Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 29
Capítulo 28 — Prof. Lukar Insensato


Notas iniciais do capítulo

Buenos Días, meus bruxões e bruxonas! Tudo bom com vocês?

Venho aqui nessa manhã linda de sábado trazer mais um capítulo para vocês *-*
Vamos ver o que Louisa e Iris acharam daquela conversa suspeita dos garotos da Sonserina no Corujal...

Sem mais delongas, desçam a tela! Nos vemos nas Notas Finais!



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♦ Louisa Northrop ♦

 

O coração de Louisa Northrop continuou aos pulos mesmo quando ela e Iris pararam, ofegantes, perto da Ponte Suspensa. O Corujal já estava há quilômetros de distância agora, para a sorte das duas.

Louisa apoiou-se em um dos pilares ali perto. Puxava o ar sem intervalos enquanto os olhos, ainda atônitos, miravam a superfície de pedra maciça fixamente.

E novamente sentia a tremenda fadiga que crescia em seus músculos internos por conta da rara correria... Mas não tinha muito o que falar sobre o assunto — desde sempre seus pais aconselhavam-na para que não saísse correndo por aí, temendo que ela se machucasse.

Iris Legraund foi quem, por fim, quebrou o silêncio.

— Acho que estamos seguras... Por enquanto. — ela parecia igualmente cansada, mas Louisa não pôde deixar de reparar que a garota apresentava ter uma resistência superior à sua. — O Rancorous não pareceu ter visto a gente...

— Sim... — Louisa acenou, ainda um pouco atordoada, uma das mãos repousadas abaixo do pescoço. A sede começava a lhe invadir em cheio por conta da garganta seca.

Por não saberem bem o que dizer, ambas permaneceram caladas por mais alguns minutos.

Estava claro que tanto Iris quanto Louisa aproveitavam os minutos para se recuperarem fisicamente da adrenalina anterior como forma de adiarem ao máximo os comentários sobre a “curiosa” conversa que haviam acabado de escutar entre Victor Black, August Lestrange e Sebastian Rosier.

Comentários esses que Louisa desejava evitar, na verdade.

… Mas, infelizmente, este não era o caso de Iris.

— ... Ei. — a ruiva começou um tanto relutante; contudo, seus olhos continham firmeza e sensitividade bem à mostra. — Você... Ouviu sobre o que eles estavam falando, não ouviu? — perguntou a última parte num sussurro, como se estivessem debatendo sobre algo proibido.

Louisa sentiu-se incomodar na mesma hora. Não queria adentrar naqueles assuntos... Pensar neles já lhe causava um grande desconforto, na verdade.

E por causa disso, balançou a cabeça negativamente, em sinal de desentendimento.

... No entanto, devia ter hesitado ao fazer isso, pois a outra lhe encarou imediatamente com indiscreto ceticismo e um pouco irritada.

Ei! — ela protestou. — Terá que fazer melhor que isso se quiser mentir para mim. — Iris aproximou-se alguns passos. — Olhe — ela voltou a sussurrar. —, não finja cara de paisagem, pois nós duas sabemos muito bem que eles estavam falando sobre o Cristal Maldi...

— E como podemos ter tanta certeza disso? — interrompeu-a, dando de ombros com fingida sinceridade, o que não pareceu convencer a Legraund (de novo). Realmente, não era de hoje que Louisa saía-se como uma péssima mentirosa. — Podemos ter escutado errado, isso acontece muitas vezes. Não deviam estar falando nada importante, tenho certeza.

— Ah, é? — Iris arqueou os olhos, cruzando os braços com nítido enfezamento. — E como me explica aquele “ele” de quem eles estavam falando?

Louisa ficou por alguns segundos sem saber o que argumentar. Estava com os pensamentos completamente confusos... 

As palavras de Victor Black adentraram outra vez sua mente:

“É verdade, não é? Dá para ver de longe o desagrado dele...”.

Balançou a cabeça, buscando espantar aqueles pensamentos sem fundamento, olhando de volta para a Legraund.

— Eles... Poderiam estar falando de algum aluno, oras. — Iris revirou os olhos, provavelmente se segurando para não bufar. — É verdade! — insistiu. — Quem poderia ser esse “ele”, afinal?

De repente, o ambiente ficou silencioso, dando-se para escutar apenas a forte brisa que soprava sem intervalos, envolvendo os cabelos de ambas numa dança irritante com muitas retiradas de mechas frente aos olhos. As duas garotas continuavam a se encarar, mas nenhuma chegou a se pronunciar por um tempo.

Iris então, com o semblante agora endurecido e nem um pouco contente, deu mais um passo em sua direção.

— Olhe aqui, Northrop — Louisa não pôde deixar de se surpreender levemente pelo tom cortante que ela utilizara, muito parecido com o que vários outros alunos costumavam lhe dirigir. — Não sei que jogo você está jogando, mas sei que estou ficando farta dele. — comunicou em intenso desagrado, e Louisa captou um raro ar de rancor em seus olhos de um azul muitíssimo mais claro do que os seus próprios. — Não tente me enganar, pois vi bem sua expressão enquanto escutávamos aquela conversa; especialmente na última parte...

Louisa engoliu em seco. Era naquele ponto específico que não queria chegar desde o início...

E o pior era que Iris havia escutado.

Contudo, de repente algo lhe ocorreu. Por que estava com tanto medo de ter que explicar alguma coisa se todo aquele assunto não tinha absolutamente nada a ver com aquela garota?

Foi a vez de Louisa mostrar-se irritada agora.

— Você não sabe do que está falando. — disse, franzindo o cenho com incômodo, dando um passo para o lado. — E, se não se importa, tenho mais o que fazer, então me dê licença... — foi se retirando do local, desviando de alguns enfeites de abóbora pendurados em torno do arco que separava a entrada do castelo da ponte, decoração preparada para o Dia das Bruxas que estava próximo.

— Não foi isso que você disse dez minutos atrás. — ouviu a Legraund alegar insatisfeita, mas não quis parar para responder.

Louisa continuou seu caminho, buscando esquecer todo aquele dia exaustivo ao menos até o anoitecer.

 

[...]

    

Os dias foram passando muito rápidos em Hogwarts, e logo esses viraram meses.

Ninguém mais falava do pedaço do Cristal Maldito. Nada de anormal havia acontecido depois do escandaloso incidente no corredor do 1° andar, o que fez com que o assunto diminuísse deveras nos corredores e, principalmente, no Salão Principal.

Em relação ao corredor-cristalizado, viera apenas um especialista checá-lo e coletar amostras dos cristais. Os alunos não souberam de muitos detalhes, mas cogitaram que devia ser algo relacionado a um antídoto que faria toda aquela cristalização sumir...

Infelizmente, ao que parecia, esse “milagroso antídoto” demoraria longos meses para ser criado, então as chances de todos voltarem a ter as aulas de Transfiguração em classe outra vez tornaram-se praticamente nulas.

As aulas continuavam a ser aplicadas no Pátio de Transfiguração, situado numa região exterior do castelo.

O prof. Dumbledore já havia sido questionado por alguns alunos se ele por acaso não estaria sentindo saudades de sua sala de aula, uma vez que não podia entrar nela por conta da barreira de cristal que estava barrando a porta.

A resposta dele não poderia ter sido mais simples enquanto mordiscava uma apetitosa torta de limão:

— Não seja por isso. Basta eu apenas pegar uma vassoura e entrar pela janela; não deixaria meus pinos de boliche acumularem pó por nada... Estão servidos? — ele perguntou antes de oferecer um pouco do doce que continuava a saborear com extremo deleite.

Felizmente para Louisa, Iris Legraund não havia voltado a comentar sobre o assunto do Corujal novamente. Certamente a garota havia escutado a voz da razão e visto que havia se alarmado à toa (fato que Louisa agradeceu profundamente).

Quanto aos garotos da Sonserina, Louisa ficara ainda mais esquiva em relação a eles. Não conseguia mais contar o número de vezes em que fingiu não ter escutado os chamados de Victor ou Sebastian, e até mesmo August parecia ter se irritado deveras consigo enquanto devolvia uma peça de xadrez que Louisa havia atirado justamente em sua cabeça...

... Isso sem querer, é claro.

Louisa estava apenas tentando transfigurar a peça do cavalo em uma borboleta, quando esta escapou de seus dedos e bateu com força em August. Ela tratou de esconder o rosto entre os livros imediatamente, fazendo de conta que não era com ela com quem ele estava falando quando o garoto tratou de reclamar.

Como resposta, a menina apenas recebera um baita e brusco puxão no braço, ocasionado pelo próprio Lestrange, que havia aderido o “educado método” para devolver a peça de volta para seus dedos delicados.

Graças ao bom Merlim, Charlotte Hevensmith parecia ter baixado um pouco a amolação dirigida a Louisa. Provavelmente a garota devia ter reparado que a Northrop havia passado por maus bocados mais do que o suficiente; o que era um completo milagre, para se dizer no mínimo.

Durante o jantar esplêndido, diga-se de passagem, do Dia das Bruxas, a Hevensmith atacou mais uma de suas vítimas: Clara Green.

A lufana parecia chorar rios de lágrimas nos ombros dos colegas que haviam ido lhe consolar, sem sucesso. Ao que parecia, Charlotte havia lhe ofendido com assuntos familiares.

— Não ligue para o que aquela garota diz, Clara. — Elisa Portini, garota conhecida por ser bastante burra (mas que era uma boa amiga, pelo jeito), dava leves palmadinhas no ombro da Green. — Você saber cantar, ou não, melhor do que sua mãe, não faz diferença alguma...

— N-não, ela está certa... — Clara soltou um soluço sufocado. — Minha mãe costuma dizer isso para mim várias vezes ao dia. Ela vive reclamando que eu não herdei sua essência de artista da mesma forma que desejava... Sou mesmo uma de-decepção...

Louisa observava toda a cena de longe, mas obviamente não se atreveu a chegar perto.

Tinha de admitir que havia sido uma coisa bem suja para Charlotte dizer... Não parava de se impressionar com a maldade da Hevensmith, o que era bem curioso, considerando que havia praticamente crescido junto da menina.

A mãe dos gêmeos Clara e Daniel Green era uma famosa cantora de ópera da atualidade. Bem que Louisa havia sentido uma certa familiaridade quando mirou nos olhos dos irmãos pela primeira vez — carregavam o mesmo brilho esverdeado contido nas íris da belíssima Scarlett Green¹, mãe dos dois.

Contudo, não pôde evitar sentir-se mal em ver a garota aos prantos...

E exatamente por isso (como discreta ajuda) enfeitiçou cuidadosamente os galhos de uma flor acima da cabeça da garota, onde cresciam algumas pétalas em formato de guardanapos — provavelmente ocasionado pelo choro dela. Os braços da planta esticaram-se mais para baixo após o feitiço revitalizante, alcançando os olhos inundados da menina, enxugando-os gentilmente.

Louisa sempre achara-a boazinha, embora toda essa bondade não fosse dirigida especificamente para si. De qualquer modo, achava que a Green merecia algum ato de solidariedade, ainda que se tratasse de um misterioso.

Contudo, o mesmo não podia-se dizer de Anne Crystal.

Ela estava sendo cada vez mais conhecida como “Crystal-Linguaruda”, de tanto que dedurava para os professores qualquer aluno que tirasse um dedo fora da linha.

Era-se estimado que Anne havia mandado mais estudantes para a detenção em apenas dois meses do que o zelador Rancorous fazia em um ano inteiro. Louisa estremecia toda vez que via alguns colegas gemendo e se arrastando pelos corredores com os hematomas doloridos nas costas e panturrilhas. Ela e os outros haviam tido uma grande sorte de o prof. Marshall não ter prescrito nenhuma Sessão-de-Tortura antes de terem que cumprir aquela detenção no Corujal meses atrás...

E os “felizardos” que eram prejudicados pela Crystal nem ao menos conseguiam se vingar pelos atos irritantes da garota. Anne era conhecida como “santinha” perto dos adultos, portanto, nenhuma acusação que viesse contra ela conseguiria ter algum êxito.

Ninguém queria ter ela por perto, mesmo os que não estavam fazendo nada de errado. A garota estava quase se tornando tão detestada quanto Louisa e vários outros membros da Sonserina.

... Fato que Louisa considerava uma grande injustiça, obviamente.

Quer dizer, Louisa nem ao menos se esforçava para fazer os outros a odiarem (eles já o faziam gratuitamente). Por outro lado, a Crystal parecia desejar fervorosamente aumentar sua coleção de “não-admiradores” o máximo que podia.

Se existia alguma ocasião em que Louisa recebia elogios e olhares aprovadores, era nas aulas. 

Aquelas oito semanas foram muito produtivas para os alunos, que aprenderam diversas coisas novas e iam evoluindo cada vez mais rápido.

Após todos dominarem o Alohomora na aula de Feitiços (muitos tiveram dificuldades com esse, e Louisa suspirou aliviada quando enfim mudaram de exercício), passaram a aprender o Aguamenti, que servia para conjurar água.

Louisa foi uma das primeiras a conseguir encher seu balde até a boca; o que não foi o caso de Setrus Fisheer, que passou seu tempo jogando água no cabelo das garotas, recebendo diversas cutucadas no meio das costelas vindas da varinha de Suzanne Roowar.

... As aulas de Poções, contudo, não poderiam se denominar como “estando à todo vapor”.

Cada vez mais incidentes aconteciam nas Masmorras toda vez que os alunos tinham de preparar uma nova poção. Um dos piores incidentes foi quando a tímida e invisível Emily Parker deixou cair sem querer um pouco de sua Poção Apimentosa acima da bancada, onde estava postada (para sua má sorte) uma pequena flor muito vermelha e chamativa, que possuía um chifre que explodia ao mínimo toque.

Não deu nem meio segundo e o chifre explodiu. As Masmorras foram tomadas por uma névoa extensa e vermelha, com cheiro e gosto fortíssimo de pimenta. Os alunos tiveram acessos horríveis de tosse e seus olhos não paravam de lacrimejar. O local teve de ser evacuado pela prof. Picquery em meio ao desespero geral.

Billy Sánchez também era outro que estava se saindo cada vez pior com o manuseio dos caldeirões. Depois da primeira aula que tiveram em Setembro (que resultou em sua Essência de Murtisco explodindo para todo lado), o garoto pareceu ficar bastante traumatizado com a disciplina, sempre tremendo e suando frio enquanto colocava os ingredientes em seu caldeirão (Matt Ryman tentava ajudá-lo no que podia quando a Picquery não estava olhando).

Em D.C.A.T eles estavam verdadeiramente atrasados.

Já fazia mais de um mês que encontravam-se estacados no feitiço Flipendo, que serve para empurrar objetos ou pessoas, causando um impacto leve; e a culpa disso era-se dada totalmente ao prof. Marshall.

O homem continuava a chegar atrasado em todas as aulas, e em tempos cada vez mais extensos, alegando ter cochilado ou se distraído no caminho. Na maioria das ocasiões ele usava sua corujinha Conan como desculpa, dizendo que ela tinha uma saúde bem frágil e que precisava de toda sua atenção.

Os alunos também não ajudavam muito. A maioria adquiriu o hábito de ficar à toa nos corredores quinze minutos depois do início das aulas de D.C.A.T, como forma de protesto.

Não demorou para que as aulas de Transfiguração se tornassem uma das preferidas dos alunos.

Embora elas fossem passadas no Pátio de Transfiguração, todos adoravam ficar ao ar livre sendo ensinados pelo prof. Dumbledore, que sempre planejava aulas divertidas e, em alguns casos, “improvisadas em decorrência às obras do acaso”, como ele mesmo costumava dizer.

… Como da vez em que se depararam com uma família de sapos no gramado, perto de uma das muretas de pedra.

Os bichos estavam se divertindo pra valer com algumas moscas que voavam por ali (a maioria vindas da cabeça de Billy Sánchez). O prof. Dumbledore, então, os desafiou a transfigurar a boca do sapo-pai em um bico de apito, e esperar o sapo dar três apitadas para, então, fazê-lo voltar ao normal.

Todos deram risadinhas, achando que era apenas mais uma brincadeira mirabolante que o professor inventara. Eles nem ao menos sabiam fazer aquilo, ainda estavam aprendendo a transformar palitos de fósforos em agulhas...

... Mas ficaram surpresos quando o professor, vendo que nenhum deles se prontificaria para o desafio, apontou a varinha para o sapo e fez a boca lisa e fina do animal se moldar e retorcer em um apito perfeito.

O bicho ficou maluco ao notar o que havia acontecido consigo e saiu pulando adoidado pelos terrenos verdes, adentrando o castelo em seguida. O som do apito fazia um alto eco já dentro da construção, tornando-se pouco a pouco quase inaudível.

Billy Sánchez ficou revoltado e chateado com o que o professor havia feito ao sapinho: “Y si hubiera sido mi amado Francis? E se tivesse sido meu amado Francis?”, ele indagou enquanto limpava algumas poucas lágrimas que haviam caído em seu rosto moreno. Ao que parecia, ele tinha uma baita paixão por sapos.

De toda forma, encontraram o sapo-pai perto do Salão Principal — ele estava acuado contra uma parede por Pirraça, que, aparentemente, havia criado um tipo de competição de quem gritava (apitava) mais alto. Não foi difícil localizá-los: a barulheira estava imensa.

Entretanto, nenhuma aula superava a de Voo quando o assunto era a alegria e diversão dos alunos.

A maioria sempre ficava ansiosa quando os dias de quarta chegavam, pois tinham que encontrar o professor de Voo logo após o almoço (ninguém se importava de estar com a barriga cheia ou não).

Como no caso de agora, em que estavam mais uma vez se dirigindo ao Campo de Quadribol em um alto e alegre falatório, perguntando-se se aprenderiam finalmente algumas manobras “maneiras” com as vassouras.

O clima estava leve e aberto, com brisas suaves e gélidas percorrendo os terrenos, denunciando que o início do Inverno já estava praticamente começando.

Louisa, diferente dos demais colegas, não se encontrava muito animada para a aula de Voo por dois motivo: o primeiro era que ela não gostava de voar; e o segundo motivo...

... Vinha vindo em suas direções naquele exato instante.

Louisa fez uma expressão incomodada ao ver os alunos da Sonserina descendo os barrancos, tomando a direção do campo, onde os grifinórios já esperavam pelo prof. Rômulo Lukar².

Charlotte se encontrava bem à vista. Ela conversava animadamente com Glória, que andava ao seu lado.

“Que maravilha...”, revirou os olhos. Já era ruim o bastante encontrar Charlotte nos intervalos das aulas e refeições, e ainda ter de ficar em sua presença durante algumas disciplinas era, no mínimo, frustrante.

Quando as duas turmas, enfim, encontravam-se em campo (divididas perfeitamente por casas, ambas olhando-se com estranheza), o prof. Lukar apareceu.

Ele trajava vestes pretas e seus costumeiros protetores de canelas e cotovelos. Ele nunca os tirava por nada — até mesmo na festa dos Dia das Bruxas (em que normalmente os professores vestiam suas roupas mais elegantes) ele aparecera com elas, alegando que “Nunca se sabe quando pode acontecer algum acidente”.

O homem andou até os alunos animado, o que não era nada fora do comum: ele sempre parecia estar feliz.

O prof. Lukar era jovem; por volta dos trintas anos assim como o prof. Hughes. Dizia-se que eles eram bem amigos nos tempos de escola, e que a amizade durou até os dias atuais, agora, como professores.

Mas, diferente do prof. Hughes, que era centrado e gentil, o prof. Lukar era o que podia-se chamar de “adolescente-rebelde”. Sempre brincalhão e nunca perdendo a chance de fazer um comentário contendo segundas intenções (isso com seus colegas professores), era assim que ele era.

Em relação aos alunos, ele era bem relaxado e não se importava muito se as aulas que planejava podiam-se ser consideradas “perigosas” ou não.

... Como a que ele tinha em mente para aquele dia.

— Olá, turmas! — ele os cumprimentou e deixou cair no chão um enorme saco de pano, que Louisa não havia reparado que ele estava carregando. Dando uma olhada a mais, lembrava um dos sacos de fertilizantes que eles viam frequentemente nas estufas...

“Serei breve e direto com o que planejei para hoje. — ele conjurou mais ou menos quarenta das vassouras que ficavam nos armários dos vestiários; já estava com a dele em mãos. — Propus minha ideia ao diretor Dippet, mas ele não a aceitou de imediato, por considerá-la “fatal demais aos alunos”. — ele revirou brevemente os olhos. — Sendo assim, falei com o prof. Beery e ele gentilmente conseguiu para mim essas magníficas plantas! — ele apontou para o saco acabado e rasgado em algumas regiões, lançando um sorriso de orelha a orelha aos alunos.

Todos o olhavam sem expressão, piscando os olhos. Não era a primeira vez que o professor os metralhava com informações totalmente fora de nexo.

Finalmente alguém teve a iniciativa de tomar a frente.

— Hum, prof. Lukar... — Matt Ryman pigarreou, estreitando os olhos verde-esmeralda. — O que exatamente faremos hoje?

O professor pareceu um pouco desapontado por ver que ninguém havia entendido aonde ele queria chegar (mas, em defesa dos alunos, era complicado descobrir uma possível aula só com vassouras e um saco contendo sabe-se-lá-o-quê).

O homem revirou os olhos.  

— Oras, não é óbvio? Vamos brincar de Shuntbumps³, ou, como vocês conhecem popularmente: “Derrubada”!

Uma euforia geral se assolou na maioria dos alunos enquanto outros gemiam de frustração.

Louisa encontrava-se nesse último grupo.

“Ah, não... Essa brincadeira, não...”, mordeu o lábio inferior.

Já conseguia se imaginar indo para a Ala-Hospitalar até o fim da aula...

Aquele, sem dúvidas, era um jogo para bárbaros.


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Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

Scarlett Green¹ — Personagem Original. Scarlet Green, mãe de Clara Green e Daniel Green, é uma bruxa puro-sangue que parou seus estudos cedo em Hogwarts a fim de seguir sua verdadeira vocação: cantar. Ela é conhecida por toda a Europa como uma das melhores cantoras de Ópera.

Rômulo Lukar² — Personagem Original. Há uma alteração de nós autoras em relação a esse personagem. Rolanda Hooch devia ser a atual professora de Voo; contudo, por ela não ter sido uma personagem de muita presença nos livros da J.K. e não haver prestado nenhuma importância nas obras, tomamos liberdade para criar um personagem com mais personalidade e que irá servir-nos muito bem para diversas situações já planejadas futuramente.

Shuntbumps³ — Shuntbumps, ou Derrubada, é um jogo popular em Devon, na Inglaterra. O jogo consiste em os jogadores derrubarem o maior número possível de adversários de suas vassouras. O vencedor é o último jogador ainda montado em sua vassoura.

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Eaêeeee, o que acharam do capítulo? Foi mais um resumão, né, afinal, houve uma grande quebra de tempo…

Iris e Louisa, como esperado, tiveram uma pequena discussão. O que vocês acham? Louisa estava certa em fazer de conta que a conversa dos garotos não era nada demais? Iris está errada em desconfiar? E quem é esse “ele”?

(... E novamente parece comercial de novela, cruzes!)

Eu peço desculpas para quem queria que a madame Hooch estivesse aí dando as aulas de Voo; esta foi uma das poucas coisas que, de fato, alteramos de propósito.
Mas garanto que a criação do Lukar fará bastante sentido no decorrer das obras, precisávamos de alguém mais descontraído com professor de Voo, e ele foi uma boa opção :)

E essa aula de natureza questionável, hein? Derrubada, é isso? O nome não dá nenhum bom presságio, hehe.

Bem, acho que já me prolonguei o bastante. Ah! Quanto ao exame de sangue que eu IRIA fazer semana passada (psé, iria, a minha mãe remarcou :D), eu estou me preparando mental e fisicamente para NÃO ter medo da agulha! E eu vou conseguir superar, tô certa!

(Sim, sou fanzaça de Naruto ♥ E comecei a assistir Ataque dos Titãs ontem a noite e devo dizer que estou chocada com o final daquele primeiro ep. Alguém já viu?)

Próximo capítulo Sábado que vem! Até lá, pessoal! ♥

Malfeito, feito. Nox.



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