados alguns demorados minutos de caminhada (considerando que vários vinham cumprimentar o pai de Emily e exclamavam, chocados, a mesma frase quando pousavam os olhos sobre a menina: “Oh, minha nossa! Sua filha não mudou nada!” — no que Emily, cabisbaixa, entendia perfeitamente como um: “Oh, ela não cresceu nada!”) finalmente pararam em frente à um enorme casarão da esquina, de onde entrava e saía muita gente, as portas estando todas abertas.

Emily notou que naquele ano haviam caprichado deveras na decoração.

O enorme quintal estava coberto de bonecos, anões, renas e árvores de natal lindas; nas cercas que circundavam a casa, assim como no telhado, haviam intermináveis bengalas doces penduradas por cordões de cores berrantes (Emily indagou-se quem tivera a paciência para fazer aquilo); lâmpadas coloridas estavam espalhadas por todo o canto, e, por fim, uma agradável música que soava mais alta que a maioria das outras casas adentrava os ouvidos de todos.

Aquela casa pertencia a família WoodBead, que eram os mais ricos do bairro, e também os mais hospitaleiros.

Eles haviam construído aquele casarão há muitos anos, apenas para ter um lugar onde toda a vizinhança pudesse comemorar o Natal unida, gesto que foi muito bem-vindo — era quase uma tradição Emily e seu pai comemorarem o Natal reunidos com os vizinhos.

Adentraram a casa que, assim como a parte de fora, estava igualmente enfeitada com guizos brilhantes, bonecos de papais-noéis espalhados pelos móveis, portas e estantes, e mais árvores e meias penduradas na boca da chaminé.

Logo que entraram, Emily se separou do pai, que havia ido conversar com o pessoal da cozinha, que ainda se ocupavam em terminar os preparos da farta ceia. Ele já havia passado boa parte do dia naquela casa, ajudando a cozinhar, pois o pai de Emily trabalhava em um restaurante perto do bairro.

Normalmente, ele sempre era chamado pelos vizinhos para preparar banquetes em ocasiões especiais, e recebia uma bela quantia de dinheiro em troca.

Emily ficou vagando pela casa, parando para abraçar alguns conhecidos e fugindo de perguntas sobre sua ausência nos últimos meses.

Felizmente para si naquela noite, as pessoas haviam diminuído a curiosidade sobre a vida dos outros, ocupadas apenas em se divertir.

Emily observou a janela que dava para a parte de trás da casa, onde as crianças ocupavam-se em brincar de pega-pega. Pareciam se divertir como nunca e, por vezes, paravam para comer os doces que haviam surrupiado da cozinha.

Emily sempre fora uma garota tímida e normalmente evitava se meter em diversões alheias, preferindo a tranquilidade. Mas, naquele momento, desejou ter destinado mais de seu tempo a fim de se entreter nas brincadeiras que seus coleguinhas da antiga escola convidavam-na para participar...

— Olhe só se não é Emily Parker!

Emily arqueou as sobrancelhas com a conhecida voz. Virou-se para trás, dando de cara com um garoto que apresentava grande surpresa e alegria enquanto lhe mirava.

Antes que Emily pudesse cumprimentá-lo, ele correu em sua direção, parecendo ainda mais admirado.

— Uau, há quanto tempo! Não esperava te encontrar aqui!

Emily (que também estava surpresa) apenas conseguiu concordar um pouco tímida e desengonçada.

— Ah, é verdade... É bom vê-lo novamente, Martin.

O garoto sorriu. Martin Luvenberg ainda estudava na escola primária Henry Fawcett, a mesma de Emily. Quer dizer, a antiga, uma vez que ela havia se “transferido” para outra que possuía padrões “um pouco” diferentes...

O caso era que os dois estudavam juntos desde os três anos, idade em que ingressaram em Henry Fawcett. Emily nunca fora muito próxima de Martin, pois ele era conhecido no vocabulário das professoras como sendo um “menino-badernista-até-demais”, mas isso não queria dizer que ele já fizera algo contra Emily.

Voltou ao presente com a pergunta de Martin:

— Sabe, todos estão curiosos, Parker. Você saiu da escola sem avisar ninguém, o que foi uma grande surpresa. Sei que esse seria o último ano que a nossa geração estaria cursando na Henry Fawcett, mas achei estranho você ter preferido sair mais cedo. Não gostava da escola?

Emily pensou um pouco na pergunta. Era verdade que nunca tivera amizades muito próximas em Henry Fawcett, mas ela sempre fizera parte daquilo. Conhecia a todos, e todos a conheciam. O fato era que teria continuado a estudar lá se não tivesse sido pega de surpresa por sua “nova vida”.

Sem saber bem o dizer, apenas negou, dizendo que gostava da escola, o que pareceu ter deixado o garoto ligeiramente aliviado — manifestação que Emily não entendeu muito.

Logo, Martin lhe convidou para sentarem-se na varanda do quintal atrás da casa, no que a menina aceitou. Ele, então, foi tagarelando sobre como o ano estava sendo, das peças que pregara na educadora, srta. Simon, e o quanto sentiria falta da escola quando o ano acabasse.

Emily mantinha-se mais no papel de ouvinte, se pronunciando bem pouco. Pensou se estava sendo um tanto evasiva, mas deduziu ser apenas por conta de aquela ser a conversa mais longa que tivera com o garoto até agora.

Contudo, tudo estava indo bem até Martin decidir perguntar sobre a nova e “misteriosa” escola de Emily.

— É perto daqui?

— Hum... Não muito... — Emily baixou o rosto para algumas ervas daninhas cobertas de neve abaixo dos pés, as pernas começando a ir para frente e para trás embaraçosamente.

— E você pretende se formar nela? Sabe, se esse for o caso, eu gostaria de poder me transferir para sua escola quando acabasse meus estudos em Henry Fawcett, no fim de Junho...

— Hum? E por quê? — virou o rosto para ele, o cenho levemente franzido em confusão.

Na mesma hora as bochechas dele assumiram uma fraca coloração vermelha. O menino logo direcionou o rosto na direção das outras crianças no jardim, continuando agora um tanto acanhado:

— O-oras, eu... Só achei que é uma boa ideia… — se explicou, mas Emily teve a impressão de que ele se esforçava para soar convincente. — Além do mais, eu gostaria de já ter um rosto amigo quando fosse para outra escola...

— Eu, hã... Aah!... — Emily tentou conter a surpresa que quis transparecer em seu rosto na mesma hora. Não fazia ideia de que ele a considerava uma amiga.

Não soube dizer, mas a revelação lhe fez sentir como se houvesse acabado de tomar uma poção que lhe deixou inexplicavelmente feliz.

“Oh, não... Devo estar mesmo me adaptando àquele castelo maluco. Poção, Emily?”, balançou a cabeça, se concentrando no garoto a seu lado, que continuava com os olhos pregados sobre os seus, como se estivesse esperando alguma fala de sua parte.

Antes que Emily pudesse responder alguma coisa que não soasse como: “Hã, sinto muito, mas infelizmente acho que minha escola não aceitaria um ser humano normal como você”, sentiu alguém lhe puxar pelo braço, erguendo-a para cima de modo que lhe fizesse ficar de pé.

— Emily, querida, por que não vem me ajudar a cortar o peru? A ceia começará daqui a pouco... — a pessoa, que revelou ser o pai de Emily, estava com um sorriso bem nervoso pregado no rosto. — Luvenberg, acho que ouvi sua mãe te chamando lá dentro, prometo que mais tarde poderá conversar à vontade com minha filha. — ele acenou, arrastando Emily para dentro.

A menina teve tempo de apenas virar a cabeça para trás e ver que o garoto lhe encarava sem entender o motivo da apressada interrupção do mais velho.

Logo, o pai de Emily atravessou a Sala Principal, que estava apinhada de gente, lhe puxando para um dos corredores da casa. Ao pararem, ele inclinou o rosto, perguntando com intensa advertência:

— Você não disse nada, disse?

— N-não, papai! Ele... Não perguntou praticamente nada, eu não falei sobre Hogwa... — desistiu no meio da frase; finalmente seu pai havia saído da falsa ilusão de: “Se eu não pensar e nem comentar sobre assuntos bizarros, posso fingir que eles não existem”, e com certeza não iria zangá-lo ou inquietá-lo ainda mais. — Por favor, papai. Eu juro que não falei nada, e-eu nunca faria isso!

Os lábios de Emily tremiam, o choro querendo desatar de vez. Não desejava ter outro desentendimento com o pai como o último, só queria que pudessem passar por aquela noite especial normalmente, como sempre faziam.

O homem pareceu considerar suas palavras, ainda que o rosto estivesse tomado de preocupação. Para Emily, sempre que o assunto sobre magia era abordado, seu pai parecia envelhecer dez anos, e achava que isso não era algo nada bom, pois ele era um homem um tanto jovem para ser pai.

Ele, então, passou a mão frustrado sobre o rosto, suspirando languidamente.

— Olhe, Emily... Eu... Apenas estou com medo. Medo do que toda essa... Situação possa representar para sua vida. Não quero que te vejam de uma forma estranha...

— Mas ninguém vai ver, papai! — apressou-se em dizer, buscando deixá-lo tranquilo, embora não fosse um sentimento que estivesse presente no dia a dia da menina. — Todos sempre me trataram como qualquer outra menina da minha idade. Acho que eu ter ido para aquela escola não irá influenciar de forma negativa na nossa sociedade. É só eu agir como sempre agi, e é o que eu estou fazendo, e sempre farei.

Emily achou que aquela era a primeira vez que vira o pai lhe olhando de uma forma nova. Não sabia dizer se ele estava impressionado, pasmo, ou só incrédulo no quanto ela não dizia nada com nada.

Mas ele só lhe segurou pelos ombros, olhando-lhe com intensidade.

— Você promete, minha filha? — ele forçava o aperto de maneira expressiva, como se estivesse pedindo para ela ser sincera. — Promete que não deixará nada... Disso lhe subir à cabeça definitivamente? Diga para mim, por favor.

Emily estava em choque; nunca estivera em situação igual com o pai e, por um momento, as palavras lhe fugiram à cabeça.

— E-eu...

— Oh, vocês estão aí! — uma das anfitriãs da casa, a sra. Eveline, aproximou-se dos dois, esfregando as mãos ansiosamente. — Venha, Robert. Quase todos já estão chegando; Ruth quer fazer um “discurso promissor” daqui a pouco, e imagino que ela vai querer esganar quem não estiver escutando! — riu, bem-humorada.

O pai de Emily desfez qualquer vestígio de perturbação no rosto, concordando e encaminhando Emily de volta para a sala.

Desta vez, Emily manteve-se perto dele, pois sentia que ele desejava que fosse dessa forma. Observava-o cortar uma carne gigante e suculenta em cima da mesa da ceia, de forma que ficasse em tiras. Virando a atenção para o espaço animado, não conseguiu avistar Martin em lugar algum. Será que ele teria ido brincar lá fora...?

Ouviu seu pai resmungar ao seu lado, provavelmente pela carne ser grande demais para aquela travessa.

— Emily, por que você nã...

A voz dele morreu.

Emily, que não entendeu a súbita mudez do pai, notou que os olhos dele estavam pregados fixamente num ponto específico da enorme sala. Acompanhou a direção, parando o olhar numa figura ao longe.

Era uma mulher. Tinha cabelos castanhos-bronze e olhos da mesma cor; vestia um sobretudo preto e botas de salto cor-chumbo.

Ela encontrava-se encostada em dos magníficos pilares da casa, os braços cruzados abaixo do busto. Contudo, o que mais impressionou Emily foi a aura confiante daquela mulher, como se tivesse controle sobre tudo. Mas não sabia se era exatamente isso o que se via em seu rosto.

Ela tinha uma expressão firme direcionada em suas direções, mas, ao mesmo tempo, podia-se ver uma espécie de raiva, amargura e melancolia em seus olhos, como se a cada dia se arrependesse de ter sido fraca em uma passado distante.

Antes que Emily pudesse expor alguma pergunta, sentiu um brusco puxão no braço e, sem nem mesmo perceber, já se encontrava no jardim da frente da casa, sendo arrastada pelo pai.

Ele parecia mais perturbado do que nunca.

— Pa-papai!

— Fique quieta, Emily! — ele mandou com rispidez.

— Mas e a festa? O discurso?

— Não temos tempo para isso, vamos para casa!

Por estar assustada com o temperamento rude dele, permaneceu quieta, deixando-se ser levada. O que havia acontecido...?

Foi então que, ao dobrarem à direita, onde as ruas estavam praticamente sem ninguém (uma vez que todo o bairro já devia ter se reunido no casarão dos WoodBead), uma voz suave, mas ao mesmo tempo séria, soou logo atrás deles:

— Acha que vai conseguir fugir de mim?

O pai de Emily estacou, e a menina aproveitou para virar-se.

Ficou surpresa e assombrada ao ver que era a mesma mulher que lhe encarava na festa.

O homem se virou e, diferente do choque que expressara anteriormente, agora tinha uma expressão endurecida, demonstrando grandessíssima aversão enquanto encarava a mulher.

— Robert. — a mulher falou. Dava-se para perceber que ela tentava a todo custo permanecer tão firme e sólida quanto ele, mas a dor nítida em seus olhos a traía.

— Lorraine. — ele pronunciou secamente, como se ela o fizesse lembrar de um pesadelo nada agradável. — O que quer comigo?

Ela pareceu se incomodar com o tom dele.

— O que eu quero com você? — ela perguntou como se fosse uma piada. — De você não quero nada, Robert. É com ela que vim falar.

Na mesma hora ele puxou Emily para suas costas, de maneira defensiva.

— Não deixarei você chegar a um metro dela, estou te avisando. Vá embora, ou chamarei a políc...

— “Polícia?” — ela riu infeliz. — Oh, meu querido, pode chamar à vontade, pois eu também possuo a proteção, e a “polícia” do meu mundo, no caso, sou eu. Creio que deve se lembrar bem disso...

O rosto dele assumiu uma coloração vermelha.

— O que está dizendo? Você não se aproximará de Emily, não tem esse direito...

Direito?! — ela pareceu zangar-se pra valer. — Quem você pensa que é? Acha que pode decidir se uma mãe tem direito de ver a filha, ou não?

— Posso quando a magnífica “mãe” na verdade trata-se de uma verdadeira aberração!

— Aberração? — ela cerrou os punhos, o rosto ficando ameaçador. — Já faz nove anos, Robert! Nove! E minha própria filha não reconhece nem o meu rosto! Como pode se sentir bem com isso?

— Me sentir bem? E como você se sente sabendo que me enganou da maneira mais cruel possível? Por Deus, Lorraine! Você sempre soube que eu não suportava anormalidades, nem de circo eu nunca gostei! E você resolveu se envolver comigo, justo eu! Por que fez isso? Para me castigar? Para sentir algum tipo de felicidade doentia pelo simples fato de ter arruinado a minha vida?!

E assim, os dois continuaram discutindo, um com voz mais elevada que a do outro. Emily só conseguia encarar a mulher a sua frente com indescritível choque, sem conseguir raciocinar direito.

Então aquela era sua...?

— CHEGA! — Lorraine gritou, e sua voz saiu tão intensa que o homem calou-se abruptamente. — Já chega... — ela baixou a cabeça, fechando os olhos, parecendo mais cansada e infeliz que nunca, a expressão doída. Passados alguns segundo para se recompor, ela levantou a cabeça, a voz saindo miseravelmente trêmula, provavelmente o oposto do que ela gostaria de expressar: — Ela já descobriu, Robert. E você também. Ela é... Como eu. — sua voz falhou, seus olhos castanhos e sofridos voltando-se para Emily. — Não pode me manter longe...

— Eu posso, e vou. — ele anunciou duramente, sem mostrar qualquer piedade.

A mulher deveria ter percebido isso também, pois engoliu em seco, desfazendo qualquer fraqueza externa.

— Pois bem. — ela secou todo vestígio de lágrimas nos olhos. — Já entendi que essa vai ser sua posição. Mas lembre-se — seu tom endureceu-se, preparando para lançar um aviso. —, você não conseguirá me deixar longe da minha filha para sempre. As coisas mudarão, Robert. Quer você queira ou não. Acredito estar sendo clara.

Ele permaneceu encarando-a friamente, tocando no ombro de Emily.

— Vamos, filha.

Enquanto o pai lhe encaminhava para a rua de casa, Emily atreveu-se a olhar para trás. Viu a mulher encarando-lhe fixamente, num misto de tristeza e remorso. Sentiu o homem puxar seu braço com irritação, como quem mandasse de forma muda: “Se olhar outra vez, será seu último contato com qualquer maluquice mágica pelo resto da vida”.

Resolveu obedecê-lo, pois não queria ter de pagar para ver.

Contudo, sentiu que aqueles olhos intensos continuaram pregados em sua nuca até virar a rua, deixando aquela mulher, que era uma peça do conturbado passado de Emily, para trás.


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Notas finais do capítulo

Eeeeeeeeeee o que acharam do capítulo? Sei que as autoras foram um pouco malvadas em ter saído do cenário pós-cristalização-de-Clara-Green em Hogwarts, mas foi uma atitude necessária e intencional, hehe. Mas me pergunto COMO estará o castelo agora; com certeza uma confusão TOTAL!

Bem, voltando para o Natal da Emily; o que acharam? A relação com o pai dela não está das melhores, isso é certo :(

E o Martin? Ah, gente, eu achei super-fofo os dois pombinhos kkkk ♥

E entra em cena a MISTERIOSA, ENIGMÁTICA e PECULIAR mãe da nossa Emily!!! Qual a opinião de vocês? Quem está com a razão nessa história cheia de mentiras e conflitos? O pai ou a mãe? E parece que Lorraine Parker está decidida a se aproximar da filha…

Vai dar ruim, certeza.

Agora, quanto ao meu RELATO-SURREAL-INACREDITÁVEL, lá vai ele: Ontem eu fui no mercado com minha irmã, né, comprar umas carnes. Aí, sabe aqueles cantinhos dentro dos estabelecimentos onde tem um monte de livrinhos velhos e usados que o povo deixa ali pra quem quiser pegar e levar pra casa? Então, a gente foi dar uma olhada nele, né, como de costume, pra ver se tinha algo de bom, como quem não quer nada…

E ficamos CHOCADAS! Numa das prateleiras do fundo, bem escondidinhos ali dentro, estava TODA A COLEÇÃO DE HARRY POTTER!!!! AHHHHHH!!!!!

Sério, gente, eu não tô brincando: todos os livros da saga, até mesmo o Criança Amaldiçoada! Eu fiquei perplexa, mas logo botei minhas mãos pra trabalhar e peguei TODOS eles. Se estavam ali de graça, era pra pegar, afinal ^-^ Puxa, estou feliz até agora; acho que vou ficar sem receber presente de aniversário por uns dois anos (palavras de mamãe). Mas quem se importa? É Harry Potter, carambolas! :D :D

Perdoem-me pelo relato altamente eufórico, é que eu não consegui conter a minha felicidade :X Acho que foi uma das vezes em que mais tive sorte na vida.

Bem, pessoal, próximo capítulo neste sábado como de costume ;) Espero que todos tenham um ótimo resto de semana e nos vemos lá!

Vejo vocês nos comentários, bjjss ♥

Malfeito, feito. Nox.



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