A Ilha - a Descoberta do Amor escrita por velgoncalves


Capítulo 8
Capítulo 7 - O beijo


Notas iniciais do capítulo

Oláááá minhas queridas, eu particularmente achei esse capitulo doce, encantador... Bem achamos que seria uma fic com poucos capitulos, porém pelo cronograma ela acabou com muitos mais capitulos do que esperávamos... Então, gostaríamos de ver os comentários com sugestões que possamos usar introduzindo assim o desejo de vcs mais a frente. Boa leitura e um beijão!



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Capitulo 7 – o beijo

 

PDV Edward.

 

Ouvi–la dizer aquelas palavras foi muito difícil, não sabia o real significado dos meus sentimentos. Mas eu sabia que havia algo errado. Aquela sensação de proteção, o aperto no coração quando ela disse que amava Jacob Black. Ela voltou a sentar me olhando com tristeza. Eu havia ouvido toda conversa, mas não diria nada por educação... Lógico.

– Ele acha que temos um romance – ela olhou para o chão. – tentei explicar o que houve, mas ele não pareceu acreditar.

– Ele deve estar com ciúmes. – justifiquei. – isso passa.

– Tem certeza? Será mesmo que vai ficar tudo bem? Eu queria tanto acordar amanhã e saber que esses dias não passaram de um sonho.

– Bella, me perdoe à intromissão. Preciso entender algo... – ela me olhou curiosa. – o que você sente por ele afinal? Amizade ou amor?

– Eu amo Jake. Não é como se sente aquele amor entre um casal, aquele amor que acaba com o primeiro erro. A gente se conhece desde a infância, somos amigos e muitas vezes brigamos por ciúme um do outro. Entretanto, foi quando nos descobrimos juntos que isso se intensificou. Jacob foi o primeiro homem que me tocou, que me... – ela ficou rubra – ele e eu nos entendemos perfeitamente, ele sabe quando estou triste ou quando estou mentindo... Isso não se consegue de um dia para o outro.

– Posso ser sincero? – perguntei. Ela assentiu.

– Isso me parece mais a negação de que vocês não são tão perfeitos um para o outro quanto você pensa, você fala dele como se fosse seu irmão mais velho. Talvez devesse se abrir a possibilidades novas, se descobrir junto e legal, no entanto, não é tudo. Há muito mais em jogo, é sua vida inteira... Sua juventude, pelo que você diz, Jacob parece capaz de ler sua alma. Contudo, lá adiante, você vai precisar de muito mais. Vai precisar de alguém além da sua alma, que leia seu corpo, suas expressões e que você saiba que te olha com desejo, com aquele famoso brilho nos olhos. Como amigo, ele vai perder o fogo depois de um tempo, e tudo vai estar perdido porque a amizade estará perdida. Eu sou homem Bella, e sei do que estou falando.

– Você diz isso porque não sente nada por ninguém – ela se aborreceu.

– Eu digo isso, porque aprendi da pior maneira possível. Vou te contar um segredo que poucos conhecem, eu já amei... Já sofri... Já passei por muitos momentos ruins. Entreguei meu coração a uma mulher que não merecia e depois dela, decidi que não amaria mais ninguém.

– Você endureceu. – ela afirmou.

– Eu aprendi... – rebati.

– A vida nem sempre pode nos dar o que queremos, a gente tem que aprender a conviver com as perdas. Esse Jacob está parecendo um garoto aborrecido porque você se recusou a fazer o que ele queria. Pare de se lamentar e veja que ao redor de você existem pessoas que te querem bem. Eu te quero bem Bella, sem te pedir nada em troca – me arrependi de ter dito as ultimas palavras.

– Você me quer bem? – os olhos dela cresceram assustados.

– Eu quero que você saiba que não vou deixar ninguém te usar. Por tanto tempo me fechei para os sentimentos, daí você aparece e derruba a muralha de concreto que fiz em torno de mim. Depois que nos falamos à tarde, me senti um idiota... Não é como se eu me sentisse atraído, é como se eu tivesse que te proteger de todos.

– E quem me protege de você?

– Você acha que precisa ser protegida de mim?

– Você é um trator Edward, você sai devastando o coração das pessoas pelo prazer da conquista. Tem a fama de cafajeste e mau caráter... A imprensa mostra você diferente de como você se mostra e eu me pergunto... Qual é o verdadeiro Edward Cullen? – ela indagou confusa.

– Eu sou o que você quiser que eu seja, isso vai depender do seu ponto de vista. Só não me peça para ser seu par – sorri e ela retribuiu

– Eu não quero te magoar. Não quero fazer nada que reduza esse nosso momento a pó. E se algum dia eu beber e te paquerar, me bata bem forte pra eu tomar jeito. – o vento passou frio fazendo–a tremer.

– Quer jantar agora?

– Podemos ficar um pouco mais? – ela quis saber, fiz um sinal positivo com a cabeça.

– Obrigada por estar tentando quando ninguém mais tentou. Vamos caminhar? – levantamos e caminhamos um pouco mais, o jardim já estava completamente escuro, iluminado apenas pela luz dos postes. O céu reluzia com milhões de estrelas brilhantes. Bella parecia alheia ao mundo que a cercava, o nariz avermelhado era de uma beleza diferente. Era encantador.

 

 

PDV Bella

 

 

  Era engraçado perceber que ele não me cobiçava, estranho talvez, pois com a sua fama, eu podia me sentir um E.T. Olhei para ele que caminhava olhando para frente. Quieto, pensativo. Eu estava me sentindo carente, sabia que fazia pouco tempo que Jacob havia ido embora, entretanto, havia um buraco dentro de mim...

Por um instante consegui entender o que ele havia me dito lá atrás, depois pensei se seria um jogo para me ganhar e depois fazer como fazia com as outras. Descartar... Não parecia que ele estava fingindo, sempre fui boa com julgamentos e quase nunca me enganava quando acreditava nas palavras dos outros. Edward parecia estar sendo sincero. Imaginei como seria ser beijada por ele, como Ang dizia. “Vejo no céu quando o beijo”, eu sabia que era figurativo, mas será que eu também veria estrelas? Eu já tinha beijado uma ou duas bocas além da de Jake, depois da dele não tinha desejado nenhuma outra, todavia naquele momento... Eu estava desejando... Eu queria beijá–lo. Eu precisava tentar de alguma maneira sanar aquela dor, fechar aquela ferida. Não sei se por idiotice minha ou por ironia do destino, pisei em um buraco e fui direto ao chão.

– Você se machucou? – ele se ajoelhou a minha frente segurando–me pelos braços.

 – Está escuro aqui, deveríamos voltar para a parte mais clara. Pode haver outros buracos.

– Claro! – levantei sem jeito, eu estava muito próxima a ele, podia sentir seu perfume doce e suave.

– Venha, deixe–me ajudá–la. Você está toda suja... – ele tinha um tom preocupado na voz, não podia vê–lo direito por causa das sobras que se formavam em nossos rostos, mas sabia que ele estava com o rosto muito próximo ao meu.

– Desculpe por eu ser tão tola e desastrada. – balbuciei.

– Você não é tola ou desastrada... Está escuro e você caiu só isso. – ele segurou minha mão limpando–a. – você tem certeza de que está bem? – senti meu coração acelerar. Quando ele retirou alguns fios de cabelo do meu rosto. Seus dedos roçaram a minha bochecha me fazendo ficar corada, ainda bem que no escuro ele não perceberia o que aconteceu.

– Estou... – foi tudo que consegui responder. Eu estava começando a me sentir uma traidora, ali parada de frente para ele. Foi como se eu tivesse um lapso. – eu posso te pedir uma coisa? É algo que não consegui pedir a ninguém, algo que me faria muito bem.

– Claro Bella, peça.

– Me abrace... Estou me sentindo tão só. – de fato era verdade, eu sentia culpa por ter desejado seu beijo, sentia culpa por não ter conseguido convencer Jacob de que ainda não era hora de casar aceitando assim seu pedido, fato aquele que me levou a tantos momentos dolorosos. Ele não disse nada, só se aproximou colocou seus braços ao redor do meu ombro me aproximando com cuidado.

Uma das suas mãos acariciou meu cabelo, coloquei minha cabeça em seu peito másculo, os braços fortes me seguravam firme, como se me sustentassem para que eu não caísse. Ele colocou a bochecha no topo da minha cabeça beijando–a logo em seguida

– Você sabe como é difícil para mim, estar nessa posição? – ele sussurrou.

– Se continuar assim, terei que quebrar minha promessa de te proteger.

– Não quero que quebre sua promessa. – coloquei meus braços ao redor da sua cintura, percebi sua inquietação, o acelerar das batidas do seu coração, o aumento da velocidade da sua respiração. Realmente aquele devia estar sendo um esforço enorme para ele. Afastei–me instintivamente.

– Bella. – ele acariciou meu cabelo outra vez, olhei para ele esperando que concluísse suas palavras.

– Eu me sinto tentado a te beijar, mas não quero que pense que esse momento foi planejado porque não foi. – sua voz era suave, melodiosa... Hipnótica, ele acariciou meu rosto, passando o dedo polegar na minha boca. Seus olhos estavam dentro dos meus embora eu não pudesse vê–lo como ele a mim.

Ele colocou uma mão em cada lado do meu rosto e se aproximou lentamente, um roçado suave e sutil da sua boca na minha fez com que meu corpo estremecesse. Com outro toque gentil ele encostou seus lábios nos meus, deu–me um beijo simples, delicado... Ingênuo.

– Me beije – pedi num murmúrio quase inaudível até mesmo para mim, em poucos instantes, sua boca me beijou com violentamente, e eu podia sentir uma onda de calor me dominando. Ela subia pelas minhas pernas tomando meu corpo.

Uma das mãos dele soltou meu rosto e segurou minha cintura me trazendo para perto, encostando meu corpo no dele. Era estranho poder sentir e perceber que outra pessoa me desejava, mesmo sendo ele quem era. O beijo era voraz. Ele sugava meus lábios e minha língua como se fosse um vampiro com sede de sangue. Eu retribuía com a mesma urgência. O jardim estava vazio, não parecia haver mais ninguém, a lembrança de Jake me atormentou no inicio, mas agora eu queria viver aquele momento me forçando a esquecê–lo. Mesmo que acabasse e que todas as palavras ditas por ele fossem falsas, aquele era o meu momento.

Cravei minhas unhas nas suas costas por cima da camisa e ouvi um gemido baixo, enquanto ele continuava me inundando de sensações novas. Ele parou por um breve momento e me olhou. Nossa respiração era ofegante, eu o desejava naquele momento. Lentamente ele beijou o contorno da minha boca, mordiscando meu lábio inferior fazendo com que minha cabeça começasse a girar. Mas, eu sabia que me arrependeria se cometesse um erro. Ele encostou sua testa na minha respirando profundamente e soltando o ar logo em seguida.

– Bella – ele murmurou

– Melhor irmos embora, ou eu não conseguirei me conter. Não quero que faça nada por estar magoada, não quero que se arrependa e me culpe depois por ter me aproveitado de você.

– Não farei isso. Aliás, tudo isso é culpa minha... – me afastei dele

– Me perdoe, sou uma tola.

– Não é não. Está magoada e por isso não quero me aproveitar, não é justo e confesso que por mim, eu não pararia. Eu iria querer muito mais e... Não deixaria que fosse embora pela manhã... Na verdade, é estranho te disser essas coisas, então acho que deveríamos ir jantar, poderemos fazer de conta que isso nunca aconteceu, se você desejar...

– Você julga que foi um erro?

– Não, isso não foi um erro. Só está acontecendo no momento errado. Se nós vamos ter algo algum dia, quero que esteja curada e livre dos seus fantasmas. Até lá Bella, serei seu amigo. Apenas isso.

– E eu aceito sua proposta. – sorrimos juntos. Ele segurou minha mão e voltamos para o lado mais claro do jardim, de lá seguimos para o carro dele. Eu precisava me recuperar do beijo que havíamos trocado.

 

 

PDV Edward

 

 

Aquele beijo me deixou sem chão. Era a sensação mais gostosa que eu já havia experimentado na vida, algo muito além do prazer que qualquer mulher possa ter me proporcionado até hoje. Eu não sabia sequer que caminho havíamos tomado até que nos vimos sentados no meu Aston Martin.

http://minimotofans.files.wordpress.com/2009/12/aston–martin–rapide–1024x768.jpg (Imagem do carro de Edward)

– Eu não vou machucar você – eu disse em um tom calmante, enquanto nos afastávamos do parque em direção ao restaurante.  

– Eu a encontrei em um momento difícil e conheço a sua história. Quero apenas estar ao seu lado agora e nada mais. Saiba que pra mim, tudo o que estou sentindo agora é diferente, desconhecido. – Ela cruzou os braços em cima do peito e juntou as pernas, tentando se proteger tanto quanto possível.

Ela devia estar com medo. Era natural. Mas ela também havia me pedido para beijá–la. E ao invés de fugir, continuava ali, me olhando. Liguei o rádio para amenizar o clima pesado que pairava sobre nós, embora estivéssemos acertados quanto a haver algo entre nós. Ao fundo tocava uma música do The killers, A White Demon Love Song.


Canção de Amor de Um Demônio Branco

Canção romântica de um demônio branco no hall

A sombra do demônio branco na estrada

Sustenta sua mente, há um chamado

Ele a ouve vindo depois de todo

esse tempo

Ela gosta do jeito que ele canta

A canção de amor do demônio branco nos sonhos dela.

 

Demônio branco, onde está seu beijo egoísta?

O triste demônio branco providenciará

Não deixou esquecer o medo

Convite negro para este lugar que não pode mudar

Enquanto estranhamente pura, vem a chuva.

 

(Querida)

 

Demônio branco, estenda seu coração

Demônio branco, quem deixou seus amigos partirem?

Demônio branco, estenda seu coração

Demônio branco, quem deixou seus amigos... partirem?

 

Deixe-nos amar

(deixe-nos amar)

Deixe-nos envelhecer e ficar grisalhos

(Deixe-nos envelhecer e ficar grisalhos)

Eu não farei você chorar

(eu não farei você chorar)

Eu jamais me perderei

(eu jamais me perderei)

Eu farei minha parte

(eu farei minha parte)

Deixe-nos amar... esta noite!

 

Demônio branco, estenda seu coração

Demônio branco, quem deixou seus amigos partirem?

Demônio branco, estenda seu coração

Demônio branco, quem deixou seus amigos partirem?

 

(Aguente mais, querida)

(aguente)

 

(Eu não aguento mais querida)

(Aguente)


 

Talvez, eu fosse o demônio branco em sua vida, mas eu não sabia por quanto tempo eu suportaria sem beijá–la outra vez. Havia sido o melhor beijo de toda a minha vida. A urgência com que ela me correspondia só me dava espaço para uma coisa: Desejá–la em todos os sentidos. Mas eu não poderia mais. Eu havia lhe prometido.

Seguimos por todo o caminho sem trocarmos mais nenhuma palavra, cada um perdido nos seus próprios pensamentos, suas próprias conclusões.

 

 

PDV Bella

 

 

O caminho até o restaurante foi bem curto. Passamos o resto do tempo quietos, talvez refletindo sobre os últimos acontecimentos. Eu ainda sentia meus lábios dormentes pela urgência com que ele havia me beijado. Era diferente, eu não entendia. Eu sentia uma necessidade de ter o seu gosto outra vez em minha boca. Um gosto doce, talvez pura luxúria, era maravilhoso, como uma tortura deliciosa, de rápida combustão e lenta queimação, muito bom.

– Estou com você... – Ele balbuciou.

– Talvez a gente tenha começado com o pé errado, talvez isso seja íntimo demais para a história de amor complicada que nós temos, mas verdadeiramente quero ser sua amiga, realmente preciso de você neste momento. Sei que pode me entender e isso certamente está me surpreendendo face ao juízo que eu fazia de você antes de te conhecer.

Ele engoliu a seco, havia entendido tudo. Aquilo doía mais do que eu esperava. Mas, pra ser sincera, eu queria a luz do sol que ele emanava, mas não sabia como dizer isso a ele, então esperei que ele fosse entender por conta própria.

– Tudo bem! – Ele falou enfim, virando e afastando–se para descer. Havíamos chegado então ao restaurante.

Rapidamente chegou ao outro lado do carro, onde abriu a minha porta, me estendendo a mão para que eu descesse e entrássemos no recinto. Para minha surpresa não era o lugar que combinamos. Era um ambiente simples, mas que emanava um cheiro maravilhoso de comida chinesa. Ele me dava mais atenção do que eu imaginava.

– Que lugar é esse? – indaguei realmente curiosa.

– É um restaurante que costumo freqüentar, quando quero me esconder dos repórteres. É impensado para eles, que o sofisticado Edward Cullen, frequente um lugar tão simples e pouco requintado como este, mas que serve a melhor comida chinesa do Brooklin.

– Bem não diria que é um lugar sofisticado, mas que tem seu charme e o cheiro que vem da cozinha está me deixando faminta. – Eu realmente, depois de dias de sofrimento conseguia sentir fome de verdade.

– Fico feliz que tenha gostado.

– Parece que você não leu nada sobre mim na internet depois das minhas preferências alimentícias. Eu gosto muito de lugares intimistas. – Ele sorriu e perguntou.

– Mas o que uma modelo famosa como você consegue ver em lugares assim?

– Eles me mostram as diferenças do mundo que freqüento a trabalho para o mundo real, onde pessoas comuns comem, bebem e se divertem. – Aquilo era a mais pura verdade.

– Então vamos entrar e pedir o seu prato predileto segundo a internet.

– O quê? Eles fazem aqui rolinhos primavera e yatsoba de camarão?

– É um restaurante chinês não é? – Rimos juntos da minha pergunta.

Com estas palavras, o clima tenso de antes se dissipou e deu espaço a uma conversa alegre e descontraída. Entre garfadas, falamos sobre nossas infâncias, sobre nossos pais e outros assuntos que não envolvessem o meu sofrimento, ele me contou como foi a sua época de faculdade, como foi à infância com seus irmãos. Como era ter que conviver com suas dores já que os únicos que conheceram sua historia são aqueles que fazem parte da sua família. Falamos sobre o pavor que tínhamos dos jornalistas sensacionalistas, que ganhavam a dinheiro especulando sobre a vida de atores, modelos e empresários famosos e discutimos meios de despistá–los. Rimos muito com as idéias absurdas que dávamos um ao outro.

Vendo Edward como eu estava vendo agora, fazia com que todos os preceitos anteriores desaparecessem. Ele não me deu um presente como fez com Ângela, nem me disse que eu era maravilhosa como fez com Jessica... Não me disse que estava cego de amor como fez com Lilian, Julia, Suzy... Como eu disse, ele era um trator capaz de devastar até o coração mais endurecido, como foi o caso de Sidney. Uma atriz cheia de manias e extremamente interesseira.

De todas elas, entre outras mil que preferi não perguntar, uma foi capaz de conquistá–lo. Aquela que foi a precursora dessa fase negra que ele vivia, Erin Stuart. Ele a amou e dedicou seus anos de faculdade e mais alguns meses depois que se formaram. Edward me contou que ela foi à única ouvir dos seus lábios verdadeiramente a frase “eu te amo”. Imaginei se ele sentiu a mesma coisa que eu, se ele ainda seria capaz de perdoá–la. Externei minha duvida.

– Hoje não mais – ele respondeu.

– Erin, não faz parte da minha vida e nem do meu coração, tudo que restou foram às lembranças... As ruins, óbvio.

– Mesmo que ela pedisse perdão?

– Olha o que ela fez comigo Bella! Devastou minha vida, acabou com meus sonhos. Ela preferiu mudar de país quando eu disse que não queria o dinheiro do meu pai, que se ela quisesse permanecer comigo teria que esperar que eu ganhasse o meu dinheiro. Meu pai é rico, não eu... Eu sou um funcionário como outro qualquer, trabalho para receber o salário no fim do mês.

– E com seus irmãos é igual?

– Jazz teve a sorte de encontrar Alice, apesar de pequena e extremamente irritante, a baixinha é a melhor amiga de todos nós. Eu francamente nem sei como ela consegue suportar a futilidade de Rosálie. – ele passou as mãos nos cabelos que estavam em constante desalinho.

– Mas ela o apóia em todos os seus projetos. Meu pai não respeita muito o fato de sermos modelos nas horas extras. Ele também não admite muito que a gente queira ter algo de nosso, Carlisle é um pai amoroso... Mas também é muito super protetor, Esme, minha mãe, é uma mulher maravilhosa. Tivemos sorte com nossos pais. – ele sorriu.

– Eu também não posso me queixar, Charlie é durão, mas na verdade ele só quer me proteger, o meio no qual eu vivo é meio podre, mas falamos sobre isso em outra oportunidade. Já René, ela sempre me tratou como uma criancinha – sorri

– Minha mãe ainda sofre quando eu tenho que viajar.

– E por falar em viagem, você pensou se irá passear de barco conosco?

– Eu não sei... Edward é um pouco mais complicado do que você pensa.

– Se eu pudesse saber o motivo, tem a ver com seu noivo?

– Na verdade não. É que eu terei uma serie de viagens marcadas nas próximas semanas, agora estou aqui... Mas na próxima semana, terei que ir ao Brasil, depois Europa e Ásia... Ficarei um mês viajando, participando de eventos de moda.

– Entendo, sentirei saudades... – ele disse envergonhado.

– Fale sério...

– Estou falando, e se você me autorizar. Gostaria de poder te ligar, mesmo que você precise me chamar de Alice... – ele deu um sorriso torto que era novo para mim.

– Tudo bem – não consegui dizer não. A noite agradável estava acabando, como tudo o que é bom, dura pouco. As horas se passaram sem que tivéssemos noção do tempo. Quando dei por mim já eram quase dez da noite. Então o convidei para irmos.

– Preciso ir. Falei para os meus pais que iria apenas ver um filme e depois estaria de volta. Não quero preocupá–los. Eles ainda acreditam que é uma sessão entre garotas. – ele sorriu.

– Sim entendo. Vou te levar em casa agora mesmo. – ele ofereceu.

– Ficou louco? Perdeu a noção do perigo? Eu acho que não seria prudente. Você não tem do meu pai um dos melhores conceitos para ser a companhia ideal da filhinha dele. – Ele gargalhou.

– Foi por isso então que hoje quando te liguei você me chamou de Alice?

– Hummm... Mais ou menos. É que como eu estava em um estúdio fotográfico e lá têm muitas pessoas, não queria que soubessem que andamos trocando telefonemas. Você por acaso já viu as manchetes dos tablóides hoje?

– Sim. “Milionário do ramo de brinquedos e modelo abandonada protagonizam um romance de cinema. A família do rapaz a protegeu com unhas e dentes.” O que acha? Eles agora vão cair matando em cima de nós.

– Por isso temos de ser discretos. Nossa amizade pode ser mal interpretada. Por isso gostaria de ir sozinha para casa.

– Claro. Mas me permita ao menos deixá–la em um táxi. Gostaria também que quando chegasse em casa me avisasse que chegou bem. Assim não ficarei preocupado com a sua segurança. – fiz que sim com a cabeça – pense com carinho no convite, poderíamos passar um final de semana.

– Ok, eu aceito com uma condição... – os olhos dele se iluminaram.

– Qual? – ele estava ansioso.

– Se você prometer que vai continuar não me paquerando... Vai manter a palavra de sermos só amigos...

– Feito. – ele apertou minha mão.

– Agora vamos para casa. – ele pediu a conta e pagou...

– Não se esqueça de me avisar que chegou bem – ele disse quando me colocou dentro do taxi depositando um breve beijo no topo da minha cabeça.

– Sim, eu serei breve, para que não atrapalhe o seu precioso sono. – Eu disse entre risinhos de ironia.

– Ficarei eternamente grato. – Ele me respondeu com palavras de um tom incrivelmente sedutor. Assim nos levantamos e seguimos para fora do restaurante. Na Rua, Edward parou um táxi e se despediu de mim apenas com um beijo no rosto, como velhos amigos.

A volta pra casa foi rápida e sem aborrecimentos. Quando entrei em casa dei boa noite aos meus pais que viam TV na sala e fui para o meu quarto. Eu desta vez tinha sono e queria mesmo descansar, mas antes fiz uma coisa que havia prometido, só que de um jeito diferente, digitei uma mensagem de texto.

“ESTOU EM SEGURANÇA. TENHA BONS SONHOS.”

Cliquei na tecla de envio, me troquei rolei para debaixo do edredom onde tive a noite de sono mais tranquila dos últimos quinze dias, sem sonhos, sem esperar por alguém que não chegaria.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que deixem seus comentários.



Bjos!