Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 22
Capítulo 21 — O Primeiro Revés


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal, tudo bem com vocês?

Confesso que comigo as coisas não estão muito ok :( (não se preocupem, não tem nada a ver com doença).

Aconteceu uma coisa ruim em relação a história, mas não vou entrar em detalhes agora. Aproveitem o capítulo com a mente livre e eu explico nas Notas Finais, combinado?

Boa Leitura.



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 ♦ Louisa Northrop

 

Não foi segredo que Louisa quase desfaleceu com o acontecimento inesperado. 

E-Ei!... 

Shhh! — a pessoa, ou melhor, garoto, colocou o indicador em frente à boca em sinal de alerta enquanto checava algo por entre a fresta da porta. 

Esquecendo-se um pouco da adrenalina, Louisa aguçou bem os ouvidos. Escutou os grosseiros passos do zelador Rancorous, que foram ficando mais baixos a cada segundo. 

Após ver que a paz do silêncio reinou novamente, Louisa olhou surpresa para Victor Black. 

— Como sabia que era eu? — perguntou num misto de surpresa e assombro, o coração ainda pulsando forte no peito. 

Ele suspirou de alívio e fechou cuidadosamente a porta (era comum os alunos terem essa reação quando conseguiam escapar do sr. Rancorous no último instante). Em seguida olhou para Louisa. 

— Escutei o barulho do lado de fora, e não foi difícil te reconhecer; afinal, ninguém em Hogwarts possui cabelos tão claros. — ele indicou suas madeixas louras. — Bem, aconselho a não sair agora, pois ele sempre se demora na checagem de cada andar. 

Louisa observou-o se aproximar de uma larga estante que ocupava a pequena e empoeirada sala. Permaneceu calada. 

Enquanto olhava o garoto começar a pegar frascos e troféus velhos, sugando a poeira e sujeira deles com a varinha um por vez, pensou se devia agradecer por sua ajuda, pois, com toda certeza, teria sido apanhada pelo zelador há alguns minutos... 

Em vez disso, conseguiu apenas perguntar: 

— O que está fazendo aqui? — a indagação não era de certa forma intrometida, pois a ideia de haver outra pessoa fora do quarto naquela hora era levemente intrigante. 

— Bem — ele continuou o trabalho sem interrupção. —, infelizmente possuo um “castigo” que, mesmo sendo completamente equivocado, tenho a obrigação de cumprir. 

— Ah... — Louisa levantou as sobrancelhas nem um pouco surpresa, compreendendo o caso. 

O incidente de Victor com Nathan Warris espalhou-se pelo castelo todo, assim como o completo ato desprezível do Black em atacar o grifinório tão covardemente. 

Contudo, aparentemente seu tom saíra um tanto “censurador” demais, pois ele voltou a cabeça em sua direção nada feliz. 

— Á quem você está julgando, Louisa? Que eu saiba, você e Charlotte não estavam trocando flores durante a tremenda intriga que tiveram... 

Franziu o cenho.  

— Mas eu não cheguei a atacá-la. — expôs aborrecidamente. 

— Contudo, iria, de toda forma. — ele deu de ombros em descaso. — Ouvi dizer até que se não fosse por uma “sangue-ruim” intervir, certamente Charlotte teria um bom tratamento de rosto para fazer nas próximas semanas... 

— Não fale assim... — pediu nervosamente e, como sempre, decepcionada. — Essa palavra é muito forte... — mencionou o horrível termo que vários costumavam dirigir aos nascidos-trouxas. 

— Oras, eu não falei nada; apenas repeti o que ouvi. — ele lhe olhou, agora ficando com o semblante incomodado. — Mas voltando ao assunto, você não possui direito nenhum de me julgar, se no final iria fazer a mesma coisa. 

Louisa respirou fundo, olhando para o alto em frustração.  

Pelo jeito, Victor Black não havia mudado nada... 

Embora o garoto fosse um dos únicos que se caracterizava como “mais suportável” aos seus olhos, isso não queria dizer que ele não possuía uma personalidade difícil, que geralmente se destacava como: sarcástica, alterada e, na maior parte do tempo, irritantemente bem-humorada. 

Louisa o conhecia praticamente desde que nascera. Victor era apenas um ano mais velho que ela. 

Como todo membro da família Black, o garoto tinha feições extremamente belas e simétricas, além de admiráveis olhos escuros e cabelos negros como á noite, que geralmente encontravam-se sempre rebeldes. Os melhores amigos eram August e Sebastian, que, embora fossem mais velhos, costumavam conviver juntos desde incontáveis anos. 

Olhou novamente para a porta, perguntando em seu íntimo se seria uma boa ideia sair antes que acabasse por ter algum tipo de desentendimento com o garoto também (aquilo parecia estar se tornando rotina para Louisa em Hogwarts). 

Suspirou em desistência. Se Victor estivesse certo, o zelador Rancorous ainda poderia estar por perto. 

Então, ao invés de sair, cruzou os braços, escolhendo dar continuidade à conversa. 

— Olhe, eu apenas achei errado você ter atacado o garoto. — opinou significativamente. — Acho que é sempre possível entrar em consenso antes que... 

— ... As coisas piorem? — ele parou o que estava fazendo, virando-se. — Minha nossa, Louisa! Como você é hipócrita! — ele colocou a mão na testa, impressionado. — Você age como se houvesse levantado um bandeira branca para Charlotte! 

Torcendo o rosto, fechou os punho irritada.  

— Olhe aqui, já chega! Não foi minha culpa se ela envolveu minha mãe na história! 

— E não foi minha culpa se o infeliz do Warris envolveu a minha família na história. — ele frisou. — Veja bem, Louisa, normalmente consigo me segurar nas horas difíceis... — falou com falso ar irônico. — Mas não quando envolvem meu sobrenome. — a expressão dele mudou para rancor. — Não me arrependo nem por um momento de tê-lo feito engasgar-se como se fosse um cano enguiçado, ele mereceu aquilo. — falou convicto. — Você quem foi tonta de não fazer nada á Charlotte... 

— Mas... — ficou um pouco confusa, forçando-se a esquecer seu cruel relato anterior. — É curioso você falar isso, ainda mais em relação a uma amiga... — levantou a sobrancelha, citando Charlotte. 

Ele abriu um sorriso frio. 

— Charlotte é minha amiga tanto quanto você. — expôs. — E acho engraçado sua repentina “defesa” para com ela. Hoje mesmo escutei um longo relato de Charlotte, que exibia orgulhosamente a responsabilidade por você ter fracassado com sua poção... 

Louisa desviou o olhar irritada, não tendo vontade de entrar naquele assunto outra vez. 

Ele, absorvendo esse ponto, não demorou para continuar, sorrindo com discreto divertimento: 

— Imagino que você tenha ido resolver esse assunto, não? Uma vez que está acordada... 

Não querendo prolongar ou entrar em detalhes, assentiu sem vontade. 

— Sim. 

Finalmente mostrando algum bom senso, ele resolveu não insistir, voltando simplesmente a continuar limpando os troféus, separando os que já estavam limpos dos encardidos. 

Observando agora um pouco interessada, Louisa acabou perguntando-se internamente sobre algo, não demorando para fazer a indagação em voz alta: 

— Hum... É estranho. — falou ligeiramente distraída. — Achava que não aceitavam que os alunos executassem suas detenções com auxílio da varinha... 

Arqueando os olhos para si mesmo em repentina surpresa, Victor voltou-se rapidamente em sua direção. Em seguida, tentou disfarçar qualquer agitação de sua parte. 

— Não, não, é que... — ele olhou para a própria varinha em mãos. — Sabe, até eu achei estranho ter conseguido ficar com ela, quero dizer, não que eu tenha feito alguma coisa, sabe... Que me... — ele acabou se embolando. 

A nítida expressão desanimada e entediada de Louisa já estava completamente à mostra, dando a entender que já havia compreendido a história “convincente”. 

Ele bufou em desistência. 

— Tudo bem, eu admito que consegui pegá-la escondido do Rancorous. — Louisa ficou ligeiramente surpresa, fazendo-o olhá-la com ainda mais desconfiança. — E nem pense em me dedurar, Louisa!  — mandou em tom de aviso. — Na teoria, possuir a varinha nas detenções é proibido, além de que eu também não deveria estar pulando o toque de recolher; por isso precisei recorrer a magia para limpar isso depressa. 

— E não era mais fácil você apenas ter feito o serviço durante o dia...? — perguntou, tentando inutilmente compreendê-lo. 

Victor fez um impaciente meneio com a mão. — Claro que não! Acha que eu perderia meu tempo fazendo isso? — ele virou-se de volta a estante, enquanto Louisa balançava a cabeça em cansaço á suas costas. — Estou quase terminando, então não me atrapalhe. — ele pediu com voz firme. 

Louisa permaneceu quieta por alguns segundos, apenas direcionando os olhos para outras partes da sala. Não se conteve em continuar com suas observações. 

— Sabe, achei que era o zelador Rancorous quem supervisionava os castigos... 

— O prof. Marshall quem está fazendo isso. — ele respondeu com olhar concentrado. — Ele saiu para ir ao banheiro. E antes que você pergunte — ele cortou sua provável interrupção. —, ele sabe que eu estou com a varinha. Mas descobri que ele é bem legal, pois me deixou ficar com ela, assim como também não me reprendeu por estar fazendo meu serviço a essa hora. — ele terminou mais uma prateleira, puxando o ar de alívio. — Estou quase lá... 

— ... Hum... Victor. — o chamou de repente, vendo-o direcionar os olhos interessados para si ante sua repentina mudança de tom. 

Louisa desviou um pouco hesitante. Havia acabado de decidir que abordaria um assunto um tanto delicado para si mesma, mas sentia que precisava ouvir a opinião de alguém que, de certa forma, também estava no início de sua vida acadêmica em Hogwarts. 

Respirou fundo, deixando as palavras saírem: 

— Sabe, eu... — massageou o próprio braço. — Eu queria saber se quando você chegou aqui... Bom, se também teve problemas para se “adaptar”... — olhou-o preocupada. 

Embora tentasse apagar da mente todo o desprezo que lhe era direcionado, buscando até mesmo tentar se acostumar, ainda tinha esperança de que alguma luz se acenderia para uma possível “mudança” positiva. 

E, no momento, essa luz poderia vir de um conselho. 

Ele lhe mirava como se estivesse absorvendo e pensando em algo, evidenciando que talvez percebesse que o assunto era deveras sério para ela... 

... Mas, como sempre, o fato mostrou-se ser o contrário. 

— Oras, é claro que as pessoas não deixaram de fazer questão de mostrar seus pontos de vista a meu respeito. — após isso, ele sorriu com simplicidade. — Mas acha que eu ligo? Claro que não. E exatamente por isso não vi problema algum. — ele encolheu os ombros, lhe dando as costas. — Eu já possuía conhecidos quando cheguei aqui, você quem quis dar uma de diferente e acabou indo para outra casa; o que torna o problema exclusivamente seu. 

Louisa ficou estática, o semblante vazio, não crendo no quão insensível ele podia ser. 

Havia sido uma tonta em tentar perguntar a ele algo que envolvesse emoções importantes, pois já estava óbvio que o garoto iria transpassar indiferença. 

— E acha que se eu tivesse isso para Sonserina as coisas estariam melhores? — retorquiu enfezada. — Se esse fosse o caso, com quem acha que teria de andar e fazer amizade? Com a Charlotte? Aquela garota me detesta! 

— É mesmo? Pois em minha opinião ela deve gostar de você; isso explicaria o motivo de ela pegar tanto no seu pé. E, respondendo sua primeira pergunta — ele ressaltou em seguida. —, acho que se você tivesse ido para Sonserina, seria sim, melhor. Você conhece várias pessoas de lá, afinal! — falou um tanto incrédulo. 

— Teria sido pior, certamente... — murmurou sem nem mesmo perceber, despertando outra vez um exaltamento por parte dele. 

— Claro que teria sido pior, não é mesmo? — ele entrepôs descontente, e na mesma hora um pote de vidro caiu e se partiu no chão quando ele se virou. — Imagine, a “certinha” Louisa Northrop tendo sua doçura  completamente manchada por verdadeiros marginais a sua volta, não é?! 

— Não é bem assim!... — retrucou, começando a sentir-se um pouco nervosa com a elevação dele. — Não fale como se você e os outros fossem completos santos... 

— Por que a única santa da história é você, não? Se quer saber, eu é quem devia ficar preocupado por falar com alguém como você; principalmente depois do que sua família fez! 

Louisa sentiu-se empalidecer. 

— Além do mais, você está ainda mais insuportável! — ele alegou em intenso desagrado, ignorando o estado abalado da garota. Apontou a varinha para o vidro quebrado e murmurou “Reparo”, fazendo o pote se reconstruir e flutuar de volta para a prateleira. Com isso, começou a se dirigir até a porta. 

— Ei, espere! — Louisa apressou-se até ele, pegando em seu braço. O garoto virou-se com expressão austera e nem um pouco contente, a outra mão já girando a maçaneta. — E se o zelador Rancorous ainda estiver por perto? — sussurrou um pouco alarmada, temendo que fossem pegos. 

Ele apenas dirigiu-lhe um sereno e perverso sorriso. 

— Por que não arriscar para descobrir? 

Após isso, ele saiu da sala rapidamente. 

Louisa permaneceu estática e buscou escutar se a voz cavernosa do sr. Rancorous seria ouvida... 

PLAFT! 

... Quando pulou do lugar ante o barulho ensurdecedor de ferro tombando no chão. 

Com o coração indo a boca, saiu para o corredor apressada, dando de cara com uma grande armadura desmontada no chão. 

A estrutura ferrosa se contraia e praguejava: “Erguem-me agora! Meu estômago está junto com meus pés!”

Louisa ficou desnorteada demais para dizer alguma coisa. Na mesma hora, escutou um grito vindo à sua esquerda. 

Vamos lá, Louisinha! — Victor possuía um resplandecente sorriso no rosto, continuando a provocação antes de virar a curva do corredor, correndo. — Esqueceu como se anda?! 

Sem nem mesmo ter alguma reação, outro terrível e barulhento som cortou o espaço, arrepiando-lhe por completo. 

Escutou passos apressados e (claramente) enfurecidos se aproximando, com toda certeza pertencentes ao zelador Rancorous. 

Saiu em disparada atrás do garoto que, gargalhando feliz como nunca, continuava a atirar e esbarrar em majestosos vasos, quadros e em algumas armaduras distraídas demais para pularem fora de seu caminho a tempo. 

Pare com isso! — ralhou exasperada e com medo, olhando diversas vezes para trás, temendo ver o temível sr. Rancorous correndo em suas direções. — Victor... par... — tentou puxar o ar, que já estava começando a lhe faltar por conta de não ser acostumada a correr. — Pare, por favor! 

QUEM ESTÁ AÍ?! — a voz do zelador trovejou ao longe, fazendo Louisa se assustar e quase tropeçar. — QUALQUER ESPERTINHO QUE SEJA VERÁ UMA BOA DOSE DE “EDUCAÇÃO” QUE TEREI O GRANDESSÍSSIMO PRAZER DE ENSINAR! 

Vendo que mais cedo ou mais tarde seriam pegos, Louisa parou no meio do corredor, apoiando as mãos nos joelhos afim de pegar ar. Victor desapareceu na curva mais à frente, deixando-a sozinha. 

Não havia mais o que fazer. 

Escutou o som cortante dos passos do zelador, que apresentavam estar bem próximos. Sentiu-se extremamente vulnerável e, de repente, deu-se conta de uma coisa: aquele era o único ruído que ouvia, o que queria dizer que Victor finalmente havia parado com aquela barulheira absurda... 

... Não podia ser pega. Ou tudo que passara o dia inteiro fazendo, todo o esforço para orgulhar a prof. Picquery, seria completamente em vão... 

E não podia deixar que tudo isso fosse destruído apenas por conta de um garoto incoerente. 

Apontou a varinha para uma janela grande situada na outra extremidade do corredor. Iria quebrá-la a fim de confundir o zelador, que pensaria que ela seguira por aquele caminho. 

Flipendo! — exclamou com todas as forças. 

O prof. Marshall ainda não havia ensinado aquele feitiço; contudo, Louisa o aprendera meses atrás com o pai, utilizando a varinha dele. E havia se saído muito bem para uma amadora. 

Esperando que um lampejo laranja saísse de sua varinha e colidisse contra o vidro, Louisa ficou extremamente confusa ao não ver absolutamente nada acontecer. 

O feitiço havia falhado. 

Tentou de novo. Falho. De novo. Falho também. 

— Mas o quê?... — murmurou desorientada. Nunca havia falhado com aquele feitiço antes. 

Tentou outros feitiços simples, contudo, nada acontecia. 

Era como se, de repente, sua varinha tivesse voltado a ser um simples pedaço de madeira. 

Não tendo outra alternativa (o zelador Rancorous estava cada vez mais perto), Louisa foi forçada a tomar medidas drásticas: 

Pegou a cabeça de uma armadura desmontada ali perto e correu para perto da janela. 

— Solte-me, garota estúpida, ou cravarei minha espada em você! — a cabeça praguejava. 

— Me perdoe. — fechando os olhos, Louisa jogou-a com toda a força no vidro, que espatifou-se na mesma hora. 

O barulho foi suficiente para acordar os mortos (literalmente, pois alguns fantasmas não demoraram a aparecer). 

Com seu plano concretizado, Louisa virou-se e correu na direção em que Victor havia ido. Suspirou de alívio ao escutar o zelador tomar o sentido oposto, de onde viera o som da janela se quebrando. 

Após finalmente parar para puxar o ar, vendo que agora o ambiente se apresentava mais calmo e seguro, acabou encontrando Victor que, um pouco mais recuperado do que si, lhe encarava impressionado. 

— Uau, pelo jeito você não é tão inútil como parece... 

Seu idiota! — desencostou-se da parede, indo até ele com verdadeiro ódio nos olhos. — Você é louco?! Por que fez aquilo?! 

— Ei, espere aí — ele já foi contornando sua investida eminente, balançando a cabeça como se tivesse razão. —, eu não fiz nada demais. Apenas pensei que... — ele levou a mão no queixo, abrindo um travesso sorriso. — Bem, do que vale conseguir sair ileso sem um pouco de adrenalina, para variar? 

Cerrou os dentes em profunda aversão. — Seu... 

— Seu nada. — ele lhe cortou. — Para sua informação, não fui eu quem quebrou aquelas vidraças, então mantenha-se quieta para me julgar, estúpida. — Louisa abriu a boca indignada, mas ele não lhe deu brecha para falar. — E mais: te aconselho a ir logo para sua Sala Comunal, se não quiser que o Rancorous marque esse seu belo rostinho. — ele informou-lhe, agora estando um pouco sério com a situação, porém, sem antes abrir um irritante sorriso. — Então muita boa sorte, Louisinha. — ele acenou tranquilamente, rumando possivelmente até o próprio dormitório. 

Louisa permaneceu encarando o ponto em que ele desaparecera, desacreditada demais para ter alguma reação tanto mental quanto física. 

Após alguns segundos buscando alguma reflexão interior (o que foi completamente inútil), virou-se, buscando rumar para a Sala Comunal, dizendo para si mesma que aquele garoto devia ter perdido um parafuso a mais do que sempre achara... 

Foi quando, numa rápida captação aguçada, escutou inconfundíveis passos apressados, que com toda certeza rumavam em sua direção. 

Tendo uma manifestação direta, girou nos calcanhares, lamentando profundamente ter de pegar um caminho mais longo. Começou a correr, temendo (pela milésima vez naquela noite) ser pega. 

Mesmo dobrando variados corredores, continuava a escutar os passos acelerados, que certamente se guiavam pelo som de seus próprios. 

Não parou, tentando respirar uma boa quantia de ar regularmente a cada passo que dava. 

Virou então a cabeça, buscando visualizar se a pessoa estaria próxima... 

... Quando, de repente, sentiu a perna direita deixar-se levar bruscamente para frente por um piso (estranhamente) escorregadio

Na mesma hora foi ao chão, porém seu corpo continuou a deslizar velozmente para frente. Louisa não conseguiu ver nada por ter fechado os olhos em reflexo — apenas pensou ter visto uma brilhante luz ametista pelas pálpebras fechadas. 

Foi então que, quando a velocidade de seu corpo pareceu começar a diminuir, soltou um grito estridente ao sentir o impacto doloso que teve numa superfície dura como pedra — sem contar com a dor no ombro esquerdo, que fora penetrado profundamente por algo afiado como uma faca. 

Abriu os olhos de imediato e jogou-se para trás, as costas batendo no chão liso e escorregadio. Apertava com agonia o local machucado, já sentindo o sangue jorrar por entre seus dedos. 

“O que é isso?!!”, olhou perplexa para o chão ao conseguir sentar-se, vendo perfeitamente seu reflexo lhe encarando de volta em uma espessura roxa/lilás extremamente brilhante. 

Arqueando os olhos de medo, correu para o lado, onde viu que o chão estava em suas condições normais, desabando sobre ele também. 

A dor no ombro estava muito forte, lhe fazendo morder os lábios e apertar os olhos. 

O que estava acontecendo ali? 

Porém, para todos os efeitos, ainda não havia se dado conta da gravidade da situação por seu estado agitado. 

Abriu seus olhos novamente e averiguou o corredor por completo. Seu queixo caiu em descrença. 

Cada pedaço do corredor estava cristalizado, a cor ametista tão brilhante que chegava a cegar, abrangendo o chão, paredes, e até mesmo o teto. 

Olhou para frente, onde visualizou o possível local onde havia se ferido, e viu que uma gigantesca rocha de cristal, com milhares de espinhos, estava situada por toda a extremidade do corredor, impedindo o acesso ao outro lado. Notou que um desses espinhos estava sem a ponta, apenas um toco grosso aparente.  

Com certeza a região onde havia se ferido. 

Sentiu o coração parar de bater. Olhou para o próprio ombro, temendo que a ponta do cristal estivesse fincada dentro de sua carne. 

Porém, não conseguiu ver ou sentir nada, mas aquilo não significava grande coisa por hora, pois poderia ser devido ao choque momentâneo. 

De repente, teve a impressão de ver um vulto passar voando por sua cabeça. Olhou para cima, vendo Pirraça, o poltergeist¹

Ele arregalou os olhos para toda a cena, e antes que Louisa pudesse expor alguma pergunta afobada a ele, Pirraça encheu os pulmões e deu um dos gritos mais altos que Louisa já havia escutado na vida: 

— AHÁ! O CRISTAL MALDITO, SENHORAS E SENHORES! FINALMENTE DANDO AS CARAS E ENTRANDO EM CENA! HÁ, HÁ, HÁ, HÁ!!!


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Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

Pirraça, o Poltergeist¹ — Pirraça é o Poltergeist que vive em Hogwarts desde sua fundação. Ele é altamente conhecido por seu jeito brincalhão e sádico, armando a revolta e confusão por onde passa. Todos os alunos e funcionários de Hogwarts não gostam muito dele, e há somente duas pessoas que Pirraça realmente respeita: Alvo Dumbledore e o Barão Sangrento, fantasma da Sonserina.

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Então gente, como disse nas Notas Iniciais, houve uma má notícia para mim essa manhã. Estou tão desanimada que nem comentar sobre o capítulo (uma coisa que adoro fazer) eu vou.

Então, eu acordei normalmente e peguei meu PC para postar o capítulo de sábado nas plataformas, como sempre fiz. O problema foi de cara: meu Word foi pro beleléu. Ele está totalmente bloqueado e com problemas nas contas, e prendeu meus rascunhos da história (de tudo, na verdade) dentro dele. Eu só consegui postar esse hoje pq já tinha salvo em outro lugar, o que ainda não é o caso dos outros capítulos.

Estou fazendo o máximo para reverter a situação, não irei descansar até conseguir recuperar minhas coisas! Eu tenho MUITO material lá dentro, não só de OMCM.

Em relação ao capítulo, espero que tenham gostado e se surpreendido ;) O Cristal Maldito finalmente deu as caras! (assim como muito de vocês haviam suposto! Acertaram!).

É uma pena eu não estar apta para fazer mais comentários, mas prometo que falarei mais informações na próxima postagem (que, se tudo der certo, será no sábado que vem, como de costume :)

Espero que compreendam minha situação complicada, e prometo que vou batalhar muito para que tudo se resolva logo! Vou lançar um belo REPARO na situação! kkkkk

Até breve.

Malfeito, feito. Nox.



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