Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 19
Capítulo 18 — Crueldade


Notas iniciais do capítulo

Volteiiii! Espero que gostem do capítulo que fiz com muito carinho *-*

Leiam as Notas Finais e Boa Leitura!



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  Anne Crystal

 

Acabou que, no fim, Anne não conseguiu encontrar paz na Sala Comunal e nem no dormitório.

No primeiro rolava, ao que parecia, uma guerrinha idiota de jogar bombas fedorentas dentro da lareira, o que levantou um cheiro forte de pus e ovo podre por toda a torre.

(Ou seja: era impossível ficar por mais de dois segundos naquele lugar.)

Ir para o quarto também não fora uma boa opção — pelo menos não se quisesse ficar tendo de ouvir os cochichos altamente irritantes de suas colegas de dormitório, que não tinham nem mesmo o bom senso de tentarem disfarçar que estavam (nitidamente) zombando de Anne por causa da aula desastrosa de D.C.T.A.

Por esses dois motivos, Anne se encontrava agora do lado de fora do castelo, sentada no topo de uma das arquibancadas do Campo de Quadribol. Lia um de seus livros preferidos de Herbologia. Só queria sossego para descansar e esfriar (enfim) sua cabeça, e não havia melhor lugar que aquele. Ao menos por enquanto.

Embora tivesse se passado mais de meia hora em que estava ali, nada naquele mundo, nem mesmo o "Ervas Medicinais – Propriedades e Localizações", era capaz de fazê-la esquecer a raiva e a humilhação que (ainda) sentia.

Seus olhos continuavam pregados sobre o capítulo cinco "Plantas mágicas para curar maus odores" sem ter absorvido uma palavra sequer do texto. Em sua retina, apenas a imagem da "detestável Northrop" e a bronca do prof. Marshall existia.

E todos riram de Anne.

Aquilo fora totalmente injusto! Anne nunca havia tido sua atenção chamada daquela forma, aquilo era coisa para bagunceiros! E ela sempre se comportou muitíssimo bem, sendo educada e prestativa para com os outros.

Aquela humilhação poderia vir a ser algo que a levaria para o fundo do poço, considerando que agora devia estar sendo conhecida como "a garota invejosa e fofoqueira".

Anne sempre fora aquele tipo de pessoa que ouvia os comentários que rondavam o castelo, assim como sempre estava a par (com ou sem intenção), do que acontecia com os que estavam ao seu redor.

... E agora tinham algo para se comentar justamente sobre ela.

Seu orgulho ferido não se permitia esquecer isso e, principalmente, a responsável.

Antes, só achava Louisa Northrop estranha, não tinha muita coisa para falar sobre ela (tudo o que sabia já fora dito pela boca de outros, afinal).

Mas, agora, sabia o quanto a garota escondia uma verdadeira essência dentro de si. Uma essência desprezível e arrogante.

Suas divagações foram tão longas e intensas que mal percebera as movimentações nas arquibancadas mais abaixo de onde se encontrava, assim como as figuras que andavam pelo campo...

Deu uma demorada olhada, questionando-se internamente qual seria o motivo daquelas pessoas atrapalharem sua paz. Não havia nenhum lugar em Hogwarts que pudesse ficar sozinha por mais de uma hora?...

... Rapidamente descobriu a razão daquele movimento lá embaixo.

"Treino...", constatou, visualizando a esquipe de trajes vermelhos do time da Grifinória.

Anne torceu o nariz. Não gostava nem um pouco de Quadribol. Considerava o jogo uma tremenda perda de tempo, com pessoas golpeando umas às outras, tentando a todo custo jogar as goles por aros enormes e, com isso, ameaçando quebrar os próprios pescoços.

"Apenas sem-cérebros jogam esse esporte".

Vendo que mais alunos desciam os morros tomando o caminho do campo, decidiu que já era hora de sair dali. Entre ouvir os cochichos de suas colegas de dormitório ou passar o tempo vendo um treinamento infrutífero, escolhia a primeira opção sem pensar duas vezes.

Fechou o livro e pôs-se a descer as arquibancadas até o chão de maneira segura e lenta.

Enquanto descia, estreitou os olhos para os integrantes do time no campo, analisando em particular Griselda Milles, artilheira e capitã do time.

Griselda era uma das garotas mais populares de Hogwarts, e tinha muitos amigos. Era uma garota alta do quarto ano, corpo bem moldado e cabelos longos presos frouxamente por grampos violetas.

Observando-a durante uma brincadeirinha que fazia com um dos jogadores (ambos ameaçavam bater os cabos das vassouras na cabeça um do outro), Anne não entendia o porquê de tanta admiração por ela. Griselda era apenas de uma garota que se achava engraçada e divertida demais.

Anne caminhava calmamente pelo gramado verde, indo em direção ao castelo, quando, de repente, uma voz alta bradou à alguns metros de distância de onde se encontrava:

Nunca mais ouse falar da minha família, seu traste repugnante!

A voz soou com extrema raiva e desprezo, fazendo até mesmo Anne sentir um arrepio de apreensão. Várias exclamações altas então reverberam na direção em que veio a fala, como um estouro.

A ânsia por fofocas despertou em sua mente. Anne pôs-se a se aproximar do local, onde haviam várias pessoas em volta de alguma coisa. Espremeu-se entre dois garotos e arregalou os olhos para a cena:

Victor Black, segundanista da Sonserina, apontava a varinha para Nathan Warris, segundanista da Grifinória, que se contorcia caído sobre o chão, uma espuma verde saindo sem cessar de sua boca. O garoto se engasgava e tentava, sem sucesso, pedir ajuda.

Passou-se exatamente três segundos (segundos esses em que a "plateia" se encontrava chocada demais para fazer alguma coisa), até que a "ajuda" chegasse.

... E ela veio na forma de uma Mirela Allen (amiga de Nathan), totalmente furiosa, que surgira dentre a multidão e se chocara violentamente contra o Black, caindo ambos no chão.

Agora que o feitiço do Black fora quebrado, a espuma cessou e Nathan finalmente pôde virar-se de lado, tossindo com tremendo esforço o líquido que havia sobrado em sua garganta.

Mirela rastejou até ele, buscando socorrê-lo, enquanto Victor se erguia e pegava a varinha que havia caído no chão, limpando as gramas das vestes insatisfeito.

— Não se intrometa Allen, meu assunto é com seu querido namoradinho. — ele falou de maneira sarcástica e sem um pingo de pena pelo estado em que deixara o Warris.

Mirela voltou os olhos para ele, que pareciam duas adagas prontas para decepar-lhe o pescoço.

— Seu maldito! Como pôde fazer algo tão cruel assim? Você... — ela teve a atenção voltada um segundo para Nathan ao lado, que continuava a tossir ruidosamente. A ira perpassou seu olhar e ela sacou a varinha, apontando-a na direção do Black, que erguera a dele próprio contra ela. — Você vai pagar!

Tec!

No momento em que todos se encolheram por achar que um duelo se iniciaria (e antes que Victor ou Mirela pronunciassem um único feitiço), as varinhas de ambos voaram para o alto em um estalo, indo parar nas mãos de ninguém mais, ninguém menos, que o prof. Dumbledore.

A euforia geral baixou instantaneamente, principalmente pelo fato de a expressão, normalmente bondosa do professor, estar agora séria e com uma parcela de decepção. Ele abriu caminho dentre a multidão e pôs-se diante do “centro de batalha”.

Os olhos azuis e altamente penetrantes do prof. Dumbledore varreram primeiramente o Black, pousando então sobre Mirela e Nathan. Ambos continuavam no chão, o garoto ainda trêmulo e ofegante.

O professor de Transfiguração pareceu estudar a situação antes de falar alguma coisa.

Por fim, sua voz saiu baixa e austera:

— Antes que me digam em detalhes tudo o que houve aqui — seus olhos baixaram na direção de Nathan. —, não posso negar ajuda imediata a quem precisa.

Dito isso, ele abaixou-se ao lado do garoto (Mirela se afastara para não atrapalhá-lo). Começou, então, a murmurar alguma coisa, colocando a mão na região das costas de Nathan. Logo a tosse dele foi diminuindo, até cessar completamente. O garoto conseguiu, enfim, respirar com calma.

Todos ficaram assombrados. O prof. Dumbledore desfizera a azaração no garoto sem nem ao menos utilizar a varinha!

— O-Obri-gado, pr-prof. Dumbledore. — Nathan dissera com voz fraca e vacilante, mas aliviado.

Enquanto o professor o ajudava a se erguer, houve uma entrada súbita do prof. Marshall, que parecia agitado e surpreso — Conan quase escorregava pelas bordas de seu chapéu-coco.

— Ei, o que houve aqui? Vi algumas alunas correndo aos prantos até o castelo, dizendo que alguém estava sendo enfeitiçado... — seus olhos percorreram de Victor (que permanecia com a varinha em punho e expressão enfuriada) até Dumbledore, que, com a prestativa Mirela, ajudava Nathan a ficar em pé.

O jovem professor pareceu então entender a situação.

— Ah! Então se tratou de um desentendimento... Imaginei algo assim... — murmurou para si mesmo. —Bem! Coisas assim acontecem o tempo todo numa escola, não é? — deu um meio sorriso, buscando amenizar a situação. — É até mesmo benéfico para se treinar duelos e obter um melhor domínio em enfeitiçar...

O prof. Dumbledore levantou uma sobrancelha, lançando um olhar reprovador para o professor de D.C.A.T.

— Acho que existe uma boa diferença entre treinos com fundos educacionais para o que de fato estava ocorrendo aqui, sr. Marshall. — sua voz saíra censuradora e com um toque frio, o que fez com que muitos se surpreendessem com essa nova "faceta" do tão admirável Dumbledore.  

O sorriso do prof. Marshall vacilou. Ele ajeitou o chapéu e o paletó com certo constrangimento, baixando os olhos para o chão.

— É... Certo, tem razão, Dumbledore... Perdoe-me a falta de bom senso.

O professor de Transfiguração apenas fez um rápido aceno, gesticulando na direção de Nathan, que continuava enfraquecido:

— Ajude-o a chegar na ala-hospitalar, Marshall, e peça para que madame Clirony dê algo para animar-lhe os nervos. — voltou-se então para Mirela e Victor. — Eu cuidarei do sr. Black e da srta. Allen, mas digo já que os dois perderão vinte e cinco pontos de suas casas. Como sabem, duelar fora das aulas é extremamente proibido. Por favor, acompanhem-me até minha sala.

Todos os alunos exclamaram em choque: 25 pontos era como uma sentença de morte!

Apenas Victor Black não parecia transtornado com a situação, lançando um olhar zombeteiro para Mirela.

— Ouviu isso, Allen? Vinte e cinco pontos dos dois. — frisou, maldoso.

A menina fez uma cara completamente enraivecida, mas não disse nada, com certeza temendo prejudicar ainda mais a própria casa.

O prof. Marshall , então, atendeu prontamente o pedido do outro, levando Nathan nos próprios braços, enquanto Mirela e Victor seguiam o prof. Dumbledore sem fazer objeções (contudo, lançando olhares tortos um pro outro).

Acabado o espetáculo, a multidão foi se dispersando, comentando euforicamente o episódio. Até o treino do time da Grifinória fora adiado por causa do grande conflito que, aparentemente, começara com uma discussão entre Nathan e Victor.

Anne estava impressionada com o ocorrido, e não podia deixar de sentir-se perplexa pela crueldade que o Black foi capaz de apresentar.

Enfeitiçar o garoto daquela forma...

Contudo, de qualquer maneira, durante seu trajeto até o castelo, um único pensamento perdurou-se por sua mente:

"Então o prof. Marshall abomina briguinhas verbais nas aulas dele, mas apoia confrontos incluindo varinhas? Mas que injustiça...", balançou a cabeça negativamente. Estava ali uma verdadeira contradição de gostos...

Mas talvez isso fosse uma característica comum para um professor de D.C.A.T, afinal.  


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Notas finais do capítulo

Oiê, meus pelúcios fofinhos ♥ Finalmente voltei depois de semanas sumida! E sim, eu estou ótima!

O que acharam do capítulo? A Anne é uma personagem bem... Difícil, digamos assim. Ela ainda vai aprontar muuuito (não revelarei mais porque não quero dar spoiler hehe).

Mas Victor Black também não é flor que se cheire, hein. Deve ser coisa de família (mentira, porque temos o fofo o Almofadinhas para quebrar a tradição de Blacks-Malvados ♥).

Ah! Quem mais aqui está surtando com as notícias sobre PJO se tornar uma série??? FINALMENTE o tio Rick dará esse presentão para nós, semideuses! (Isso mesmo, sou uma bruxa, semideusa, ninja, selecionada, caçadora de onis, clareana, tributa, viking, tenho uma Individualidade que me permite voar e possuo um Kwami de estimação. Eu sou TUDO! Kkkkk).

Ah, e só para avisar, os dias de postagens serão aos sábados ainda, só que agora soltarei um só capítulo ;/ O motivo é que estou muito atarefada e como posto em 3 plataformas diferentes (Wattpad e Spirit), leva muito trabalho arrumar e revisar os capítulos.

E também vejo que há muitos leitores fantasminhas nas espreitas. Ei, pode aparecer, não tenha vergonha ou preguiça! Eu queria saber o que vocês estão achando da história, pô! kkkk

É isso ^-^

Malfeito, feito. Nox.



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