PDV Jacob

Bella estava fazendo tanta falta que meu peito chegava a doer, fazia pouco mais de um mês que eu havia saído de Nova York e não tinha um minuto de sossego. Passei por Forks para uma visita a minha desconhecida família, passei longos 15 dias ao seu lado tentando me lembrar da ultima vez que fiquei sem vê–la por tanto tempo. E ainda demoraria mais, pelo menos mais 3 semanas até que ela estivesse de volta.

A contra gosto Charlie me permitiu falar com ela, ele reclamou, bradou, brigou... Billy era seu melhor amigo, bem como Bella era minha melhor amiga. Eu precisava dizer a ela o quanto estava sentindo sua falta... Sentir seu corpo, só de lembrar nossa ultima noite meu corpo dava sinais de que não a havia esquecido. Não era só por isso, obviamente, existia também a necessidade de conversar e contar meus novos projetos.

Ela estava sofrendo e eu sabia, ela estava triste e eu percebia. Bella era sensível e doce, nunca faria algo para me magoar embora eu o tenha feito, eu a magoei e me magoei com a decisão estúpida de me afastar. Era obvio que logo apareceria alguém. Edward Cullen era um exemplo, na festa da Dior ele estava lá, com os braços ao redor do seu ombro, cobrindo–a com seu smoking. Com a expressão dura, diferente daquelas que ele tem quando está na balada. Parecia feroz em defendê–la, como só eu faria.

Não sabia de fato o que ele estava fazendo ali e quando liguei, ela pareceu sincera, mas eu estava com ciúmes, irado, para ser mais exato.  Não podia admitir que aquilo pudesse ser verdadeiro mesmo sendo eu o responsável por tal situação. Como ela mesma disse, eram meus braços que ela queria ao redor do seu corpo... Tremi com a lembrança das suas mãos desenhando os traços do meu peito, com sua boca passeando no meu pescoço e a língua que fazia o percurso entre meus lábios e minha orelha... Bella tinha um jeito enigmático de me deixar enfeitiçado, desde criança ela sempre soube como me seduzir. Parecia uma bruxa levando o Joãozinho para a casinha dos doces.

Era incrivelmente atraente a forma como ela se despia, as formas que ela possuía... Não podia conceber que pertencesse a outra pessoa que não fosse eu. Imaginá–la ao lado daquele Cullen me causou raiva, fúria... Na verdade tudo isso junto ao meu ciúme. E se ela decidisse que iria ficar com qualquer outro exceto comigo? Eu teria que aceitar! Eu a deixei...

Quando liguei, ela pareceu feliz. Disse–me que me amava e que esperaria para conversarmos... Pediu que eu fosse paciente, pois uma das suas ultimas viagens seria uma passagem por Washington, ela diria a Charlie para seguir e ficaria aqui comigo, ela queria me ouvir... Eu não cabia em mim de tanta saudade... Mas eu teria que esperar, teria que suportar...

PDV Bella

Eu sabia que o tempo de namoro com Jacob era mais do que suficiente para que eu decidisse voltar se ele pedisse, contudo, as palavras de Edward ecoavam na minha cabeça. Nosso relacionamento se baseava na amizade e com o tempo, ele iria definhar. O fogo apagaria e não restaria mais nada. Minha cabeça rodopiava na tentativa inútil de me concentrar, meu pai tentava me manter centrada.

– Bella, precisa se concentrar no agora. Sei que foi um baque grande o que você recebeu, mas não pode se deixar tombar assim. – se ele realmente soubesse o que se passava na minha cabeça... Minha mãe sim, ela sabia. Antes de viajarmos, ela entrou no meu quarto e me pediu para conversar.

# flash back #

– Minha filha – ela disse.

– Sei exatamente o que está acontecendo.

– O que? – eu perguntei ficando com o corpo todo gelado.

– Ouvi você conversar com aquele rapaz da foto ontem à noite, ouvi cada palavra que você disse. – permaneci muda.

– Não se assuste, eu não contei nada para o seu pai.

– Te agradeço mãe, papai não entenderia que não há nada entre eu e Edward.

– Eu sei, ouvi você deixando bem claro a sua posição de amiga. Mas e ele? Será que ele quer ser somente seu amigo?

– Mãe – eu precisava confessar. – Nós nos beijamos. 

– Bella, e o Jake?

– Eu me sinto tão culpada... Eu quis, desejei o beijo. Eu estava me sentindo tão feia e indesejável, com raiva e rancor. Jacob me acusou de ter sido leviana e desleal... Edward estava tão próximo, tão tentador... Era como se eu fosse a ultima mulher do mundo. Edward é gentil e me respeita, pude descobrir sua história, saber o que o endureceu. Ele não é aquilo que nós pensávamos que ele era. – justifiquei. – Jake tinha me ligado, me culpou de coisas que não fiz. Estou me sentindo sozinha e acredite ou não, ele me faz sorrir.

– Não vou fazê–la desistir de sair com alguém que te faz tão bem, só peço que tome cuidado com os rumos do seu coração. Cuidado para não se precipitar em sua decisão.

– É muito bom poder te ter como amiga mãe.

– E a família dele, eles não sabem?

– Ele teme que as pessoas acabem nos descobrindo, ele não quer que ninguém saiba, conhece a própria fama e sabemos que Jacob não entenderia. Pedi que ficasse em sigilo.

– Nem mesmo Alice? – perguntou curiosa.

– Nem mesmo Alice, mas acho que ela realmente desconfia... – respondi.

Não havia estranheza em revelar tais segredos para Renée, minha mãe sempre foi uma mulher muito intensa e amava loucamente o meu pai. Eu sabia que era penoso para ela ter que passar dias longe dele por minha causa. Meu pai também era um homem apaixonado, por mais que parecesse durão, na verdade era um Romeu. Completamente apaixonado pela minha mãe.

Três semanas depois...

Depois de muito pedir, Charlie permitiu que eu ficasse sozinha com Jake, ele ainda me tratava como sua pequena filha. Meu pai ainda não havia atinado para o fato de que eu havia crescido. Desembarquei no aeroporto de Washington e Jacob já me esperava.

– Hey Jake! – ele me deu um abraço bem apertado beijando minha testa, senti um arrepio se apoderar de mim. Mas eu não sabia mais exatamente o que aquele arrepio significava. Não iria pedir muito mais do que ele havia me dado, queria saber o que ele precisava me dizer.

– Bella! Que saudades! – ele beijou o topo da minha cabeça dessa vez.

– Eu também, mas vamos, antes que alguém nos veja e queira fazer indagações sobre nossa vida. – ele segurou–me pela mão e me guiou ate seu carro.

– Então, quanto tempo você vai ficar aqui? – ele quis saber.

– Volto para casa amanhã. – respondi. A paisagem do lado de fora não me importava, ele estava mais lindo do que da última vez que eu o havia visto. Mas será que lindo era suficiente?

– Que pena, achei que ficaria um pouco mais... – seu sorriso desapareceu.

– Ainda estamos dando um tempo lembra?

– Tem razão – ele se calou e não deu mais nenhuma palavra até chegar em sua casa. Subimos pelo elevador mantendo uma distância segura, era perceptível a corrente elétrica entre nós. Entramos no seu apartamento, um pouco impessoal, frio. Diferente da sua morada de Nova York, completamente aconchegante e acolhedora... Entrei na frente e parei diante do sofá da sala virando–me para ele com os braços cruzados na frente do peito.

Ele soltou as malas no chão e seguiu em minha direção ainda em silêncio, eu podia sentir seus passos, sua respiração... Eu podia sentir seu calor mesmo estando afastada do seu corpo. Ele se colocou a alguns centímetros de distância de mim, olhou nos meus olhos e me abraçou com força, involuntariamente minhas mãos se soltaram e meus braços se envolveram no seu pescoço.

– Jake!

– Bella! – aquelas palavras foram suficientes para que ele me tomasse em seus braços me puxando para mais perto, sua boca não pediu permissão para tocar a minha com sensualidade e tesão. Sua língua me invadia de uma maneira forte, era o desejo contido por tanto tempo que não me deixou recuar. Senti seu desejo crescer quando ele colou seu corpo ao meu. Ele sugava meus lábios e minha língua, faminto.

Num instante ele segurou minhas pernas prendendo–as na sua cintura, suas mãos hábeis seguravam minhas coxas com força, ele me levou até a bancada que ficava na entrada da porta, o vestido que eu usava não era o mínimo de obstáculo necessário para que ele me tomasse ali mesmo. Abri o seu cinto rapidamente e o senti entrar em mim. Ele fazia movimentos intensos e precisos. Meu corpo reagia a cada toque como se fosse o último. Sua boca beijava meu queixo percorrendo a caminho entre ele e minha orelha mordiscando levemente a ponta da minha orelha. Ele sequer retirou meu vestido, apenas rasgou minha lingerie. Suas mãos percorreram meu corpo, enquanto ainda investia em mim. Nossa respiração era sôfrega, arfante. Dali fomos para o quarto.

– Ah Jake! – eu sentia que uma onda imensa de prazer me dominava.

– Bella... Eu te desejo tanto! – ele murmurou. Foi nesse momento que juntos, chegamos ao êxtase. Foi rápido e selvagem, nunca havíamos ficado tanto tempo longe um do outro...  – E eu estava com saudades disso, de ter, só minha – ele me carregou para o seu quarto me deitando sobre a sua cama.  Meu corpo pedia o seu insistentemente.

– Eu também senti saudades. – sorri. Ele deitou do meu lado sem dizer nenhuma palavra, eu podia sentir seu coração acelerado. Sues braços envolvidos em mim como se não me quisesse deixar partir. Mas agora tudo que Edward me falou fazia pleno sentido. – o que nos une Jake? – aquela pergunta saiu sem que eu esperasse. Eu levantei minha cabeça e olhei para ele.

– Não entendi.

– O que nos une afinal? Você disse que me deseja, antes você dizia que me amava.

– Do que você está falando? A que ponto quer chegar?

– Quero dizer que nós parecemos dois bichos no cio... Nós não trocamos dez palavras desde que cheguei e já estamos deitados na sua cama. Eu quero saber o que nós significamos um para o outro exatamente. O que você sentiu com a minha ausência?

– Senti sua falta, falta do seu carinho e do seu sorriso e de todas as vezes que perdemos a noite conversando e fazendo amor... Senti falta da sua sinceridade e da sua amabilidade... Senti saudades de tudo em você.

– Tem certeza? – perguntei desconfiada.

– Tenho sim... Por quê? – ele me olhou ressabiado. Aquela seria uma longa conversa...