Hogwarts e o Mistério do Cristal Maldito — Vol 1 escrita por Linesahh


Capítulo 12
Capítulo 11 — Alvo Dumbledore, o Professor de Transfiguração


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeee!! Estou muito animada para esse capítulo! Como diz o nome, já sabem o que esperar, né? Teremos uma aula de Alvo Dumbledore!!! Mas que emoção!

Bem, sem mais delongas, bora para o capítulo!



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Emily Parker

 

Os primeiros dias no castelo passaram com uma velocidade imensa para Emily, mas não era para menos.

A rotina de todos era bem cheia. Sempre havia algo para se fazer, e os horários livres já estavam sendo preenchidos com diversas tarefas que alguns de seus professores já começavam a passar. Parecia que cada hora disponível já estava devidamente ajustada para alguma atividade.

Emily constatou o fato logo de início: a disciplina era realmente muito rigorosa.

Viu que seus dias iriam se basear em acordar, comer e, principalmente, estudar. Por enquanto, não haviam tido nenhuma aula prática, por estarem na primeira semana, mas isso não queria dizer que não tinham absolutamente nada para se fazer.

Precisavam desde já começarem a ler os assuntos contidos nos livros, e tentar pelo menos absorver alguma coisa para quando uma pergunta era feita de forma aleatória nas aulas teóricas. Se ninguém soubesse a resposta: mais lições extras.

Em relação a esse caso em particular, na maioria das vezes a turma era salva (ironicamente) pela Northrop.

Louisa rapidamente mostrou-se muito estudiosa e com certa vocação na maioria das matérias. Possuía conhecimentos suficientes para responder às indagações, recebendo muitos elogios dos professores, assim como vários “pontos” para a Grifinória.

De início, Emily não compreendera o que queria dizer os tais pontos, e sua curiosidade aumentou em uma ocasião em particular quando um garoto mais velho, Kennedy Thompson, espirrara água contra as vestes de uma colega de turma — o episódio fora visto pela professora de Poções, Rosa Picquery, e ela descontou 10 pontos dele (Thompson foi linchado com bombas fedorentas naquela noite na Sala Comunal da Grifinória).

Anne, então, lhe explicara que os pontos eram um tipo de “competição de autonomia” entre as quatro casas. Se você fosse malcriado, perdia pontos; em contrapartida, se fosse um aluno exemplar, obtinha-se pontos.

De qualquer forma, mesmo com a “ajudinha” da Northrop, a opinião de quase todos sobre ela não havia se alterado uma fagulha sequer. A menina continuava a sentar-se sozinha nas refeições, assim como na Sala Comunal, quando era-se vista por lá. Passava a maior parte do tempo lendo algum livro.

Emily não conversara com ela nenhuma vez (não que também tivesse trocado muitas palavras com outras pessoas), e, com as conversações alheias que escutava com certa frequência, começava pouco a pouco a compreender o receio de muitos.

Ao que parecia, haviam boatos de que a família dela era mancomunada com o tal Gellert Grindelwald (um bruxo muito, muitíssimo malvado, pelo que lhe relataram), e por isso afirmavam que ela não era boa coisa.

Diziam que haviam outras famílias “ruins” em Hogwarts, e que a maioria ocupava a casa Sonserina. Emily não conhecia nenhum nome ou rosto, apenas o de uma garota: a tal Charlotte Hevensmith.

... E a primeira experiência que tivera com ela não fora nada agradável.

O incidente, como todos diziam, de ter “caído” do barquinho quando atravessavam o Lago Negro, não foi bem um descuido de Emily.

Emily lembrava-se que, quando todos se ergueram para ter uma boa visão do castelo que despontava por trás das montanhas, sentiu um certo par de mãos a empurrar para fora do barquinho.

Quando retornara à deriva e superara o susto de quase ter se afogado — isso sem contar com aquele braço gigante de Lula que a tirara da água (Emily quase desmaiara quando sentiu a criatura lhe enlaçar), tentou esquecer o episódio e fazer de conta que fora realmente uma acidente...

Entretanto, essa impressão logo foi contestada quando, após adentrar o Salão Principal para o almoço no dia seguinte, a Hevensmith (que estava saindo) olhou-lhe e sorriu cinicamente: “Vejo que se encontra seca hoje, isso é uma boa notícia, querida, mas é melhor ficar em alerta”, e saiu às gargalhadas com outra amiga.

Emily se sentiu bem mal após isso; sua vontade fora de se trancar no dormitório e passar o resto do dia lá.

Não sabia o motivo de ela ter-lhe feito aquilo, nem ao menos haviam trocado sequer uma palavra quando dividiram o barquinho...

... Seu único consolo foi quando o homem gentil a secara. Havia sido uma atitude muito bondosa, pois não seria legal adentrar o castelo ensopada do jeito que estava.

Só mais tarde dera-se conta que ele era a pessoa da qual todos não paravam, nem por um segundo, de falar. Alvo Dumbledore era um tipo de divindade na visão da maioria, que o denominavam como: incrível, espetacular, fantástico, fenomenal... Dentre outros adjetivos semelhantes.

O professor não podia andar alguns passos pelos corredores que já era idolatrado e admirado por muitos “fãs”, que não paravam de dizer o quanto ele era uma pessoa extraordinária. Ele atendia a todos com muita generosidade, nunca com impaciência, e seguia seu caminho explicando calmamente que tinha diversas pendências para resolver.

— Não vejo a hora de termos a primeira aula com ele! — era a frase mais escutada entre os novatos grifinórios, que esperavam ansiosamente pelo primeiro aprendizado com o professor de Transfiguração.

Para a infelicidade de muitos, só teriam aulas dele nas quintas-feiras, o que era uma “espera-mortificante” na opinião de todos...

Quando o dia de quinta amanheceu, foi com alegria e agitação que os grifinórios desceram para o café da manhã, ansiosíssimos pela aula que teriam a seguir.

Após adentrarem a sala de Transfiguração, que se encontrava aberta para todos, um silêncio pairava sobre suas cabeças, as atenções voltadas em esquadrinhar e observar seu interior.

Era um ambiente claro, luminoso, com janelas totalmente abertas, revelando a visão do lado de fora, onde se podia vislumbrar as copas de milhares de árvores ao longe. A sala possuía cores neutras, mas que ficavam com um brilho a mais com a luz exterior. Não haviam cortinas.

Emily visualizava cada canto do local atentamente, um pouco encolhida em meio aos colegas. Estava em um misto de curiosidade e preocupação em relação ao que aprenderiam naquele novo dia.

Haviam algumas prateleiras chamativas nas laterais da sala, dando para ver que eram frequentemente lustradas; carregavam livros, recipientes e diversos objetos esquisitos e aleatórios, contudo, todos organizados com perfeição.

Uma prateleira em particular, mais no fundo da sala, portava o que pareciam ser vários tipos de troféus e gravuras que o professor deveria ter conquistado no decorrer de sua vida. Um grande poleiro estava localizado ao lado da espaçosa mesa do professor, fazendo Emily se perguntar temerosamente se não haveria alguma ave à espreita.

Para fechar o quadro, na parede atrás da mesa principal, havia uma placa prateada pregada em sua extensão, contendo, o que logo reconheceu, curiosamente, pinos de boliche¹.

Enfim, os olhos de todos se voltaram para a figura, até então despercebida, postada em frente à uma das grandes janelas. O prof. Dumbledore parecia estar comtemplando os terrenos do castelo, a brisa batendo levemente em seus cabelos longos acajus. Não dera sinal de ter notado a entrada dos alunos.

Todos se olhavam com expectativa, esperando pelo primeiro movimento do tão admirado professor. Alguns até mesmo esfregavam nervosamente as palmas como auxílio para manter a calma.

O prof. Dumbledore inclinou a cabeça, parecendo querer expandir seu olhar ainda mais além do que a paisagem mostrava.

— Como é bela a natureza... — a voz dele saiu suave, parecendo falar consigo mesmo. — É como se, com um único olhar apreciador nosso para com ela, nossos dramas íntimos fossem reduzidos ao menos um tantinho. E sem contar que também faz abrir, de certa forma, nova rotas para que possamos resolvê-los por completo.

As palavras repentinas do professor surpreendeu os alunos, que se entreolharam sem entender. Ele havia percebido a presença deles ali?

— Oras — ele continuou, o olhar ainda pregado no lado de fora. —, imagino que a aula não poderá dar-se início se vocês continuarem parados aí. — ele finalmente afastou-se da janela, esquadrinhando a turma que se olhava em estado alarmado. Ele sorriu. — Podem se sentar. — indicou as carteiras duplas, como um gesto cortês de boas-vindas.

Com a deixa, todos trataram de se mexer, postando-se rapidamente sobre as cadeiras. Emily ficou um pouco perdida, mas felizmente Anne chamou sua atenção alguns metros adiante, fazendo um sinal para que se juntasse á ela numa das carteiras do meio.

Após todos se acomodarem, o prof. Dumbledore se dirigiu até em frente à sua mesa. Olhou para todos com singela energia nas íris:

— Creio que já fomos apresentados antes de suas entradas no grande salão para a Seleção das Casas — todos assentiram. —, contudo, não se pode deixar de lado as formalidades. Sou Alvo Dumbledore, professor de Transfiguração. Devo avisar também que sou diretor da Casa Grifínória, ou seja, de vocês, e peço que para quaisquer dúvidas ou problemas de natureza letais e catastróficas, venham relatá-los a mim.

Assentiram novamente.

“A Transfiguração é, resumidamente, a arte de mudar a forma ou aparência de um objeto, como também pessoas. Como todas as outras disciplinas, ela apresenta seu nível de complexidade, sendo cada desafio mais dificultoso do que o anterior. É como começar com um grão de arroz e terminar com o maior dos dragões. — Emily sentiu-se tremer diante da frase, “Dragões?!”, seu queixo caiu. Ele só podia estar brincando, não é? — Ensinarei a vocês tudo que sei ao longo dos sete anos de jornada que terão aqui. – todos se olharam com euforia. — Vamos começ...

Vrushhh!

Repentinamente, para a surpresa de todos, uma ave adentrou as janelas abertas com suas enormes asas, fazendo um barulho de vento ensurdecedor. Ela deu um giro solene pelo arredor da sala antes de pousar perfeitamente em seu poleiro, as asas se fechando sobre o corpo e o rosto pontudo voltando-se para os alunos, que viram toda a cena hipnotizados.

Emily quase sentira-se desfalecer quando vira a criatura, o coração martelando de medo dentro do peito. Quando conseguiu abrir os olhos, focalizou a ave majestosa que parecia se exibir para os convidados.

Suas penas eram vermelhas, sendo a cauda cor de ouro que chegava a cegar pela resplandescência da luz de fora; parecia tão longa quanto a de um pavão. Deveria ter o tamanho de um cisne. As garras, juntamente com o bico longo, eram dourados como a cauda, o que era um contraste com seus olhos completamente negros.

A turma toda (que aparentemente se esforçara para manter-se quieta e educada), finalmente explodiu após a cena esplendida — os alunos colocaram suas verdadeiras emoções finalmente para fora.

— Professor, essa é a famosa Fawkes²? Sua fênix de quem todos sempre falam? É tão magnifica! — Derek Hawley, um garoto magrelo, ergueu-se fascinado de sua cadeira.

— Prof. Dumbledore! É verdade que você recebeu a Ordem de Merlim, Primeira Classe³?

— E é verdade que seu doce preferido é sorvete de limão?

O professor olhava para todos como se tivesse sido pego de surpresa pela repentina mudança de comportamento. As perguntas eram muitas e, com as vozes se embolando uma acima da outra, pareciam impedi-lo de responder ao menos uma delas.

— Professor, diga-nos! — a voz de uma garota passou por uma brecha, ecoando mais alta que as demais. — Como você fez para derrotar o lendário Gellert Grindelwald?

— Você é idiota?! — Setrus interrompeu-a com rispidez, como se tivesse perguntado algo proibido. — É claro que um grande bruxo como Dumbledore não iria responder uma coisa dessas á você e nem a nenhum de nós. As conquistas dele foram ganhas por meio de diversas cartas na manga, só assim para derrotar Grindelwald; cartas essas que não podem ser reveladas! — falou como um verdadeiro protetor.

— Ah, mas todos nós estamos curiosos para saber detalhes sobre isso. — Violet Valentine, uma garota esguia e loira, comentou calmamente. — Não cabe a você decidir pelo professor, Fisheer.

— Falou a chica que se acha uma sabe-tudo... — Billy Sánchez provocara ironicamente, com um sorriso maldoso.

— Bem mais do que você! — o rosto dela assumiu uma coloração avermelhada; podia estar com vergonha (a indireta de Billy tinha lá seus fundos verdadeiros) ou com raiva. Talvez os dois.

De repente, a sala foi tomada por inúmeras discussões, com um falando acima do outro em enorme cólera, com ofensas e tudo mais.

Emily ficou assustada com a situação. Já haviam ocorrido algumas desavenças entre a turma no decorrer da semana, isso em outras aulas e principalmente nos corredores, mas nada dessa magnitude.

... Agora quem parecia estar alheio à presença do prof. Dumbledore eram eles.

Quando a coisa chegara a um ponto em que a situação iria virar de cabeça para baixo (a sala, para ser mais precisamente), de  forma célere e momentânea, as vozes de todos desapareceram, não restando mais nenhum requisito de som. Olharam-se em surpresa, muitos fazendo esforço para falar alguma coisa, sem sucesso.

... Foi então que um movimento lhes chamou a atenção: o prof. Dumbledore guardando calmamente a varinha nas vestes.

— Fico imensamente... Entristecido de presenciar tal cena de mais pura falta de modos. Não esperava isso dessa turma. — ele ergueu uma sobrancelha. Contudo, surpreendentemente, em sua voz não havia repreensão ou desapontamento, para a confusão de muitos. De repente, ele bateu palmas, como se tivesse decidido algo. — Pois bem! Já tinha preparado um plano de aula para hoje, mas evidentemente a situação necessita de outra abordagem. Obras do acaso, e não se pode fugir delas. — ele piscou. — Avante! Todo me sigam! — sem cerimônias, ele marchou para a porta, passando por ela e virando o corredor.

Todos se olharam perplexos. O mesmo pensamento pairou sobre suas mentes: “O professor endoidou?”.

Não devia ser bem isso que esperavam de seu ídolo...

Vendo que não tinham escolha, cada um foi levantando e se apressando para alcançar o professor, que felizmente os esperava na ponta do corredor, visando não deixar ninguém para trás.

Conforme iam caminhando em direção ao destino incerto, sendo guiados pelo professor que caminhava tranquilamente á suas frentes (a algazarra de antes parecendo evaporar de seu cérebro), os alunos se encontravam agora calados. A fisionomia de muitos evidenciava certo embaraço e vergonha pelo comportamento de antes, principalmente por ter sido logo na presença do prof. Dumbledore.

Uau, isso foi realmente bem inesperado! Imagine só; de onde venho teríamos recebidos uma baita reguada nas palmas depois de uma cena dessas, daquelas que chegam a sangrar! — Iris Legraund (a única a estar demonstrando grande contentamento depois do ocorrido) comentou para ninguém em particular, com um largo sorriso na face enquanto os olhos azuis miravam as costas do professor.

— ... Mas ele pode estar nos levando para algum castigo. — Zoe Hill falou num sussurro audível o suficiente para que todos ouvissem.

Ainda que todos estivessem engolindo em seco após o relembramento nada agradável, os olhos de Emily continuaram acompanhando a Legraund, querendo ver se ela adquiriria um semblante de preocupação também.

Entretanto, a garota de madeixas avermelhadas não pareceu se abalar nem um pouco com o comentário de Zoe, continuando com seu ar bem-humorado.

Emily desviou o olhar um tanto incomodada. Era um fato esquisito, mas sempre fazia isso quando observava aquela garota em particular — assim como o sentimento de pesar que lhe assolava, como acontecia agora.

... Deveria ser pelo motivo de ela e Iris Legraund serem completamente opostas. Enquanto Emily demonstrava apenas timidez e tristeza, a outra parecia ter uma luz de alegria que transbordava e refletia em todos os gestos que fazia, uma característica que acabava muitas vezes contagiando as pessoas ao redor.

Emily sabia que, assim como ela, Iris também estava conhecendo todo aquele novo mundo; mas ela, por algum motivo, diferente de si, escolhera aceitar e aproveitar a oportunidade...

... Era algo que entristecia Emily ao mesmo tempo em que sentia uma pitada de inveja por não saber fazer isso.

Finalmente o grupo parou, e só agora Emily notara que eles se encontravam em frente à uma casa de vidro. Dentro dela havia ao que parecia ser algumas plantações, com diversos vasos empilhados sobre uma estante baixa e caixas cheias de terra e fertilizantes nas laterais das paredes.

O professor parecia se divertir com as expressões confusas dos alunos por terem sido levados àquele lugar... Inesperado.

— Esta é uma das salas de estufa. — o informe não surpreendeu, pois aquilo já estava óbvio. — Devem estar se perguntando por que os trouxe aqui, não? — ele foi dizendo enquanto, com um aceno da varinha, fazia a porta se abrir. Os instigou a entrar. — Há algo que quero mostrar a vocês e, assim como eu, acredito que acharão interessante.

O professor os levou até a parte dos fundos, onde se encontravam, em enormes arranjos alinhados um ao lado do outro, plantas que eram deveras atraentes e exóticas; o destaque maior era-se dado pelas suas formosas folhas que se apresentavam em um leque de cores verdes em degradê.

Depois de admirarem a planta, os olhares se voltaram curiosos para o prof. Dumbledore. Este verificava frequentemente o relógio, com os olhos fixos em uma árvore localizada logo à direita. Era estranho para Emily ver uma árvore plantada dentro de uma sala, mas já começava a parar de se questionar sobre as coisas desde que chegara naquele castelo maluco.

— Oh, oh! Vejo que eles já estão chegando para mais um dia de trabalho! — o professor declarou repentinamente, parecendo agradavelmente satisfeito.

Ao verem a direção em que ele olhava, todos as atenções se voltaram para a árvore de galhos finos. Por um momento não parecia ter absolutamente nada de anormal com ela, até que Suzanne Roowar ofegou:

Ah, minha nossa! Olhe só para eles!

Foi então que na visão de Emily alguns galhos bem fininhos começaram a se mover, desprendendo-se do tronco da árvore, e foram se separando um do outro, percorrendo a parte mais grossa de um galho que dava acesso até as plantas exóticas em degradê.

Eles eram pequenos, não deviam passar de 20 centímetros de altura, e tinham o corpinho (que era formado por gravetos) torneado de uma clara cor esverdeada — quem visse mais de perto, poderia visualizar os minúsculos olhinhos castanhos.

Tronquilhos — o prof. Dumbledore anunciou. —, são criaturinhas que residem, obviamente, em árvores, principalmente nas das florestas. Esses em particular vieram da Floresta Proibida.

Entre um coro de “uau” da turma, os Tronquilhos finalmente chegaram nas formosas plantas. Instantaneamente, cada um começou a tomar um posto em volta de seu tronco e se puseram a fazer coisas que ninguém entendia o que era: com os longos dedos finíssimos eles pareciam retirar algo de dentro da cavidade da planta, que saia úmido e grudento, logo sendo oferecido a um outro Tronquilho que se encarregava de levar até um balde médio, despejando-o em seu interior.

Emily se encontrava perplexa. Como aqueles bichinhos tinham a capacidade de trabalhar como se fossem humanos?

Suas indagações internas logo foram respondidas pelo prof. Dumbledore:

— Como podem ver, eles tem um único afazer a cumprir, e trabalham com grande harmonia e muito respeito uns com os outros. Mas nem sempre foi assim. — revelou, e todos prestaram atenção em seu tom de importância. — Os Tronquilhos são muito ariscos, e por isso se camuflam sobre os troncos das árvores. Estes, por exemplo, eram extremamente selvagens quando capturados; atacavam tudo que demonstrasse ser uma ameaça, até a si mesmos, tenho se decorrido algumas mortes por sua própria espécie. — algumas caretas foram feitas enquanto outros ficaram impressionados.

“Felizmente, o prof. Beery, de Herbologia, insistiu em domesticá-los, pois era de grande desejo dele que eles pudessem cuidar dos Acantos. — ele indicou as plantas degradês. — Como podem ver, ela possuem algumas fibras entupidas, e só os finos dedos dos Tronquilhos são capazes de desobstrui-las sem danificá-las. O treinamento foi um sucesso, mas não baixem a guarda; esses dedos longos são a principal arma que os Tronquilhos usam para se proteger, o olhos do inimigo sendo alvos para ataque. Perguntem ao professor de Trato de Criaturas Mágicas...”.

Emily olhou surpresa para os Tronquilhos, que pareciam tão inofensivos, mas que eram capazes de cegar uma pessoa.

Anotou mentalmente que nunca chegaria perto de um.

— Quero que prestem atenção em como eles trabalham em uma perfeita sincronia, visando fazer seus serviços de forma eficaz, e ainda com máximo respeito ao Acantos. Isso é o que acontece quando todos contribuem para tornar qualquer afazer algo produtivo e ao mesmo tempo benéfico para seus interiores. — ele olhou significativamente, mas com um brilho enigmático no olhar, para os alunos.

O professor continuou explicando algumas coisas sobre os tronquilhos, enquanto eles observavam as criaturinhas, até que ele anunciou que já estava na hora de se retirarem.

— Afinal, não podemos nos demorar muito aqui, pois seria indelicado permanecer por muito tempo e sem o consentimento do prof. Beery em uma área privada apenas para ele. Essa sala não é utilizada para alunos. É um local de hobbies para o professor de Herbologia. — ele trancou a sala e deu um simples sorriso. — Bom, estão dispensados.

O professor foi tomando rumo da escadaria no final do corredor, quando Derek Hawley exclamou:

Mas, professor! E a aula? O senhor não vai passar?

A maioria murmurou concordantemente o fato.

O prof. Dumbledore apenas parou o passo e os olhou singelamente.

— Oras, caso não tenha percebido sr. Hawley, eu acabei de passá-la. — e, ignorando os rostos confusos, deu um sorriso e saiu andando em passos tranquilos, seguindo seu caminho.


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Notas finais do capítulo

♥ Curiosidades ♥

pinos de boliche¹ — Muitos não sabem, mas Dumbledore gosta muito de boliche, um entretenimento tradicionalmente trouxa.

Fawkes² — As origens das Fênix são desconhecidas, mas sabe-se que antes de 1938 duas penas de Fawkes foram retiradas pelo Olivaras e moldadas em núcleos para duas varinhas (a de Tom Riddle e a de Harry). Acredita-se que Fawkes e Dumbledore se conheceram antes de 1938, e que a fênix serviu fielmente esse mago por pelo menos 59 anos.

Ordem de Merlim, Primeira Classe³ — Alvo Dumbledore recebeu a Ordem de Merlim em 1945 por ter dado o fim á Guerra Mundial dos Magos e ter terminado a Revolução “Para o Bem Maior” de Grindelwald, que consistia no domínio bruxo sobre os trouxas.

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Eu estou surtando com esse capítulo! Sério, foi muita emoção escrever ele... Espero que tenha feito um Dumbledore á altura, gente, espero MUITO. Ele é o personagem que mais sinto nervosismo e insegurança de escrever, pois é muita responsabilidade. Não quero sair da essência dele, mas isso é um pouco difícil às vezes (tive que reescrever esse capítulo TRÊS vezes pra vocês terem uma noção).

Espero ter feito um bom trabalho com ele, com a aula, com o capítulo, com a história, com TUDO! Estou muito feliz, muito mesmo. Nunca imaginei que eu, uma leitora incurável que vaga pelo Nyah há muitos anos lendo histórias maravilhosas seria, agora, uma das autoras. Isso é muito legal.

Bem, próximos capítulos sábado que vem! Até lá!

Malfeito, feito. Nox.



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