Same Girl escrita por Biax


Capítulo 2
Same


Notas iniciais do capítulo

Olááá
Com vocês, o penúltimo capítulo.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787744/chapter/2

— Você disse que ela chama Florence? Tem certeza? — Nathaniel perguntou, contrariado.

— Sim. Que nome ela te disse?

— Nadine. Nadine Peletier.

Castiel se recostou, ficando totalmente corcunda na cadeira. — Florence Demaret... Não é possível. Por que ela usaria dois nomes...? Onde a conheceu?

— Em Versalhes, em uma livraria. — Ele parecia tão desolado quanto o outro. — Eu até fiquei surpreso por ela também ser enfermeira.

— Pelo jeito foi a única coisa em que ela não mentiu.

Alguns segundos de silêncio se instalaram entre eles, cada um perdido em pensamentos, até que Nathaniel voltou a falar.

— Onde ela trabalha?

— Saint-Jacques — Castiel resmungou.

— Ela disse que trabalha no Ambroise-Paré, em Boulogne-Billancourt.

— Mas ela falou que mora lá ou em Versalhes?

— Em Versalhes. Ela tem um apartamento próprio.

— Ela disse que mora de aluguel aqui — retrucou o cantor.

Nathaniel ergueu as mãos rapidamente, inconformado. — Ela deu informações diferentes pra cada um. Talvez nenhuma das versões seja verdadeira.

— Eu não consigo acreditar nisso. — Castiel apoiou a cabeça nas mãos e os cotovelos na mesa. — Eu nunca... nunca desconfiaria dela. Ela até disse que não tinha nenhuma rede social!

— Ela tem... O que faremos?

— Você ainda quer ficar com ela depois disso tudo? — Ele voltou a encarar o louro.

— Por quê? Quer lutar por ela? — indagou ironicamente.

— Não. Não quero nem vê-la pintada de ouro. — Castiel pegou sua garrafa e tomou o restante da cerveja em um gole só. Limpou o canto da boca no dorso da mão e observou a cozinha, sem enxergar nada.

— Não podemos simplesmente acabar com tudo. Temos que fazer algo.

— Tipo o quê?

— Ela precisa saber que descobrimos. Precisa sentir na pele o que fez... Ela disse que estará de folga amanhã — acrescentou, se lembrando.

— E?

— Vamos chamá-la para sair. Podemos combinar de nos encontrar no mesmo lugar, e aí chegamos juntos. Ela não vai ter escapatória.

Ele considerou. Apesar de chateado, achou que seria justo. — Tudo bem.

— Podemos ver um lugar que seja meio termo para nós dois... Que tal a Paris Expo Porte de Versalhes? Com certeza tem algumas exposições lá.

— Exposição? Sério? Você quer fazer um showzinho em um lugar cheio para ter uma plateia de fãs da Crowstorm?

— Bota uma peruca, sei lá.

— Eu tenho cara de quem tem peruca? — Castiel revirou os olhos. — Tá bom, eu dou um jeito, só pra acabar logo com isso. Qual o horário?

— Hm... Seis e meia?

— Pode ser. Você acha que ela vai aceitar ir nesse lugar?

— Sim. Ela adora exposições de arte.

— É, ela deve ter comentado sobre isso alguma vez... Vamos mandar mensagens e vemos o que ela vai responder para cada um. Se ela foi mesmo trabalhar, amanhã de manhã teremos nossa resposta.

— Sim.

Ao mesmo tempo, os dois homens digitaram as mensagens para a garota. Depois, tomaram mais uma cerveja, conversando sobre algumas poucas coisas aleatórias, e Nathaniel voltou para a casa de sua irmã para passar a noite.

Castiel, sentindo o peso da decepção, arrastou-se para a cama após apagar todas as luzes e adormeceu, se negando a pensar naquela enganadora.

De manhã, o cantor acordou com o som de uma mensagem, e rapidamente pegou o celular. Era Nathaniel.

“Ela não vai poder ir. Disse que já tem compromisso.”

Logo em seguida, mais um som de mensagem ecoou pelo quarto. Era a resposta de Florence.

“Adoraria ir! Nos encontramos lá?”

Castiel respondeu Florence primeiro, e depois o amigo.

“Ela aceitou ir comigo. Será que sou o preferido? Há, há. Combinei de encontrá-la no painel eletrônico ao lado das escadas rolantes.”

“Grande coisa ser o preferido a essa altura. Nos encontramos lá umas seis e vinte?”

“Isso.”

Ele largou o aparelho no peito e encarou o teto, não sabendo se devia sentir mais raiva, tristeza ou outra coisa. Era algo natural para ele ignorar as decepções e seguir em frente, mas era difícil não lembrar da intensidade do que ele sentia por Florence. Era tortura. Ter que jogar fora os planos, os momentos... Fora a sensação de traição.

O que levava uma pessoa a fazer algo assim? Como ela pôde fazer algo assim? Ela que sempre foi calma, tímida, transparente com seus sentimentos...

Era tudo fachada.                 

Quanto mais Castiel pensava, menos fazia sentido. O jeito era aceitar que ela era assim e pronto.

Para tentar se distrair, resolveu levantar e começar seu dia e, depois do café da manhã mal feito, parou em frente ao seu guarda-roupa para escolher roupas discretas. Pelo menos estaria frio e escuro, e ele poderia usar uma touca e uma jaqueta com a gola levantada para esconder as tatuagens do pescoço. Até achou, no fundo de uma gaveta, óculos de lentes transparentes, sem grau. Seria útil.

Durante todo o dia, Castiel evitou ao máximo pensar no que aconteceria de noite. Se ocupou com a limpeza do apartamento, tentou escrever algumas letras aproveitando o que sentia, e finalmente chegou o momento de se arrumar.

Nem quando a banda tocava ele se sentia tão nervoso. Ele esperava conseguir dirigir direito, sem pegar nenhuma multa ou atropelar alguém sem querer.

Se o volante fosse vivo, provavelmente reclamaria da força excessiva que o motorista usava. Notando aquilo, Castiel relaxou os dedos e resolveu ligar o rádio, sem deixar de olhar para a rua.

A música que estava tocando lhe era familiar, apesar de não gostar do gênero.

— Só pode ser brincadeira com a minha cara — reclamou consigo, negando com a cabeça.

We messing with the same girl, same girl

She's the apple of my eye, and my potential wife. The same girl, same girl

Man, I just can't believe that we've been messing around with the same damn girl

Same girl, same girl

Thought she was someone that I could trust

but she's been doubling up with both of us

U, K, man, we've been messing with the same girl

 

Estamos saindo com a mesma garota, a mesma garota

Ela é o brilho dos meus olhos, minha futura esposa. A mesma garota, mesma garota

Cara, eu simplesmente não consigo acreditar que estamos saindo com a mesma maldita garota

Mesma garota, mesma garota

Pensei que ela era alguém em que eu podia confiar

Mas ela estava saindo com nós dois

U, K, cara, estamos saindo com a mesma garota

 

— Nunca pensei que me identificaria com uma música dessa... — resmungou Castiel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pronto, descobriram a música!

Same Girl, do R. Kelly feat. Usher (eu sempre achei que fosse o contrário)

O que acharam do plano deles? Será que vai funcionar?

Veremos B)

Até mais o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Same Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.