Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 14
Capítulo 13 — August Lestrange


Notas iniciais do capítulo

A única coisa que vou falar para vocês, caros leitores:

PREPARA A PIPOCA QUE VEM TRETA POR AÍ!!!!

Como podem ver um novo personagem será apresentado... E não vai ser nada agradável, hehe.

Sem mais delongas, bora para o texto!



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Louisa Northrop

 

— É dessa garota sobre quem todos estão falando?

— Essa mesma... Melhor sairmos daqui. Nunca que eu ficaria próximo a alguém como ela...

— Quem é ela, afinal?

— Alguém daquela família ruim de quem te falei, lembra? A Northrop...

— Ah... Ela é estranha, não? Sempre tão quieta...

— Meus pais sempre me avisaram que essa gente é meio esquisita mesmo, mas isso não engana ninguém. Sempre houveram os rumores...

— Ah sim, aqueles rumores... Que a família dela foi mancomunada com aquele homem...

— Sim... Gellert Grindelwald.

 

[...]

 

Era mais que comum para Louisa Northrop escutar comentários assim todo santo dia. Tentava com todas as forças não guardar dentro do coração toda aquela raiva e rancor alheio da qual estava sendo alvo, mas, como sempre, estava sendo uma tarefa mais difícil do que esperava.

Suas primeiras semanas em Hogwarts não se decorreram precisamente "bem" como expectava. Era rejeitada pela própria casa, assim como por todo o resto do castelo...

No momento, estava deitada em sua confortável cama, olhando para o teto de madeira enquanto pensava em sua situação. Ainda era muito cedo, mas sabia que era apenas questão de tempo até que suas colegas de quarto acordassem para mais um novo dia no castelo...

... Rotina essa que estava sendo uma verdadeira provação para Louisa.

Cada dia que passava naquele lugar, sentia como se houvesse conseguido tal êxito por meio de um esforço bem maior do que seu corpo e mente possuíam.

 Realmente sua mãe estava certa: o castelo em si parecia ser bem legal, os professores eram qualificados, assim como quem gerenciava tudo aquilo. Contudo, não era nada fácil para Louisa o fato de que, embora morasse agora no melhor lugar do mundo, não conseguia ser aceita ou obter o respeito de um único colega...

 ...E isso já possuía peso suficiente para alimentar a sensação de que tudo não era tão maravilhoso assim como parecia...

E toda essa má sensação começava a partir do momento em que acordava naquele dormitório — o que envolvia claramente suas companheiras de quarto.

Por mais que Suzanne Roowar e Zoe Hill houvessem sido amigáveis consigo no começo da viagem no trem, aquela boa confraternização não passara dali. Elas mostravam ser uma das pessoas que mais lhe evitavam, sempre virando o rosto ou fingindo que estavam ocupadas demais para não ter de se dirigir a sua pessoa.

E tudo por causa de seu sobrenome...

Mas sabia que seria assim desde que saíra do trem ainda recebendo olhares tortos de seus colegas de cabine. Afinal, se eles haviam tido aquela reação ao saberem quem de fato Louisa realmente era, por que com o resto seria diferente?

Passava praticamente o tempo todo sozinha. E por esse motivo se focava em estudar o máximo que conseguia.

Felizmente, os professores não pareciam ligar para simples boatos sobre a família dos outros, e sempre lhe parabenizavam por sua inteligência e eficiência nas aulas. Diziam que naquela nova geração de primeiranistas, como sempre, haviam preciosos achados...

Por isso Louisa buscava se entreter no que era boa, que no caso (pelo menos no presente momento) se tratava dos estudos. Mas, ainda assim, isso não servia para que conseguisse sentir-se menos solitária...

Ainda deitada, começou a ser alvo de um agoniante sufoco na região do peito, situação que acontecia sempre que se pegava pensando nos recentes problemas de sua vida.

 Afinal, o que estava fazendo naquele lugar? Por que não estava em casa, junto aos pais, seu verdadeiro refúgio? Por que continuar a insistir em permanecer num local que só fazia-lhe ficar mal?

Virou o rosto para as outras camas do cômodo, checando se as meninas ainda não haviam acordado. Felizmente elas ainda se encontravam em estado de sono, mas sabia que aquilo mudaria em questão de poucos minutos — pelo menos considerando o leve, mas suficiente, conhecimento que Louisa possuía em relação aos horários de despertar delas...

Levantou-se na mesma hora e, após arrumar a cama rapidamente, mas com cuidado, apressou-se em se vestir. Não aguentaria receber mais olhares embaraçosos e esquivos; sempre que isso acontecia logo de manhã, sentia seu dia afundar completamente.

Enquanto colocava a capa preta do uniforme, assustou-se momentaneamente ao ouvir um bocejo sonolento cortar o silêncio do espaço. Viu que ele viera de Iris Legraund, que (para sua sorte) continuava com os olhos fechados, imersa em seus próprios sonhos...

Louisa tinha a impressão de que uma das únicas pessoas que não lhe tratava de maneira diferente era a garota de cabelos vermelhos extremamente volumosos.

 Iris por vezes lhe cumprimentava ou tentava começar uma conversa casual, mas geralmente não obtinha muito sucesso com isso.

A verdade era que Louisa não sabia como se entrosar muito bem com pessoas desconhecidas e amigáveis. Além dos pais, não conhecia ninguém que possuísse bom caráter.

 Olhando para o rosto dorminhoco de Iris, lembrou-se vagamente de uma quase conversa que haviam tido há alguns dias...

— Aqui é muito legal, não? — havia sido surpreendida com a voz de Iris enquanto terminava de escrever uma carta na escrivaninha ao lado da própria cama. A mesa da colega (que não era muito distante), diferente da sua, encontrava-se sempre num estado bem desorganizado, com pergaminhos e penas espalhados para todo o lado.

— Ah... Acho que sim. — Louisa respondeu após alguns segundos, voltando a escrever. Sentiu-se particularmente estranha e quase um pouco intimidada de estar falando com alguém que aparentemente não queria lhe menosprezar.

— É como se tudo isso fosse um sonho que estou tendo o prazer e a sorte de experienciar... — a garota suspirou, parecendo estar sentindo-se mesmo dentro de um conto de fadas. — Está escrevendo uma carta? — ela estreitou os olhos curiosamente para o pergaminho que Louisa ainda rabiscava sem interrupções. — Eu achei extremamente divertida a ideia de corujas mandarem as correspondências... Oh, olhe só, é a sua coruja? — ela perguntou após Alva entrar de repente pela janela, pousando no braço estendido de Louisa, recolhendo as asas em seguida.

— Sim... — respondeu enquanto terminava de lacrar a carta por intermédio da varinha, uma vez que tinha a coruja pousada no outro braço.

— Acho-as muito bonitas e espertas... — Iris então fez expressão pensativa. — Mas não faço ideia de como elas sabem para onde devem ir quando vão entregar todas aquelas cartas... — olhou para Louisa. — Ei, você já...

— Preciso fazer algo agora, desculpe.

Depois daquilo Louisa saiu do dormitório — e da conversa.

 Isso estava sendo um dilema bem chato para Louisa. Queria sim o apreço dos outros, mas nunca sabia bem como conversar e introduzir algum assunto quando recebia o próprio de alguém. Definitivamente precisava aprender um pouco mais sobre comunicação...

O caso de Iris não agir igual ao resto quando o assunto tinha a ver consigo poderia até lhe incentivar a sentir-se um pouco melhor, mas não era dessa maneira que Louisa enxergava as coisas.

Embora a colega fosse gentil, Louisa sabia perfeitamente que aquilo dava-se apenas por conta de ela não saber sobre certos assuntos. Iris se tratava de uma nascida-trouxa, portanto ainda estava aprendendo as normas e conceitos de tudo. Era apenas questão de tempo até que ela mudasse a opinião sobre sua pessoa.

Terminando de se vestir, Louisa foi até o criado-mudo e pegou sua bolsa com todas as coisas que precisaria usar naquele dia. Não voltaria para o dormitório depois, então era melhor já estar equipada com seus materiais de estudo.

Saiu do quarto e desceu até a Sala Comunal, que felizmente se encontrava vazia. Já havia virado rotina Louisa aparecer num cômodo e as pessoas brecarem suas conversas abruptamente, encarando-a em um silêncio constrangedor. Elas só voltavam a falar no momento em que Louisa ficava fora de visão.

Sendo assim, Louisa saiu pelo retrato, desviando das intermináveis perguntas de Mister Narciso sobre ela ter reparado o quanto ele estava mais belo naquela manhã do que na anterior.

Mister Narciso era o que o nome dizia: um retrato totalmente e completamente apaixonado pela própria beleza.

Ele realmente era belo, na verdade, um dos rapazes mais belos que qualquer pessoa veria na vida. Louisa só preferiria que Hogwarts houvesse escolhido uma pessoa mais capacitada para permitir a entrada dos estudantes na Sala Comunal...

Mister Narciso sempre passava o tempo se olhando em um espelho, ignorando os pedidos dos alunos em abrir o retrato de uma vez. Na verdade, seu passatempo preferido (depois de admirar a si próprio) era conversar com os jovens sobre sua “demasiada beleza exuberante”.

Essas “conversas-constrangedoras” foi o principal motivo que levou a maioria dos garotos a saírem a procura de alguma menina desavisada, na esperança de que ela tivesse que sofrer nas mãos de Mister Narciso enquanto eles sumiam para dentro da Sala Comunal.

Após acordá-la de seu cochilo (que ele nomeava como "sono de beleza"), Louisa pronunciou a senha (Mister Narciso — a maior beldade já existente neste mundo) e saiu para o corredor do sétimo andar.

Começando a se locomover, foi descendo os intermináveis lances de escada, e por vezes precisava parar para esperar que elas mudassem de lugar.

Há alguns dias, enquanto saía de uma aula particularmente exaustante de Herbologia, Louisa soube por meio de uma aluna que conversava com uma das curandeiras do castelo, que já houveram pessoas que, distraídas demais, caíram lá embaixo no momento em que as escadas se moveram.

A curandeira disse que, das pessoas que caíram, apenas uma minoria não havia se dado tão mal: “Só foram alguns ossos, clavículas e costelas quebradas, nada demais”, a mulher falara tranquilamente.

Louisa continuou seu caminho, terminando de descer o restante das escadarias até o 4° andar. Sabia para onde queria ir, sentia que precisava desabafar outra vez com os pais...

Após alguns minutos, se encaminhou para fora do castelo, avistando a torre circular onde se situava o Corujal. Foi subindo os lances de escada em espiral, já escutando alguns sons das aves, e saiu num espaço grande e muitíssimo escuro por ainda estar cedo.

Passou os olhos rapidamente por todos aqueles intermináveis leitos de corujas. A maior parte delas estava dormindo. Aquele lugar não era nada limpo, com titicas de corujas espalhadas por todo lado. O cheiro era igualmente ruim. Perguntou-se intimamente há quanto tempo o local não passava por uma boa limpeza...

Contudo, ao visualizar as sonolentas corujas, sentiu-se bem apenas em vê-las, pois elas representavam o intermédio que todos possuíam com seus lares.

Aproximando-se de um leito em particular, avistou Alva. Ela dormia com a cabecinha espremida debaixo da asa. Decidiu não acordá-la no momento, pois ainda precisava escrever a carta.

Perto das paredes de pedra do Corujal, haviam algumas passagens com escadas circulares, que continuariam mais para cima, todas possuindo leitos. Sentou-se na base de uma mais próxima, colocando a bolsa sobre o colo. Abriu-a e tirou um pedaço de pergaminho, pena e tinteiro — tudo o que precisava para fazer uma carta.

O médio silêncio do local era cortado com o arranhar suave da pena sobre o papel, que era preenchido por palavras cansadas e com falso sentimento de esperança. Afinal, Louisa ainda precisava mostrar aos pais que possuía fé de que as coisas melhorariam, mesmo que isso não fosse cem por cento verdade.

"Queridos papai e mamãe"

As coisas por aqui continuam na mesma. O castelo é na medida do possível agradável, e estou sendo bastante elogiada em minha performance nos estudos, assim como recebendo pontos para a Grifinória por meio deles. Pretendo manter esse êxito, pois é algo que me distrai.

Infelizmente ainda estou tendo problemas em fazer amigos. Não é todo mundo que deseja... Bem, se aproximar, mas prevejo que talvez isso mude em breve.

Não se preocupem muito comigo, é verdade que estou meio desanimada, mas isso logo passará. E respondendo sua pergunta da outra carta, papai, acho o prof. Dumbledore simplesmente fantástico. Estavam certos de tudo o que contaram sobre ele.

Suspirou. Ter de ficar fingindo que estava conseguindo passar com confiança por tudo aquilo era mais do que frustrante. Mas sabia que, no momento, era melhor assim. Eles se preocupariam demais se soubessem como realmente estava se sentindo...

Molhou um pouco mais a pena no tinteiro, voltando a riscar o pergaminho.

Espero que o Natal não tarde a chegar para nos encontrarmos logo, estou com muitas saudades. Preciso parar por agora, mas...

— Sempre fraca, não é?

Foi interrompida de continuar a escrever ao escutar aquela inflexível (e conhecida) voz.

Levantou a cabeça, vendo August Lestrange¹ lhe encarando de volta. Ele olhava-lhe com evidente ar de desleixo, embora a expressão se mostrasse ligeiramente impassível.

Com a imediata frustração que lhe assolou completamente, assim como um desconforto descomunal, Louisa baixou com incômodo a cabeça de volta ao colo, desejando não transpassar fraqueza diante dele. De todos que poderiam ser, por que tinha de encontrar justo ele por lá?

Realmente sua sorte estava mais impressionante do que nunca.

— Não me incomode, August. — declarou somente em claro tom de aviso, informando que não estava com a paciência tão alta no momento.

Para sua sorte, ele permaneceu quieto por alguns segundos, apenas mirando-lhe de maneira indecifrável. Não demorou muito para escutar o som dos passos dele que, pela visão periférica, viu se aproximar de um leito em particular — que infelizmente ficava perto da escada em que Louisa se encontrava sentada.

Lamentou não ter reconhecido a coruja dele, pois assim como seu caso com Alva, o garoto também a possuía há anos. Se houvesse prestado atenção nesse fato, talvez tivesse evitado aquele encontro inconveniente...

Imaginou que ele devia estar a acordando, certamente querendo enviar uma carta também...

— Não se faça de coitada, Louisa. — a voz dele cortou o silêncio, falando com clara apatia. — Você sabe que merece o que está passando, e isso tudo é por decorrência de sua pura teimosia.

Olhou-o. August realmente havia mudado bastante desde a última vez que haviam se visto, principalmente no quesito de aparência.

Mesmo com o cômodo inteiro estando um pouco escuro, reconhecia em seu rosto os belos traços que ele havia herdado da sra. Lestrange, que sempre possuíra beleza altamente notável — característica essa que seus filhos não fugiam a regra. Por vezes, Louisa já havia escutado comentários soltos de algumas garotas sobre o Lestrange, e em como ele era atraente. Com o esperto e descontraído Victor Black a situação também não era diferente.

"Mas pelo jeito a grosseria continua a mesma...", irritou-se. Sempre tivera problemas com os filhos dos amigos de seus pais, mas com August parecia ser algo mais intenso. Ele lhe detestava desde que se conhecia por gente.

Atentou-se ante a declaração que ele havia feito sobre ela merecer todos os problemas que estavam lhe assolando... Sentiu-se confusa por um momento.

 — Por que acha isso?

Ele voltou os belíssimos olhos cinzas-prateados em sua direção, aspecto que também havia herdado da elegante sra. Lestrange.

 — Ainda pergunta? — questionou com o máximo de insensibilidade, voltando a despertar a própria coruja. — Nunca foi novidade nenhuma o fato de você sempre querer ser diferente dos que te cercam, mas não achei que desgraçaria o nome da sua família tão depressa...

— Meus pais não parecem nada infelizes com a minha situação. — informou, tentando passar desinteresse com a forma que ele estava se expressando.

— Sabe bem o que eu quis dizer. — ele retrucou com frieza, lhe encarando por alguns segundos. — Não existe apenas você e seus queridos pais em sua família.

Louisa tentou conter a vontade de suspirar pesadamente. Assim como toda conversa que já havia tido com ele, aquela estava se encaminhando para um caminho igualmente ruim.

Olhou de volta para a carta em seu colo, incompleta. Se queria evitar discutir, precisava mandar Alva levar logo aquela carta e sair depressa dali.

Terminou-a rapidamente, se levantando e indo até a claríssima coruja, apressando-se em acordá-la e, após enrolar o pequeno envelope, prendeu-o cuidadosamente em sua perna. Ela estava um pouco grogue, mas pareceu feliz em fazer uma rara entrega.

— Não entendo o motivo de você agir assim. — August voltou a comentar a suas costas, soltando a coruja fêmea por uma das milhares janelas do local. — Se soubesse pensar e se comportar devidamente de acordo com os padrões de sua essência, seria claramente mais fácil.

Atentou-se a essa última parte enquanto também mandava Alva aos ares.

 Na mesma hora o enfezamento que tentava suprimir cobriu-lhe completamente a cabeça. Virou-se instintivamente.

— Me comportar para quê? Apenas para ser igual a você e os outros? — perguntou com raiva, contudo, mesmo assim, buscou não se alterar da forma que sentia vontade. — Qual seria o caminho certo? Eu ter caído na Sonserina? Eu, desde pequena, tratar os outros com inferioridade e desprezo igual vocês fazem? Ser olhada com maus olhos por todo mundo?

— E isso já não está acontecendo? — ele interrompeu sério e óbvio, os olhos esboçando ar ligeiramente entediado.

Louisa perdeu a fala por alguns segundos, lembrando das expressões de raiva, preconceito e estranhamento que eram esboçadas toda vez que os olhos dos outros caiam sobre sua imagem.

Ele estava certo, aquilo já estava acontecendo... Mesmo com todas as suas intensas atitudes justas e sem descaso para com os outros, ainda assim estava sendo discriminada...

A injustiça era mesmo muito grande. Por que isso tinha de acontecer logo com ela?

— Mas... — começou com nervosismo, procurando palavras que não lhe deixassem inferior naquela discussão. — Isso é tudo por conta da fama dos membros da minha família, fato que logo perceberão que não possuo a menor semelhança!

Pela primeira vez os lábios dele se repuxaram num nefando sorriso, os olhos cintilando de divertimento.

— Isso é a mesma coisa para mim.

Louisa permaneceu encarando-o impassível, mas por dentro desacreditada com o tamanho desprezo que ele possuía e transpassava desde que era pequeno.

Tentou manter a calma com o máximo de vigor, sabendo que não valia a pena se zangar de verdade. Ele ser cruel consigo nunca fora novidade nenhuma para ninguém, muito menos para si mesma.

Afastou-se da janela, indo até ele com passos sólidos e sem insegurança. Não o deixaria falar o que bem entendia e ficar por aquilo mesmo.

— Olhe aqui — começou seriamente ao parar em sua frente, os olhos contendo um ar firme fixos nos dele. —, sei melhor do que ninguém que sim, estou tendo problemas em me adaptar... — ele não esboçou nenhuma reação ou sinal que iria interrompê-la, lhe dando força para continuar. — Mas posso assegurar que, por mais que eu esteja com dificuldades na Grifinória, prefiro mil vezes estar onde estou do que ter sido mandada para sua casa. Seria definitivamente muito pior. — fez questão de não esconder o desprezo que aquela ideia lhe fazia sentir. — E exatamente por isso — respirou fundo, visando terminar aquela conversa o mais rápido que podia. — que agradeceria profundamente se você não ajudasse a aumentar meus problemas com sua opinião altamente inconveniente.

— Insolente... — percebeu pelos olhos frios dele que havia conseguido aborrecê-lo de verdade com sua "educada" declaração.

— Eu insolente? — levantou as sobrancelhas em surpresa, sentindo o interior se encher de indignação. — Você me trata com insolência desde que nasci, August! Não inverta os papéis agora!

— Inverter? — o garoto franziu o cenho, agora parecendo ficar verdadeiramente irritado. — Você quem sempre foi desprezível, Louisa! — retrucou com extrema arrogância. — Se acha melhor do que todos apenas por pensar dessa maneira insalubre, sendo que está completamente errada!

— Errado aqui é você, August! Apenas você!... — continuou encarando-o com raiva, mas agora constatando que haviam chegado ao ponto que sempre chegavam: os dois perdendo igualmente a paciência um com o outro. Desviou o olhar, apertando a manga das vestes com força, balançando a cabeça. — Quer saber? — perdendo completamente a capacidade de ficar por mais um segundo sequer na presença dele, começou a caminhar em direção a saída. — É impossível falar com você!

— E acha que é fácil falar com você? — ele retrucou com irritação, mas não lhe seguiu, o que Louisa achou a única coisa boa naquilo tudo.

Foi descendo os lances de escada com raiva e indignação que sempre sentia após brigar com ele, sem tirar o sentimento ligeiramente confuso que fincava-se sobre seu ser.

Por que ele era tão desprezível consigo? Era verdade que nunca haviam se dado bem, pois ambas as partes nunca foram de suportar uma a outra, contudo, mesmo assim, era sempre ele quem vinha puxar briga primeiro...

... Mas era claro que tinha o conhecimento de que era seu jeito que o incomodava.

Aparentemente ele nunca mostrou entender o fato de uma garota que possuía a linhagem sanguínea como ela, preferir aderir outros métodos de caminhos para seguir na vida. Porém, isso não dava a ele o direito de controlar as condutas que escolhia tomar.

Louisa foi afastando-se do Corujal, entrando novamente no castelo e buscando tirar aquela chata e inconveniente discussão da cabeça.


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Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

August Lestrange¹ — Personagem Original. Como parte da família Lestrange, tivemos que colocá-lo em algum ramo da Árvore Genealógica; contudo, não há muitas informações em relação á ela (a dos Black é bem mais farta). August seria como um primo distante do Lestrange que estudou com Tom Riddle, e acredita-se que ESSE Lestrange em particular (da época do Voldemort) é o pai de Rabastan e Rodolfo Lestrange (futuro marido de Bellatriz).

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Antes de qualquer pronunciamento da minha parte eu NECESSITO dizer uma coisa:

EU. AMO. FAZER. TRETASSSSSSS!!!

Sério gente, alguém mais aqui adora fazer uma discussão? Se fosse por mim eu faria um livro inteirinho só de tretas, pois são minhas cenas F-A-V-O-R-I-T-A-S.

O que acharam do August? É, ele é bem babacão mesmo, mas aguardem que vem MUITO mais por aí, hehe

Tadinha da Louisa, né? Puxa, eu sinto uma pena terrível dela nesse início de história... Será que algum dia vai melhorar? Veremos...

O que eu ADORO na Louisa é que mesmo sendo uma "madame" ela não leva desaforo para casa não! Isso aí, mulheres de atitude!
Comentem, digam o que estão achando (essa é a hora para vocês, leitores fantasmas, ressuscitarem á vida, ok?).

... Se for um trabalho muito difícil eu posso pegar a Pedra da Ressurreição para acelerar as coisas. Bem, isso se eu tivesse ela aqui comigo, né.

Ok! Próximo capítulo semana que vem! Até lá!

Malfeito, feito. Nox.



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