Azul e Vermelho: Os Foragidos escrita por ToddJason


Capítulo 3
Jason. Jason Peter Todd.




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O abraço continuava. Nenhum dos dois parecia querer soltar o outro. Tantos anos separados, cada um com seus próprios motivos, acreditando em diferentes mentiras.

— Tenho tantas perguntas, Jay. – Richard reclamou. – Nada mais faz sentido, mas ao mesmo tempo... Tantas coisas vão voltar a ser como antes.

— Sei bem o que está sentindo, meu amor. – Jason sentiu-se aliviado por finalmente poder usar essa palavra. – Acho que eu te devo explicações.

Dick sentiu um arrepio ao ser chamado de “amor”. Mesmo enquanto estavam juntos, no passado, Jason nunca havia usado aquela palavra. Talvez agora, depois do tempo que haviam passado distantes, ele quis firmar seu sentimento.

— Não sei mais quem deve explicações para quem. – Dick ainda estava processando toda a informação que tinha recebido. – Mas, pra mim, não importa muito. O que me importa é que você voltou, e que vou ter motivos para sorrir de novo.

Separaram-se lentamente do abraço, com as mãos deslizando pelo antebraço, depois pelo braço, até se unirem ao final do trajeto. Mais uma vez, olhavam um para o outro, desta vez, apaixonados.

— Você não mudou nada desde a última vez que nos vimos... – Jason comentou, observando detalhadamente o corpo do jovem à sua frente. – Talvez tenha ficado um pouco menos fortinho, mas continua sendo o cara fofo que eu conheço.

— Não posso dizer o mesmo de você, Jay. – Dick respondeu. – Você mudou muito. – Riu levemente. – Ficou bem mais alto, mais charmoso, eu diria. Mas, no fundo, continua o mesmo garoto apressadinho e “mau” que eu conhecia.

— Eu sou um mau garoto, é? – Provocou Jason, sorrindo sugestivamente.

— Nem inventa, bobão. – Empurrou levemente o outro, separando suas mãos. – Aqui não é o lugar pra isso. – Virou-se para a sacola de roupas. – Agora, me ajuda a escolher quais roupas vamos levar, antes que a gente apronte aqui dentro.

— Tá bom, seu safado. – Jason respondeu, rindo.

— Olha quem fala!

Depois de algumas gargalhadas, eles continuaram a avaliar as roupas. Por algumas vezes, Jason tampava os olhos com uma das mãos para evitar uma invasão de privacidade muito grande, mas não conseguia deixar de dar algumas espiadas.

No final das contas, não conseguiram escolher as roupas, e Dick decidiu que iria levar todas. Afinal, por que deveria se preocupar com dinheiro? Ele estava usando o cartão do Bruce Wayne. Tendo sido feita esta decisão, Dick vestiu novamente a roupa que havia sido escolhida para o encontro, e os dois saíram dos provadores.

— Já sabe quais roupas vai querer levar, senhor? – A mesma funcionária de antes perguntou.

— Sim, moça. – Richard respondeu. – Vou levar todas.

— Ah, certo. – A moça assentiu com a cabeça, e se retirou.

— Ué... – Jason estranhou.

— Acho que ela ia pedir pra eu devolver as que não iria levar. – Dick esclareceu.

— Faz sentido...

Já na fila do caixa, que, por algum motivo, não andava, os pombinhos estavam em silêncio, apenas aguardando. Jason estava atrás de Dick, e tomando um pouco de coragem, passou seus braços pelo tronco do rapaz à sua frente, abraçando e puxando-o para mais perto.

— Quem te ensinou a ser carente assim, Jay? – brincou. – Parece até que foi comigo que aprendeu...

— Seu boboca, não te vejo há quatro anos e você quer que eu NÃO fique grudento? – brigou, sem soltar Dick em instante algum.

— Hehe, só tô brincando. – Sorriu. – Você sabe que eu amo isso.

— Sei mesmo. – Jason respondeu, seguro de si.

Mais alguns minutos se passaram, e a fila permanecia parada. Os dois jovens só aproveitavam esse momento. Já que estavam sendo obrigados a ficar parados, por que não trocar carinho? Só depois de cerca de dez minutos, a fila voltou a fluir, rapidamente.

Chegando ao caixa, Dick entregou a sacola ao atendente, que logo bipou todas as roupas e colocou-as em uma outra sacola, e começou a processar o pagamento.

— Tudo ficou por cento e vinte e cinco dólares, senhor. – Anunciou o atendente. – Vai pagar como?

— Vou pagar no cartão de crédito. – Dick respondeu, abrindo sua carteira para pegar o cartão de crédito mais premium que tinha, em nome de Bruce Wayne. – Aqui está.

O atendente pegou o cartão e passou-o pelo leitor magnético da máquina, e logo devolveu-o para o jovem.

— Tudo certo, senhor. Obrigado pela compra!

— Eu que agradeço. – Dick respondeu, guardando o cartão e pegando a sacola com suas roupas, para ir embora.

Foram até a saída da loja, e já de volta à calçada, pararam por um tempo, observando os carros passarem. Existiam tantos carros em Gotham, talvez até mais do que pessoas. Como ainda era possível se respirar naquele lugar, ninguém sabia. Uma indústria química, inúmeras fábricas e milhões de carros, como ainda existia ar puro?

— Aonde vamos agora, Jay? – Dick perguntou, olhando para a figura ao seu lado.

—  Acho que precisamos ir a algum lugar onde possamos conversar. – respondeu, procurando por este tal lugar. – Acho que poderíamos ir a alguma lanchonete. Conhece alguma boa?

— Sim, poderíamos ir à lanchonete dos Wilson. – Virou-se para o lado esquerdo da calçada. – Fica por aqui, vem comigo. – Indiscriminadamente, segurou a mão de Jason e puxou-o para seguirem o caminho.

Jason sorriu com aquela atitude de Dick. Sentia-se totalmente tranquilo e feliz, por estar novamente junto com o homem que ele tanto amava.

Seguiram na calçada por alguns minutos. Para o mais novo, o tempo parecia não passar. Por mais que quisesse chegar logo até o seu destino para explicar tudo, ele não podia negar que aquele momento já era suficiente. No entanto, não demorou muito mais para que chegassem. A lanchonete parecia um lugar bem agradável, vista de fora. Era um lugar coberto, cheio de lugares para se sentar, tinha garçons e uma grande placa com a palavra “Wilson’s”, estilizada junto de um desenho de um hambúrguer, suficiente para deixar qualquer um com fome.

— Chegamos! – Dick anunciou, sorridente. – Escolhe uma mesa pra gente, Jay.

— Er... – Jason pensou, olhando rapidamente todos os lugares disponíveis. – Ali. – Apontou para uma mesa mais isolada, sem ninguém por perto. Afinal, era privacidade que eles buscavam, principalmente para os assuntos que iriam tratar.

— Certo.

Os dois foram até a mesa escolhida e se sentaram, frente a frente. Em cima da mesa estavam dois cardápios e um porta-papéis-toalha.

— Já sabe o que vai pedir, Jay? – perguntou Dick, feliz por estar repetindo tantas vezes aquele apelido.

— Calma aí, cara. – Advertiu o mais novo. – É a primeira vez que eu venho aqui, não sei nem quais são as opções. – Disse, pegando o cardápio e analisando rapidamente as possibilidades.

— Perdão, é que eu ainda tô um pouco nervoso com tudo isso. – Justificou.

— Tudo bem, amor. – Jason usou novamente aquela palavra. – Eu entendo totalmente. – Demorou um pouco até encontrar um lanche que o interessava. – Acho que vou querer um... “Exterminador”. Que belo nome para um lanche.

— Esse é dos bons, pra quem tá com bastante fome. – Dick comentou. – Eu vou querer um Cheeseburger comum, mesmo.

Não demorou muito até que um dos garçons chegasse até a sua mesa, já com papel e caneta em mãos para anotar o pedido.

— Com licença, senhores. – Chamou. – Qual seria o pedido de vocês?

— Vamos querer um “Exterminador” e um Cheeseburguer, moço. – Dick respondeu.

— Qual seria a bebida? – disse o homem, anotando o pedido na folha.

— Vou querer um suco de uva. – O mais velho respondeu.

— Vou querer uma Coca-Cola. – disse o mais novo.

— Certo, senhores. – Destacou uma metade da folha e entregou a Dick. A folha tinha o número 29. – Assim que estiver pronto, trarei o pedido aqui, junto com a conta.

— Obrigado, moço. – respondeu Dick.

O garçom assentiu e se retirou.

— Ok, acho que posso começar. – Jason anunciou. – Tenho muito a te explicar, Dick.

— Estou ouvindo, Jay. – Assegurou o mais velho. – Pode me contar tudo.

— Certo... – respirou fundo antes de começar. – Bem, como você já deve saber, eu fui morto lá no Asilo Arkham. Posso dizer que vi algumas coisas bem doidas antes de apagar de vez. Fiquei no escuro por um bom tempo, até que, do nada, acordei. – Percebeu que Richard estava totalmente atento ao que falava, talvez focado até demais. – Eu estava numa espécie de caverna, assustado. Meu coração batia muito rápido, como se tivesse acabado de levar um choque. E foi nisso que eu vi a Ártemis. Não sei como ela achou meu corpo ou por que me ressuscitou, mas ela até que foi bem gentil. Havia me trazido algumas roupas e me tirou daquele lugar em segurança. Acho que era um Poço de Lázaro, daqueles que o Ra’s al Ghul usa, sabe?

O mais velho respondeu positivamente com a cabeça.

— Eu não me lembrava de muita coisa, ainda. Minha memória estava voltando aos poucos. Bem, depois disso, ela me levou até o trailer e eu conheci o Bizarro. Passei uns dias me recuperando, até a Ártemis me falar por que me ressuscitou. Ela sabia que eu era um Robin, e que eu tinha o treinamento adequado para combater o crime. No entanto, ela é, digamos, um pouco mais bruta que o Bruce.

Nesse momento, o garçom chegou com o pedido.

— Com licença, senhores. – disse colocando os lanches e bebidas sobre a mesa. – Aqui está o seu pedido. Serão vinte dólares.

— Vou pagar no cartão de crédito. – Dick anunciou, pegando novamente a sua carteira, e o mesmo cartão de antes.

Concluído o pagamento, o garçom agradeceu e se retirou. Assim, Jason poderia continuar a contar sua história, pausando algumas vezes para comer.

— Continuando, a Ártemis me levou para um clube de tiro. Ela queria que eu combinasse meu treinamento de Robin com perícia em armas de fogo.

— E você aceitou... – Dick parecia um pouco decepcionado.

— Não tive opção. – Lamentou. – Ela disse que me descartaria se eu não aceitasse, então foi a única opção.

— Entendo...

— Assim que terminei meu treinamento, eu quis ver você de novo. Ártemis deixou, mas quando eu estava me preparando para ir, ouvi no rádio uma notícia de que “o Asa Noturna morreu”.

— Tecnicamente, não é uma notícia falsa. – Dick comentou. – Depois da sua morte, eu nunca mais vesti o traje de Asa Noturna, não era mais saudável pra mim.

— Faz sentido. – Concordou. – Mas, naquele momento, eu fui tomado pela raiva. Não sabia a quem culpar. A mim mesmo, à Ártemis, ao Bruce. Eu estava possuído por esse sentimento ruim, e não conseguia pensar direito.

— Acho que nós dois compartilhamos esse mesmo sentimento. – O mais velho suspirou. – Também não conseguia aceitar a sua morte, Jay. Eu queria culpar o Bruce, mas, sabendo de como estava sendo uma situação péssima pra todo mundo na Mansão, eu guardei pra mim.

— Que bom que tudo se resolveu agora, amor. – Jason relaxou um pouco. – Bem, e foi assim que passei os anos. Agindo como um justiceiro, querendo vingar a sua morte. Não levei muito tempo pra me acostumar a isso e começar a me divertir.

— Se o Bruce ouvisse isso, ele ia te dar um soco tão forte... – Dick riu.

— Ainda bem que ele não tá aqui, eu acho. – brincou. – Nunca se sabe do que ele é capaz.

— Ele tem ficado mais ocupado ultimamente, por causa do Tim. – comentou.

— Tim? – Jason estranhou aquele nome. Nunca havia ouvido antes. – Quem é esse?

— Oh. – Por um momento, Richard se arrependeu de ter feito aquele comentário. – Ele é... bem... o seu substituto. – Foi necessário um esforço para soltar essas palavras.

— Substituto? – Os olhos do mais novo se arregalaram por um instante. – Então o Robin ainda existe? – perguntou, curioso.

— Caramba, achei que você ia ficar bravo. – disse Dick, aliviado. – Sim, o Robin ainda existe, e dessa vez o Bruce tá sendo mil vezes mais cauteloso.

— Por que eu ficaria bravo? – questionou. – Não é como se eu ainda fosse o Robin, né?

— Ah, sei lá. – O mais velho bufou. – Esquentadinho do jeito que você é, eu esperava uma reação diferente.

— Me dá um descanso, cara. – Jason reclamou. – Eu não sou tão do mal assim.

— Será? – brincou. – Essa sua carinha de mau nunca me enganou.

— E você gosta, né? – provocou, olhando sugestivamente o homem à sua frente.

— Eu adoro. – Retribuiu o olhar provocativo.

Aquela situação foi suficiente para fazer com que os dois caíssem na gargalhada. Era muito boa a sensação de ter a pessoa que eles amavam de volta, aproveitando momentos tão simples como aquele. Conversando sobre diversos outros assuntos, totalmente diferentes daquela conversa mais séria de antes, eles terminaram suas refeições e logo se retiraram do local.

— E agora, amor? – Jason perguntou. – Aonde vamos?

— Deixe-me ver... – respondeu Dick, olhando para o celular, checando as horas. Ele ainda tinha uma hora, segundo a permissão que havia recebido de Bruce. – Vamos para o Jardim Botânico, o que acha?

— Qualquer lugar me parece bom, desde que seja com você. – Acariciou as bochechas do mais velho, deixando em seguida um selinho em seus lábios.

— Seu bobão. – brincou. – Vamos pra lá, então.

Alguns poucos minutos de caminhada foram suficientes para chegarem ao Jardim Botânico. Era um lugar grande, repleto de plantas dos mais diversos tipos, um verdadeiro paraíso para quem aprecia a natureza. E o melhor de tudo, era propriedade dos Wayne, logo, Dick tinha acesso livre ao lugar. Andaram por alguns minutos, mãos dadas, observando as plantas do lugar, até acharem um canto aparentemente tranquilo, onde poderiam ficar a sós. Sentaram-se no banco mais próximo, lado a lado, a mão direita de Jason sobre a esquerda de Dick. A sacola de roupas ficou de fora, jogada no chão, logo ao lado.

— Até parece um dia comum. – Richard comentou. – Nem parece que não nos víamos há anos...

— Acho que é o que chamam de amor. – O mais novo respondeu, sorrindo. – Eu ainda estou um pouco incrédulo, mas estou muito feliz de estar com você outra vez.

— Só pode ser. – riu. – Eu te amo, Jay. – Recostou sua cabeça no ombro do outro, respirando fundo, sentindo-se mais tranquilo do que nunca.

— Eu também te amo, Dick. – Jason usou sua mão livre para acariciar os cabelos do homem ao seu lado, pensando em tudo que poderiam fazer, agora que estavam juntos novamente.

Não compartilharam muito mais palavras depois das declarações, estavam apenas aproveitando aquele momento de calmaria, respirando o ar puro que as plantas lhes concediam, e trocando carícias. Um momento tão bom, que nem deu para perceber o tempo passando. Quando se deram conta, Richard estava deitado, cochilando tranquilamente com a cabeça sobre as coxas de Jason, recebendo cafuné, só acordando com a vibração de seu celular. Levantou-se rapidamente, pegando o dispositivo para checar o que era. Viu o alarme, com o relógio contando dezesseis horas e quarenta e cinco minutos.

— Droga. – O mais velho reclamou. – Tenho que voltar para a Mansão.

— Sério?!? – perguntou Jason, um pouco frustrado com o que tinha acabado de ouvir. – Quer que eu te leve até lá? – ofereceu. – É mais rápido do que chamar um táxi.

— Eu não só aceito, como até mesmo quero que você faça isso, Jay. – respondeu.

— Hã? – o mais novo ficou confuso com aquela frase. – Como assim?

— Eu não posso ser o único a saber que você está vivo, meu bem. – explicou. – Bruce e Alfred também precisam saber.

— Eu não sei, Dick. – Jason pensou por um instante. – E se a reação do Bruce não for muito positiva?

— Tenho certeza de que ele vai ficar muito contente ao saber que o filho dele está vivo. – Assegurou. – Vamos lá, Jay...

— Tá bom. – Cedeu. – Vamos para a minha moto, então. – Disse se levantando, e ofereceu sua mão para que Dick segurasse.

Richard sorriu e assim fez, acompanhando Jason até sua motocicleta. Os dois subiram, o mais novo primeiro, seguido do mais velho, que foi na traseira. Jason deu partida no motor, e Dick se segurou firme, envolvendo o tronco de Todd com seus braços. Em pouco mais de dez minutos, já estavam no portão da Mansão Wayne.

— Tá pronto, Jay? – perguntou o mais velho, descendo do veículo.

— Não exatamente, você sabe disso. – O mais novo respondeu, também descendo da motocicleta, e retirando as chaves. – Mas se você acha que é o melhor, então por mim, tudo bem.

— Vai dar tudo certo... – Dick tentou tranquilizar seu companheiro, puxando-o para um rápido selinho. – Como eu disse antes, acho que o Bruce vai se importar mais com o fato de que você voltou, e não com o que você tem feito.

— Eu acredito em você. – Retribuiu com um beijo na bochecha. – Bem, acho que estou pronto, então.

— Vamos, então.

Segurando firme a mão de Jason, Dick levou-o até o portão, que se abriu automaticamente, e seguiram até a entrada da Mansão.

—x-

— Alfred, quem é aquele entrando com Richard? – Bruce questionou, observando uma das telas da sala de controle da mansão. – Me dê um nome.

— Sim, senhor. – O mordomo ativou o leitor de sinais vitais do Batcomputador e os direcionou até o estranho. – Oh, meu Deus.

— O que foi, Alfred? – O playboy questionou, preocupado.

— Senhor, as leituras indicam que é... – Uma pausa nervosa. – O Mestre Todd.

— Quê?!? – Bruce olhou por si mesmo para a tela que Alfred usava, para confirmar o que tinha acabado de ouvir. – Não pode ser...

— Senhor, devo fazer algo? – perguntou, totalmente desnorteado.

— Não... – Suspirou. – Vamos deixar ele entrar. Eu, eu... – Não conseguia escolher palavras para usar.

—x-

— E aqui estou... – Jason pensou para si mesmo. – Meu antigo lar. Não posso negar que senti falta daqui.

— Jason. – Bruce chamou, descendo as escadas para o salão principal. – Jason Peter Todd.

— Quê? – os dois jovens disseram em uníssono, surpresos.

— Como você sabe que sou eu, Bruce? – o mais novo perguntou.

— Batcomputador. – respondeu, frio.

— E eu achando que já sabia de tudo sobre essa mansão... – Dick riu nervoso.

Bruce andava em linha reta, em direção a Jason, e isso deixou o jovem um pouco apreensivo. A falta de expressão no rosto daquele homem era assustadora, o pavor que causava era quase o mesmo de quando se era caçado pelo Batman. Um pouco nervoso, Dick segurou firme a mão de Todd, tentando acalmar a si mesmo. Bruce não poderia estar querendo causar mal a seu filho. Enquanto isso, Alfred apenas assistia à cena, como se já soubesse o que iria acontecer, com o pequeno Tim Drake ao seu lado, curioso como sempre.

No entanto, toda aquela tensão se foi pelos ares quando Bruce abriu os braços para receber Jason com um abraço. De início, Todd não conseguiu reagir, ainda estava chocado. Mas não demorou muito, soltou a mão de Dick e se colocou a retribuir o abraço que recebia.

— Fico feliz em te ver novamente, Jason. – O homem sussurrou para que apenas o jovem que abraçava pudesse ouvir. – Você me deve muitas explicações.

Ouvindo aquelas palavras, Jason se tranquilizou por completo. Bruce não estava bravo, pelo menos não naquele momento. O abraço que estava recebendo era mais do que suficiente para que ele realmente se sentisse em casa, como se sentia há quatro anos.

— B-Bruce... – apertou mais o abraço. – Obrigado.

Com a calmaria que veio após aquele momento, Alfred e Tim desceram para se juntarem aos outros. O pequeno acelerou em direção a Jason, que já estava fora dos braços de Bruce, e abraçou sua cintura.

— Então você que é o Tim. – O jovem sorriu. – Prazer em te conhecer.

O jovenzinho não respondeu, só permaneceu no abraço, sem muita vontade de soltar. Dick observava a cena de braços cruzados, bem ao lado. Jason percebeu isso, e respondeu com um sorriso envergonhado.

— Mestre Todd... – Alfred chamou, assim que chegou ao fim das escadas. – Que bom que voltou. – Um raro sorriso se fez nos lábios do mordomo.

— Eu tenho tanta coisa pra contar pra vocês... – suspirou Todd. Estava de volta ao seu lar.

— E é melhor começar a contar logo. – Bruce comentou.


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