Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 17
Capítulo 16 — Atrás de Respostas


Notas iniciais do capítulo

Oiê!!! Voltei bem mais cedo que o previsto, mas aqui está o capítulo bonitinho, feito com amor para vocês *-*

Boa Leitura ♥

Esse será bem agitado e engraçado (pelo menos foi para mim quando escrevi hauhaua).

Espero que gostem!



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♠ Iris Legraund ♠

 

"Esse não... Esse também não... Ah, é sério que esse também não tem nada?”.

Iris Legraund colocou com certa brusquidez os livros de volta às suas devidas prateleiras. Seus olhos percorreram impacientes as diversas estantes que carregavam em suas extensões livros de todos os tipos de categorias.

Era muito frustrante o fato de não achar em lugar nenhum o que estava buscando, afinal, aquilo era uma biblioteca, e bibliotecas nunca a deixaram na mão...

... Até agora.

Devia fazer quase vinte minutos que estava ali, rondando cada um dos corredores minuciosamente, e absolutamente nada de achar o termo "sangue-ruim".

Iris não era muito de estudar. Muito menos de ficar em bibliotecas por mais de cinco minutos. Afinal, não queria ser uma... Nerd.

(Iris não sabia muito o que essa palavra significava exatamente, mas de acordo com o livro de Theodor Seuss Geisel, If I Ran the Zoo¹, e com os comentários de adultos, parecia se referir a pessoas que liam demais).

Já devia ter olhado em mais de cem livros diferentes. Passava os olhos pelos seus índices, em busca de alguma informação relevante ou pelo menos que lhe levasse a algum lugar (se bem que haviam alguns livros que nem índice tinham). Outros exemplares, por outro lado, respondiam para quem perguntasse os assuntos contidos dentro dele; já outros recusavam-se em revelar alguma informação contanto que a pessoa soubesse sua senha — aliás, haviam vários completamente malucos, com o conteúdo totalmente embaralhado.

Em suma, não estava sendo uma tarefa fácil.

Tentou buscar o termo em livros que apresentavam a palavra “sangue” no título; contudo, o "Propriedades do Sangue de Unicórnios", "Receitas Caseiras para Fazer com Sangue de Animais e Humanos" e "O Sangue de Gigantes é Venenoso?" não eram exatamente o que ela procurava...

Quanto mais o tempo passava, mais Iris chegava à conclusão de que "sangue-ruim" nada mais era que uma alcunha que não havia definição literária, e sim, um dialeto inventado por alguém e que fora passado de boca em boca. Se fosse esse o caso, a única opção que lhe sobrara era ter de perguntar realmente para alguém seu significado.

... Ou seja, sua ida até a biblioteca havia sido uma total perda de tempo.

Pegou um livro aleatório de uma prateleira, folheando-o desinteressadamente enquanto saía dos fundos da Biblioteca, tomando o caminho da saída...

... Quando, ao virar um corredor, seus olhos repousaram-se em um garoto de frente a uma prateleira no momento exato em que ele colocava um livro particularmente assombroso no interior do casaco.

Ele estava furtando.

Iris não ficou muito surpresa com a situação (ela já vira situações semelhantes mais vezes do que podia contar nas antigas escolas); no entanto, não pôde deixar de ficar impressionada com a audácia que ele possuía para fazer aquilo.

Ainda mais considerando a importantíssima regra “anti-furto” que Hogwarts prezava acima de tudo — vinda logo após a regra número 3: “nunca, jamais, em hipótese nenhuma, criticar ou zombar da “caolhice” do sr. Ogg, o Guarda-Caças”.

Para a má sorte de Iris, quando virou o corredor, o garoto também olhara para ela, brecando o processo no meio do caminho.

Iris sentiu-se extremamente confusa em ver que ele não tivera a reação normal de pessoas que eram pegas no flagra enquanto faziam algo errado (normalmente envergonhadas ou assustadas).

Ele apenas revirou os olhos e bufou, parecendo ficar emburrado.

— Você viu, não viu? — ele perguntou, o desapontamento evidente em sua voz.

O tom que ele usara a deixou um pouco incomodada, como se fosse ela a cometer algo desagradável.

Iris colocou o livro que carregava, “Feitiços de Proteção para Cavernas”, abaixo do braço, dando de ombros.

— É para o que os olhos servem, sabe. Eles veem coisas. — frisou, deixando claro que considerou a pergunta dele como sendo extremamente idiota.

O garoto fechou a cara após sua resposta cheia de sarcasmo.

— Uma observação digna de uma gênia. — debochara, invertendo os papéis. — Puxa, essa informação ainda vai salvar minha vida algum dia, fico muitíssimo grato, de coração.

Iris lançou-lhe um olhar irritado. Não perderia seu tempo ali. Deu-lhe as costas e foi saindo aos resmungos.

Contudo, parou o passo ao chamado dele:

Ei, você não dirá nada, não é?...

Iris olhou-o com desprezo.

— Seria a atitude certa a se tomar, mas não farei isso. — informou. — Não quero me meter em absolutamente nenhum tipo de armação que me leve a ser expulsa; principalmente tratando-se de uma que eu não planejei. — alteou a voz.

Shhh, fale mais baixo!... — ele praguejou, aproximando-se dela com ligeira alarmação. — Ou aquela velha pode nos ouvir.

Iris demorou um pouco para compreender que ele falava da madame Belga², a bibliotecária.

— Não sou eu quem estou fazendo besteira, então falo da altura que quiser! — ainda que tivesse dito isso, a voz de Iris saiu num sussurro irritado.

— Você está entendendo errado. — ele falou rapidamente, lançando-lhe um olhar firme. — Não estou roubando nada. Isso — ele tirou o livro do interior do casaco. —, trata-se de uma aposta na qual estou dentro.

Iris inclinou a cabeça, confundida.

— ... Pegar um livro da biblioteca?

— Não é apenas isso, ou seria um desafio decididamente mais fácil. — ele suspirou. — O caso é que... — ele pareceu pensar se continuava ou não seu relato. Curiosamente, ele decidiu prosseguir: — Eu o peguei da Sessão Reservada escondido da madame Belga. E agora preciso dar um jeito de sair daqui sem que ela me veja.

“Sessão Reservada...”.

Aquilo com certeza parecia ser grave.

— E por que não sai? A porta não está muito longe.

Ele revirou os olhos, voltando-se então para o ponto da prateleira em que estava desde o início.

— Por causa daquilo.

Mesmo que estivesse abusando um pouco de sua sorte mantendo-se perto daquele garoto, a curiosidade de Iris falou mais alto.

Aproximou-se de onde ele estava, vendo, por entre as frestas dos livros, o cenário adiante:

Logo na entrada da Biblioteca, havia um grupo de uma dúzia de alunos, todos carregando um mesmo livro em mãos. Ele era dourado com tons de vermelho e laranja, muitíssimo chamativo. Eles estavam acompanhados da madame Belga, que parecia estar explicando as normas de alguma coisa para eles.

Iris aguçou os ouvidos para escutar:

— ... Estes exemplares que temos em mãos, “Os poderes e pontos fracos dos Dragões Ucranianos”, acabaram de chegar da Noruega, ou seja, são únicos e extremamente raros. As instruções dizem que devemos ser cuidadosos e respeitosos com cada um deles. Qualquer comentário mal-educado pode resultar em morte súbita. — a maior parte dos alunos estremeceu. — Pois bem, vamos começar pela capa... — a mulher falou animadamente enquanto alguns gemiam de aflição.

— Eles são o grupo de voluntários que testam os livros que chegam em Hogwarts. — o garoto explicou, e Iris voltou os olhos para ele. — Os tacharia mais como “loucos-de-pedra”. — riu com ar perverso.

— Testam os livros? Pra quê isso? — franziu o cenho.

Ele fez um gesto rápido com a mão.

— Por vários motivos, oras. Impedir que os livros cortem, rasguem, queimem, congelem ou, até mesmo, mordam os quem tentam abrí-los. Acho que o fogo é mais provável nesse caso. Por isso os chamo de loucos. Quem aceitaria um trabalho desses?

Iris deu mais uma olhada no grupo, notando que a maior parte deles trajavam capas com tiras azuis e prateadas.

— Os alunos da Corvinal, aparentemente... — comentou.

— Aqueles sabe-tudos não poderiam perder a oportunidade, não é mesmo? — ele falou mais para si mesmo, irônico.

Enquanto o garoto observava o grupo que começava a abrir, hesitantes, as capas dos livros (usavam luvas extremamente grossas), Iris o analisou com certo interesse.

Conhecia aquele garoto de vista. Ele era de seu ano, e também fazia parte da Grifinória. Sempre andava com aquele tal de Billy Sánchez (um garoto descendente de mexicanos que carregava um sapo para todo lugar que ia e que sempre possuía moscas zanzando acima de sua cabeça). Iris normalmente os via pelos corredores planejando alguma gracinha com as garotas. Matt Ryman³ era seu nome, se não se enganava...

Olhando-o e falando com ele de perto pela primeira vez, Iris reparou em alguns detalhes que passaram despercebidos em relação a sua aparência...

Os cabelos castanho-escuros bagunçados davam-lhe um ar descontraído e atraente, e isso, juntando com seus olhos de um verde-esmeralda extremamente marcante, fez com que Iris ficasse, por algum motivo, um pouco sem jeito.

— Bem... — piscou algumas vezes. Voltou a olhar para o Grupo-Experimental. — Você poderia, quem sabe, contorná-los e sair de fininho por detrás daquela pilha de livros no balcão... — sugeriu, embora não soubesse de onde se originava o motivo imbecil de estar ajudando-o.

Ele negou.

— A madame Belga estar justamente perto da saída não é o maior problema, e sim aquilo.

Iris seguiu a direção em que ele apontava, vendo um tipo de relógio de madeira em forma de chapéu de bruxa grudado na parede exatamente acima das portas de entrada.

— Aquilo é um detector-de-violações. — ele explicou. — A madame Belga sempre encanta os livros emprestados com um tipo de marca, e se alguém sair com um livro que não esteja com ela um mini-agoureiro irá saltar do relógio e fazer um escândalo de estourar os tímpanos.

— Ah, é parecido com os relógios-cucos... — ao ver o olhar estranhador que ele lhe lançou, Iris complementou: — É um relógio muito famoso no mundo não-bruxo; a cada hora que passa um cuco sai de dentro e faz “cu-cu”.

Matt lhe analisou pouco com curiosidade.

— ... Entendi. Bem, não me parece tão emocionante...

Voltaram a observar o Grupo-Experimental. Os livros não pareceram apresentar nada de perigoso até agora; embora seus manuseantes estivessem cada vez mais nervosos a cada página virada — como se segurassem uma bomba. A madame Belga não parecia nada preocupada.

Os pensamentos de Iris começaram a tomar um novo caminho, lembrando-se de sua busca anterior.

Não conseguira achar nenhuma informação sobre o termo “sangue-ruim” naquele lugar, levando-a a constatar que realmente sua única opção era perguntar para alguém sobre.

... E que mal seria se fosse para ele? Matt Ryman estava longe de ser sua primeira opção, sabia, mas queria tirar aquela história toda a limpo o quanto antes.

— Ei. — chamou a atenção dele, um pouco sem jeito em começar aquele assunto que, embora não compreendesse, lhe despertava forte aversão. Respirou fundo. — Você sabe o que significa "sangue-ruim"? — perguntou direta.

Matt fixou os olhos nela. Observou-a como se fosse a primeira vez que fazia aquilo, o interesse ficando claro em seu semblante.

Pareceu averiguar alguma coisa para si mesmo antes de respondê-la com outra indagação:

— Essas palavras foram dirigidas a você, por acaso?

Iris acenou.

O garoto inclinou a cabeça enquanto a mirava, seus olhos parecendo apresentar uma mescla de surpresa.

— Ah... Bem que eu já tinha me perguntado antes... Mas isso não vem ao caso agora. — ele pigarreou, desviando os olhos dos dela com certo incômodo.

A atitude esquiva apenas serviu para confirmar as suspeitas de Iris: aquelas palavras definitivamente não pareciam ser boa coisa.

— Olha... Não é algo muito agradável, quero dizer, não tem absolutamente nada de agradável nisso... — o garoto foi explicando com certo embaralhamento nas palavras, o assunto com certeza não sendo seu favorito.

Iris passou a mão livre pelo próprio cabelo, deslizando-a pelos fios com certa tensão, enquanto descia os olhos para o chão.

— Isso... — sua voz saiu incerta com o que, irredutivelmente, temia dizer. Contudo, aquela hipótese já tinha se formado em sua mente desde o momento em que todas aquelas pessoas exalaram indignação com o que Charlotte lhe dissera. — Isso tem a ver com o fato de eu ser... Bem... Uma nascida-trouxa? — ergueu os olhos que continham um misto de dúvida e apreensão.

Ele a encarava de volta como se não tivesse mais o que enrolar. Acenou seriamente.

— Sendo específico: tudo a ver.

Iris baixou o rosto para o piso, sentindo uma estranha sensação de derrota lhe adentrar o peito.

Então era isso... Exatamente como havia imaginado, mas que não quisera admitir para si mesma.

Matt se aproximou alguns passos, e lhe parecia um pouco incerto no que dizer. Pigarreou:

— É uma ofensa grave para quem veio de uma família trouxa, sem antecedentes mágicos. Mas vou te dar um conselho: — deu-lhe um toque no ombro. — Não se deixe afetar quando escutar isso; as pessoas que falam essas coisas que possuem vários parafusos a menos.

Iris acenou rapidamente, querendo passar imagem de quem não se importasse (como, na realidade, se importava) com aquilo.

— É, eu sei... Eu apenas... Só não contava que... — balançou a cabeça, parando a frase, decidindo não continuá-la. — Bem! — voltou-se para as prateleiras, indicando as frestas. — Eles já devem estar terminando de examinar os livros.— mudou completamente de assunto.

Ele não pareceu dar muita importância ao aviso dela; apenas acenou distraidamente.

— Legal. Mas, só para saber — o garoto estreitou os olhos. —, foi você quem parou a briga da Hevensmith e da garota Northrop há pouco?

Voltou-se para ele surpresa. — Como sabe...?

— As notícias correm rápido por aqui se ainda não notou. — ele retrucou, lançando-lhe em seguida um olhar divertido. — Então você faz o tipo "defensora dos menosprezados"?

Iris mordeu a parte interna de sua bochecha.

— Não é nada disso. — bufou, voltando a analisar os movimentos da bibliotecária. — ... Eu apenas não suportei ver aquela Charlotte falar aquele monte de besteira sem absolutamente motivo algu... — notou Matt revirar os olhos ironicamente, e o fim de sua paciência, juntamente com a pressão daquele assunto que, de certa forma, a estava constrangendo no presente momento, a fez explodir.

Sem importar-se com a altura da voz, disparou:

— Ah, quer saber? Vou sair daqui! Já cheg...

— Srta. Bonneville, não largue o livro desta forma! — a voz da madame Belga estourou por toda Biblioteca, cessando a fúria de Iris.

Tanto ela quanto o Ryman voltaram-se para o que acontecia com o Grupo-Experimental.

Uma garota havia derrubado o livro de dragões no chão, e parecia estar uma pilha de nervos. Após a bronca da madame Belga, tratou de segurar o livro novamente, á beira das lágrimas.

— Mas, madame Belga... — começou, engolindo em seco. —  Acho que meu livro está esquentando...

— Besteira sua, garota. — a mulher fez um meneio com a cabeça. — Pois bem, voltemos agora ao capítulo introdutório... Cohen, poderia começar, por gentileza?

Um garoto de semblante educado e diligente limpou a garganta, acenando.

— Claro, madame. — seus olhos correram para o início da página. Limpou a garganta:

“Introdução: curiosidades e recomendações sobre o livro “Os poderes e pontos fracos dos Dragões Ucranianos”. Para os que começam a leitura de tão formosa, interessante e perigosa obra, deve-se estar á par de algumas informações que visam deixá-los com as cabeças em segurança sobre seus devidos pescoços”.

Muitos se entreolharam.

Cohen continuou:

“A primeira informação que devem ter conhecimento trata-se de um mecanismo de defesa que o livro possui. Quando tem sua segurança ameaçada, automaticamente ele irá se defender. Por isso deve-se estar atento para captar os primeiros sinais que indicam que o livro está entrando em auto-defesa”.

“Primeiro: o livro começará a esquentar”.

A maioria olhou para a garota Bonneville, que pareceu estática.

Cohen, alheio ao fato, continuou:

— Segundo: ele começará a irradiar uma luz avermelhada.

Podia ser a imaginação de Iris mas, curiosamente, os livros começaram, uma a um, a assumir um brilho esquisito...

Nessa hora, tanto Cohen quanto os colegas pareceram ficar um pouco desnorteados.

O garoto hesitou um pouco, mas continuou:

— Hã... “Terceiro e último sinal: o livro começará a soltar faíscas douradas, antecipando em poucos segundos o momento em que explodirá em chamas”.

Na mesma hora faíscas douradas começaram a sair dos livros.

Os alunos se entreolharam em um misto de incredulidade e questionamento.

Cohen, então, ergueu a cabeça para a madame Belga, olhando para o livro meio sem jeito:

— Errr... Isso está certo? — riu de nervoso. — Tenho a impressão de que o livro está apresentando os exatos sinais de...

CABUM!!!

Iris mal ouviu o término da frase do garoto, pois, após o som de uma bomba nuclear estourar pelo ambiente, a Biblioteca tornou-se um verdadeiro caos.

Gritos de um lado, correria de outro, chamas espalhando-se como água por toda parte...

Uma cena de horror, que despertou em Iris lembranças que achava ter esquecido há muito tempo...

Ela buscou fugir desses pensamentos, voltando-se para o que acontecia ao redor.

As prateleiras chacoalhavam, derrubando centenas de livros. Gritos surgiam do interior deles durante a queda. Outros que já eram alcançados pelo fogo, tornavam-se pedras e metais, e Iris conseguiu vislumbrar alguns que congelaram-se completamente como forma de defesa.

Ouvia os gritos altíssimos da madame Belga, algo como: “Salvem os livros! Salvem os livros! Meus preciosos!”.

Iris estava estática no lugar, sentindo as batidas do coração ecoarem em seus ouvidos. Não conseguia se mover. Entrara em estado de choque.

“Vou morrer aqui... Queimada viva, com os gritos de uma mulher histérica e rodeada de livros”, pensou desesperada.

De repente, saiu um pouco de seu estupor ao escutar um grito de triunfo ao seu lado:

— Isso! O detector foi atingido pela explosão! — Matt deu um largo sorriso, voltando-se para Iris. — Vem, vamos sair daqui!

Iris ficou sem reação quando ele pegou-a pela mão e a puxou consigo.

Passaram tão rapidamente pelo lugar que ia sendo encoberto pelas chamas que, após uma piscada, Iris viu-se já fora da Biblioteca.

Todos os alunos do Grupo-Experimental estavam ali, a maioria caída no chão após terem claramente se jogado para fora. Iris não teve chance de checar se estavam todos bem, pois o Ryman continuou a puxá-la, levando-a para longe dali.

— Ufa, conseguimos sair ilesos. — ele falou após pararem perto de algumas estátuas. Ao dar uma olhada na garota, que tremia sem parar, estranhou. — Ei, você está bem?

Iris estava ofegante e eletrizada, mas logo soltou sua maior preocupação:

— E a madame Belga?! Ela ainda estava lá dentro, com certeza já virou carvão!

O puro medo devia ter ficado evidente em sua voz, pois Matt desfez o sorriso e abanou as mãos como para acalmá-la.

— Ei, ei, não se preocupe com isso. — falou. — O fogo já deve ter sido controlado, basta a madame disparar uma boa quantidade de água pela varinha. Com certeza já deve ter resolvido a situação. — assegurou.

Iris ainda respirava entrecortadamente. Assustou-se com a calma que ele demonstrava perante um incêndio.

— Tem mesmo certeza disso? — não importava o que lhe dissessem; acreditava haver presenciado os últimos momentos da bibliotecária.

— Absoluta. — ele assentiu. — Bem, tenho que esfregar isso na cara de uma pessoa. — tirou o livro do casaco, convencido, começando a se afastar. No meio do caminho, parou o passo, voltando-se para ela. — Sabe, é estranho passarmos por tudo isso e nem termos nos apresentado. Matt Ryman, prazer. — estendeu a mão.

— ... Iris Legraund. — respondeu, mas achou melhor pular o "muito prazer" por... bem, não ter sentido prazer algum em relação à aventura anterior.

Ele baixou os olhos para suas mãos. Ergueu uma sobrancelha.

— Bem, parece que não serei o único a não fazer uma "visita" á Biblioteca nos próximos dias. — falou explicitamente, dando-lhe as costas e seguindo seu caminho.

Demorou alguns segundos para Iris compreender o que aquilo significava...

... Até olhar para baixo e ver que continuava segurando o exemplar "Feitiços de Proteção para Cavernas".

Tendo-o retirado sem permissão. Exatamente como ele também fizera.


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Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

Theodor Seuss Geisel, If I Ran the Zoo¹ — O termo “Nerd” apareceu documentado pela primeira vez no livro If I Ran the Zoo (1950), e ele descrevia uma criatura fictícia na narração da personagem Gerald McGrew. Demorou um pouco para que a palavra Nerd começasse a se popularizar na linguagem, sendo mais utilizada na década de 60 e 70.

Madame Belga² — Personagem Original. Acredita-se que Irma Prince, a bibliotecária da época de Harry, Rony e Hermione, tenha nascido nos anos 40 ou 50, assumindo o cargo de bibliotecária no final de 60 ou início de 70. Como ela não pôde ser utilizada para o papel, inventamos a Madame Belga! Nada de dificultoso

Matt Ryman³ — Personagem Original. Ele não faz parte de nenhuma família bruxa conhecida no Universo de HP (ou seja, inventada pela Rowling), mas, assim como no caso de Charlotte Hevensmith, cujos familiares são conhecidos por serem donos da maior rede de perfumes sofisticados, seu sobrenome é reconhecido por todos do mundo da magia pelo motivo de vários de seus antecedentes terem sido aurores famosos.

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Eaê, meus lindões e lindonas? Gostaram do capítulo? Ele foi um dos mais divertidos de escrever, isso sem dúvidas huhauahua.

O que acharam do Matt? Garoto estranho, com certeza, é melhor Iris se manter BEM longe...

Esse negócio de “Grupo-Experimental” e tals não existe nos livros da Rowling, mas, pensando bem, até que tem uma certa lógica (além de ser divertido ver essas pobres crianças sofrerem BHUABAUHUABAU!). E a Biblioteca foi pro beleléu (Hermione deve estar se revirando lá no céu kkkkk, desesperada achando que quando for a vez dela de estudar em Hogwarts não tenha uma biblioteca).

Bem, todos sabemos que “Sangue-Ruim” é uma ofensa para Nascidos-Trouxas (de acordo com Hermione: “Cujos pais não sejam bruxos”). Considerando que na época do próprio Harry Potter (1990) o preconceito ainda era grande, imaginem nas décadas anteriores?

Iris terá que se acostumar com isso, querendo ou não.

Bem, até o próximo capítulo, e vou dar um recado IMPORTANTE nas notas finais!
Bye!

Malfeito, feito. Nox.



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