Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 34
Capítulo 33 — Suposições Incertas


Notas iniciais do capítulo

Buenas Tardes, meus bruxinhos queridos!

E....... novamente cheguei meio tarde, mals :D

Hoje foi mais uma daquelas manhãs corridas, acho que está virando rotina, sabem. Tive que ir no mercado com a mamãe (meus irmãos não acordaram então sobrou pra mim) e depois tive que ajudar minha outra irmã a terminar o almoço, ela tava toda destrambelhada na cozinha :/ Ai ai... Casos de família, né.

Devo informa-los que chegamos oficialmente no ARCO DO NATAL! Sério, gente, esse arco vai ser muuuuito bom, é um dos meus preferidos do livro ^-^ Vai haver muitas revelações, então preparem-se ;)

Bem, sem mais delongas, boa leitura kkkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787916/chapter/34

 ♣️ Anne Crystal ♣️

 

A tão esperada semana de Natal havia chegado, enfim, em Hogwarts,  e as coisas não poderiam estar mais animadas e corridas no interior do castelo; eram alunos, professores, quadros, mascotes, armaduras, fantasmas, todos correndo de um lado para o outro a fim de preparar tudo milimetricamente para que a data comemorativa mais importante do mundo saísse, mais uma vez, impecável.

Dentre os estudantes, embora a maioria não fosse passar o Natal na escola, o diretor Dippet fez questão de que todos participassem da decoração e preparação do castelo para instaurar um ambiente natalino em cada centímetro do lugar — desde a sala mais abrangente até o corredor mais estreito. Os mais velhos, por serem mais experientes, tiveram permissão para usar feitiços básicos de ornamentos nas janelas, portas e teto; penduraram gnomos minúsculos, guirlandas de azevinho e viscos por toda parte, assim como também pequenas renas que cuspiam uma rajada de fogo acima de qualquer um que adentrasse um cômodo.

O incidente das cristalizações estava praticamente esquecido nas jovens e imaturas cabecinhas dos alunos. Devido a nada de estranho ou perigoso ter acontecido nos últimos dias, os nervos alheios foram baixando aos poucos, até a calmaria instaurar-se completamente no castelo. 

… Infelizmente, o mesmo sentimento de tranquilidade em nada relacionava-se com a desastrosa (e famosíssima) derrota que a Grifinória havia sofrido na Abertura do Campeonato entre as Casas. 

Não adiantava o que dissessem para amenizar a situação: o primeiro time a perder em uma estreia sempre parecia pegar um mau agouro deveras insistente durante todo o resto do campeonato.

Era como se fosse uma maldição. De acordo com informações de veteranos, no ano anterior a Lufa-Lufa havia perdido no primeiro jogo e, após isso, nem todo treino e encorajamento do mundo fez com que eles vencessem os jogos adiantes. No retrasado aconteceu o mesmo com a Corvinal. E no anterior com a Sonserina.

… Ao que parecia a vez havia chegado, enfim, para a Grifinória.

O pobre Derek Hawley ainda caía no choro toda vez que via seu rato nas mãos do garoto lufano para qual tinha perdido a aposta. Mirela Allen também se dera mal; havia perdido 20 galeões para Sebastian Rosier, da Sonserina (ela havia apostado com ele que Victor Black, até o final do jogo, levaria um Balaço de algum batedor de ambos os times; contudo, isso não chegou a acontecer).

... Em suma, o clima entre os alunos de Hogwarts não estava lá dos melhores.

Anne Crystal, como de costume, não perdia tempo com chororôs e briguinhas desnecessárias entre seus colegas. Pouco lhe importava sua casa ter perdido no Quadribol — sequer havia prestado atenção no jogo, para falar a verdade.

Sua mente, diferente das demais inferiores, sempre estava voltada para as novidades ao redor, querendo ser a primeira a descobrir algo sobre qualquer um. Não tinha tempo para pensar em futilidades como esportes e apostas bobas.

Tinha que sempre estar em alerta para saber o que acontecia debaixo do teto onde vivia.

... O que, no momento, baseava-se apenas em conversações e planos alheios do que cada um iria fazer nas comemorações natalinas. (Para seu desapontamento, é claro).

O castelo estava lindo, com diversos enfeites brilhantes pelos corredores, assim como lotado de inúmeras e pequeninas fadas, que serviam de decoração. Apenas não era recomendável cutucá-las demais, a não ser que a pessoa quisesse receber uma baita mordida em troca...

Anne, naquela manhã particularmente clara e totalmente pintada de branco, estava com o queixo apoiado sobre a mão enquanto tomava seu leite puro e comia uma folha de espinafre fresca. Neve fresca e porosa caía sem cessar lá fora; a visão do teto enfeitiçado do salão exibindo o esplendor invernoso para todos.

Observava pensativamente as pessoas que punham-se a enfeitar o Salão Principal. Não tratavam-se de muitas, pois faltavam apenas algumas coisas pequenas e simples a serem colocadas agora...

De repente, sua atenção voltou-se para as centenas de corujas que irromperam no salão — estas, como de costume, traziam cartas, embrulhos e entregas para seus donos.

Anne não tinha uma coruja, e por esse motivo era uma ocasião extremamente rara quando ela recebia alguma coisa. Normalmente sua família utilizava a coruja velha que pertenceu a seu pai na época de escola dele; contudo, suas viagens estavam sendo cada vez mais raras, considerando que a ave não estava mais em boas condições para viajar ou levantar peso...

... O que explicava o fato de Anne não ter recebido uma visita da ave novamente.

Mas isso não queria dizer que ela ficaria por fora das notícias, nem pensar.

— Me empresta, sim? — sem cerimônias, puxou o Profeta Diário espremido dentre o enorme embrulho de chocolates que Naomi Young, uma descendente de asiáticos, recebera da família.

— Ei!... — a garota nem teve tempo de dizer algo; Anne já havia se escondido por detrás das enormes páginas do Profeta, atenta á algo interessante que poderia ter sido publicado naquele novo dia.

Folheou o jornal, ignorando as matérias que já tinha visto nos dias anteriores (coisas como um novo creme para verrugas executadas por azarações e novos modelos de Cleansweep que estavam sendo exibidas nas vitrines do Beco Diagonal) extremamente entediada.

Impulsionada pelos cochichos que começavam a soar ao seu redor, finalmente visualizou a capa do jornal. Era um hábito que Anne havia adquirido desde a infância: deixar a notícia da capa por último. Isso começou após um incidente traumatizante envolvendo a notícia de uma enorme queimada em uma plantação privada que estava lotada de Ervas-Verdes, Ervas-Cinzas, Ervas-Amarelas, Ervas-Azuis e Ervas-de-Anis¹ (Anne chorou por mais de um mês após ler aquela matéria estampada na primeira página do Profeta). 

Felizmente, a notícia daquele dia não tinha nada a ver com plantações queimadas ou chamuscadas; contudo, Anne não deixou de surpreender-se com a manchete:

“PERIGO PAIRA SOBRE O CASTELO DE HOGWARTS — SUPOSTO PEDAÇO DO CRISTAL MALDITO ESTÁ ESCONDIDO EM SEU INTERIOR”

Anne vislumbrou a imagem animada que ocupava praticamente toda a extensão do papel com extrema atenção. Arregalou os olhos.

Ela retratava o incidente que havia ocorrido no lado externo do castelo. Exibia o momento exato em que Andy Stimers se jogara do parapeito da janela e, segundos depois, uma explosão de vidros, cristais e lascas de madeira voaram para todo o lado e caíram sobre várias figuras de alunos que saíram correndo pelos terrenos em desespero.

Anne ficou impressionada. Primeiro porque não tinha visto aquela cena em primeira mão no dia retratado (estava ocupada demais reclamando da aula idiota de Voo que haviam acabado de ter e ido direto para dentro do castelo), e segundo: quem diabos havia fotografado aquilo?!

Tratou de começar a ler a matéria:

“Embora fosse comum esperar que um ambiente voltado estritamente para o aprendizado e evolução da juventude bruxa se tratasse de algo profissional, confiável e, principalmente, seguro, os recentes acontecimentos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts contradizem essas justas expectativas” — escreve o fiel e sempre ativo jornalista, Vincent Coloty².

É notável o quanto o mandato de Armando Dippet, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, vem sendo questionado desde a morte de uma inocente estudante, Myrtle Elizabeth Warren, ocorrida há oito anos, o que quase resultou no fechamento da escola.

Essa grande falha, somada com a idade do diretor, que tende a aumentar até ele ir desta para a melhor, são apenas alguns dos motivos que levam a comunidade bruxa a assumir que Alvo Dumbledore, Vice Diretor e professor de Transfiguração, famoso por ter derrotado o maior bruxo das trevas de todos os tempos, Gellert Grindelwald, deva ocupar o cargo o mais breve possível.

Após o recente e escandaloso incidente ocorrido nos terrenos do castelo, envolvendo possivelmente um pedaço do famoso artefato mágico, Cristal Maldito, resultando na destruição parcial de várias áreas do castelo, assim como também no descuido da segurança dos alunos, o nosso jornalista, antes de escrever essa matéria, tentou obter maiores informações indo fazer uma visita em Hogwarts; contudo, foi enxotado antes mesmo de sair na Estação de Hogsmeade.

“Eu não fiquei surpreso, é claro — confidenciou Coloty, nem um pouco chateado — o senso do saber sempre foi criticado e não compreendido por mentes fechadas. Na época de escola, eu costumava ficar no pé do diretor, querendo saber informações confidenciais e secretas. Considerando que não é a primeira vez que ele me expulsa assim, acredito ainda mais firmemente que ele está escondendo algo maior do que admite”.

Por meio de entrevistas no povoado de Hogsmeade, o nosso jornalista ficou sabendo que os incidentes de cristalizações no interior do castelo de Hogwarts vem ocorrendo desde meados de outubro, informação mantida em sigilo entre os professores e funcionários do castelo.

“Descobri então por meio de um contato pessoal, uma notícia vazada envolvendo uma ação não oficial do próprio diretor Dippet — revela o nosso jornalista — Ao que parece, após o primeiro “ataque”, digamos assim, do Cristal Maldito, ele contratou os serviços de um especialista não atuante no Ministério da Magia para investigar o caso. Acho que isso mostra o quanto a confiança está bem bambaleante entre nós” — riu bem-humorado.

Relembrando uma matéria publicada há dois meses, escrita pelo próprio Coloty, discernimos que algumas peças estão começando a se encaixar em todo esse mistério que, ao que tudo indica, o diretor Dippet tem se esforçado para ocultar.

“Quando escrevi a matéria do honorável sr. Cock, não achei que estaria adentrando um caso maior do que um simples desaparecimento — comentou Vincent, pensativo — Mas quem diria que, de fato, suas alegações, consideradas pelos outros como sendo completamente malucas, teriam sim um fundo verídico. Ressaltando que seu paradeiro ainda é desconhe...

Ei! O que significa isso?!

Anne foi retirada bruscamente de sua leitura ante o berro alto que veio de sua direita e adentrou seus ouvidos com uma potência forte o suficiente para assemelhar-se ao grito de uma Mandrágora.

Olhou para os lados, vendo que praticamente todos estavam com o Profeta Diário em mãos; contudo, as expressões de seus colegas converteram-se de curiosas para totalmente assombradas enquanto miravam a capa.

 

— Por que ela não se mexe?! — Anne voltou-se para Zoe Hill logo ao lado, que chacoalhava seu exemplar para o alto como se fosse uma varinha com defeito.

— Não sei... Isso nunca aconteceu antes. — Clara Green, da Lufa-Lufa, parecia deveras nervosa enquanto mirava seu jornal.

Anne, enfim, desceu os olhos para o Profeta que tinha em mãos, entre irritada por não saber o que estava acontecendo e decidida a tirar aquilo a limpo o mais rápido possível.

… E o que viu a fez ficar ainda mais chocada.

A imagem da capa, outrora animada, encontrava-se agora imóvel, congelada no momento em que Andy estava pendurado na sacada, pronto para saltar.

Anne folheou o exemplar, verificando as outras imagens. Não deu outra: todas estavam como petrificadas, sem a menor vida.

“O que é isso?”, questionou-se, confusa.

Por Merlim! Está igual ao jornal dos trouxas! — Violet Valentine gritou, horrorizada.

— E o que isso teria de ruim? — Iris Legraund retrucou, duvidosa. — O jornal vai explodir ou algo parecido?

Os falatórios começaram a ficar cada vez mais altos, dando uma dor de cabeça enorme em Anne. Seus colegas discutiam, agora, a reação estranha do Profeta Diário e de todos os outros jornais mágicos (estes também apresentavam o mesmo fenômeno peculiar), cada um tirando suas próprias conclusões e teorias.

Anne, que não era nada boba, decidiu fazer o mais inteligente:

Com o jornal em mãos, correu direto, sem hesitar, para a mesa dos professores.

Diretor Dippet, diretor Dippet! — chamou-o, tentando atravessar a última orda de alunos frenéticos que tapavam sua passagem. Infelizmente, pela distância, ele não pareceu ouvi-la (o velho devia ser um pouco surdo também, ela não duvidava nadinha disso).

Ficando perto o suficiente da mesa, reteve-se um pouco ao ver que os professores pareciam estar discutindo algo com o diretor. Pelo timbre nervoso e sussurrante das vozes, não foi difícil para ela deduzir sobre o que seria o assunto.

— Não faço ideia de quem foi o autor da imagem, senhor... Alguém do grupo de Artes, talvez... Pode ser que tenha visto a oportunidade de fotografar o momento por uma das janelas. — o prof. Hughes coçava a nuca, encucado.

— E aparentemente entregou-a nas mãos dos jornalistas... — a prof. Picquery acrescentou, arqueando uma das belas sobrancelhas.

O diretor tinha o cenho franzido; sua expressão era a de alguém que tinha comido algo bem estragado.

— Era tudo o que eu não queria... Chamar a atenção do Ministério. E justamente vindo desse pirralho mal-educado do Coloty...

Anne, aproveitando o momento para se meter, inclinou-se na enorme mesa horizontal, brecando a conversa dos professores.  

— Diretor Dippet! O que está havendo com o Profeta? Olhe, a imagem está parada!...

O diretor Dippet tinha um brilho esquisito nos olhos, como uma sombra de aflição. Só então Anne reparou que ele e os outros professores tinham o Profeta em mãos também.

O prof. Dumbledore, em pé atrás do diretor e nitidamente sereno, deu um toque discreto no velho, que pareceu despertar de sua mudez.

De um segundo para o outro, a atitude do diretor foi outra: ele pigarreou, demonstrando pouco caso, voltando a tomar seu suco de abóbora com fingida tranquilidade.

— Não vejo nada de diferente, srta. Crystal. Se sua conturbação tem a ver com o que escreveu aquele jornalista de araque, devo tranquilizá-la de que já tenho tudo sobre controle... — embora quisesse, a voz dele não escondeu por completo um tremular preocupado.

Anne abriu a boca, indignada.

— Mas diretor!... Estou falando sobre a imagem parada! Olhe...

— De que imagem parada você está falando, srta. Crystal? — a prof. Picquery ofertou-lhe um sorriso doce e nervoso.

Ante as expressões engraçadas dos professores, Anne olhou para a capa do jornal.

Foi como um se tivesse levado um Expelliarmus — ficou totalmente desarmada.

A imagem da explosão na sacada estava perfeitamente normal agora, movendo-se como se nunca tivesse estado brecada.

— Mas... Mas... Eu tenho certeza de que... — balbuciou.

— Acredito que esteja um pouco confusa esta manhã, srta. Crystal. — o prof. Hughes falara em seu tom gentil de sempre, porém sua expressão parecia estar ansiosa. — Coma algumas torradas. Elas podem... hum... Te fazer bem.

Anne voltou para seu lugar um tanto desorientada. Todos os alunos haviam retornado aos seus desjejuns, uma vez que os jornais haviam voltado a sua normalidade. A maioria constatou que fora apenas uma falha momentânea do encarregado de enfeitiçar os jornais antes destes serem despachados do Ministério da Magia.

… Mas por que os professores fingiram que nada havia acontecido? Esse era um ponto que Anne estava deveras intrigada...

— Olhe só aquilo, Suzanne. Parece que a Legraund quer mesmo mudar de lado...

Anne foi tirada de seus pensamentos novamente; mas, dessa vez, a voz — repleta de nojo, deve-se acrescentar — pertencia a Zoe. A garota torcia a expressão, desagradada.

Anne (esquecendo-se por um segundo do acontecimento anterior ante a chance de saber sobre alguma nova fofoca) olhou rapidamente na direção em que a garota olhava.

Viu que Iris Legraund trocava algumas palavras com a incômoda Louisa Northrop. A loura tinha um livro entre as mãos, e provavelmente o lia sossegada antes da ruiva chegar.

Infelizmente, Anne não conseguiria escutar nada mesmo se quisesse — o que basicamente queria, e muito —, pois estava longe demais de onde as duas se encontravam.

Antes que pudesse levantar-se e se dirigir para perto das duas, fingindo estar apenas admirando os contornos vermelho-esmeralda de alguns guizos pendurados, Iris, parecendo ter dito uma última coisa a Louisa, acenou reservadamente para a mesma e saiu do local logo em seguida.

Anne bufou. Lá se fora uma grande oportunidade...

Estava claro que a Legraund e a Northrop estavam tramando alguma coisa, pois todos haviam notado a recente proximidade das duas nas últimas semanas.

Não que Anne estivesse as espionando; de forma alguma. Apenas constatou que, curiosamente, sempre que as duas estavam juntas, ela encontrava-se, por pura coincidência, no mesmo local.

Enquanto olhava a Northrop (que havia voltado a atenção para sua leitura), sentiu-se amargar com o fato de tudo parecer querer não colaborar para que descobrisse o que a garota estaria tramando na companhia da Legraund.

E se fosse algo ilegal? Anne tinha o completo direito de saber se o caso fosse esse. Se não tomasse alguma atitude, quem se prontificaria para acabar com as gracinhas dos outros? Ninguém, é claro!

E foi por isso que, ao ver que Zoe e Suzanne continuavam a comentar sobre o fato, inclinou-se na direção das duas amigas, esquecendo agora, por completo, o caso do Profeta Diário.

— Ei, vocês sabem o motivo de a Legraund e a Northrop terem ficado tão “unidas” recentemente?

Felizmente, Zoe e Suzanne não se encaixavam entre a grande maioria de tapados que escolhiam manter-se distante de Anne apenas por seus atos justiceiros, pois logo responderam:

— Ahh, eu não sei... — Zoe ficou pensativa. — O que me pergunto bastante, na verdade, é o porquê da Legraund estar sendo destrambelhada o bastante para se aproximar da Northrop.

— A família dela fez coisas bem ruins, não? — Suzanne comentou, curiosa. — Eles eram mancomunados com aquele tal de Gride-de—

Grindelwald, Suzanne. — Setrus Fisheer apareceu do nada, completando a fala da menina que ainda não era familiarizada o bastante com o mundo da magia para lembrar-se do temível nome. — Francamente, não sei como os trouxas vivem completamente cegos e sem saber a causa do que realmente está acontecendo... Todos sabiam que aquele caos estava sendo orquestrado pelo Grindelwald. — fez muxoxo.

— Não era culpa minha eu não saber de nada. — Suzanne retrucou brava. — E vire essa boca para lá, estúpido! — ela fez uma careta enjoada quando o garoto começou a checar a coloração da própria língua (ele havia participado de uma guerra de pirulitos sabor-morte minutos antes).

— Ah, Roowar... — ele olhou-a com tédio. — Não tente dar uma de requintada como a caladona ali. — ele indicou Louisa ao longe. — Vejo você nos jantares, e devo dizer que porcos são mais comportados. — ele gargalhou com a comparação que fizera.

Antes que Suzanne pudesse explodir com o comentário grosseiro, e Anne acabasse não conseguindo suprimir a risada maldosa, Zoe bufou em superioridade.

— Se acha que é tão sabe-tudo, Fisheer — o garoto não pareceu gostar do tom irônico dela. —, então me fale sobre ela. — apontou para Louisa.

Anne ficou um pouco surpresa com a atitude arriscada da colega. Setrus, por outro lado, fez expressão divertida, mesmo mostrando não ter entendido direito.

— Oras, mas falar o quê? Acredito que todos já saibam o suficiente sobre aquela ali e seus familiares lunáticos. Lembro como se fosse ontem mesmo daquela tremenda tragédia no tal orfanato-trouxa...

Espere aí! — Suzanne arregalou os olhos, esquecendo-se momentaneamente de que estava com raiva do garoto. — Você fala daquele orfanato? Onde aconteceu todo aquele crime hediondo? Mas co...

— Creio que seja hora de se recolherem, garotos. — o prof. Hughes interrompeu a conversa, fazendo Anne pular de susto. Bem quando o assunto estava ficando bom, droga! — Imagino que alguns de vocês irão para casa em breve, então aproveitem para ajeitar as coisas. — ele parecia estar com pressa.

Anne olhou ao redor, vendo que os outros professores iam mandando o restante dos alunos se retirarem do recinto. A maior parte deles recolhia os jornais acima das mesas, que flutuavam na direção de dezenas de pilhas que iam formando-se.

“Hum... Estranho...”, Anne suspeitou.

Enquanto os colegas de Anne punham-se a se retirar, ela olhou para o lado, buscando pela Northrop...

... Contudo, a “aluna-estrela” já havia saído também; o que era decididamente frustrante, pois Anne nem tivera chance de espiar a capa do livro que ela estava lendo...

Pensando novamente no debate que havia acabado de ter com os colegas, entortou a boca, a amargura crescendo ainda mais em seu interior.

Aquela garota definitivamente significava algo ruim, a família Northrop significava algo muito, muito ruim.

“Bando de assassinos...”    

Espantando por hora aqueles desagradáveis pensamentos, decidiu procurar Emily e, quem sabe, tentar descobrir a fonte do medo que ela estava demonstrando nos últimos dias.

Mas, com toda certeza, não desistiria de investigar sobre o que Louisa e Iris tanto estariam conversando. Certamente tratava-se de algo prejudicial a Grifinória e ao castelo...

... E não podia, de forma alguma, deixar esses “planinhos” se estenderem. Ou não se chamava Anne Crystal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Edit: Lá em cima eu coloquei o nome da Iris como a narradora sem querer, mas já arrumei para o nome da Anne, ok? Perdoem-me pelo engano kkk

♥️ Curiosidades ♥️

Erva-Verde, Erva-Cinza, Erva-Amarela, Erva-Azul e Erva-de-Anis¹ — Família de Ervas do mundo mágico. Todas essas ervas são importantes e extremamente benéficas para a saúde do ser-humano. A Erva-Amarela e a Erva-Verde são difíceis de se obter, por suas localizações frequentemente inacessíveis; contudo, a Erva-Azul é a mais rara de todas: trata-se de uma das plantas mais procuradas pelos Herbólogos de todo o mundo.

Vincent Coloty² — Personagem Original. Vincent Coloty é um dos jornalistas do Profeta Diário. Conhecido por seu caráter vigarista e sarcástico, Vincent usa de todos seus artifícios e chantagens para descobrir algum segredo; especialmente os de natureza escandalosa e que cause uma tremenda polêmica.

§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§

Eaê, o que acharam do capítulo? Anne-Chatonilda na área novamente, quem aí estava sentindo a falta dela? Alguém? Ninguém? (É, Anne, parece que você não é tão querida assim; melhor mudar sua atitude, minha filha).

Bem, o clima natalino está em toda parte, quem dera passar um Natal em Hogwarts, né não? Meu sonho *-* Bem, pelo visto a maioria vai pra casa, como de costume…

E o que foi isso que deu nos jornais??? Eu hein, as imagens pararam de se mover… Muito estranho isso. Os professores também estão agindo estranho, parece que eles SABEM de alguma coisa…

Como sempre, as fofocas não demoram a chegar nos ouvidos do Profeta Diário, principalmente nos desse fuxiqueiro do Coloty :/ Temos outra Rita na área?

E essa conversa sobre a família da Louisa? Que orfanato-trouxa é esse? Será que finalmente saberemos o motivo de os Northrop serem TÃO odiados por toda a comunidade bruxa?

… E novamente pareceu comercial de novela, cruzes!

Bem, espero que tenham gostado e até sábado, pessoal! Como disse lá em cima o arco do Natal vai ser BEM corrido e importante! É a hora para você, leitor-fantasma, aparecer para assim participar ativamente da trama!

Até a próxima!

Malfeito, feito. Nox.

P.s. Devido a minha curiosidade eu fui pesquisar sobre caubóis-bruxos, Gabriel, mas não achei nadinha. Pena, pois seria bem legal :(



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.