Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 27
Capítulo 26 — Detenção no Corujal


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, meus bruxinhos e bruxinhas! *-*
Com estão vocês? Tudo na boa? Creio que a semana deve ter sido exaustiva para vocês (bem, para mim foi, com certeza!).

Que bom que o dia amanheceu ensolarado, isso sempre me enche de ânimo! Pena que para nossas queridas protagonistas o dia não irá ser tão "agradável" com essa detenção kkkkk

Boa leitura e até as Notas Finais!



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♠ Iris Legraund ♠

 

“Parece realmente uma brincadeira de muito mau gosto...”

Iris Legraund inflou as bochechas com irritação naquela manhã amena e fresca de sábado. Tinha destino ao Corujal. O interior do castelo estava completamente silencioso; até mesmo os quadros ainda roncavam apoiados à suas molduras (Iris fez uma careta para a visão de uma mosca entrando na goela de uma mulher de boca escancarada sentada em frente à uma farta mesa de café da manhã).

Ainda era cedo, e o fato de não haver praticamente ninguém nos corredores só fazia com que a garota lamentasse ainda mais. Entretanto, aquilo era completamente compreensível, considerando que nos finais de semana era comum os alunos permanecerem na cama até altas horas depois de cinco dias de tarefas exaustivas e ininterruptas que os professores não se cansavam em passar.

Iris lamentava tanto ter saído da cama em plena 6:00 da matina… Contudo, sabia que seria ainda pior se atrasasse. Afinal, não era com seu chefe-das-entregas-de-jornais que estava lidando, e sim com um professor de D.C.A.T bem decepcionado.

Infelizmente, ela não poderia dar uma de “espertinha” dessa vez. 

— Não quando você tem uma detenção muito “justa” para cumprir... — murmurou para si mesma em intenso amargor.

Iris ainda sentia na pele os insultos que havia recebido na noite anterior de seus colegas na torre da Grifinória. Foi uma confusão geral quando os grifinórios viram que a casa tinha perdido 70 pontos de repente, descendo do posto de 1° lugar e ficando atrás da Corvinal e da Lufa-Lufa. Logo, não demorou muito para que todos “fossem à caça” dos responsáveis por isso.

— Como vocês conseguiram perder tantos pontos assim?! Eu me esforcei à beça com a Poção Capilar para que a Picquery me desse vinte pontos ontem! — Nathan Warris berrou com Iris, Matt, Billy e Louisa na Sala Comunal, onde uma legião de grifinórios desafortunados os esperavam.

— Tinham que ser os primeiranistas… — Griselda Milles revirou os olhos. — Só fazem meleca.

— Basta, pessoal. — a monitora McGonagall tomou a frente. — Não cabe a vocês julgarem os atos desses irresponsáveis, muito menos insultá-los. Como monitora da Grifinória eu desaprovo isso — deu então uma longa pausa, encarando o quarteto um a um. Ergueu uma sobrancelha. — Vocês são uns idiotas.

Iris suspirou. Até a monitora legal entrou no grupo…

Como se isso não fosse o suficiente, ainda teve que ficar escutando até altas horas as queixas de Zoe e Suzanne no dormitório. A quinta garota que ocupava o espaço, Naomi Young (uma descendente de japoneses), parecia alheia ao que acontecia ao redor, concentrando-se em suas cartas de kanjis e cantarolando alguma canção de sua terra. Considerando que nem Suzanne e nem Zoe tinham coragem de julgar a Northrop cara a cara, sobrou para Iris o “esporre” geral.

(Naquela manhã, antes de sair do quarto, Iris encheu o pote de shampoo de Zoe com uma essência de Queijo-Azedo que havia obtido de Setrus Fisheer após ambos apostarem quem tiraria a maior nota no teste de Herbologia da última terça-feira — a diferença foi de meio ponto e um Setrus com vômitos, tonturas e altos efeitos alucinogênicos após ingerir uma  folha do Nestravel).

Iris sorriu minimamente com a lembrança ao cruzar as portas que dariam para uma parte exterior do castelo. Semicerrando os olhos, avistou a grande torre do Corujal, que tapava os poucos raios de sol que já despontavam por trás das montanhas ao longe…

Lá de cima os terrenos pareciam extremamente agradáveis à visão. A grama verdinha parecia convidá-la para deitar-se à beira do Lago Negro, aproveitando os raios de sol que começavam a refletir na água. Até mesmo a Floresta Proibida ao longe não parecia tão assustadora assim com suas árvores vibrando com as brisas fortes e gélidas, denunciando que o Inverno estava à caminho. 

Será que demoraria muito? E quanto à sujeira? Haveria demais ou de menos?

Iris nunca fora uma menina de reclamar sobre tal tipo de coisa; principalmente se fosse levar em conta o detalhe de que sempre gostou de brincar na lama em dias chuvosos. Contudo, considerando que agora teria de lidar com possíveis inhacas de coruja pra todo lado...

... Realmente não seria nada agradável.

Ao menos elogiou a si mesma por ter escolhido trajar um vestido que normalmente não usava muito: era azul-claro e um pouco velho, mas Iris adorava trajá-lo por conta da saia rodada e pela faixa que prendia sua cintura não ser tão justa. Considerando que não demoraria muito para que ele fosse ao cesto de lixo, poderia sujá-lo à vontade e sem nenhum arrependimento.

Passou por um arco de mármore (que claramente era uma porta, só que sem porta) e adentrou a torre. Tirou seu chapéu azul com flores vermelhas bordada na base e jogou o cabelo para trás, mantendo o acessório pendurado em seus dedos.  

O interior do Corujal era bem claro, fato que era imensamente compreensível considerando as grandes janelas que tinham por ali. Ela ainda não havia chegado no local correto: as corujas ficavam nos níveis mais acima.

Virando-se para as escadarias em caracóis, pôs-se então a subi-las, imaginando se todos os “recrutados” para aquela agradável tarefa já teriam chegado...

... Dúvida que foi rapidamente confirmada após atravessar a porta do último piso.

— Vocês claramente tratam-se de completos idiotas! — Iris voltou os olhos primeiramente para a figura do Black, que mirava com extrema aversão Billy Sánchez e Matt Ryman. — Achavam que estariam ganhando o quê inventando um plano ridículo daqueles?

Billy coçou a nuca, parecendo um pouco encabulado (Iris ficou feliz de ver que as moscas já não estavam mais presas em seu cabelo com aquele vômito das Lasmentas, e sim rodeando-o como de costume).

O garoto latino deu de ombros meio sem jeito. Aparentemente, só agora os defeitos e o mau planejamento do modo com que ele, juntamente com Matt, executaram aquela peça “hilária”, deviam está-lo fazendo sentir-se envergonhado com a clara falha que tiveram.

— Ah, é que... Bien, inicialmente a ideia era apenas contra o Rosier... Não contávamos que “imprevistos” fossem acontecer...

— O quê?! — Sebastian arregalou os olhos, pasmado. — Aquilo tudo era algo contra mim? Mas...

— E isso apenas mostra o quanto vocês são amadores... — August Lestrange cortou o amigo, revirando os olhos. — Se gostam tanto de inventar coisas relacionadas à animais asquerosos, deveriam trocar algumas palavrinhas com o prof. Kettleburn. Com certeza ele veria alguma utilidade em vocês... — os olhos dele então viraram-se na direção de Iris, que se aproximava do grupo. O garoto apresentou intensíssimo aborrecimento em seguida: — Ah, que ótimo. Já não bastava estar no meio da sujeira e agora chega a sangue-ruim: a peça final para compor o espetáculo!

— August!... — Louisa exclamou, olhando o outro com total descrença e decepção. — Não diga essa palavra, mas que horror… — balançou a cabeça negativamente.

Ah, cale essa boca, Louisa! — os olhos dele faiscaram de repugnância na direção da garota. — Estava demorando para você dar uma de “defensora das escórias”. Deixe de ser lunática, menina! — reprovou com rispidez.

Louisa pareceu perder a voz ante a extrema arrogância do rapaz, apresentando ter sido pega de surpresa.

Iris, vendo a cena, ficou momentaneamente confusa. Não sabia bem que tipo de relação a Northrop teria com aqueles ultrajados garotos da Sonserina...

... Mas sabia muito bem de outra coisa: não poderia ficar deixando que os outros a “defendessem” pelas ofensas alheias dirigidas à sua pessoa. Com certeza não podia.

Antes que a garota pudesse responder algo bastante mal-educado e à altura da aspereza do Lestrange, a porta foi aberta, aparecendo o jovem (e sempre atrasado) prof. Marshall.

— Ah, que bom que já estão todos aqui!... — enquanto ele entrava, uma sucessão de objetos vinham flutuando em seu encalço. Com uma olhada à mais revelaram-se ser instrumentos de limpeza.

Após colocá-los sobre uma mesa encostada numa parede, o professor voltou-se para todos.

“Bem, como sabem, só serão liberados depois que deixarem tudo brilhando. Podem notar que as corujas foram retiradas daqui para que o serviço tenha um melhor desenvolvimento”— ele indicou os intermináveis leitos vazios, após ajeitar melhor o chapéu coco sobre a cabeça que, como sempre, permanecia repousada em sua superfície a pequena e graciosa Conan. No momento, a adorável coruja parecia tirar um sereno cochilo.

“Lembrando que vocês receberão as varinhas de volta apenas quando terminarem a tarefa.” — ele continuou. — “Então espero a verdadeira colaboração de todos para que tudo seja feito com extremo êxito”. — destacou com ênfase.

— Mas, prof. Marshall... — Victor, que certamente tentaria mais algum tipo de apelo para provar sua inocência, foi cortado pelo imediato balançar de cabeça negativo do homem.

— Não, não, sr. Black; já dei a sentença a todos, não posso simplesmente tirá-la. — o garoto bufou, sendo acompanhado pelos baixos resmungos de injúrias dos amigos, que igualmente não tinham expressões nada contentes. — Bom, terei de sair agora, pois tenho alguns assuntos pendentes. Creio que não vão se matar em questão de alguns minutos... — ele pareceu pensar. — ... Bem, ao menos espero. A pessoa que irá supervisionar a detenção chegará logo. Me procurem para que eu devolva as varinhas mais tarde.

Dito isso, o professor saiu do local, deixando para trás alunos extremamente quietos e frustrados com suas situações.

Após mais alguns segundos de silêncio, todos, um por um, começaram a se dirigir à mesa contendo os utensílios de limpeza, para que assim começassem o serviço o mais cedo possível.

Iris conseguiu ver um último olhar que a Northrop lançou ao Lestrange (claramente ainda ofendida por sua fala anterior) antes de esta pegar, com certo desconforto, um pote e uma espátula, destinados a armazenar as titicas das corujas.

Com toda certeza, tratando-se de uma espécie de “garota-madame” (denominação que Iris direcionava para meninas evidentemente ricas), Louisa não devia ser muito acostumada a fazer “trabalhos-domésticos”...

... E tanto o Black, Lestrange e Rosier também não, pois mostravam-se tão inconfortáveis quanto.

Iris suspirou, vendo que também teria de botar a mão na massa.

Esquadrinhou a mesinha, buscando algum utensílio de boa aparência. A maioria estava totalmente desgastado, isso para não dizer “inutilizado”.

Começava a pegar um espanador, juntamente com alguns panos velhos de algodão (fazendo uma ligeira careta para o que apresentavam excrementos irreconhecíveis), quando sentiu alguém se aproximar de onde estava.

— Não me parece nada feliz, Legraund.

Matt Ryman sorriu-lhe divertidamente enquanto pegava um tipo de espátula de aço que Iris reconheceu brevemente ao lembrar-se do estojo de ferramentas de seu pai. A mãe dela costumava reclamar, dizendo que o marido tinha uma péssima mania de sempre querer bancar o “construtor” quando algo quebrava, o que raramente dava certo — além de só causar prejuízos na casa...

Fechou a cara para o garoto, não acreditando na audácia que ele possuía por fazer aquele tipo de comentário.

— E por que será, hein? Me parece também uma grande incógnita o fato de eu não estar nada feliz. — sua voz saiu carregada de ironia. — Olhe, já é a segunda vez que me envolve em seus planos hediondos e nem um pouco brilhantes, Ryman. — falou, lançando-lhe um sério olhar. — Espero verdadeiramente que seja a última vez, ou não me conterei em revidar.

Ele ergueu as sobrancelhas. Seus olhos verdes adquiriram um misto de surpresa e desafio.

Hô, hô, isso foi uma ameaça? Não é comum escutar tais palavras saindo da boca de uma garota... — ele fez uma pausa, dando um meio sorriso em seguida. — Acho que vou ter que me cuidar, então...

— Oras, você entendeu bem. — começava a se irritar com o diálogo desagradável. — Por que você e o Sánchez decidiram nos envolver nisso? — fez um meneio com a cabeça, indicando discretamente a Northrop, que já havia começado a limpar uma das alas das corujas (ainda que parecesse estar ficando gradativamente enojada). — Que atitude de mau gosto...

— Olhe, não foi nada pessoal. — ele inclinou o rosto. — Foi mais como uma ação instantânea, sabe? Um efeito a mais para a confissão, entende? “Somos todos culpados e admitimos com muito orgulho”. — ele gesticulou. — Algo assim.

Piscou duas vezes.

— ... Não. Não entendo. — respondeu com amargura. — E não aceito. — falou com firmeza, erguendo o queixo. — Vocês não tinham o direito de estragar meu sábado, foi muita insensibi...

Por que os dois “ordináriozinhos” ainda não começaram o trabalho? — Uma voz trovejou ameaçadoramente atrás de suas cabeças.

Ambos gelaram, já reconhecendo a quem pertencia tão temido timbre.

O zelador Rancorous havia chegado.


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Notas finais do capítulo

E entãoooooo, o que acharam do capítulo? Bem, essa foi apenas a parte 1 da “detenção-cinco-estrelas”, então ela só está começando!

Em Hogwarts é assim: perdeu pontos, vai ser linchado. Ninguém perdoa infratores
kkkkkk Os sonserinos podem ter sido inocentes nessa história também, mas bem que merecem pagar um pouquinho por esse tipos de comentários contra os nascidos-trouxas :(

Matt é muito cara de pau, não é mesmo? Se eu fosse a Iris dava logo um Estupefaça nele por me meter nessa roubada…

Agora que o temido zelador chegou as coisas vão ficar tensas. Lembram que o Filch disse que “sentia faltas das épocas em que nas detenções eles podiam torturar os alunos fisicamente pendurando-os e deixando cicatrizes em seus corpos”? Pois bem: a época é essa.

Próximo capítulo será postado na Terça-Feira! Podem comemorar soltando bombas festivas, vi que estão baratinhas na Geminialidades Weasley (Jorge apenas recomenda que não façam isso dentro de casa).

Ahhh! E antes que me esqueça: alguém aí já assistiu Dr. Stone? Cara, terminei há dois dias, e que anime FODA (perdoe-me pela palavra, hehe). Para quem gosta de ciência esse é o anime certo!

Bem, até terça, galera *-* Tenham um ótimo fim de semana ♥

Malfeito, feito. Nox.



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