A Ilha - a Descoberta do Amor escrita por velgoncalves


Capítulo 10
Capítulo 9 - O retorno


Notas iniciais do capítulo

Olá... Um capitulo extra da Ilha para me desculpar pela demora em A sun and a moon... Bjos e boa leitura.



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Capitulo 9 – O retorno

 

PDV Bella

Descobrir que ele não me chamou porque me amava foi muito doloroso, ele só queria ter certeza de que eu não havia estado com mais ninguém. Eram ciúmes e possessão, nada além de desejo físico e talvez amizade. Agora eu tinha certeza. Perguntei–me durante todo o trajeto como faria para contar a Edward o que havia acontecido. Foi uma recaída? Aquilo não seria desculpa, ele havia deixado claros os seus sentimentos por mim, o que fazer então para não magoá–lo? Eu não queria que ele saísse da minha vida. Ainda no avião eu fiquei me lembrando de como havia sido o nosso término. O tempo fechou quando falamos às verdades que precisavam ser ditas.

 

# Flash Back #

 

Estávamos deitados em sua cama, quando ele me disse que tinha certeza de que me amava eu só não sabia o quanto, só poderia saber depois que dissesse o que precisava ser dito – Jake, tenho algo para te contar que não sei se irá gostar. Eu não quero agir erroneamente com você e... Não serei como as pessoas que fingem ou mentem... – eu não sabia por onde começar.

 - Que tal se você for direto ao ponto? – ele foi direto. – seria melhor se me contasse o que aconteceu de uma vez.

- É que, no outro dia, quando você me ligou por causa da matéria dos jornais, um dia depois da festa de Dior lembra? – ele fez um sinal positivo com a cabeça. – eu estive com Edward Cullen – notei que sua mandíbula ficou tensa e os músculos do seu braço endureceram.

- Então, eu estava certo. - ele disse num tom raivoso se levantando rapidamente. - Assim que eu desse as costas apareceriam outros não é? – Ele praticamente me insultou. – queria ter a certeza de que me fez de bobo? De como eu me sentiria depois de ser traído? –– Eu me sentei também. Ficamos nos encarando. Eu rebati que antes ele havia me falado que era muito mais conveniência e cumplicidade.

– Não aconteceu nada mais do que um beijo num momento em que eu estava vulnerável. Como você pode pensar isso de mim Jake? – Eu me ofendi profundamente.

– Então ele se aproveitou de você? Desde quando você ficou tão inocente assim? Bella eu vi as revistas. Sei que eles inventam muito, mas toda fofoca tem um fundo de verdade. A maneira como o restante dos Cullen te protegeu denunciava exatamente o que eles estavam encobrindo. Talvez você não passe de mais uma aventura daquele playboy.

– Do que você está falando Jake? Estou me abrindo para você e te contando algo que simplesmente aconteceu, não foi proposital, nós não planejamos aquele momento... Jacob, ele não é o cafajeste que você pensa. – Involuntariamente defendi Edward. Eu sinceramente eu me senti afrontada.

– E você realmente quer que eu acredite nisso? Depois que ele esteve com você na festa e que o acontecimento foi noticiado em todos os jornais, você vem aqui e me conta que beijou o Cullen, ainda quer que eu acredite que vocês não tiveram nada? Agora você o defende também. Pode me contar que você já foi parar na cama dele. Eu sou capaz de compreender. E foi por isso que eu te trouxe aqui. Eu precisava provar a você que nós dois somos capazes de fazer melhor. O tesão que sentimos é mais forte. – Aquilo foi terrivelmente humilhante. O sangue ferveu e dei uma tapa em Jacob. – Viu! Eu tinha razão. Você já dormiu com aquele imbecil. E aí, sou ou não mais quente que ele? – Jacob agora era incisivo em afirmar que eu e Edward havíamos transado.

– Se você realmente quer saber, nós não transamos, AINDA. Mas nos beijamos e foi muito bom – eu disse no intuito de ofendê-lo tanto quanto ele estava fazendo comigo - e só não fomos adiante porque ele não quis se aproveitar da minha fragilidade, por eu estar carente pela nossa separação. Apesar do que alguns pensam, ele é mais decente do que você, por exemplo, que me queria apenas para provar a si mesmo que era mais homem.

– Então você assume que realmente existe algo entre vocês?

– Não, não há nada entre nós além de amizade e respeito. Mas eu me sinto muito envolvida por ele, não da mesma forma com a qual você assume que o que sente por mim não passa de tesão, mas ainda assim me sinto bem com ele por perto. E mais, pra mim está tudo acabado. Você é realmente assunto encerrado na minha vida.

- Sinto muito Bella, pensei que te conhecia, no entanto, não a conheço. Imaginei que com esse tempo poderíamos sentir falta um do outro e você entenderia os seus sentimentos por mim, mas me enganei. Não faz nem 2 meses que parti e você já se jogou nos braços de outro como uma daquelas modelos que tanto condenava. Vejo que o meu pai tinha razão quando disse que você era igual às outras – ele disse num tom ofensivo.

- Eu não vou ouvir você me ofender e ficar aqui esperando o desfecho da conversa, você está de cabeça quente. Outra hora nós conversamos. – comecei a me vestir e levantei seguindo na direção da sala.

Ele me puxou pelo braço forçando-me a olhá-lo – você vai me ouvir – Jacob estava tomado pelo ciúme – eu não poderia ter me enganado tanto com você, quem vai me garantir agora que você já não fez isso antes?

- Você está me ofendendo Jake, já disse, não vou ouvir o que está me dizendo. Depois conversamos. – soltei-me e andei rapidamente até a sala.

- Depois disso Bella, estou certo de que realmente não poderemos mais ficar juntos. Eu não posso mais te querer na minha vida, não depois que aquele mauricinho cretino também te tocou, está tudo acabado entre nós. – ele disse frio, eu não iria confrontá-lo, pelo menos não naquele momento. Em silêncio peguei a mala que tinha trazido comigo e segui até a porta. Ele se manteve parado no mesmo lugar, não moveu nem um músculo, nem me disse adeus.

- Adeus Jacob – eu disse abrindo a porta, depois que a fechei atrás de mim, foi ai que me dei conta de tudo que havia perdido. Desci pelo elevador contendo a vontade de gritar, meu amigo... Meu namorado... Eu o havia magoado profundamente. Nada que eu ou ele disséssemos iria apagar aquelas palavras que foram ditas.

Eram 10h45min da manhã do outro dia, quando o avião saído de Washington aterrissou no JFK, em Nova York, eu já me sentia mais segura e uma ansiedade boa tomava conta de mim. Em pouco tempo eu poderia vê-lo. Mas, chegar à Nova York foi mais difícil do que pensei, embora não tenha dado esperanças a Edward, eu sentia que tinha uma dívida com ele. Ele havia sido sincero e capaz de me respeitar, ele sabia que eu ainda estava ferida e que eu e Jacob poderíamos reatar, no entanto, não foi o que aconteceu. Após um encontro selvagem, percebi que minha cabeça estava tão focada no que ele representava antes que não percebeu o que estava acontecendo no momento atual.

Edward não iria me buscar no aeroporto. Eu liguei pra ele logo após a fatídica briga com Jake e de imediato ele se prontificou a ficar ao meu lado, eu me sentia quebrada e ele me disse que se fosse da minha vontade ele teria ido me buscar... Melhor não, estaríamos nos expondo muito. Mas meu pai estaria lá e quando nos vimos, lá da área de desembarque, eu corri para abraçá-lo. Finalmente eu estava em segurança.

Entramos no taxi e seguimos direto para casa, meus pais me receberam com felicidade. Parecia que fazia anos que eu não colocava os pés em casa pela festa que fizeram. Minha mãe me olhou demoradamente, eu não conseguia esconder dela meus segredos. Esperta como era, Renée percebeu que havia algo errado.

– Preciso de um banho – eu disse me desvencilhando dos seus braços.

– Claro! Filha, eu preparo seu banho enquanto separa suas roupas. – aquela era a deixa que precisávamos para ficar sozinhas sem que meu pai desconfiasse de alguma coisa. Seguimos para o meu quarto e após entrarmos ela trancou a porta atrás de si.

– Bella, o que houve? Quando me ligou, precisei fingir para que seu pai não percebesse que havia algo de errado. – ela disse apreensiva.

– Eu fiz tudo errado mãe – me puni – Eu tive uma recaída com o Jake, isso não devia ter acontecido.

– Ele não é seu namorado? – ela interpelou.

– Eu já não sei mais, brigamos quando eu contei que beijei Edward...

– Bella! Você contou?

– Claro mãe, Jake me ofendeu e mesmo que não tivesse feito isso eu teria contado do mesmo jeito, era o certo a se fazer... Agora não posso mentir para Edward sobre a minha recaída. Embora seja meu amigo, sei dos seus sentimentos por mim. Não quero machucá–lo também...

– Não conte, o que os olhos não vêem o coração não sente; conhece o ditado?

– Não é justo, ele foi sincero comigo todo esse tempo. Quero dar–lhe a oportunidade de decidir se ainda quer estar ao meu lado ou se eu sou uma causa perdida. – coloquei a mão na testa.

– Você está apaixonada por ele! – ela afirmou. – Está apaixonada por Edward Cullen, Bella!

– Não, isso não tem nada a ver mãe... – respondi imediatamente negando o que ela me dizia.

– Você não vê? Está se preocupando demasiadamente com o que ele vai pensar de você. Diga-me qual foi a primeira coisa que pensou quando colocou os pés no chão e percebeu que Jacob não era um príncipe encantado como você sempre o chamava quando eram crianças? Você finalmente caiu na real. Crianças crescem Bella, e vocês deixaram de ser crianças. Sei que ele foi o primeiro a te tocar e sei o que isso significa. Mas você já parou para pensar no que Edward disse? Um dia acaba o desejo, e da amizade, não restará mais nada.  Eu sei que o que você viu em seu coração, e não foi o rosto de Jacob.

– Não sou tão volúvel assim.

– Não é ser volúvel Bella, você cresceu...

– Como vou dizer a Edward que estou afim dele e dormi com Jake? Nem sei se o que ele sente é suficiente para durar um mês.

– Deixe que ele te dê os sinais... Não lhe diga nada sobre que sente. Você é uma garota correta, sei que contará o que houve mesmo que eu diga para não contar... Minha filha siga seu coração e conte sempre comigo. – ouvimos batidas na porta.

– Estamos indo Charlie, Bella está acabando o banho...

– Está bem – ele disse do lado de fora.

– O que você pretende fazer? Vai ligar para ele? – ela incentivou.

– Vou fazer–lhe uma surpresa... – ela sorriu.

– Vou deixá–la sozinha, talvez fique mais a vontade para falar com ele. – ela se retirou fechando a porta atrás de si. Olhei o telefone na cabeceira da cama, se ligasse dali ele saberia que cheguei. Imaginei o que diria para mantê–lo em casa a noite. Deixei minha mente vagar... Olhei pela janela do quarto e uma chuva fina começava a cair. Tomei um banho quente e demorado, lavei os cabelos, retirei a maquiagem e me permiti desfrutar do que minha mãe havia me mostrado.

 O mais engraçado era como poucas semanas de convivência com Edward foram suficientes para me fazer apaixonar pelo seu jeito cativante. Saí do banho e me enrolei num roupão grosso imaginando o que vestiria a noite. Eu queria provocá–lo sem deixar clara a minha intenção. Durante o banho uma idéia havia penetrado em minha cabeça, peguei o celular e disquei seu número.

– Bella! – ele atendeu prontamente como se já esperasse minha ligação.

– Boa noite, estive pensando onde você anda hoje?

– Em casa, tenho muito trabalho para fazer, desenvolvi o projeto que o meu pai tanto desejava e agora o estou colocando num papel. Divertido não?

– Nossa, comprometido com o trabalho... – brinquei.

– É sim, na verdade Carlisle me pediu isso faz alguns meses. Mas só agora encontrei a inspiração necessária. – ele parecia feliz.

– Posso saber a fonte de tanta inspiração? – perguntei curiosa.

– Sim, eu busquei a inspiração em você e na sua profissão. Vou desenvolver algumas bonecas na linha modelos, inclusive eu ia te perguntar se não quer assinar um contrato com a Toys Cullen para ser o rosto da nossa boneca, claro que meu pai tem que aprovar primeiro.

– Claro Edward... Que gentil.  A propósito, vai sair hoje à noite?

– Não, por quê? Alias, onde você está? Não ouço barulho algum...

– No quarto do hotel em Washington, vou para casa amanhã cedo, mas mandei um presente que deve chegar à sua casa antes das oito da noite, acha que pode esperar? Só para lembrar, é um presente especial, você precisa estar sozinho... Vi no jornal de ontem que você saiu com uma ilustre desconhecida para jantar... – mordi o lábio inferior esperando sua resposta.

– Nada do que inventaram... – ouvi seu sorriso do outro lado da linha – Minha prima Tânia veio nos visitar e acabamos saindo todos para jantar, meus irmãos chegaram logo depois daquela foto fatídica, nossa você viu o que escreveram sobre nós?

– E como não veria? ‘Cullen deixa a Isabella e se apaixona por morena misteriosa, Edward não deixa mesmo sua cama esfriar. Mal Bella saiu para uma serie de desfiles, o bonitão colocou outra em seu lugar’ e a minha parte preferida que foi a seguinte ‘como Isabella irá reagir ao saber que foi novamente abandonada?’ – gargalhamos. De repente ele ficou silencioso do outro lado da linha.

– Eu nunca irei te abandonar... Acredite quando eu digo que... Você é especial.

– Mesmo se eu errar com você?

– Como você faria isso?

– Sei lá... Bem, na verdade você está avisado. – mudei de assunto - Esteja sozinho e se Alice aparecer, joga ela pra fora... – ele sorriu do outro lado e eu imaginei o que ele estaria vestindo, sua expressão...

– Bella – ele chamou – estou com saudades...

– Eu também, agora preciso ir... Vou jantar. Ligo para saber se gostou do presente... Adeus.

– Até breve... – desligamos juntos.

 

PDV Edward

 

Eu mal acreditei quando meu celular tocou e pude identificar o numero de Bella, então ela chegaria amanhã e eu finalmente poderia dormir em paz novamente. Ela falou de um presente que chegaria naquela noite, o que seria? Engraçado que depois da sua ligação eu não consegui me concentrar novamente. Olhei para o relógio e percebi que eram cinco da tarde, ela disse antes das oito.

Eu não tinha comido nada até aquele momento, segui para a cozinha tentando encontrar algo na geladeira. Não vi nada que me agradasse então resolvi pedir uma comida chinesa, sorri com a lembrança, ela gostava das mesmas coisas que eu. Recordei o beijo que trocamos no parque mais uma vez, levei a mão aos lábios sorrindo comigo mesmo... Sentei no sofá da sala com um copo de suco depositando–o sobre a mesa de centro, estiquei os pés sobre ela e me pus a imaginar como seria minha vida se algum dia eu pudesse ter Bella ao meu lado... Aos poucos as imagens foram se tornando reais, palpáveis... Foi nesse momento que eu adormeci.

 

PDV Bella

 

Meu pai estranhou quando me viu aparecer na sala com um vestido tomara que caia preto justo no busto e solto no resto do corpo. Um bolero leve cobria meus ombros não me permitindo sentir frio, nem parecer vulgar.

– Vai sair? Mal acabou de chegar! – meu pai bradou.

– Trabalhei um mês inteiro pai, deixa eu me divertir um pouco... – lancei um olhar de súplica para minha mãe.

– Nossa filha merece meu bem, deixe que ela vá se divertir. – Renée intercedeu.

– Está bem, ao menos vai jantar conosco?

– Claro, eu disse sentando–me a mesa... – comemos juntos na maior animação. Era difícil ver meus pais tão felizes, eles eram cúmplices e apaixonados... Eu queria encontrar algum dia, um amor como o deles... Eu estava ansiosa e minha mãe percebia, ela tentava tirar a atenção que Charlie dirigia a mim, visto que ele já estava percebendo como eu me sentia. Já eram sete horas quando finalmente consegui levantar sem deixar suspeitas, dali até a casa de Edward eram apenas vinte minutos, daria tempo.

– Você vai sair com suas novas amigas? – Charlie perguntou.

– Não pai, vou encontrá–las depois. Agora vou ao shopping, estou louca para gastar dinheiro com bobagens e futilidades... – sorri.

É lógico que ele não havia acreditado, porém, como minha mãe o pegou pelo braço, ele desistiu de me interrogar. Ela me lançou um olhar de cumplicidade praticamente me expulsando dali... Entrei no taxi que já estava parado a frente da casa. Meu coração estava acelerado, minhas pernas estavam fracas... Eu não podia suportar a agonia que estava sentindo para que aquele carro parasse logo em frente ao prédio onde ele morava. Minhas mãos suavam tanto que pensei que iria passar mal.

Eu nunca havia visto aquele lado da cidade tão congestionado como naquele dia, levei pelo menos vinte minutos a mais do que pretendia para chegar. Parei na frente do prédio e o porteiro me olhou surpreso

– Boa noite, eu gostaria de ir ao apartamento do Sr. Cullen, mas, por favor, deixe–me surpreendê–lo. É um presente... – ele sorriu gentilmente.

O homem parado a minha frente tinha aparentemente sessenta anos de idade, era baixinho e tinha uma leve barriga. Sua pele era clara e os olhos verdes. Ele usava um uniforme azul e preto. Entrei no elevador ainda incerta do que encontraria, cheguei ao décimo quinto andar e desci respirando fundo... Meu coração estava tão acelerado que parecia que ia saltar pela boca... Olhei a porta de madeira maciça fechada a minha frente... Respirei fundo e soltei o ar logo em seguida tocando a campainha... Ouvi passos rápidos vindo em direção a porta e quase sai correndo para que ele não me encontrasse parada ali. No entanto, meus pés pareciam estar presos e sem a mesma vontade da minha razão. Meu coração havia me levado até ali.

Quando a porta abriu percebi seu olhar de surpresa, ele ficou parado me olhando por um longo minuto, nesse tempo pude perceber que ele havia acabado de sair do banho, os cabelos completamente desalinhados completamente molhados, a barba por fazer... Uma camiseta branca que definia seus músculos e um short samba canção azul desenhando suas pernas perfeitas.

Uma sensação desconhecida tomou conta do meu corpo, como se fosse um alerta de sua presença, ainda que estivéssemos a poucos passos de distância. Então, por impulso, corremos para nos abraçarmos. Ele beijou minha bochecha. Eu o encarei e ele tomou meus lábios em um beijo desesperado. Eu sabia onde isso acabaria. Foi instintivo. Ele me fazia sentir segura. Ele era quente, ele me protegia. Mas não era só isso. Meu corpo dava sinais de sua presença, me alertava sobre todos os toques no meu corpo, independente de serem no braço, na mão ou no cabelo, seus olhares em minha direção, tudo sinalizava cobiça.

– Senti sua falta, você não imagina o quanto. – Ele falou ao meu ouvido, aos sussurros, enquanto nos abraçávamos.

– Eu realmente imagino, porque eu também senti muito a sua falta. Mas eu não tinha certeza se você estaria disposto a quebrar as regras do nosso acordo.

– Acho que depois do nosso beijo não será necessário qualquer tipo de explicação ou regras. Concorda? – Ele continuou sussurrando enquanto nos afastávamos de onde havíamos nos encontrado.

Então, desde que Edward havia quebrado todas as regras, decidi naquela hora que eu iria viver o momento. Ao menos desta vez eu me permitiria ser a mulher que desejava Edward Cullen, de uma maneira jamais imaginada por mim. O que acontecesse dali em diante em nada diminuiria a sensação de bem estar que a presença dele me causava.

– Bem, eu estava esperando um carteiro, um mensageiro... Mas você é o melhor presente que eu poderia receber... Entre. – ele pediu.

Senti uma pontada no coração por estar ali, por deixá–lo feliz com a minha presença e depois ter que contar o que houve entre Jacob e eu. Entrei rapidamente e ele fechou a porta rodando a chave... Éramos somente nós dois e mais ninguém, eu olhei demoradamente para sua fisionomia resplandecente. Seus olhos brilhavam como se fosse uma criança que havia acabado de ganhar um doce.

– Trouxe os filmes, a pipoca de micro ondas e um vinho – mostrei a sacola para ele. – Espero que não esteja atrapalhando nenhum programa. – dei de ombros.

– Se eu tivesse algo marcado, acredite, seria cancelado no momento em que você cruzou aquela porta.

– Estou tão em alta no seu conceito?

– Acredite que está... – ele se aproximou me dando outro abraço apertado e cheio de saudades, deixei que meus braços o envolvessem pela cintura. Depois de logos minutos nos afastamos para encarar um ao outro.

– Antes de tudo, precisamos conversar – sua fisionomia mudou, o sorriso anterior desapareceu me fazendo sentir ainda mais culpada – depois do que eu te disser, se você acreditar que ainda tenho jeito e não me expulsar da sua casa. Ai sim, poderemos ver o filme em paz.

– Assim você me preocupa, é tão grave dessa maneira?

– Edward – as palavras ficaram travadas na minha garganta, respirei fundo e continuei  – Ontem eu estive com Jake... – Vi em seus olhos um misto de dor e desesperança, eu me sentia um monstro por ter que fazer aquilo, mas seria melhor a verdade

– E... Vocês voltaram? – ele disse finalmente.

– Não, na verdade... Nós dormimos juntos... Mas, me desculpe... Não sei o que me deu, eu nem devia ter vindo aqui... – segui em direção a porta deixando–o ali parado a minha frente, com os olhos presos no chão.

– Bella, você não fez nada de errado. Vocês são um casal, não são? Eu é que sou um intruso entre vocês... – ele virou–se para mim. – Não posso culpá–la por ter tido uma recaída... Nós somos apenas amigos, não é? – sua voz saia embargada.

– Edward, você sabe que eu... eu...

– Bella!!! Shshshshhhhhhh... – Ele pôs um dedo em minha boca, não permitindo que eu continuasse. Ali eu esperava que ele me beijasse outra vez, mas ele não o fez. Apenas acariciou as costas das minhas mãos num ato de conforto. – Vai ficar tudo bem. Confie em mim. Apenas confie.

– Sim, eu confio. Mas sinto–me um monstro por vir aqui e despejar isso tudo em cima de você, contudo tenho que falar. Eu e Jake não somos mais namorados ou noivos, contei–lhe sobre nosso beijo e ele... Não aceitou muito bem. Eu te disse pelo telefone sobre a nossa briga. – ele assentiu com a cabeça.

- Ele é um cretino por tê-la ofendido daquela maneira. – ele desceu a mão do meu rosto e segurou minhas mãos. – merecia uma surra... – levantei as mãos tentando não ver a cena deles dois brigando.

- Eu vim de peito aberto esperando que você também me tire da sua vida. Não mereço seu carinho e nem sua amizade – me puni.

– Bella, você nunca me prometeu nada. Nunca dissemos ou fizemos um voto que nos deixasse comprometidos de alguma maneira, como posso culpá–la por ter tido um momento de amor com seu namorado.

– Ex... Namorado – fui enfática soltando-o e me afastando, aumentando assim, a distância entre nós – Jake não quer mais me ver. Eu fui sincera com ele, assim como estou sendo com você. Todos nós temos o direito de decidir o que queremos para nossa vida e quero que decida agora se irá continuar ao meu lado ou não... Pronto falei. – respirei fundo e soltei o ar com dificuldade.

– Disso tudo, posso tirar algo de bom, ao menos agora você está livre de verdade e poderemos fazer as coisas direito. Sem pressa e sem medo. – ele andou para perto de mim e estendeu a mão para que eu a pegasse. Estiquei a minha colocando–a sobre a dele e fui puxada para perto.  – Agora Isabella, sem entremeios, poderemos começar as coisas de um jeito certo e honesto... – ele acariciou meu rosto com as costas da mão passando–a levemente sobre meus lábios. Eu queria beijá–lo, mas não podia... Não depois do que eu havia acabado de lhe contar. Ele percebeu meu receio e se afastou subitamente com uma pergunta tola vinda do nada. – Qual filme nós veremos primeiro?

 

 


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Notas finais do capítulo

Pensando nos coments de vcs, tivemos muitas idéias... Mas gostaríamos que vcs sugerissem o que gostam de ver. Romance? PDV Bella ou Edward? Triângulo amoroso? Lemons com Edward e Bella? Opinem e dêem sua sugestão para a construção da nossa fanfic, quanto mais interativa melhor.