Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 28
Capítulo 27 — Intrigante Diálogo


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão vocês nessa manhã de Terça-feira, meus bruxinhos? *-*

Cá estou como prometido: veremos a continuação dessa detenção recheada de nojeiras e, de quebra, com direito à informações deveras... Intrigantes!

Sem mais delongas, usufruam o capítulo *-*



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♠ Iris Legraund ♠

 

O homem alto, trajando o costumeiro e horripilante sobretudo preto enquanto carregava suas feições rústicas, estava parado na soleira das portas do Corujal, observando-os com uma expressão extremamente intimidadora.

Iris e Matt se entreolharam.

— A-Ah... — Iris passou o olhar rapidamente sobre os outros ocupantes do espaço, que observavam a cena com bastante atenção e, no caso dos sonserinos, divertimento. — Já estava para começar, senhor. — apressou-se em dirigir-se para uma das paredes onde haviam diversas das “caminhas” das corujas.

— Ótimo... — o zelador murmurou, analisando com atenção os movimentos que cada um fazia. — Recebi orientações do prof. Marshall. Ele notificou-me que o grupo de hoje não seria muito “tranquilo” em questão das desavenças que possuem uns com os outros. — ele pareceu debochar das próprias palavras. — Não acho que ousariam fazer alguma coisa comigo presente, bando de estrupícios... Mas vou acatar o pedido do professor: alunos da Sonserina ficam com uma metade do Corujal e os da Grifinória com a outra. Assim evitam-se as brigas...

Todos ficaram surpresos.

Era raro ouvir uma frase tão longa e sem as costumeiras “juras de morte” vindas do zelador Rancorous. Entretanto, não podiam ficar aliviados. O rosto petrificado do homem indicava que era preciso apenas uma pisada fora da linha para que tomasse uma atitude nem um pouco agradável.

As histórias que narravam algumas das piores “torturas” do zelador —  a maioria tendo-se ocorrido alguns anos atrás —  eram muitíssimo bem conhecidas por todos os alunos de Hogwarts...

Todos trataram de obedecer a ordem: após poucas sílabas trocadas entre eles, os grifinórios decidiram ficar com o lado leste do Corujal, e os sonserinos com o oeste.

— Não é justo... — Sebastian Rosier resmungou enquanto seguia o Lestrange. — Eles estão em número de quatro, enquanto somos só três...

O zelador ergueu uma sobrancelha desfigurada.

— Não quero ouvir lamúrias vergonhosas. Seja homem. — falou duramente. — Ou precisa mesmo depender dos esforços das “donzelas”? — sua voz saiu em um tom de deboche e repleto de crueldade.

Sebastian ia ficando gradualmente avermelhado enquanto o Sánchez e o Ryman esforçavam-se para conter as risadas. O Rosier apenas murmurou um “Não senhor, de jeito nenhum...”, antes de voltar-se para sua própria estante.

Desviando os olhos do garoto, Iris voltou-se para o poleiro à sua frente, decidida a começar o serviço. Torceu ligeiramente o rosto ao ver o tanto de titica de coruja no local...

... Na verdade, dando uma olhada mais minuciosa em todo o arredor, o Corujal inteiro estava completamente imundo.

Iris só havia ido lá uma única vez quando fora mandar uma carta para os pais. Perry, sua coruja macho de penas claras levemente amareladas e avermelhadas nas pontas, havia decidido deixar o acomodo do dormitório e passava agora a maior parte do tempo no Corujal.

O Corujal era um lugar simples, mas interessante, principalmente se fosse se considerar a arquitetura da torre.

Construído a base de pedras no formato circular, o Corujal poderia ter sido um lugar escuro, não fossem as inúmeras janelas sem vidros postadas a cada cinco palmos pelas paredes. Serviam obviamente para que as corujas adentrassem o local com mais facilidade.

Iris imaginou que deveria fazer bastante frio ali à noite. O vento que entrava pelas janelas era bem forte, fazendo seus cabelos esvoaçarem frequentemente por seu rosto ou para trás dos ombros. Deveria ter trazido alguns grampos...

Pegando um dos panos, iria começar a limpar o excremento de coruja no poleiro à frente quando seu olhar repousou-se no bracelete em seu pulso. Era feito de prata com banho de ródio e um botão de bakelite colocado no centro.

Embora nunca tivesse sido comum Iris ganhar objetos caros, o valor econômico que aquela peça possuía não significava nada para ela. O verdadeiro motivo de gostar tanto dele era por tê-lo ganhado poucos dias antes de ir para Hogwarts, como presente de aniversário.

Seus pais pareciam muito preocupados e relutantes em deixá-la ir, porém, decidiram confiar no futuro excêntrico e maluco reservado para sua única filha.

Decidiram confiar juntos.

Foi uma atitude muito especial para ela, mais do que poderia imaginar.

Retirou o bracelete, concluindo em seguida que o único local seguro e limpo em que poderia repousá-lo era num pequeno armarinho perto dos poleiros maiores.

Enquanto se dirigia até lá, seus olhos varreram as laterais do piso, tendo forte repulsa em ver diversos esqueletos de ratos e camundongos espalhados por entre as penas de cores variadas que as corujas haviam soltado pelo chão. Agora ela entendia o motivo dos alunos não permitirem que seus ratos-de-estimação vagassem perto do Corujal...

Passou perto de Louisa, Billy e Matt.

Todos se concentravam na limpeza daquela área. A garota parecia estar mais enojada que nunca, evitando até mesmo olhar para o local em que suas mãos esfregavam. Os dois meninos se encontravam, aparentemente, em um diálogo baixo (evitando chamar a atenção do Rancorous), mas também limpavam rapidamente cada poleiro.

Após deixar seu pertence na estante, Iris foi retornando para o local onde estivera desde o início, quando uma frase solta, vinda do Sánchez, adentrou seus ouvidos:

— Estou te dizendo, hermano, a coisa toda está ficando realmente séria... E com os professores na espreita a todo momento...

— Acha que é uma boa arriscar? — o Ryman indagou, levantando as sobrancelhas. — Lembre-se dos noticiários. Aquelas pessoas que foram cristalizadas naquelas épocas... E tem casos que algumas nem voltaram mais ao normal.

Billy suspirou, evidentemente em dúvida.

— ... Mas se é mesmo um pedaço do Cristal que está aqui; e eu tenho quase absoluta certeza disso — ele acrescentou. — Todos estão em perigo.

“Cristal?”, Iris ficou surpresa ao mesmo tempo em que uma pontada de curiosidade adentrou sua mente.

O que eles sabiam sobre o assunto?...

Dando uma rápida olhada na direção do zelador (o homem parecia estar entretido em recolher alguns esqueletos de ratos, concentrando-se principalmente nos que ainda possuíam lascas de carne, os guardando em seguida nos bolsos do sobretudo), Iris aproximou-se em passos ligeiros dos garotos.

Não se importando em ser muito discreta, perguntou logo de supetão:

— Estão falando sobre o Cristal Maldito?

Sua presença inesperada pareceu desencadear reações bruscas nos dois garotos, que praticamente saltaram no lugar.

Dios mio, muchacha! Precisava ter chegado dessa maneira? — o Sánchez estava ofegante. — Pensei que fosse o Rancorous vindo nos matar...

— Bem, agora que possuem a garantia de que não é ele, sobre o que falavam em relação ao Cristal? — perguntou depressa, pondo-se a esfregar um dos leitos para manter as aparências.

— E por que a senhorita acha que lhe diríamos algo? — Matt revirou os olhos, como quem não levasse a sério.

Olhou-o firmemente, erguendo uma sobrancelha.

— Porque vocês já fizeram o imenso favor de me envolver nessa história toda, e o mínimo que poderiam fazer é responder algumas simples perguntas. Me devem essa. — respondeu em tom baixo.

Os dois se entreolharam rapidamente. Pareciam dialogar sem o uso de palavras.

Billy olhou-a um pouco embaraçado.

— Olhe, eu sinto muito por tê-las envolvido nisso tudo. — ele soou sincero. — Se o Matt aqui não tivesse disparado aquele “todos nós somos os culpados”, eu até teria partido em suas defesas.

O Ryman pareceu entediado.

— Eu já me expliquei sobre isso. — fez um meneio com a cabeça. — Além do mais, todos sabemos que houveram outros responsáveis por aquela zona. — virou-se para o amigo. — Você também ouviu aquela voz gritando um feitiço, certo? Uma voz feminina… — estreitou os olhos para Iris, pensativo.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Não está pensando que fui eu, está? Ah, esqueçamos essa baboseira! — balançou a cabeça, espantando esse assunto sem importância. — Vão me contar sobre o Cristal ou não? 

O garoto-das-moscas, então, pareceu decidir por ambos: virou-se para a Iris com um olhar ansioso e logo pôs-se a falar. (Matt revirou os olhos, insatisfeito).

— Pois bem, só não queremos que nada saia daqui, está certo? — o Sánchez ergueu uma sobrancelha.

Iris acenou em concordância.

“Nós conversávamos sobre uma coisa que ouvimos recentemente... — Billy começou, atento aos movimentos do Rancorous. — E estamos preocupados com isso. Você já deve ter notado que os professores não querem revelar que o incidente no corredor do primeiro andar tem a ver, possivelmente, com o Cristal Maldito”.

Iris rememorou alguns acontecimentos que se sucederam durante as aulas naquela semana. Era verdade que alguns alunos indagaram aos professores se o Cristal estava envolvido no caso… Os adultos, porém, pareciam fazer de tudo para evitar respondê-los, sempre abordando um outro assunto aleatório.

— ... Mas é verídico que um pedaço do Cristal está no meio disso tudo? — sussurrou, franzindo o cenho.

— Normalmente não somos de acreditar em boatos que correm pelas bocas do povo desse castelo... — foi o Ryman quem lhe respondeu. — Mas acredito na palavra do prof. Dumbledore. E ouvimos o que ele disse quando estava conversando com o diretor Dippet num dia desses, próximo ao local do incidente. O professor fez uma análise completa no perímetro, e acredita que o pedaço do Cristal Maldito esteja alojado em algum lugar do castelo.

Iris ficou impressionada. Então a pequena investigação que eles fizeram no outro dia havia dado resultados...

Até que eles não eram completos lesados quando o assunto era manter a discrição.

A rápida conversa que havia escutado entre a prof. Picquery e o prof. Beery adentrou, então, sua mente.

Iris não havia comentado com ninguém sobre o assunto, mas o que os professores disseram ainda a incomodava frequentemente...

“Poderia ter sido seu fim”.

Olhou rapidamente para a Northrop, que havia se aproximado um pouco de onde o trio estava — ela seguia vagarosamente uma reta de poleiros, parecendo esforçar-se ao máximo para limpar tudo perfeitamente.

Voltou-se para os garotos.

— Como assim? Aquilo no corredor do primeiro andar não é o próprio Cristal em si? — inclinou a cabeça confusa, referindo-se ao enorme espinho de cristais postado no corredor.

No, no; o pedaço do Cristal verdadeiro deve ser do tamanho do nosso palmo de mão. — o Sánchez explicou. — Ele apenas “solta” seus fluidos mágicos, envolvendo o local onde “ataca” em completa cristalização. Considerando o estrago que foi feito no corredor, acredito que o tamanho do Cristal que possivelmente está aqui em Hogwarts pode ser muito menor...

— Exato. O Cristal Maldito, quando inteiro, tinha poderes inimagináveis. — o Ryman continuou. — Diziam que era capaz de cristalizar uma cidade inteira de uma só vez. Um pedacinho apenas não tem tanto poder, apesar de ser, também, poderoso.

— Ah... — as coisas iam se encaixando pouco a pouco na cabeça de Iris.

Não sabia nem metade das informações que eles lhe confidenciavam. Acreditava que nem mesmo Henry sabia de tanta coisa assim sobre o assunto em questão, o que a fez deduzir que Billy e Matt, realmente, estavam levando à sério a tal “investigação”.

— É só isso que sabemos por enquanto. — o Sánchez deu de ombros. — Ainda tem muita coisa para descobrir nessa história toda.

— Mas e você, Legraund? — o Ryman olhou-lhe com nítido interesse. — Por acaso sabe de alguma coisa? Está tão interessada no assunto...

Iris hesitou por um instante.

O que ela tinha escutado dos dois professores naquele dia não parecia ser algo muito coerente; principalmente por nenhum deles ter mencionado o Cristal.

Contudo, era-se evidente a tensão na voz da prof. Picquery...

Decidiu não compartilhar.

Afinal, ela não sabia quase nada do assunto. E além do mais, a atitude de “ajudá-los” de alguma maneira não era muito convidativa no presente momento.

De uma forma ou de outra, Iris ainda estava cumprindo uma detenção completamente injusta, e não poderia esquecer-se de quem tinha toda a parcela de culpa nessa situação.

Iris desviou os olhos dos do Ryman, evitando a pergunta. Visualizou rapidamente a Northrop em seguida, que estava agora a poucos metros de distância.

— Por que não perguntam pra ela? Afinal, a Northrop foi a primeira a presenciar a cena do incidente...

Os dois pareceram ficar um pouco incomodados com sua frase.

— Ah... — o Sánchez fez uma pequena careta. — É que... Não sei... Acho que ela não responderia. — ele falou com um pouco de embaraço. — Além de que...

— Vocês não se sentem confortáveis em fazer a pergunta? — falou mais como uma afirmação.

— Algo assim.

Iris assentiu para si mesma antes de soltar uma alfinetada:

— Pensei que não acreditassem em boatos-passados-de-boca-em boca-entre-os-estudantes... — ironizou.

O Ryman fez um olhar entediado.

— Sabe, o seu senso de observação é um pouco irritante...

— Deveria medir suas palavras, então. — retrucou.

— Pessoal, vocês estão falando alt... — Billy tentou intervir no momento em que a voz do zelador Rancorous reverberou pela torre:

— Estou ouvindo vozes, ou é coisa da minha cabeça? Quero mais concentração e rapidez, o barulho das esfregadas não estão adentrando meus ouvidos... — avisou em tom de advertência e ameaça, fazendo as crianças estremecerem e voltarem ao serviço com rapidez e eficiência.

Iris tinha agora total concentração no serviço. Não ousava olhar na direção de Rancorous, temendo que seus olhos denunciassem que era uma das que estava conversando.

Pegou o olhar interessado de Louisa acima de si e dos garotos e, por um segundo, o pensamento de que a garota pudesse ter escutado e adivinhado que eles falavam justamente sobre ela passou por sua mente.

“Bem, ao menos ninguém xingou-a ou algo assim...”, relembrou a si mesma.

… Contudo, ainda assim, queria evitar coisas desse tipo. De tanto que a Northrop era mal falada pelos colegas, poderia ser um tipo de instinto ela achar que todos falavam coisas desagradáveis a seu respeito…

“Bem, o que me resta agora é limpar e limpar…”, Iris decidiu esquecer esses pensamentos e focar-se ao máximo em cumprir seu dever.

As horas foram passando com extrema rapidez. O sol já ardia forte lá fora, e mais da metade do Corujal estava praticamente limpo.

O lado leste (pertencente aos grifinórios) já estava quase totalmente lustrado, enquanto o oeste ainda faltava uma boa trabalhada até ser terminado.

... Essa situação poderia vir pelo fato de Sebastian Rosier ficar parando  para descansar a cada cinco minutos, alegando estar com as mãos doloridas de tanto esfregar.

O zelador Rancorous não parava de ralhar com o garoto e, em uma de suas últimas broncas, ameaçou pendurá-lo de cabeça para baixo durante cinco horas numa sala cheia de Fadas-Mordentes. Isso serviu para que o Rosier fechasse o bico e não reclamasse mais.

O quarteto grifinório era particularmente ágil no serviço.

Iris, possuindo seus conhecimentos sobre o assunto (sua mãe era bem rigorosa em relação à limpeza), fazia tudo com rapidez e sem pausas. Louisa parecia estar pegando o jeito da coisa e, embora demorasse um pouco em cada poleiro, em compensação, deixava-os brilhando ardilosamente.

O Ryman havia se prontificado a ficar com o chão (decisão que Iris e Louisa aceitaram quase imediatamente por conta dos inúmeros ratos mortos), e o Sánchez parecia ter mania de organização, sendo perfeccionista com cada detalhe, passando uma segunda mão em todos os poleiros que as garotas limpavam.

Não demorou muito e logo eles terminaram o serviço.

— Hum... Vejo que já terminaram, suas escórias desgramadas. — o zelador dava uma minuciosa verificada em cada canto enquanto os alunos observavam-no ofegantes e cansados, num misto de aflição e ansiosidade.

Enfim, ele acenou com a cabeça lenta e ameaçadoramente.

— Tudo parece estar em ordem. — ele falou num rosnado satisfeito, e todos suspiraram de alívio. — Podem ir agora, e rápido. — ele frisou, movendo o maxilar. — Ou vou obrigá-los a ajudar os lerdões aí. — indicou os três sonserinos.

O Lestrange bufou. O Black revirou os olhos. Sebastian olhava para os grifinórios com extrema inveja e lamentação.

Iris não esperou muito: após ser dispensada, foi logo descendo os lances de escadaria, desejando sair do Corujal o mais rápido possível.

Tudo o que queria agora era tomar um belo banho e comer alguma coisa...

— Puxa, que trabajo duro, no?... — Billy se espreguiçou. — Será que já é a hora do almoço?

— Dez minutos. — Matt conferiu no relógio, franzindo o cenho em seguida. — Ou vinte, talvez... Acho que essa droga está quebrada... — deu uns toques na telinha.

Olhando para o pulso do garoto, Iris lembrou-se instantaneamente de algo:

— Meu bracelete! — freou o passo, olhando para o próprio braço. Não viu o objeto ali. A imagem dela própria colocando-o acima da estante para não sujá-lo no início da limpeza passou por sua retina. — Ah, maldição... Vou ter que voltar. — olhou para trás, na direção das escadarias.

Os garotos e a Northrop haviam parado para ouvir sua lamentável situação. O Ryman ergueu as sobrancelhas.

— Torça para que o Rancorous não a obrigue a permanecer por lá. — sorriu divertido. — Boa sorte! — e saiu na direção do castelo, sendo acompanhado pelo Sánchez.

Iris suspirou descontente. Bem que tinha o risco de isso acontecer mesmo...

Passou pela Northrop, que ainda continuava (sem motivo) parada, lhe observando. Não conseguiu ver bem seu rosto, mas achou que ela parecia relutante com alguma coisa.

Já nos pés da escadaria, ouviu a voz dela soar atrás de si:

— Eu vou com você.

Iris girou nos calcanhares, franzindo o cenho ao vê-la se aproximar.

— ... Não precisa.

Ela deu de ombros.

— Acho que não seria uma boa ideia você ir sozinha. — disse simplesmente. — E já que nossa planta foi destruída, não tenho mais afazeres para agora. — acrescentou, já pondo-se a subir.

— Tudo bem, então. Se insiste... — Iris a seguiu, ainda um pouco surpresa com a situação. Uma teoria surgiu então em sua cabeça. — Olhe, é algo... Legal da sua parte. — inclinou o rosto. — Mas eu sei me defender sozinha daqueles garotos.

— Isso é algo evidente, Legraund. — ela lhe olhou rapidamente. — Mas quero ir mesmo assim.

Iris observou-a por alguns segundos enquanto as duas subiam os intermináveis lances de escada. Levantou as sobrancelhas com certa admiração. Nunca havia trocado frases comuns com a Northrop até o momento. Principalmente com iniciativa dela.

... Pensou se seria algo gentil comentar sobre o que o houvera com a garota na noite do incidente no corredor... Quer dizer... Ela havia se machucado, afinal.

E ninguém pareceu dar bola para esse detalhe.

Antes que pudesse abrir a boca, porém, uma frase solta adentrou seus ouvidos a apenas cinco passos de entrarem na torre do Corujal:

— ... O incidente do Cristal Maldito não deveria ter acontecido. Alguém não deve estar nada feliz com isso...

Louisa e Iris brecaram o passo sincronizadamente. Ambas trocaram um olhar confuso com o que ouviram.

Outra voz, que Iris reconheceu como sendo, possivelmente, do Black, soou:

— É verdade, não é? Dá para ver de longe o desagrado dele... — desdenhou.

— Só sei que agora esse assunto está nos holofotes... Vocês ouviram o que aqueles palermas da Grifinória estavam dizendo, não?

— Eu não ouvi. — a inconfundível voz perdida do Rosier se pronunciou.

— Isso não é surpresa nenhuma vindo de você, Sebastian. — Victor fez um muxoxo.

— Hum — o Rosier resmungou. —, vocês vivem dizendo que sou desatento... Mas reparo sim em certas coisas. — alegou chateado. — ... Como em Louisa, por exemplo. Ela está muito evasiva com a gente... O que há com ela?

O olhar de Iris encontrou o de Louisa. A outra franziu o cenho.

O silêncio perdurou-se por alguns segundos.

— Não é à toa ela estar desse jeito. — o Black respondeu. — Não depois do que aconteceu da última vez... Você, August, deve se lembrar muito bem, afinal, foi na sua casa que tudo aquilo ocorreu...

O rosto de Louisa empalideceu.

— Ah! Falam sobre aquele assunto ridículo? — o Rosier fez voz incrédula. — Não achei que fosse algo tão sério aquela propost...

A frase parou no ar, e não demorou para que Iris descobrisse instantaneamente o motivo.

Passos pesados e secos vinham do corredor que havia à direita, que dava para uma sala à parte que só os professores e funcionários podiam utilizar.

O zelador Rancorous estava voltando ao seu posto.

Sem pensar, Iris pegou no braço de Louisa (que parecia estar estacada no lugar) e começou a descer a escadaria com extrema pressa; a estranha e enigmática conversa dos garotos martelando em sua cabeça sem parar...


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? O zelador Rancorous é um amor, não é? A delicadeza em pessoa, o ser humano mais gentil da face da terra ♥…

... Só que não.

Ao que parece Billy e Matt sabem de muitas coisinhas sobre o Cristal, não é? Esses meninos xeretas…

E essa conversa dos sonserinos? O que vocês acharam? Muito suspeita, não? Parece que há uma OUTRA pessoa na maracutaia… E o que será que aconteceu no jantar na casa dos Lestrange?

Tantas perguntas… E eu não revelarei nenhuma resposta! HAUAHUHAU *risada de bruxa maligna*

Quero teorias! O que esses sonserinos estão aprontando??

Confesso que quase adiei a postagem do capítulo para amanhã, pois hoje terei consulta daqui a pouco, fazer ultrasson :/… E amanhã eu irei tirar sangue às 7:00 da manhã, gente, tem coisa PIOR que isso?!! Acho que preferia um crucio do que tirar sangue, eu juro pra vocês :( Passo mal pra caramba. Desejem sorte para que a autora aqui não entre em colapso até amanhã.

Bem, próximo capítulo no sábado ;) Tenham uma ótima semana (sem agulhas de preferência) e até lá!

Malfeito, feito. Nox.



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