A Ilha - a Descoberta do Amor escrita por velgoncalves


Capítulo 20
Capítulo 19 - Estranho amor


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores,



Trabalhamos muito no intuito de serví-los da melhor maneira possível, como recompensa pela disposição em esperar e tb pelo carinho. Devido ao fato de termos ficado sem posts por 15 dias postaremos ainda essa semana o capitulo 20 que está imensamente hot... Bjos e boa leitura.



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Capitulo 19 – Estranho amor

Um mes depois

PDV Alice

Um mês havia se passado desde a fatídica tarde na residência dos Swan. Todos os moradores da mansão Cullen aos poucos retomavam as suas vidas, exceto por duas pessoas: Edward é lógico, e Eu.

Eu me sentia extremamente responsável por ter criado toda aquela confusão, já estava prestes a sofrer um infarto fulminante com toda aquela desordem. Não era bem a minha intenção envolver meu cunhado e minha amiga em toda essa confusão, sem contar que toda família estava também envolvida num escândalo sem tamanho. Edward sofrendo como um louco e Bella provavelmente passando pelo mesmo estado de letargia no qual ele se encontrava.

A vida dos dois que já não era nem de longe tranquila, seguramente havia se transformado num inferno aqui na terra. Embora eu soubesse que tudo o que fiz foi para uni-los, a dor que a descoberta da verdade lhes causou, me atormentava todas as noites. E pensar que a maior parte desse sofrimento foi por conta da intromissão daquele advogado imbecil.

Eu precisava agir, não era justo... Aquilo tudo era culpa minha. O problema da minha natureza impulsiva era exatamente esse, agir antes de pensar e me sentir culpada depois, exatamente como naquele momento. Bella estava nos braços de Jacob e Edward sozinho. No momento em que ele me pediu aquele conselho, automaticamente a idéia brotou... E agora? O que eu poderia fazer para que Bella pudesse me ouvir?

No instante em que a pergunta se formou, a idéia veio junto, eu iria procurar Bella, iria tentar explicar, obviamente, se ela deixasse, tudo aquilo que havia acontecido... Sem pensar muito saí correndo da minha sala e passei por dentro da loja onde Rosálie organizava alguns modelos recém chegados. Nem esperei para ver o que ela tinha a me dizer visto que passei como um furacão seguindo em direção a porta deixando-a parada com a frase que certamente se formou, porém, não pode ser concluída.

Agora eu me dirigia até onde Jasper participava de um ensaio para a Harper’s Bazaar. Lá estariam os principais modelos de Nova York. Isso incluía a minha melhor amiga Isabella Swan. Eu esperava encontrá-la para que enfim pudéssemos conversar e eu poder explicar com clareza que Edward e ela eram as maiores vítimas de toda aquela armação.

Estávamos no início do Verão novayorquino, uma época em que o céu no alto dos prédios da cidade se pintava de dourado, laranja e rosa ao entardecer. A locação das fotos era no alto do Empire State Bilding. Enquanto alguns modelos conversavam alegremente, Bella estava reclusa ao canto, apreciando a paisagem, num olhar distante, como se lá, ao fim da vista, fosse encontrar justamente o que buscava.

Cumprimentei Jasper rapidamente e me dirigi até ela antes que o indesejável Jacob Black ou qualquer outra pessoa atrapalhasse a conversa que eu queria ter a sós com Bella. Eu esperava que ela finalmente me ouvisse e principalmente que ela acreditasse no que eu tinha a dizer. Aproximei-me sorrateiramente, assim ela não teria como me evitar igualmente como ela fez com as centenas de telefonemas que eu lhe passei.

– Bella? – perguntei apreensiva.

– Sim... – Ela respondeu sem me olhar, talvez estivesse perdida em aforismos ou sequer reconheceu minha voz.

– Podemos conversar? – Quando pronunciei essas palavras ela se virou e me olhou dos pés à cabeça, como se não acreditasse que eu estava ali, mas não me rejeitou.

– Como se você precisasse de alguma permissão... – ela disse friamente se esquivando e abrindo passagem para que eu me aproximasse.

– Está tudo bem? Como tem passado? – eu quis ser afável com ela, adentrar diretamente no assunto não seria de grande ajuda.

– Como acha que eu estou Alice? Soltando fogos de artifício? Por favor, não seja cínica...

– Bella me desculpe, não foi minha intenção... – Ela apenas assentiu, então continuei.

– Eu queria conversar... Você não atende aos meus telefonemas, não responde aos meus e-mails...

– Vamos prossiga, diga a que veio, eu pensei ter deixado claro não querer vê-la – ela era ríspida em suas palavras, havia amargura nelas. – Não me diga que veio que veio por seu cunhadinho, só para verificar o tamanho do estrago. – Ela ironizou e sequer pronunciou o nome de Edward.

– Bella você sabe muito bem que sou sua amiga, antes de qualquer coisa, eu não preciso de nenhum subterfúgio para te encontrar.

– E eu devo ficar feliz por ouvir isso? – Ela me encarava com revolta, indignação. Mantinha as mãos nos bolsos, enquanto esperava que eu esboçasse alguma reação.

– Eu vim até aqui porque senti sua falta. – eu disse sinceramente, enquanto lhe tocava no braço.

– E? ... Vamos Alice fale... – ela quis saber.

– Bella não precisa ser tão fria, tão incisiva. Eu vim até aqui para me desculpar e te falar a verdade. Fui eu quem planejou tudo aquilo. Eu contratei aqueles homens para levarem vocês dois. Edw... – ela me interrompeu.

– Escute aqui Alice, você sabe muito bem que as suas desculpas não vão adiantar nada, porque você pode até ter executado a parte suja da coisa, se é que essa foi realmente a parte suja, mas o mentor foi Ele, então devia poupar o meu tempo e o seu e ir embora.  

– Bella, você tem que acreditar em mim! Não vê que Edward é inocente? Fui eu quem planejou tudo. Naquela tarde em que vocês foram ao Brooklin, fui até sua casa e fiz a cabeça do seu pai, era fundamental ele concordar com tudo. Em seguida fui até a mansão Cullen onde convenci Carlisle e Esme. Jasper e Emmett por incrível que pareça foram à parte mais difícil, eles achavam que quando Edward descobrisse...

– Chega Alice! – Bella estava se exaltando. – Me poupe dos detalhes sórdidos. Eu tenho que ir. Já gastou muito do seu precioso tempo em vão. Guarde-o para a próxima vítima do seu adorado cunhado, talvez ela se convença mais fácil do que eu. A propósito, preserve suas desculpas para quem acreditar nelas. Jake acaba de chegar e eu tenho que ir.

– Tudo bem. Eu respeito o fato de você não querer me ouvir, mas saiba que está cometendo um grande erro, ele te ama. – Eu disse enquanto ela se afastava pronunciando um seco “adeus”.

Mais adiante estava o advogado Jacob Black, em quem ela deu um forte e demorado abraço enquanto ele lhe afagava os cabelos e beijava-lhe o topo da cabeça. Eu não tinha certeza se realmente estavam juntos, mas ficava claro que partilhavam de muita intimidade. Enquanto isso fotógrafos sensacionalistas registravam o momento. Seria melhor que Edward não visse nada disso ou sofreria demais.

PDV Carlisle

Eu já estava cansado de ver tanto sofrimento em meu filho. Doía olhar para as suas feições e ver que ele estava se despedaçando por dentro. Por semanas ele se recusou a nos visitar, ele sequer comparecia às reuniões da diretoria. Limitava-se a se comunicar comigo e com os irmãos através de e-mails ríspidos e palavras monossilábicas.

Decidi que teria de interferir além do que já havíamos feito, ou, do contrário, perderia meu filho definitivamente para as amarguras que a vida lhe trouxera. Enquanto seguia até a sala, fui comunicado por nossa governanta de que ele estava chegando. Naquele dia ele veio visitar a mãe, que depois de muitos apelos, teve o pedido atendido. Parecia estar mais bem disposto. No entanto o sorriso que estampava seus lábios não chegava aos seus olhos. Eu o cumprimentei então.

– Boa tarde! Que bom que chegou!

– Boa tarde pai... – ele foi reticente

– Filho gostaria de conversar com você na biblioteca por alguns instantes, será que podemos?

– É claro. Algum problema? Trata-se do novo projeto?

– Digamos que não é exatamente um problema, talvez um pequeno empecilho, mas nada que algumas arestas aparadas não possam resolver, é claro.

– Certamente, eu apenas não posso me demorar, tenho alguns compromissos esta noite e não gostaria de me atrasar.

– Claro filho, eu não pretendo tomar muito do seu tempo. – Então com um gesto, pedi-lhe que adentrasse a biblioteca. Ele obedeceu, mas estava um tanto quanto desconfortável.

– Aceita uma bebida enquanto conversamos? – Ele apenas assentiu. Então, fui até o mini-bar e preparei dois drinques bem ao nosso gosto: Uma dose de um bom uísque 12 anos com duas pedras de gelo. Segui então até a ele para lhe servir. Procurei utilizar esse tempo para pensar numa maneira agradável para iniciar a conversa.

– Então filho, como você está?

– Bem, na medida do possível... Talvez um pouco pior do que da última vez que nos falamos...

– Sinto muito Edward, por toda a dor que nós lhe causamos. Parecia que você estava morrendo, se perdendo de nós, eu tive que fazer o que podia. Aquela era a nossa maior chance de resgatá-lo até nós. – Ele continuou me encarando por um longo momento até que eu vi lágrimas transbordarem de seu rosto.

– Ao que parece não adiantou não é?

– Poderia ter dado certo. Você poderia estar vivendo muito bem.

– Pai... Morrendo eu estou agora, a cada dia, pela ausência dela na minha vida.

– Eu tenho pensado nisso por muitos dias. Acreditei que o que estávamos fazendo era o certo...

– Você acha que eu não sei pai? – As palavras eram entrecortadas por soluços. Então eu o abracei da maneira mais terna que eu podia. Eu tinha que fazê-lo sentir o meu apoio, minha compaixão. Abri minha boca para dizer que sim, mas a dor em seus olhos me fez pensar em tudo o que já havia se passado com ele. Eu sabia de todo o seu sofrimento. Como seu pai, era como se aquela dor fosse minha.

– Filho, você tem que superar isso. Você deve mostrá-la todo o seu amor. Toda a sua dedicação. Veja, o projeto dos novos brinquedos que levam o rosto dela é fantástico... – Eu disse lhe olhando nos olhos, transmitindo-lhe a confiança que um pai devia dar a um filho.

Depois de alguns instantes em silencio e abraçado a mim, ele se desvencilhou, como se recuperasse de um momento de fraqueza, secando as lágrimas com as costas das mãos. As suas feições endureceram novamente, como se a máscara que encobria sua dor tivesse sido recomposta. Outra vez vi amargura em seu olhar.

– Pai... Ela não quer me ver, não acredita em mim. E tem mil razões para fazer isso. Eu não estou culpando ao senhor, mas é que tudo o que aconteceu... – ele pausou, tomando um gole da bebida que eu lhe ofereci.

– É por isso que eu te trouxe até aqui. Pretendo convidá-la para estrelar a campanha de lançamento das novas bonecas, as Bellas. A proposta de contratarmos a Alessandra Ambrósio para dar-lhes o rosto foi muito interessante, mas destruiria a originalidade do desenho, no entanto antes queria saber o que acha de tudo isso.

– Não entende? Ela voltou para os braços do tal Jacob Black. Há fotos dos dois em todas as capas sensacionalistas da cidade. Não adianta mais nada. Ela fez a escolha dela e eu quero me poupar de mais sofrimento. – ele disse, deixando transparecer um pouco da sua dor através das palavras.

– Isso poderia ser uma forma de reaproximar vocês dois. – eu insisti.

– Pai, esteja à vontade para convidá-la, mas não conte com minha presença. Não quero estar presente nas negociações e não quero intervir em qualquer decisão sua em relação aos projetos das Indústrias Cullen. Gostaria de pedir apenas que o senhor me poupasse dos detalhes da conversa que tiverem.

– Claro filho, eu posso compreender as suas razões.

– Bem, se as arestas estão amparadas acredito que não temos mais nada a conversar. Se me permite, tenho que sair, eu ainda preciso falar com a mamãe e como falei antes, tenho um compromisso esta noite.

– Vai sair com alguém em especial?

– Não. Só com os mesmos tipos, mudam apenas os rostos. Você sabe... Eu tenho que me distrair.

– Edward? Só mais uma coisa...

– Claro pai!

– Tome cuidado para não se machucar mais do que já está. Você não encontrará em outras, aquilo que só existe nela. Não insista.

– Tudo bem pai, talvez eu pegue um pouco de uma, um pouco de outra... – ele disse deixando a minha sala com um sorriso vago nos lábios.

PDV Edward

O tempo passa, mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada batida de do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando em um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até mesmo para mim. (Stephenie Meyer)

Eu havia passado o último mês trabalhando mais que o necessário na tentativa inútil de não pensar no mar de confusões em que minha vida estava se afogando. Desde aquele domingo negro da minha vida, eu não tinha voltado à casa da minha família e falava com eles extremamente o necessário. A conversa com meu pai não foi das piores. Por um momento pude deixar cair a mascara que levei algum tempo para construir.

Eu sabia que minha mãe estava sofrendo muito com a minha ausência e era por isso que eu estava ali. Por mais que eles tivessem se intrometido na minha vida, não era justo deixá-los sem saber de mim por tanto tempo. Ainda mais quando se tratava de minha mãe, que sempre foi tão amável e cuidadosa com os filhos. Sendo assim, esforcei-me para colocar em minha face um semblante tranqüilo e a cumprimentei.

– Oi mãe! – tentei libertar meu melhor sorriso.

– Filho, que bom revê-lo! Na verdade estou surpresa por encontrá-lo aqui depois...

– Depois do quê mãe? Pode falar, acho que já podemos discorrer sobre os acontecimentos daquela tarde, embora eu ainda sofra um pouco.

– Edward, filho... Não precisa se torturar por isso. Sabemos da nossa parcela de culpa, além disso, eu acredito sinceramente que ela irá te perdoar. Você é inocente e a verdade sempre vence no final.

– Mãe, ela não atendeu a nenhum de meus telefonemas e me rejeitou quando eu a procurei na noite que tudo aconteceu, então eu lhe disse que a amava e parti, afirmando que ela nunca mais ouviria aquelas palavras de mim. Ela me magoou profundamente. Ela desprezou o meu amor.

– Sabe Edward, acredito que tudo na vida tem a sua estação. Se vocês não ficaram juntos agora é porque não era o momento certo. Dê tempo ao tempo e tudo se resolverá. Confie em mim, sou sua mãe e tenho mais experiência de vida do que você.

– Bem, talvez o tempo me revele que eu estava certo. Que a vida é para ser levada em aventuras e não preso a um sentimento que te tortura e te maltrata pela ausência do ser amado.

– Você está magoado e isso é perfeitamente compreensível. Agora se sente assim, mas com o passar dos anos pode se arrepender de não ter plantado alicerces para um futuro repleto de amor, companheirismo e felicidade. Com o tempo, você deverá se sentir vazio se permanecer acreditando que a vida é uma festa. – Minha mãe sempre tinha argumentos para me combater, mas naquele momento tudo o que eu queria era poder me libertar da dor que eu sentia. A falta de Bella me machucava demais.

 – Mãe o seu discurso está muito bonito, mas deveria guardá-lo para Emmett. Para mim ele não se aplica. Todas as vezes que eu experimentei amar só quebrei a cara e não quero mais sofrimento. Agora se me permite, eu tenho que ir. Esta noite NY voltará a ver o antigo Edward Cullen. – Eu avisei enquanto me levantava e lhe dava um beijo no rosto. Então com um rápido aceno de mão eu me dirigi até a porta. Eu estava tentando me recuperar. Isso era tudo o que eu poderia fazer.

[...]

Quando cheguei ao Armazém 5, uma famosa boate de NY, estacionei meu carro tranquilamente ali próximo. Caminhei devagar, rente à calçada, enquanto tentava avistar um rosto conhecido. Talvez algum daqueles que eu dispensei tão friamente. Eu poderia pedir desculpas e ficaríamos todos bem. Elas, as moças a quem magoei, certamente serviriam ao meu propósito para aquela noite: Diversão. Os fotógrafos aparentemente não me esperavam como de costume. Ao contrário do que aconteceram centenas de outras vezes a cada ocasião que eu ia a estes lugares.

Adentrei ao recinto e meus minutos de paz acabaram justamente quando ninguém mais ninguém menos que Jéssica Stanley me avistou. Ela de imediato estampou aquele sorriso de piriguete tão conhecido por mim e cambaleou em minha direção. Certamente ela estava bêbada. Isso era bom, me garantiria uma boa dose de prazer, sem compromisso, exatamente como eu esperava. A reação que se seguiu não me surpreendeu.

– Hora, hora... Vejam se não é o garanhão Edward Cullen... Quem é vivo sempre aparece... – Ela disse com a voz alta e arrastada, enquanto colocava os braços ao redor do meu pescoço. Neste momento, todos os paparazzi presentes à festa se voltaram já com sua câmera em flashes para me fotografar.

– Olá Jess. Como tem passado? Vejo que ainda continua a mesma. – Eu a cumprimentei de volta. Ela tinha cheiro de vodka e perfume caro. Típico das patricinhas da cidade de Nova York.

– Bem. Talvez eu não possa dizer o mesmo de você não é? Desde que se envolveu com aquela modelinho chinfrim, se afastou do nosso mundo. Mas vejo que está de volta. Imagino que temos muito que conversar esta noite. Talvez possamos terminar a conversa em algum lugar mais... Aconchegante... – a última palavra, bem próximo à minha orelha, era quase um sussurro.

Talvez fosse de alguém como ela que eu estivesse precisando para colocar minha vida em ordem. Aquele lugar, aquelas pessoas, o cheiro de cigarro, de bebida, a música... Tudo era um convite ao prazer pelo prazer. Exatamente o que eu estava buscando. Então eu iria me agarrar àquilo.

Jess usava um vestido vermelho curto e ajustado ao corpo e um par de saltos prateados que lhe deixavam ainda mais sexy. Era um convite a luxuria. Então, sem pensar, passei a mão pela parte externa de sua coxa e a puxei para mais perto de mim. Ela me correspondeu de imediato, como eu esperava. Ela era fácil e era isso o que eu queria: Facilidade. Sem batalhas, sem ter que provar qualquer coisa a qualquer pessoa.

Enquanto isso, flashes explodiam por todos os lados, todos querendo uma foto da volta de Edward Cullen à vida boêmia. Pedi uma bebida para me estimular a prosseguir. Depois que o garçom me trouxe um uísque com energético decidi que era hora de extravasar na pista de dança.

Jess estava à minha frente também pegando mais uma dose de Cosmopolitan. Segurei-a por trás, pela cintura e a conduzi até a pista. As caixas de som do Dj explodiam ao som de Riana. Ela era bem sensual e apelativa quando queria conseguir uma presa. Talvez alguém como eu, pensei. Mas no instante em que saí das costas de Jessica para ficar à sua frente, dei de cara com ela.

Linda, sensível e acompanhada pelo infeliz advogado Jacob Black.

Link seguro para a música: http://www.youtube.com/watch?v=WvZ0TfEWYRA&feature=related

Oye mi amor

Ouve Meu Amor

(Maná)

Não sabes como te desejo

Não sabes como sonhei com você

Se tu soubesses que morro

Por teu amor e por teus lábios

Se tu soubesses que sou sincero

E eu sou direito e não falho com você

Se tu soubesses o quanto te quero

Poderia te dar tudo, até meus olhos

Mas você já tem outro

Um tipo frio e aborrecido

Um bobo que é um reprimido

Isso não te vale a pena

Não te vá

Seu olhar na minha direção era vago, talvez houvesse dor, mas eu não estava certo. De imediato abandonei Jess e segui até ela. Mas ao invés de me cumprimentar ela simplesmente deu as costas e me deixou plantado na pista de dança, antes que eu pudesse lhe dizer qualquer coisa. Mais uma vez meu mundo caiu.

Ouve meu amor

Não me diga que não

E vamos juntando as almas

Ouve meu amor

Não me diga que não

E vamos juntando os corpos

Contigo eu me perderia

Contigo, eu vou até o fim do mundo

Contigo eu me perderia

Contigo eu quero tudo

E nada pela metade

[...]

Bebi todas e mais algumas até pensar que não poderia mais sentir dor. Quando eu já estava fora de mim convidei Jess para irmos ao meu apartamento, um lugar onde poderíamos ficar à sós.

Enquanto estávamos no elevador, Jess tentava me atacar de todas as formas, eu até a correspondi, mas quando entramos em casa foi que a sensação de que estava tudo errado me invadiu. Tive certeza que não seria ela a bóia que evitaria o meu afogamento, muito menos o extintor que apagaria o meu incêndio. De um instante para o outro toda a minha excitação se transformou em frustração, decepção. Lembrei dos motivos pelos quais eu correspondi a Jess no elevador.

Não era a Jess que eu via. Não era ela a quem eu beijava. Tudo o que eu via eram aqueles olhos e cabelos cor de chocolate num rosto pálido, com formato de coração, um semblante altruísta. Ela tinha as emoções tão claras como se fossem palavras saindo pelo seu rosto. Era a garota mais bonita e também desprotegida que eu já vira até hoje. Era ela que ateava fogo pelo meu corpo, que me fazia indefeso diante dos seus encantos. Eu estava desvairado em meio às minhas lembranças quando Jess me arrancou delas.

Estávamos bêbados, eu não a mandaria embora sem antes tentar me desvencilhar daquele fantasma que me perseguia. Mesmo que não fosse o rosto dela que eu via, não queria mais ficar atrelado ao passado tão recente que teimava em me matar aos poucos... Se fosse necessário, eu esqueceria Bella. Se ela não me amava como pensei, não me merecia de fato.

PDVBella

Ver Edward com Jessica praticamente me destruiu na noite anterior, deitada na minha cama sem o mínimo de vontade de levantar, não sabia mais como respirar. O ar rarefeito, junto com as declarações de Alice me fazia sentir ainda mais repulsa daquele que eu tanto amava. Não ousava pronunciar seu nome, o som daquela palavra me levava mais fundo no poço que Jake estava tentando me tirar.

Mesmo tendo cometido um erro no passado havia sido mais fácil perdoá-lo porque eu sabia, lá no fundo eu tinha certeza de que a atitude infantil e imatura tinha sido fruto do ciúme que o cegou. Eu o conhecia desde pequeno, era meu melhor amigo e naquele momento, minha única oportunidade de voltar a ser eu mesma e aos poucos eu estava conseguindo.

Conseguindo até encontrar Edward com a socialite Jessica Stanley.

Sentei na cama sacudindo a cabeça para fazer com que as imagens das danças de acasalamento da noite anterior saíssem da minha mente. Embora elas insistissem em permanecer lá... Quando o telefone finalmente tocou, dei graças aos céus. Embora não quisesse atendê-lo, sabia que era a distração necessária para me tirar do estado de letargia no qual eu me encontrava.

– Alô! – disse desanimada. Do outro lado da linha, a voz espevitada de Ângela me lembrava de que a vida continuava

– Bella! – ela praticamente gritou. – Como você está? Tenho tantas novidades...

– Sério? – tentei parecer empolgada. – Conta pra mim, quais são?

– Ah! Bella, você não vai acreditar... É que estou ligeiramente grávida... E adivinha quem será a madrinha do meu bebê?

– Não faço nem idéia... Ah não... Espera...

– Isso mesmo, você... E não adianta se negar, dizer que não tem tempo, inventar desculpas. Porque será você amiga... Minha melhor e lindíssima amiga.

– Ângela, eu nem sei o que dizer... É tão de surpresa, tão... Nem sei o que te dizer a não ser muito obrigada pelo convite. – gaguejei.

– Estarei em Nova York na próxima semana e espero poder te encontrar.

– Esteja certa de que terei um lindo presente para o meu sobrinho... – pela primeira vez desde que voltei da ilha, conseguia sentir um pouco de alegria em meu coração e fui capaz de sorrir verdadeiramente

– Estou realmente feliz por receber esse presente. Obrigada Ângela.

– E eu que imaginei as desculpas... Ainda bem que não precisei de coerção... – ela gargalhou.

A conversa matinal com Ângela tinha me feito bem, ganhei um ânimo extra para levantar e fazer algo mais além de me lamentar da vida e me lembrar da falta de amor em minha vida. Tomei um banho demorado e lavei os cabelos vagarosamente, escolhi uma roupa de cores claras enquanto combinava um almoço no shopping com Jake. Segui para a sala e encontrei meu pai lendo o jornal do dia, pela expressão em seu rosto o que ele estava lendo definitivamente não o agradou.

– O que houve pai? – indaguei – porque a cara feia?

– Nada demais, esses jornalistas não têm mesmo o que fazer... – ele o fechou rapidamente e olhou para mim.

– Isso não explica porque está com essa cara carrancuda. Deixa ver o jornal – pedi.

– Não acho uma boa idéia Bella, você sabe como são esses jornalistas. Completamente débeis e loucos por um tablóide. – ele relutou.

– Pai. – ele me olhou ressabiado –me dá o jornal – estendi a mão. De contragosto ele o estendeu e me entregou aberto na pagina a qual estava olhando

Saia justa leva a modelo Isabella Swan e o empresário Edward Cullen se encontrarem em noite nova-iorquina. Acompanhados, ela pelo advogado Jacob Black e ele pela socialite Jessica Stanley, mal se falaram. Fontes seguras informam que Edward tentou uma aproximação, porém ficou plantado na pista de dança. A pergunta fica no ar. O que de fato aconteceu para que as tórridas cenas presenciadas naquela ilha paradisíaca viessem a se tornar um encontro informal onde Isabella nem ao menos ousou olhar nos olhos do empresário. Será que o calor do momento apagou com o retorno do noivo que havia partido? O que interessa no momento é que o relacionamento que parecia frio e sem graça entre Isabella e Jacob parece estar indo de vento em polpa, enquanto Edward Cullen está voltando a sua vida antiga, regada a mulheres e muita bebida. Enquanto dançava com Jessica, Edward deixou claro qual seria sua próxima vitima, embora tenha sido visto no ultimo final de semana acompanhado pela modelo Elisabeth Montgomery. Parece que o solteiro mais cobiçado de Nova York está de volta a antiga vida e em breve poderemos saber quem será a nova escolhida”. Olhei para meu pai que me observava com uma expressão vaga.

– Eu disse que não valia à pena ler... - ele avisou.

– Pai, então ele esta saindo com todas essas mulheres?

– Você deveria ter acreditado quando eu disse que ele não tinha nada...

– Para pai! – Eu o interrompi – Essa reportagem prova mais uma vez que estou certa e o senhor errado. Ele enganou a todos nós. – caí sentada no sofá levando a mão ao rosto. – Edward Cullen não me engana mais. Mas também não posso deixar que ele interfira na minha vida a ponto de me fazer perder a vontade de viver.

– Filha...

– Não quero ouvir pai, por favor, não insista. – disse me levantando e pegando a bolsa que estava no sofá num canto da sala.

– Ei, aonde a senhorita pensa que vai?

– Vou ao shopping, combinei de almoçar com Jake. Além do mais Ângela me ligou esta manhã, cheia de novidades. Imagine o senhor que ela está grávida e fui convidada para ser madrinha do bebê, então decidi que vou fazer compras, encontrarei Jake por lá e iremos à loja de presentes juntos. E pai, não sou mais criança. Por favor, não tenta me convencer mais... Não quero ter que brigar com o senhor mais uma vez. – ele assentiu com a cabeça e eu saí. 

 Eu não ficaria mais ali naquela sala para ouvir meu pai defender aquele manipulador. Depois de ver o que eu vi ontem, se eu ainda tinha alguma dúvida sobre a personalidade dele, todas elas se desfizeram ao vê-lo pegando naquela socialite alcoólatra com cara de piranha de quinta categoria. Quando desci, um táxi já me esperava na porta de casa. Bati a porta com força para não escutar mais lamentações vindas de meu pai em defesa Dele.

Tentei aproveitar o máximo da paisagem de Nova York. Olhar o alto dos prédios, quando eu conseguia enxergá-los. Ver o vai e vem de gente de um lado para outro. Imaginei como cada uma delas deveria estar se sentindo naquele exato momento. Quais seriam os seus problemas, suas aflições. Imaginei como elas lidariam com problemas parecidos com os meus. Foi quando um telefonema me arrancou dos meus idealismos.

– Alô – O número era desconhecido.

– Isabella Swan?

– Sim, quem deseja?

– Aqui é da parte da agência de publicidade Ford. Estamos ligando para você por causa de uma campanha publicitária para uma indústria de brinquedos.

– Obrigada pela ligação, mas quem resolve todos os meus contratos é o meu pai, e empresário Charlie Swan. Ele acerta os detalhes e eu compareço no horário e data marcados. Mas gostaria de adiantar-lhe que não me interessa nenhuma campanha para indústria de brinquedos. – Ele agora estava tentando se redimir me chamando para estampar caixas de brinquedos.

– Senhorita, queira desculpar-me a insistência, mas é que encontra-se conosco o Sr. Cullen e ele insiste em trocar algumas palavras com você. – Ah ele agora queria falar comigo hein? Pois bem, ele ouviria poucas e boas, não perderia por esperar.

– Pois bem, passe-lhe a ligação. – Eu já estava aborrecida, o motorista do táxi percebeu isso e me olhou assustado. Talvez estivesse pensando que eu era alguma descontrolada.

– Perfeitamente senhorita. – A agente publicitária foi muito polida e passou-lhe a ligação. Quando ouvi que outra pessoa iria falar disparei.

– Escute aqui seu playboy de meia tigela, seu manipulador covarde, você não precisa... – Parei quando do outro lado da linha o Sr. Cullen desculpava-se por não ser Edward.

– Bella me desculpe, eu não quis atrapalhar, mas é que eu realmente... – eu tive que interrompê-lo

– Oh Sr. Cullen, desculpe minha grosseria, mas é que eu pensava que era... – ele agora me cortou.

– Não se preocupe querida, eu sou capaz de entendê-la. Mas eu não quero falar com você sobre isso a não ser que você queira. Na verdade eu estou ligando por conta do projeto das Bellas. É um projeto muito bonito, que me agrada bastante. No começo achei que poderíamos colocar nelas o rosto de outra modelo, mas depois vi que perderia a originalidade, a magia da coisa.

– Eu lembro desse projeto, as bonecas levavam o meu rosto. Mas entenda Sr. Cullen, eu não posso... O projeto... É um trabalho dele e realmente não quero nenhuma proximidade.

– Sim, claro Bella, eu entendo. Mas quanto a isso esteja tranquila, Edward não se intrometerá nessa negociação. De agora em diante eu estarei à frente de todo o projeto e você se aceitar a minha proposta terá a minha palavra de que ele não intervirá em nada. Poderá tratar de todos os detalhes diretamente comigo filha.

– Bem Sr. Cullen, não posso negar que seja algo tentador, mas fico em dúvida se devo. Seria muita  proximidade com aquilo que eu não quero nem lembrar.

– Bella, já te disse, tem a minha palavra que ele não intervirá

– Não posso negar um pedido de um industrial tão íntegro quanto o senhor, então acerte com meu pai os detalhes e agende um horário para que eu compareça para assinar os contratos. Eu tenho apenas uma exigência. Edward não deverá estar presente nas negociações.

– Tudo bem filha, como quiser. Ainda hoje terá notícias sobre as negociações. Até mais.

– Até mais. Sr. Cullen e obrigada pelo convite.

– Não há de que. Veremos-nos em breve. – no mesmo instante em que encerramos a conversa o taxi estacionou em frente ao shopping  South Street Seaport que fica no Pier17, lá eu poderia comprar tudo que eu precisava e ainda ter um almoço ao ar livre com Jake, livre das perseguições dos paparazzi.

Sai do carro e respirei o ar puro com um leve cheiro de maresia, fui diretamente para as lojas de bebês... Eram tantas roupas lindas que nem soube o que comprar então, mesmo sabendo como Ângela era compulsiva por compras me dei os direitos de madrinha e comprei algumas peças para o bebê que estava por vir. Diverti-me com aquela idéia de ser mãe. Embora o filho não fosse meu, é claro.

As vendedoras da loja me reconheceram e pediram autógrafos, fotos... Era muito estranho ainda e mesmo depois de tanto tempo ser reconhecida e requisitada. Era difícil me acostumar com o fato das pessoas me admirarem não só pelas campanhas para marcas famosas, mas também pelas ações sociais que eu fazia questão de participar, conversávamos sobre a ultima que se referia a violência domestica contra mulheres e crianças. Percebi quando pasmas, elas olharam para a direção da porta, virei-me instantaneamente e me deparei com a figura masculina que me olhava num misto de surpresa e frieza...

 - Desde quando você está grávida?


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Notas finais do capítulo

Olá,



Esperamos que tenham gostado e quero agradecer muito o carinho e os votos de melhoras de todos vcs. Estou voltando aos poucos, ainda não posso digitar muito... Foi um susto e tanto, mas como ainda estou em fase de exames e recuperação, esperamos que tenham gostado desse capitulo feito com tanto carinho.



Beijos a todos Vel Gonçalves.



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