Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 15
Capítulo 14 — Charlotte e Louisa


Notas iniciais do capítulo

Oiê, meus amados, bom dia *-*

Bem, como pode PREVER pelo título, algo bom não está por vir, hehe.
Fiquem ligados!



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Louisa Northrop

 

Louisa levou à boca mais um pedaço de sua torrada com geleia enquanto seus olhos observavam com certa atenção o Salão Principal.

 Quando chegara há uns dez minutos, não havia muita gente, mas agora esse cenário mudara de tal maneira que era até mesmo difícil se locomover pelos corredores que separavam as quatro mesas.

Por sorte o lugar que sempre escolhia sentar-se (perto das pontas) nunca era muito cheio. Louisa queria acreditar que isso ocorria pelo fato de o centro das mesas serem mais convidativos...

... Pois seria triste se o motivo de não ter muita gente ali fosse justamente ela.

 Mas não perdia muito tempo pensando nisso; afinal (felizmente) as pessoas tinham outras coisas para se entreterem e se ocuparem.

Seus olhos vagaram rapidamente sobre a mesa da Sonserina e, para seu alívio, August não havia dado as caras. Um ponto a mais para si. Qualquer distância daquele garoto ultrajado era uma benção. Sabia desde o início que mais cedo ou mais tarde iria ser alvo de suas críticas, como sempre acontecia desde que era pequena.

Victor Black se encontrava presente, assim como Charlotte e sua "fiel ajudante", Glória. O primeiro parecia entretido lendo um pergaminho particularmente grande que se estendia até o chão, enquanto as duas garotas estavam envolvidas em uma "agradável" conversação, dando frequentes ataques de risadinhas.

Por um momento o olhar de Charlotte bateu com o seu, mas Louisa fora tão rápida em desviar que achou que a garota nem poderia ter notado sua observação.

Era melhor assim.

O som de inúmeras enxurradas de asas se batendo adentrou o Salão, dando passagem para as costumeiras corujas e encomendas matinais.

 Um Profeta Diário vindo da coruja de um garoto ali perto foi descartado por ele, sendo jogado perto da travessa de queijos, que estava logo à frente de Louisa. Verificando se não haveria problema, Louisa pegou o jornal, feliz por ter algo para se distrair.

Não havia nada novo ou extraordinário... A matéria sobre a bruxa que ganhara a competição de chapéus espalhafatosos feitos com penas de falcão continuava a estar na primeira página, e o caso do trabalhador do Ministério que roubara os documentos sobre preparações de Poções Laxantes já havia perdido sua força...

Seus olhos então se voltaram para uma coluna em particular; era quase invisível, espremida entre dois artigos de Quadribol. O motivo de seu interesse pela coluna fora a imagem de um homem que lhe era um pouco familiar...

Decidiu lê-la:

"SUPOSTO DESAPARECIMENTO NO BECO DIAGONAL"

Cam Han Cock, mais conhecido como "velho-aloprado", 65 anos, não foi mais visto desde o último final de semana em seu costumeiro local de "trabalho", juntamente com sua humilde barraquinha de artefatos de quinta categoria — escreve o jornalista Vincent Coloty.

Uma senhorinha (que tem dificuldades de lembrar o endereço de sua própria casa) afirma convictamente que em sua última conversa com o sr. Cock (que se decorrera um dia antes de seu possível desaparecimento), ele lhe confidenciou que estava preocupado, dando a entender que alguém o encontraria mais cedo ou mais tarde, e quando isso acontecesse seria seu fim.

Ainda não se sabe se essas alegações possuem frutos verdadeiros ou se foi mais uma das "recaídas" do sr. Cock, pois sua fama de bebedeira é altamente notável e conhecida por toda a região, tendo episódios relatados de que essa não é a primeira vez que ele "desaparece", e acreditam firmemente que ele irá ser encontrado exatamente como da última vez: largado em um beco qualquer com inúmeras garrafas de bebidas jogadas ao seu redor e murmurando groguemente sua fala mais frequente: "Os vampiros não me enganarão desta vez".

Embora o caso apresente informações desconexas, as buscas pelo sr. Cock, ou "velho-aloprado", continuam. Muitos acreditam que isso é tempo perdido e que não há motivos para preocupação; valendo ressaltar que dizem que sua loucura vem aumentando cada dia mais, considerando seu último (e escandaloso) boato: de que um pedaço do famoso Cristal Maldito — um artefato mágico poderosíssimo — está escondido na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

É assegurado que o Cristal Maldito, assim como a maioria de seus pedaços, está sobre a custódia do Ministério, e que ninguém em sã consciência dará ouvidos ao famoso "velho-aloprado".

Louisa levantou os olhos até a imagem do sr. Cock novamente, onde o mostrava bradando — a aparência mais alucinada que o normal — alguma coisa.

Lembrava-se dele. Ele sempre estivera no beco desde que ela se conhecia por gente. Diziam que o sr. Cock algumas décadas atrás era o melhor vendedor de papoulas do Beco Diagonal, e recebia várias encomendas. Mas conforme o tempo foi passando, a mente dele começou a falhar, até que um dia queimou todas as papoulas que tinha e anunciou que iria começar um novo negócio — a barraquinha de artefatos que não tivera nem de perto o mesmo sucesso.

"E agora ele sumiu...", levantou as sobrancelhas, visualizando o trecho em que dizia sobre a alegações dele sobre o Cristal Maldito.

Ele só podia estar realmente bem doido...

Louisa lembrava-se vagamente do estardalhaço que foi quando o famoso Cristal fora roubado do Ministério por um grupo desconhecido alguns anos atrás.

Haviam boatos de que aquilo deveria ser mais um dos planos de Grindelwald, mas nunca foi comprovado, considerando que o Ministério conseguiu pegar de volta a maior parte do Cristal Maldito...

No entanto, infelizmente ele foi partido em diversos pedaços durante a fuga do grupo, e esses pedaços, depois de um tempo, foram tachados como desaparecidos. Não se teve também mais notícias sobre o grupo saqueador...

... Porém, de qualquer forma, era impossível que um desses pedaços estivesse em Hogwarts, que era um lugar extremamente bem protegido.

Ergueu-se do lugar e, quando foi tomando o caminho da saída, escutou várias frases soltas de pessoas que aparentemente haviam lido o artigo do sr. Cock.

 A maioria não perdeu chance em debochar:

O Cristal Maldito, o Cristal Maldito! Ele vai pegar você, Minerva... — um garoto balançava o profeta em frente ao rosto da monitora, que não parecia achar graça.

— Se não quiser que eu te leve ao zelador Rancorous é melhor calar o bico, Morris. — ela disse de um jeito bem ameaçador.

— Como você é sem graça... — o garoto fez um bico chateado, mas logo mudou seu alvo de provocações para duas terceiranistas por perto.

Louisa balançou a cabeça discretamente, atravessando as portas do Salão Principal. "É claro que iriam se aproveitar da novidade...", como sempre acontecia.

Uma coisa que Hogwarts tinha de sobra era a "ânsia por mexericos".

 

 

♠ Iris Legraund ♠

 

— Hum... Então para fazer o Alohomora o movimento é um zigue-zague vertical enquanto o Aguamenti é a mesma coisa só que na horizontal... — Iris Legraund murmurou para si mesma, os olhos passando pelas anotações que fizera no pergaminho. Fazia os gestos descritos como se segurasse uma varinha invisível.

"Não é muito difícil...", constatou para si mesma, sentindo-se de certa forma aliviada. Não seria nada bom para ela se não conseguisse acompanhar as matérias como os outros alunos — mas também não era como se tivesse obtido êxito na realização daqueles feitiços...

 Não por enquanto, pelo menos.

Decidindo que revisaria tudo depois, guardou o pergaminho no bolso, voltando a beliscar seu bolinho de chocolate com cobertura de avelã. Havia acabado de sair do Salão Principal após terminar seu desjejum, mas não se conteve em pegar mais um aperitivo para degustar enquanto andava pelos corredores.

... Principalmente bolinhos, que era de longe seu doce preferido.

Caminhava tranquilamente enquanto o saboreava, mesmo tendo ciência do alerta em sua mente, avisando-a que devia estudar e decorar mais de vinte nomes de feitiços diferentes e os movimentos utilizados para cada um até a manhã do dia seguinte para um pequeno teste que teriam com o prof. Hughes...

... Mas não iria se estressar com isso, afinal, ainda tinha o dia inteiro à disposição!

Poderiam muito bem chamá-la de irresponsável ou preguiçosa, mas, na realidade, Iris sempre gostara de fazer as coisas sem pressa. Ia se acostumando pouco a pouco com o assunto até que o entendesse por completo. Sempre jogou dessa forma, e sempre deu certo.

Era verdade que, de início, sua maior preocupação era se conseguiria se adaptar e realizar as aulas como os outros colegas.

 Não era de falar ou pensar muito no assunto, principalmente para não trazer má sorte, mas tinha sempre em sua mente a plena consciência de sua situação... Digamos: "diferenciada".

O que a confortava era o fato de ter outras pessoas que não vinham de famílias bruxas em Hogwarts — mesmo que fosse notável a baixa numerosidade.

 Contudo, teve uma agradável (e aliviante) surpresa de ver que as coisas não eram tão difíceis assim. Muitos outros primeiranistas estavam atrasados (Setrus e Violet que o digam) e, embora Iris não soubesse da teoria de... Absolutamente nada, conseguia acompanhá-los sem problemas.

E isso foi um impulso para que não se preocupasse ou se desesperasse tanto com isso, podendo fazer as coisas da forma "relaxada" que já estava acostumada. Preferia dispor sua atenção para outras coisas altamente mais interessantes...

Nada no mundo poderia tirar sua satisfação e alegria em estar vivenciando um mundo daqueles. Era como se estivesse em um verdadeiro sonho, mesmo estando acordada.

 Pensar que estava morando em um imenso castelo que nem ao menos tinha um mapeamento,  juntamente com outras centenas de pessoas, e ainda aprendendo a fazer magia!... Era uma verdadeira história digna de livros fictícios!

... Para quem acreditava que passaria a vida trabalhando na pequena loja de roupas onde sua mãe costurava, aquilo era uma baita — e bela — mudança.

Pela primeira vez em sua vida acordava extremamente feliz e energizada em saber que tinha de descer para as aulas. Gostava de todas as matérias e achava a maioria dos professores legais e admiráveis.

... Mas o que de fato superou todas as expectativas de Iris, assim como todos tagarelavam desde o início, foi a existência de um professor em Hogwarts que, literalmente, iluminava todos com suas palavras e jeito de ser.

E esse professor era Alvo Dumbledore.

Nunca havia conhecido uma pessoa como ele. O prof. Dumbledore era uma mistura de infinitas qualidades — algumas um tanto mirabolantes, tinha de concordar — que chegava a ser quase uma missão impossível descrevê-las.

 Ele era bom, gentil, generoso, inteligente, confiável... Em suma, tudo que fazia com que as pessoas ao redor desejassem estar em sua presença.

A primeira aula que tiveram com ele fora, sem descrição melhor, uma jogada-de-mestre. Depois do episódio da sala barulhenta e logo após a apresentação que tiveram com a estufa privada do prof. Beery — em que observaram os Tronquilhos trabalhando juntos —, não fora nada difícil para Iris sacar o que ele quisera fazer.

Para alguém como ela, que já ficara de castigo mais vezes do que poderia contar, era quase uma rotina ter pessoas dizendo para si o jeito certo de se comportar — sempre dando exemplos dos "alunos modelos" de cada ano, o que era um completo tédio.

 Porém, o prof. Dumbledore fizera uma tática diferente mostrando para eles aquelas criaturinhas, tanto que as aulas seguintes que tiveram com ele decorreram-se sem nenhuma interrupção ou algum comportamento de gênero mal-educado.

... Pelo menos não nas dele. As aulas dos outros professores já eram uma outra história.

De repente, Iris foi tirada de suas divagações quando seus olhos se voltaram com interesse para o final do corredor, onde havia um inconfundível tumulto, com pessoas paradas observando alguma coisa que estava adiante.

Aproximou-se curiosa, afinal, era algo raro ver alguma coisa acontecendo de diferente nos corredores que não fossem os estudantes andando calma e tranquilamente, seguindo seus caminhos sem interromper o passo — a disciplina altamente rígida imposta pelo diretor Dippet era bem conhecida...

Após poucos passos, já próxima o suficiente, pôde visualizar e reconhecer as pessoas que aparentemente eram o centro das atenções: Louisa Northrop e Charlotte Hevensmith.

As duas garotas estavam paradas próximas a uma das enormes janelas, e não precisou de muito tempo para que Iris entendesse que aquilo se tratava de uma pequena intriga entre ambas.

Charlotte tinha uma postura afrontosa enquanto Louisa parecia um pouco mais controlada, contudo, pela expressão dela, dava para perceber que estava perdendo a paciência a cada segundo que passava.

— ... É apenas uma ovelha negra de sua família, Northrop, como sempre soube que seria. Só era questão de tempo até que sua essência "inferior" viesse à tona... — a Hevensmith falava com extrema arrogância na voz, os olhos cintilando de deleite com as ofensas proferidas.

— Chega, Charlotte... — Louisa falou entredentes, a respiração saindo acelerada. — Parece que você nunca perde a oportunidade de chamar a atenção...

Vendo que a situação parecia não estar nada boa por ali, Iris se aproximou de umas colegas de classe que estavam cochichando próximas à parede enquanto observavam a "discussão".

 — Ei — chamou suas atenções. —, o que está havendo? — gesticulou na direção em que a Northrop e a Hevensmith se encontravam.

A de cabelos longos, Suzanne Roowar, foi quem lhe respondeu, lançando um olhar censurador na direção do conflito:

— Ah, uma situação extremamente incômoda; elas estão brigando no meio do corredor! — ela falara de um jeito como se aquilo fosse algo extremamente proibido.

— Isso é óbvio. — Iris deu de ombros. — Mas quem deu início ao conflito? — lançou um olhar curioso na direção das duas garotas que continuavam a discutir. Pelo o que já tinha visto e escutado da Hevensmith, as chances de ela ser a responsável eram bem altas...

— Quem se importa? — retrucou Zoe Hill. — Esse tipo de gente é assim mesmo, deve ser comum darem bom dia um para o outro com palavras rudes. Ouvi dizer que elas são primas, acredite só! — ergueu as sobrancelhas. — Nem as próprias famílias desse meio se respeitam...  Fico triste de dividir o quarto com alguém como ela. — referiu-se a Louisa.

"Primas?...", Iris se surpreendeu pelo comentário.

Charlotte Hevensmith era o tipo de pessoa que Iris não chegaria perto nem que segurasse a maior das varas de pescar, tamanha a intolerância que possuía com esse tipo de gente. Era a típica garota intragável, que andava de nariz empinado, esperando que os outros se curvassem a sua presença.

Já vira situações em que ela debochou ou humilhou algumas pessoas, começando pela pálida e frágil Emily Parker, de quem Charlotte se gabou no primeiro dia de ter empurrado no Lago Negro.

... Era uma grande diferença, em seu ponto de vista, da garota Northrop.

Claro que Iris ouvia diariamente os boatos e acusações que as pessoas dirigiam á ela pelas costas, falando que Louisa era malvada, egocêntrica e perigosa.

... Mas tudo o que Louisa fazia era se manter em seu canto. Sempre quieta, reservada e focada em livros. Iris nunca a viu fazer mal a ninguém.

— É mesmo? — ergueu uma sobrancelha na direção de Zoe. — Hum, não me parece que Louisa esteja confortável ali. — falou com voz carregada de sarcasmo. Não gostava de agir dessa forma com ninguém, mas aquelas duas tapadas estavam pedindo...

Suzanne e Zoe pareceram entender sua nítida indireta em relação à suas palavras preconceituosas. Suzanne encolheu os ombros, em um gesto de que não se importava.

— Oh, se você acha...

Quando Iris fez menção de se sair daquele diálogo incômodo, uma voz soou disparada pelo ambiente:

 — Ah! Mas não me surpreende você ser do jeito que é, uma verdadeira aberração! É só olhar para a sua detestável mãe! — Charlotte falou com um maldoso sorriso.

Foi nesse momento que Louisa pareceu perder o final da linha de seu auto-controle.

— Meça suas palavras para falar da minha mãe, Charlotte! — ela gritou, agora completamente irada e, num movimento violento, retirou a varinha das vestes e apontou na direção do rosto da outra.

As exclamações de surpresa soaram por todos os presentes que observavam a briga. Cada vez mais pessoas chegavam para ver o que estava acontecendo, e uma considerável multidão havia se formado ao redor das duas garotas. O lado bom era que Iris se encontrava na frente, possuindo a melhor visão do conflito...

 Briga essa que agora via estar realmente séria.

Iris sentiu uma pitada de preocupação lhe atingir. Olhando para os estudantes ao redor, tudo o que via refletido em seus semblantes era a intensa desaprovação enquanto miravam as duas garotas, como se elas intoxicassem o ambiente do castelo.

Voltando os olhos para a Northrop, uma sensação de piedade foi adentrando em seu interior.

 Embora Iris gostasse de assistir brigas (principalmente as que acabavam em socos e chutes), aquela em particular não dava a impressão de que iria acabar bem...

... E viu que era a hora de fazer algum coisa.

— Ei, ei! — meteu-se entre as duas, segurando o braço da Northrop (o que tinha a varinha estendida). — Acho que não é necessário que essa briga passe daqui... — voltou os olhos para o rosto de Louisa que, Iris se surpreendeu, estava repleto de fúria, ainda com os olhos pregados em Charlotte. — Vamos. — falou baixo e com firmeza.

— Não! — Louisa sacudiu a cabeça, nervosa. — Não é agora que a deixarei falar o que quiser e ficar por isso mesmo! Cansei disso!

— Oh, vejam só! Finalmente ela está se revelando... — Charlotte ergueu os braços e deu um sorrisinho satisfeito, falando debochadamente.

Iris conseguia sentir Louisa tremer pelo contato em seu braço. Com a provocação de Charlotte, a Northrop fez menção de investir contra a outra. Na mesma hora, Iris barrou-lhe o passo, segurando seu ombro com a outra mão e apertando seu pulso com ainda mais força.

Aproveitando a proximidade e ignorando Charlotte, Iris cochichou em seu ouvido:

 — Não acha que sua imagem já está manchada mais que o suficiente? — alertou. — Não seja boba, pense! Não se afunde por alguém como ela, ou quer que os outros tenham mais um novo assunto para comentar sobre você? — lançou as advertências com dureza, querendo fazê-la voltar à razão.

Ainda era evidente a raiva que pulsava pelas veias de Louisa, mas Iris começou a sentir que toda aquela carga de energia negativa coagulada dentro dela ia extravasando-se pouco a pouco.

Com o cenho franzido, a garota murmurou com um tom parcialmente derrotado:

 — Hum, tudo bem...

Isso foi o suficiente para que Iris desfizesse seu aperto.

— Hum! Mas que vergonha, Louisa. — Charlotte torceu o rosto em desaprovação. — É tão perdedora que precisa ser protegida por uma sangue-ruim. — ela proferiu as palavras com um nojo tão extremo que Iris perguntou-se como uma pessoa conseguia demonstrar uma intensa emoção dessa natureza. — Você definitivamente não para de me surpreender... — lançou um breve olhar de superioridade para Iris.

Não deu nem meio segundo para que os burburinhos ao redor se intensificassem.

 As vozes e expressões dos alunos estavam nitidamente chocadas, como se tivessem escutado um palavrão. Iris só conseguiu supor que essa reação se fez por conta do nome estranho que Charlotte referira para si.

Ao seu lado, viu Louisa levantar as sobrancelhas perplexa.

 — Charlotte! — exclamou alto, como se não cresse no que tinha ouvido. — Como pôde falar isso?! — balançou a cabeça aturdida.

Iris piscou os olhos confusa. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, uma voz bruta e rouca que arrepiaria os pelos da nuca de um careca (se isso fosse possível), trovejou alguns metros ao longe, vinda da direção que Iris viera do salão:

 — O que está havendo aqui? Que baderna é essa no corredor?

— O zelador Rancorous! — alguém alertou alarmado.

 Não deu nem dois segundos para que a multidão começasse a se dispersar, como porcos fugindo da feijoada.

 Iris apenas conseguiu ver de relance Charlotte mirar-lhe friamente, assim como Louisa também, antes de virar o rosto e sair puxando Glória Tudor atrás de si.

Sendo pega pela adrenalina temerosa ao redor, Iris pegou Louisa rapidamente pelo braço, disposta a sair de lá o mais rápido possível.

— Vem, vamos logo!

E desataram a correr.


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Notas finais do capítulo

Acho que eu já comentei que ADORO escrever treta, não é? Mas quem não gosta de um bom bate boca, com muito argumento bom, daqueles que nos fazem gritar “OHHHHHHH, NÃO DEIXAVA!”. Pois é, eu amo isso *-*

Essa Charlotte Hevensmith é tipo um Malfoy 2.0. Que garotinha nojenta, né? Me dá raiva até quando leio os capítulos em que ela aparece.

Louisa, como sempre, continua sendo repudiada por todos. Sinceramente, eu na situação dela não saberia o que fazer. É horrível estar num ambiente em que todos te olham torto e falam mal de você. Digo isso como alguém que já passou por algo assim um dia.

Iris é bem valentona e justiceira. Essa personagem é muito útil na maioria das vezes para amenizar as situações tensas.

Espero que tenham gostado e comentem o que acharam do capítulo como um todo. O próximo é bem curtinho, pois será um tipo de “conversa-sobre-a-vida” entre Louisa e Iris.

Bem... Quase uma discussão, na verdade. Hehe.

Até o próximo, nos vemos daqui a pouquinho!

Malfeito, feito. Nox.



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