Azul e Vermelho: Os Foragidos escrita por ToddJason


Capítulo 2
Senti sua falta




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— Você só pode tá brincando comigo, Jason. – Ártemis reclamou, frustrada. – Ele tava na sua frente! E você vacilou!

— Não era o momento ideal. – O jovem respondeu. – Ele tinha acabado de se recuperar de um tiro. Imagina se levasse outro!

— Besteira! – a ruiva gritou. – Me dá esse celular aí, vou marcar um encontro entre vocês dois agora! – Ordenou, já arrancando o dispositivo da mão de Todd. – Bizarro, segura ele!

O zumbi obedeceu à ordem, e com sua impressionante força, impediu que Jason pegasse seu celular de volta.

— Não faça isso, Ártemis! – gritou. – Devolve meu celular, agora!

— Só me dá alguns instantes, Jason.

Aproveitando que o celular já estava desbloqueado e com o contato de Dick Grayson aberto, Ártemis fez seu melhor para digitar algumas mensagens simples, convidando o jovem para sair com Jason:

[17:34] Jason T.: Oi, Richard.

[17:34] Jason T.: Queria saber se você não quer sair comigo amanhã.

Tendo feito isso, ela calmamente devolveu o celular para Jason, como se nada tivesse acontecido, e Bizarro soltou seu amigo, que parecia furioso.

— Fodeu. FODEU. Fodeu, fodeu, fodeu. – Ele repetia, desesperado pelo que havia acabado de acontecer. – Obrigado por terem acabado com qualquer chance que eu tinha, suas merdinhas!

— Para de ser dramático, Jason. – Ártemis retrucou. – Só pedi pra ele sair com você, nada demais.

Ouviram uma vibração. Vinha do celular de Jason, era uma mensagem de Dick:

[17:37] Meu futuro: Oie

[17:37] Meu futuro: Nossa, Jason

[17:38] Meu futuro: Vc é um dos poucos que eu já vi escrevendo formalmente no celular

[17:38] Meu futuro: Enfim, pode ser! Só me diga quando e onde. Tenho ctz que meu pai vai deixar, msm depois de hj

— Tá vendo, Jason? – Ártemis chamou a atenção. – Ele aceitou. Eu falei que você tava sendo dramático!

— Argh, ok! – Admitiu. – Tá bom, tá bom. Lá vamos nós, então. Mas eu ainda vou ter que manter a postura, graças a você, Ártemis.

A amazona respondeu com uma risada, apenas.

[17:39] Jason T.: Tem alguma coisa que você tem desejado fazer, ultimamente?

[17:40] Meu futuro: Tudo que eu sei é que preciso de algumas trocas de roupa

[17:40] Jason T.: Poderíamos ir ao centro da cidade, então. Lá tem várias lojas de roupa, e algumas lanchonetes, pra gente conversar.

[17:41] Meu futuro: Achei perfeito

[17:41] Meu futuro: Que horas?

— Às quatorze horas, Jason! – Ártemis sugeriu. – É o horário mais tranquilo de Gotham.

— Tá. – respondeu.

[17:42] Jason T.: Me encontre na entrada do Clube Canário Negro, às 14h. Acredito que seja o melhor ponto de encontro.

[17:43] Meu futuro: Blz

[17:43] Meu futuro: Estarei lá

[17:43] Meu futuro: Se por algum motivo eu não puder ir, eu t aviso.

[17:44] Jason T.: Certo. Até mais, Richard.

[17:45] Meu futuro: Tchau Jay!

— Jay... – o jovem disse para si mesmo.

— Ele te chamava assim? – questionou Ártemis.

— Algumas vezes. – respondeu. – Quando estávamos num dos raros momentos íntimos que tínhamos.

— Você não é virgem, Jason? – a amazona perguntou, tratando o assunto como algo comum.

— Que porra de pergunta é essa? – Olhou indignado para Ártemis e fingiu uma risada, coberta de vergonha. – Eu sou, eu sou! Não foi isso que eu quis dizer com íntimo. Vocês amazonas são bem estranhas, né?

— Na minha tribo, esse era um assunto bem comum. – Ela respondeu, confusa. – Tínhamos até alguns rituais para nossos deuses que incluíam essa intimidade.

— Realmente, bem estranhas. – Jason desviou o olhar para seu celular e desligou-o, guardando em seu bolso. – Bem, agora, tenho que ver que roupa vou usar amanhã...

— Bizarro “escolher” roupa “muito feia” para Jason! – o zumbi anunciou.

— Certo. – Jason e Ártemis responderam em uníssono.

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— Você acabou de levar um tiro e já quer voltar pro mesmo lugar? – Bruce questionou, um pouco irritado, procurando uma posição confortável no sofá.

— Isso foi um pequeno azar, só. – Dick retrucou. – Eu fui resgatado pela mesma pessoa que acabou atirando em mim, tá? E ele me chamou pra sair, acho que quer se desculpar formalmente.

— E você confia nele?

— Bem, em momento algum ele me pareceu mal-intencionado. – Richard argumentou. – Ele e seus amigos trataram meu ferimento, me fizeram macarrão

— Hm. – o homem pensou. – Te darei permissão para ir, mas só por três horas. Não vou arriscar te deixar fora daqui no período noturno.

— Acredito que seja suficiente. – Assentiu. – Obrigado, Bruce.

— Seja cauteloso. Sei que ainda lembra muito bem de como analisar as expressões faciais e corporais das pessoas.

— Com certeza! – um sorriso se formou no rosto de Dick. – Agora, preciso ir falar com Alfred, ver que roupas ele me sugere a usar amanhã.

— Não sei se ele é o melhor estilista, mas tudo bem. – Bruce riu.

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— Ei, Alfred! – o jovem chamou, entrando na cozinha. – Preciso da sua ajuda!

— Mestre Grayson? – o mordomo olhou virou-se rapidamente para trás, surpreso. – O senhor está... falando? E, por que demorou para voltar da padaria?

— Tive alguns imprevistos, mas nada demais. – Mentiu. – Sobre minha voz, bem, encontrei um motivo para falar de novo. E é exatamente para isso que preciso da sua ajuda.

— Pode dizer.

— Amanhã, à tarde, eu irei ao centro comprar algumas novas trocas de roupas. – Começou a explicar. – No entanto, eu irei com companhia, um garoto que eu conheci ontem, e preciso de uma roupa bem legal pra usar.

— Cuidarei disso, senhor. – respondeu. – Deixarei a roupa dobrada em cima de seu criado-mudo. Assim que acordar amanhã, ela estará pronta.

— Obrigado, Alfred.

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O relógio do quarto de Dick contava vinte e três horas e doze minutos, que chegaram muito rápido, diria ele. Seu “encontro” estava há menos de quinze horas, e ele não sabia o que poderia acontecer.

Seria apenas uma ida ao centro com companhia, como fazia com sua amiga Bárbara, que agora havia recuperado sua coluna? Seria um dia de brincadeiras, como fazia com Tim, o novo Robin? Era tão incerto.

Mas, uma coisa martelava sua cabeça mais do que tudo: O contato de Jason era “Jason T.”. O que seria a letra “T”? Não poderia ser Todd. Não, Todd estava morto.

 De qualquer maneira, faria esta pergunta no dia seguinte. Aos poucos, considerava este Jason como uma nova possibilidade em sua vida. Certamente, sabia que ele era um criminoso. Mas, algumas vezes, as pessoas podem ser verdadeiros “Robin Hood”, e ele sentia que Jason era um destes. Um criminoso para os ricos, um herói para os pobres. E esta perspectiva que ele tinha foi o que lhe causou uma certa estranheza. Por que ele se parecia tanto com o Jason Todd?

Bem, tudo se resolveria mais tarde, e foi com este pensamento que Dick se tranquilizou e conseguiu pôr-se a dormir.

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— Acorda, dorminhoco! – Ártemis chamou, enquanto balançava fortemente Jason de um lado para o outro da cama. – Hoje você tem um encontro!

— Ai, ai! – Reclamava o jovem, enquanto tentava se soltar. – Calma, calma! Já vou! Que horas são?

— São uma e meia da tarde, seu idiota! – Continuou chacoalhando Jason.

— CARALHO! – gritou e se levantou rapidamente, um pouco desesperado. Nisso, Ártemis o soltou. – Bizarro, minhas roupas, por favor!

— Me faça o favor de tomar um banho antes de ir, Jason. – A ruiva reclamou.

— Puta que pariu, tá bom! – respondeu, enquanto pegava as roupas que Bizarro havia escolhido e corria para o banheiro.

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— Alfred, você acha que tá faltando alguma coisa? – Dick perguntou, enquanto checava seu traje: uma camiseta branca, calças marrons, tênis de cor azul e branca, e seus charmosos óculos-escuros.

— Negativo, Mestre Grayson. – respondeu o mordomo – Não é como se o senhor estivesse indo a uma grande ocasião. Sua vestimenta está simples e adequada para um passeio no centro da cidade.

— Tudo certo, então. Acredito que eu já posso ir. – Afirmou, animado. – Vou chamar um carro.

— Não quer que eu o dirija até o ponto de encontro, senhor? – ofereceu.

— Não precisa, Alfred. – Gesticulou negação com as mãos. – Você já me ajudou bastante, obrigado.

Alfred assentiu com a cabeça, e se retirou do quarto. Ainda olhando para o espelho, Dick inspirou fundo, e depois de alguns segundos, expirou. Talvez ele realmente estivesse começando um novo relacionamento, talvez Jason tivesse marcado um encontro porque teve um interesse nele, talvez... Talvez.

Partindo direto de seu quarto até a saída da mansão, no meio do caminho, foi abordado por Tim Drake, o novo Robin. Este Robin ainda era bem novo, mas já provava ser tão ágil quanto Jason ou até mesmo Dick.

— Aonde você vai, Rick? – Este apelido. Era um apelido único, apenas Tim o usava. Era como “Jay”, o apelido que só Richard usava para chamar Jason, algumas vezes.

— Estou indo para um encontro, Tim. – respondeu, sorrindo. – Não vou demorar.

— Caramba, você fala! – Ficou surpreso com a nova “descoberta”. – Tenho que contar isso pro papai agora! – Mal havia terminado sua fala e já havia partido correndo para a cozinha, onde Bruce estava.

— Hehe... – riu para si mesmo, talvez sua vida estivesse realmente voltando ao normal.

Saindo da casa, Dick foi até o ponto de táxi mais próximo da Mansão Wayne, cerca de sete minutos de caminhada. Quando chegou, olhou para o relógio do lugar. Contavam-se treze horas e quarenta e dois minutos. Ótimo, não estava atrasado, mais dez minutos seriam suficientes para chegar ao local combinado.

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Para Jason, a situação já estava um pouco mais complicada. Ele tinha apenas mais quinze minutos para chegar, e teria que se apressar caso quisesse chegar no máximo cinco minutos antes da hora.

Sua ducha não levou mais de três minutos. Decidiu deixar o condicionador de lado, usando apenas um xampu, e enquanto deixava agir, esfregava o resto de seu corpo com uma esponja ensaboada. Enxaguou tudo, se enxugou na maior velocidade que conseguia, e se vestiu. As roupas que Bizarro havia escolhido eram as que Jason mais gostava de usar, além de seu traje de “trabalho”: Uma camiseta branca com uma estampa vermelha de um Bat-símbolo, que havia sido feita para um “fã-clube” do Capuz Vermelho que deu errado, uma blusa de moletom vermelha com capuz, seus cadarços sendo brancos, uma calça de moletom preta e um tênis marrom-claro de cano alto. Seria esta a roupa para essa ocasião tão importante.

Não teve muito tempo para se admirar no espelho, precisava correr, caso contrário, chegaria atrasado e poderia perder essa grande chance. Saiu apressado do banheiro, foi ao “quarto”, pegou sua carteira, seu celular e as chaves de sua motocicleta, e saiu, montando no veículo e partindo em alta velocidade, sem esquecer de colocar o capacete. Só que, dessa vez, era o capacete de motociclista, mesmo.

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Como esperado, às treze e cinquenta e dois, Dick chegou ao Clube da Canário Negro, e pôs-se a esperar próximo à entrada. Colocou seus fones de ouvido, conectou-os ao seu celular e selecionou uma música qualquer das que estavam disponíveis.

De momentos em momentos, ele olhava para o celular e via as horas. Estava começando a achar que tinha sido enganado, pois já se contavam treze horas e cinquenta e nove minutos. No entanto, esse pensamento se foi quando ele ouviu sons de pneu cantando no asfalto, e viu, não muito longe, um motociclista de capacete vermelho se aproximando. Já estava bem na cara quem era.

Assim que chegou a um lugar em que poderia estacionar sua moto, Jason deixou-a lá, desligou o motor e tomou a chave. Enquanto se aproximava de Dick, ele tentava dar toques finais ao seu cabelo, e sua irreversível mancha branca, que ultimamente havia se tornado mais um charme do que um incômodo.

— Aí está você! – Dick comemorou. – Chegou literalmente no horário marcado, haha.

— Cara, se você soubesse a que horas eu acordei, iria me dar um tapa agora mesmo.

Assim que estavam frente a frente, ficaram se entreolhando por alguns instantes. Richard olhava fundo nos olhos de Jason, procurando por respostas para perguntas que nem mesmo sabia quais eram. Jason se esforçava para segurar, mais uma vez, o desejo profundo que ele sentia de beijar Dick com todo seu furor.

— Tudo bem com vocês dois? – um dos guardas da entrada do Clube chamou a atenção dos jovens, acordando-os de seu transe.

— A-ah, sim, sim, estamos bem. – Respondeu Dick, um pouco envergonhado pelo ocorrido.

— É, estamos bem. – Jason concordou.

Para evitar mais destes ocorridos, os dois começaram a andar pelas calçadas daquele lugar, vendo as vitrines de inúmeras lojas, procurando por algum conjunto de roupas interessante, e conversando sobre diversos assuntos.

— Ei, Dick! Olha lá! – Jason chamou, apontando para a vitrine de uma loja. – Acho que aquela camiseta ficaria ótima em você. – A camiseta para a qual ele apontava era cinza-escura com uma estampa azul de alguma palavra em japonês.

— Hum... – Richard pensou um pouco, mas aprovou. – Vamos dar uma olhada.

Dentro da loja, pediram para que um dos funcionários pegasse a tal camiseta para que Dick pudesse provar. Como eles estavam procurando mais de uma troca de roupa, deram algumas voltas, atentamente buscando por outras possibilidades. Quando já tinham um número significante de roupas escolhidas, foram à área de provadores.

— Quantas peças está levando para o provador, senhor? – uma funcionária perguntou.

— É... – Dick tentava recapitular quantas tinha pegado.

— Sete. – Jason respondeu, interrompendo o raciocínio do outro. – Sete peças.

— Certo. – A funcionária procurou por uma etiqueta magnética com o número sete. – Aqui está, pode entrar. – Disse enquanto entregava a etiqueta para Dick.

 — Caramba... – Richard estava impressionado com a rapidez de Jason. – Eu iria levar muito mais tempo para contar.

— Às vezes ser apressadinho é uma boa coisa. – o jovem riu, orgulhoso de si mesmo.

Dick foi em direção a um dos provadores masculinos, levando as roupas em uma sacola, junto com a etiqueta. Jason hesitou um pouco, mas logo seguiu, e foi interrompido pela mesma funcionária.

— Senhor, aonde vai? – perguntou a moça.

— Sou acompanhante dele. – apontou para a direção em que Dick havia ido. – Estou ajudando-o a escolher as roupas.

— Certo. – Ela retirou-se do caminho. – Por favor, só não inventem de fazer “graça” lá dentro, já tivemos problemas demais com isso.

— Sem problemas, moça. – Jason assegurou, e seguiu seu caminho, entrando no mesmo provador em que Dick estava.

— Oh, Jason. – O jovem ficou surpreso por ter sido seguido até lá. – Veio me ajudar a escolher?

— Claro, afinal, já estou te ajudando desde que começou a pegar possíveis opções, hehe. – Sorriu.

— Então espero que não se importe com esse corpo meio frouxo que eu tenho. – Provocou, apesar de estar se rebaixando um pouco.

O outro só respondeu com uma negação com a cabeça, achando aquela fala muito idiota.

Estava na hora de experimentar. Dick começou a tirar sua camiseta branca, expondo aos poucos o seu tronco, e Jason percebeu que, realmente, ele não estava mais em tão boa forma quanto antes. Richard parecia mais frágil, mais leve, mais... atraente, ao fim de tudo. Ele pendurou a sua camiseta num dos cabides que estavam ao seu lado e procurou na sacola a primeira camiseta que iria experimentar, a cinza com estampa azul. Olhando para o espelho, vestiu-a, e observou a si por um tempo, analisando se ela havia ficado boa, até que percebeu pelo reflexo que Jason parecia inquieto.

— Jason? – chamou. – Você está bem?

— O quê? – o jovem questionou, parecendo um pouco nervoso. – N-nada não, estou bem.

Não estava bem. Jason já não estava mais conseguindo se segurar. Ele olhava para o espelho e via o reflexo do homem que ele amava, bem na sua frente, mas ao mesmo tempo, tão inalcançável. Ele tinha que resolver aquilo, naquele instante, ou então ficaria doente para o resto da vida.

— Dick... – chamou baixo, colocando sua mão sobre o ombro do jovem.

— Hã? – Dick virou-se, olhando diretamente para quem havia chamado. – O que aconteceu, Jay?

Aquele apelido foi a gota d’água para Jason. Foi a provocação suficiente para despertar até a mais profunda vontade, o mais secreto desejo.

Com cautela para não assustar aquele belo garoto, Jason dirigiu lentamente suas mãos até as bochechas de Dick, e logo, estava segurando tranquilamente seu rosto. Aproximou-se lentamente dos lábios que ele lembrava de serem doces, questionando-se se ainda tinham o mesmo sabor. Logo já podia sentir a respiração, um pouco nervosa, do homem à sua frente. A sensação era perfeita, ele não trocaria aquele momento por nada.

Já sabendo o que iria acontecer, Dick decidiu ceder. Desde que acordou, ele estava sonhando com aquele momento. Não podia negar que estava se sentindo atraído pelo homem que havia acidentalmente o baleado. Riu mentalmente com esse pensamento, e fechou os olhos, pronto para aquele gracioso ósculo.

E tocaram seus lábios. “Tão familiar...”, pensava Dick. Parecia ser exatamente o mesmo Jason que ele havia beijado há quatro anos. Talvez não em atitude, porque o Jason à sua frente era bem mais intenso, talvez até demais, mas o sabor, a sensação, o desejo, eram totalmente idênticos.

Jason sentiu todo aquele peso se esvair. Era como se tivesse completado uma missão, e uma com uma recompensa incrível. Estava ali, junto do homem que amava, fazendo o que amava. Parecia bom demais para ser verdade.

Era uma colisão de dois mundos. Um beijo carinhoso, cuidadoso e cheio de promessas vindo de Dick, contra um beijo intenso, cheio de entusiasmo, quente. Mas, ao fim, conseguiam chegar ao mesmo resultado: uma sensação indescritível, tão boa que fazia o tempo parar.

Com o fim daquele momento tão caloroso, os pombinhos ficaram observando um ao outro por algum tempo, ainda envolvidos no abraço que haviam formado. De repente, Jason se aprofundou no abraço, puxando Dick para mais perto e descansando a cabeça em seu ombro. Richard apenas correspondeu, sentindo-se na liberdade de acariciar levemente as costas do homem que ele acabara de beijar.

— Senti tanto a sua falta, Dick... – sussurrou, mas alto o suficiente para o outro conseguir ouvir.

Naquele momento, Richard sentiu um choque passar por todo seu corpo. Então, seus pensamentos estavam certos. Aquele realmente era Jason Todd. Todos aqueles sinais, desde o nome do contato até a sensação do beijo, eram afirmações. Dick não estava se interessando por outro home, apenas se apaixonando novamente pelo seu verdadeiro amor. Mesmo com tantas dúvidas sobrando, aquele não era o momento. Ele só podia aproveitar aquele caloroso abraço que estava recebendo, e se contentar, pois estava reencontrando, para valer, seu amado.

— Também senti sua falta, Jay... – sussurrou de volta. – Você nem imagina.


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