Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 4
Capítulo 3 — Dubiedades


Notas iniciais do capítulo

Olá, neste capítulo já adianto que vocês irão conhecer uma personagem muito interessante, hehe :D

Espero que gostem bastante!

Ps. Aos leitores fantasminhas: olhe, eu até gosto de fantasmas, vivo assistindo filmes de terror o tempo todo, mas queria que vocês fossem um pouco mais assombrosos, sabe, aparecendo aqui de vez em quando, dando sua opinião, ou só favoritando msm. Está faltando mais TERROR de vocês. Só isso, podem descer a tela, meus fantasminhas queridos ♥



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♦ Louisa Northrop

 

"A Lua está tão bela hoje...

A menina manteve os olhos pregados no ponto redondo e completamente brilhante que preenchia apenas um pequeno espaço da imensidão escura que era o céu. Tratava-se de uma luz tão clara e, cogitara após um segundo, viva, que iluminava perfeitamente os imensos jardins encantadores que circundavam sua casa.

A brisa, que chacoalhava uma árvore até as persianas de sua janela, juntamente com os distantes sons de grilos, faziam parecer que uma belíssima melodia estava sendo apresentada para quem quisesse ouvir — o que tornava tudo ainda mais fascinante.

Este pequeno, porém, importante momento, fora o suficiente para prender de vez a atenção de Louisa Northrop.

O vento que soprava leve do lado de fora não tardara muito a preencher o espaçoso e elegante quarto pertencente a única filha do conhecido casal Northrop¹, atingindo seus lindos cabelos tão claros que às vezes beirava ao branco, e fazendo com que seus belíssimos olhos de um azul extremamente brilhante e cristalino, que lembravam duas safiras, instigassem seu corpo a se esticar um pouco, a fim de que pudesse ver melhor o lado de fora.

Depois de todo o nervoso que passara naquela semana, pela primeira vez conseguiu abrir um mínimo sorriso observando tudo aquilo; contudo, parcialmente carregado de tristeza ante a provável saudade que sentiria de presenciar algum evento que lhe causasse tanta familiaridade como aquele.

Já estava sentindo falta, na verdade.

Acordou de seus pensamentos repentinamente quando a porta do quarto se abriu, revelando uma mulher loira belíssima, que sorriu bondosamente quando os olhos caíram imediatamente sobre sua figura.

— Mamãe... — ficou um pouco surpresa, pois achava que ela apareceria só mais tarde. Na mesma hora levantou-se, assumindo posição de cordialidade com sua entrada, ficando levemente confusa quando a mais velha riu e balançou a cabeça em divertimento.

— Oh, querida, deixe disso. — ela adentrou o espaço, se aproximando. — Não é preciso tanta formalidade, bom, pelo menos não no presente momento. — seus olhos caíram sobre a grande mala aberta que ocupava boa parte do espaço da cama. — Vejo que já terminou de guardar tudo... — juntou as mãos, comentando agradada.

— Sim... — Louisa desviou parcialmente o rosto, buscando não pensar muito no significado de ter de fazer as malas, mesmo sabendo muito bem o que lhe esperava.

Continuou olhando a janela por alguns segundos, notando que agora já não escutava mais o som dos grilos... A mãe, absorvendo rapidamente os pontos do baixo clima que rondava o espaço, isso após olhar da mala para o rosto da filha, suspirou tranquilizadora.

— Olhe, querida... — Louisa virou o rosto para ela. — Sei que está sendo difícil para você. É uma experiência nova e, de certa forma, intimidante... — falou. — Mas você vai gostar. Todos gostam.

Sentindo-se cansada, respirou fundo antes de sentar-se de volta na beirada da cama, ocupando-se em organizar alguns vestidos com amassados invisíveis a fim de não ter de encarar a mãe.

— Eu... — fechou os olhos amargurada ao senti-la mais perto. — Sei disso, mamãe. É que... — apertou um vestido creme no canto da mala, agora sim o amassando de verdade. — Eu só queria não ter de ir embora agora. — repetiu novamente o que sempre dizia a ela.

Sua mãe, olhando-lhe compadecida, sentou-se na outra ponta da cama, fazendo com que fosse impossível não a encarar nos olhos.

— Veja bem, querida. — ela puxou o ar, abrindo um sorriso. — Não precisa se preocupar, é normal sentir saudades. Isso acontece com muitas crianças, é completamente comum. O processo de adaptação é algo que faz parte de qualquer período da vida, não é preciso se transtornar. — balançou a cabeça.

Louisa assentiu como sempre fazia depois de um discurso motivador da mãe, mas isso não queria dizer que toda aquela insegurança havia passado.

Era verdade que o fato de ter que ficar longe dos pais estava sendo um problema muito grande, mas ainda existiam outras coisas lhe incomodando — coisas essas que sua mãe sabia muito bem.

Isso se confirmou ao sentir sua mão ser coberta pela dela, fazendo-lhe mirar em seu amoroso e tranquilizador olhar outra vez.

— Olhe, eu sei que está sentindo medo de não conseguir se enquadrar... — ela começou gentilmente. — Isso aconteceu comigo. Mas... — Louisa inclinou a cabeça para que conseguisse ouvir perfeitamente o que ela diria. — Isso logo passará quando verem sua verdadeira essência. O nome em si não diz nada, mas as ações que o bruxo toma, elas sim, são importantes. Elas quem rotulam realmente se ele é uma boa ou má pessoa.

Louisa encarava fixamente aquela mulher que amava tanto e que sempre dizia a coisa certa. Sentia os pensamentos começarem a se suavizar aos poucos, pois sabia que ela tinha razão.

Seu sobrenome não mostrava sua verdadeira essência, e sim, suas ações.

Desceu os olhos de volta a mala aberta. O fato de a família Northrop ser mal-vista, assim como muitas outras, não mudaria tão cedo. Foram séculos de membro atrás de membro mostrando ao mundo seu caráter soturno e maligno — caráter esse que Louisa e seus pais decidiram não herdar.

Mas isso não significava que não seriam olhados da mesma forma com que seus outros familiares eram vistos. Mesmo com o fato de muitas famílias serem acusadas, assim como a sua, não era verídico que nenhuma delas praticasse e mexesse realmente com Magia das Trevas.

Sua mãe, parecendo ficar aliviada ao ver que certamente a menina estava absorvendo e pensando em tudo o que dissera, levantou e se encaminhou até a janela, a fechando por conta de o ar ter ficado mais frio.

— Não tenha vergonha e nem raiva de seu sobrenome, Louisa, e sim orgulho. — trancou o fecho. — Pois será você quem irá colocá-lo em estado de dignidade aos olhos dos outros; e o mais importante: — encaminhou-se agora ao armário do outro lado do quarto, o abrindo e checando as coisas ali dentro. — Aos seus olhos também.

Concordou pensativamente. Ela estava certa como sempre...

— Ah, e mais: — virou-se novamente para a mulher, que se ocupava em analisar seus casacos chiques pendurados nos cabides. — Lembre-se que em Hogwarts haverá rostos que você conhece. — comunicou. — Você sabe, os filhos dos nossos amigos, como... Bem, os jovens Black e Lestrange... — ela olhou-lhe de canto, com certeza querendo checar sua provável reação com aquela última parte.

A menina fez uma ligeira careta antes de voltar a atenção a sua pequena ampulheta dourada, colocando-a entre o caldeirão de poções e uma pilha de livros no canto inferior da mala. Graças ao feitiço expansivo que seu pai havia colocado mais cedo, era possível ser colocado tudo o que precisava.

A mulher, parecendo achar graça de sua reação, fechou o armário e andou novamente até a região da cama, dessa vez carregando um casaco branco (que certamente decidira que seria melhor ser levado), encarando-lhe significativamente.

— Pelo jeito devo ter te lembrado de algo que preferiria esquecer, não? — ajeitou-o dentro da mala, voltando os olhos aos seus. — Entendo perfeitamente bem que a última vez em que viu esses dois, não foi... Exatamente agradável. — Louisa não conseguiu evitar de concordar plenamente com aquilo. — Mas não pode esquecer-se de que haverá a chance de você ser escalada para a casa deles na Seleção de Horgwarts. Por isso acho melhor você já se acostumar com essa hipótese que pode muito bem ocorrer. — declarou.

Uma névoa de preocupação sondou os olhos de Louisa. Respirou fundo. — Eu sei disso. — falou com voz derrotada. — Sabe, mamãe... — levantou os olhos a ela. — Penso que talvez, se não tivéssemos tanto contato com essas famílias, não nos olhariam da mesma forma que olham para eles... — desistiu de continuar ante o balançar de cabeça complacente dela.

— Querida, você sabe que mantemos uma amizade de anos com eles. — Louisa suspirou em completa lástima, fazendo-a complementar: — Eles nunca fizeram mal a nenhum de nós, além de todos mantermos respeito mútuo com eles... — ela olhou para o alto. — Bom, na medida do possível.

“Além disso, você sabe muito bem que, perante a situação passada, eles é quem deviam se preocupar em ficar próximos a nós”. — ela acrescentou, com evidente melancolia nos olhos.

Louisa, ciente da gravidade do assunto mencionado, revolveu mudar o foco da conversa rapidamente.

— Espero não cair na casa deles... — murmurou.

— Eu não acharia uma ideia tão ruim assim. — Louisa olhou abismada para a mãe, esperando não captar algum sinal de sinceridade naquela frase. — Oras, é verdade. — ela confirmou simplesmente, lhe fazendo balançar a cabeça desacreditada. — Bom, eu apenas penso assim porque acho que seria mais fácil para você estar entre pessoas que já conhece...

— Para mim seria ainda pior, mamãe... — tentou deixar claro como a ideia lhe causava uma espécie de vacilação em relação á Hogwarts. — Sabe que não me dou bem com nenhum deles...

— Mesmo assim continua os conhecendo. — ela respondeu sincera. — Isso aos meus olhos já é um bom sinal. — deu de ombros.

Decidiu encarar outro ponto do quarto que não fosse onde ela estava. Sua mãe poderia ser muito compreensiva, mas Louisa sabia que ela não conseguiria compreender a dificuldade que possuía em se acostumar com uma ideia daquelas.

Surpreendeu-se quando a mulher pegou firmemente em suas mãos, os olhos expressando agora pleno sentimento de confiança.

— Vai dar tudo certo, meu bem. — ela massageou o peito de suas mãos carinhosamente com os polegares. — Você vai gostar de lá, isso é verídico.

Ela falava com tanta certeza, que Louisa de repente sentiu uma estranha sensação de confiança substituir o sentimento de frustração que lhe assolava por dentro. Viu-se pensando que talvez conseguisse passar por tudo aquilo, e que, afinal de contas, não seria tão impossível assim.

Ainda um pouco confusa com aquela mudança súbita de emoções, acenou pela primeira vez com estranha firmeza. — Sim, eu... — conseguiu sorrir um pouco. — Acredito em você.

Seus membros pareceram relaxar cem por cento com o sorriso caloroso que a mulher esboçou.

— Oh, que ótimo querida... — a mãe balançou suas mãos, orgulhosa. — Você vai ver, será ótimo! — inclinou-se, depositando um beijo sobre sua testa. — Bom, acho melhor nos recolhermos agora, amanhã será um dia cheio. — ela levantou-se e, após um aceno com a varinha, todos os bolsos da mala se fecharam em um segundo, a fazendo flutuar em seguida ao lado da cama da menina.

— Sim, vou dormir agora. — Louisa entrou debaixo das cobertas, já se espremendo nos fofos travesseiros. A mulher lhe checou uma última vez, satisfeita, e virou-se em direção à porta.

— Boa noite. — lhe olhou mais uma vez e saiu, fechando a porta devagar.

Louisa permaneceu encarando o ponto por onde ela desaparecera, esperando para ver se ela fora mesmo embora. Após mais alguns segundos, se desenrolou das cobertas e, calçando as pantufas, dirigiu-se até a janela.

Desejava ver a Lua uma última vez, pois sabia que na noite seguinte não á veria da janela de seu quarto, e sim, de outro lugar... Respirou fundo, buscando fazer adentrar em seu interior o mesmo otimismo que as palavras de sua mãe lhe causaram, concordando consigo mesma.

"Sim... Vai dar tudo certo", conseguiu sorrir minimamente, o alívio de ter se recomposto lhe invadindo por inteira. Sua mãe estava certa; amanhã seria um longo dia...


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Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

Casal Northrop¹ — Este sobrenome não está nos registros de famílias puro-sangues de Harry Potter. Ou seja, é o sobrenome de uma família importante no mundo bruxo inventada por nós. Deriva da família Shafiq, um dos Sagrados Vinte e Oito, por uma das linhas genealógicas estarem interligadas.

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Gostaram da Louisa? Ela será uma personagem bem importantinha, então espero que tenham prestado bastante atenção em alguns indícios que fizemos sobre sua família, viu? *-*

Malfeito, feito. Nox.



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