Noites na Escuridão escrita por Johnny Johnson


Capítulo 4
A Procura da Filha




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   Uma coisa que todos esquecem, aqueles que consideram vilões, eles se consideram heróis nas suas próprias histórias e na sua cabeça. E quando vilões de verdade faz algo grave e querem que perdoem pelo ato, perdoar até podem... Mas as vítimas não esquecem. Vai ficar na mente dela tudo que você fez de ruim levando isso para vida toda como se fosse trauma, indo a psiquiatras e psicólogos, e mesmo o vilão sendo perdoado ele vai voltar a fazer e sairá impune, até que alguém o mate e evitando mais tragédias. Porém, no final, se você matar um assassino, o número de assassinos no mundo será o mesmo, mas quem foi que começou tudo isso é o verdadeiro culpado, não é? Então, para o número de assassinos não continuar o mesmo, mata mais um. Entretanto, a sociedade é injusta e não enxergará isso. Logo isso, vamos focar mais sobre um garoto que cresceu e se tornou um homem e esqueceu-se de suas ações do passado.
   No final de tarde de 10 de setembro de 2019, um carro percorre uma estrada de terra em caminho ao um local isolado. Celular do motorista toca no painel do carro, ele atende e coloca no viva voz:
— Fala Emilly.
— Você tem certeza que quer fazer isso?
— Sim. Os policiais disseram que só pode registrar boletim de ocorrência de desaparecidos depois de 48 horas. E já se passaram 45 horas.
— Nossa filha desapareceu, não quer esperar?
— Não, isso eu tenho que resolver sozinho. O celular dela estava ligado há duas horas e estava dizendo essa localização, já que seguro tem rastreador.
— Nossa filha sumiu e você sabe o porquê, não é? Por sua causa e desse divórcio que estamos fazendo agora.
— Eu sei e não precisa dizer mais nada.
— Está bem. Se encontrar realmente nossa filha. Diz que eu amo ela, e eu iremos criar ela e prestar atenção em dobro com ela.
— Sim falarei. Até logo. –desliga celular e liga o rádio.

No rádio as notícias circulam, o motorista aumenta volume. Repórter contando a notícia:
— O número de pessoas desaparecidas aumentou nessas duas últimas semanas em relação aos anos anteriores nesse mesmo período. Relatos de pesquisadores são crianças de 12 a 15 anos e adultos de 18 até 35. Agora a próxima notícia. –coloca a mão na cabeça e lembra que sua filha está desaparecida – Hoje faz trinta e dois anos que aconteceu uma tragédia que abalou o mundo, sendo manchete em vários lugares, um garoto de catorze anos que sofria na escola pelo os seus colegas decidiu-se vingar daqueles que praticavam bully com ele. Há algumas semanas atrás, corpos foram desenterrados num cemitério, talvez seja fruto para um culto satânico, esses corpos eram de Johnny e Lucas que... –desliga o rádio lembrando que aconteceu naquela noite em 1992 que viu Johnny vivo e atingiu ele com fogo e lembra-se daquele olhar que o fixou enquanto morria.

   Chega ao local isolado onde supostamente sua filha deve estar. Dentro do carro observa o local recheado de árvores, estaciona seu carro perto do muro que seria um prédio antigo e desativado. Porém, o rastreador do celular dizia que sua filha estava ali dentro.
   Sai de dentro de seu carro, e vai até o portão, que por sua vez, está trancado com correntes e cadeado, pensa então pular, mas o portão não tinha nada a onde apoiar o pé, e se atropelasse com carro, poderia chamar atenção de quem tivesse sequestrado sua filha. Então, ele dá a volta pelo o muro do prédio e uma parte está quebrada e adentro terreno.
   Ele observa que o prédio está todo acabado, janela quebrada e algumas fechadas com pedaços de madeira, e tem uma viatura policial e caminhonetes paradas na parte da frente do prédio. Tenta abrir a porta da frente mais não consegue e cai um pedaço de tijolo perto de sua cabeça, pois o prédio era tão antigo, que as portas são feitas de madeira na entrada. De longe avista uma caminhonete com uma pessoa saindo, com armas brancas, e quando vai segui-lo perde o de vista.
   Visualizando o local cheio de árvores e onde viu a pessoa, acha uma suposta porta dos fundos e adentra. Ao entrar, entra na cozinha, cheia de baratas na pia, na geladeira e no chão. Com coração a mil por hora, e o sol se pondo, aperta no interruptor para ligar a luz, só que na hora explode a lâmpada, com iluminação precária para um prédio velho.
   Escuta um barulho dentro de uma das panelas do chão, ele abre e sai um rato e se assusta, com celular na mão, cheio de bateria, liga sua lanterna, andando pelo local que é grande. Passa por salas que seriam escritórios, e locais para lanchar. Televisão chiando, e janelas bem trancadas impedindo da luz e pessoas entrarem. Ele inicia as buscas de sua filha, sobe as escadas.
   Subindo as escadas para o andar acima, já que o elevador não estava conseguindo entrar, pois a porta estava emperrada. Visualiza e analisa o local, só tem computadores e cadeiras como se aquele prédio fosse um local de atendentes de telefonia. O piso já se diferenciava do andar abaixo, a energia elétrica estava funcionando bem, mas todos os computadores estavam quebrados na tela.
   Caminhando mais por ali, num corredor passa por uma sala, que continha uma maca, e todos os materiais para que fosse necessária para uma cirurgia. Na sala seguinte, a porta estava fechada e tenta abrir, mas estava trancada, em algumas salas, tinham sofás e outras como se fizessem parte de um hospital. Ele com o celular que também é lanterna na mão guarda e coloca no bolso.
   Com isso, entra no banheiro que estava bem iluminado para verificar se sua filha estava ali, já que o único jeito de recuperar a sua filha era usando o rastreador do seguro do celular dela. No banheiro masculino, abre a primeira divisória que estava limpa, abre a segunda e vaso estava quebrado e sem tampa, quando vai abrir a terceira, olha para o chão que está avermelhado, com o coração a mil e não tendo muito consciência de que está acontecendo abre e vê um corpo desmembrado, como se uma fera tivesse passado por ali, ele fecha e coloca a mão na parede e fique em choque e lembra que tem que continuar.
   No final do grande corredor entre várias salas, tinha uma em especial que era a última, em que a luz foi queimada, a única porta de todas que não estavam abertas, e que não tinha sido verificado por ele. Ele pega o celular e ativa a lanterna novamente, e abre a porta. Ao abrir, vê sua filha de cabelo e olhos castanhos, com franja cobrindo sua testa, com casaco preto aberto, uma saia plissada amarela, meias pretas que vão até metade de sua coxa, e suas botas pretas de cano alto, 13 anos de idade deitada e dormindo numa cama dentro da cela que está nesse quarto. Ele procura como abrir o portão que estava com correntes e um cadeado, e ao revirar o quarto, acha um alicate e arrebenta e chega perto da cama e já acaba acordando-a.
   Ela esfrega os olhos e boceja, Júnior então abraça sua filha e diz:
 - Kimberly. Sou eu o seu pai. Vamos sair daqui. –segura o braço dela e começa a correr.
— Pai está me machucando. –Júnior puxando-a.
— Desculpe. Vamos sair daqui, antes que nos vejam.
— Não é seguro aqui. –ela tenta se soltar - Sai daqui que é melhor para você. E você já esqueceu que eu existo.
— Não esqueci tanto que estou aqui. –morde a mão dele que solta.
— Nos últimos anos não foi bem isso. Você não me dava atenção, nem para minha mãe. –começa a ficar com raiva e seu corpo ficando cinza. – Então, naquele dia em que minha mãe me buscou na escola, por ter sido espancada por outra garota. –aumentou tom de voz. - Que acontece quando eu chego em casa com a mamãe? Vejo você na cama com outra mulher sem ser minha mãe, e você não se importa com ninguém além de si mesmo, não é?! –ela bate nele com a força de trinta mulheres em uma, jogando para o inicio do corredor no chão, se machucando.

   Júnior levanta do chão e fica escondido entre as mesas que tinham os computadores perto da escada e fica baixado. Sua filha entra suspirando ofegante, com adrenalina pelo corpo, procurando o seu pai na sala de computadores. Kimberly vasculha o local e ele desesperado, vai agachado para as escadas até que pisa num degrau que faz barulho baixo, porém dá para ser escutado na sala grande e vazia no qual estava e chama atenção dela indo atrás. Percorrendo todo o caminho reverso, sem querer confrontar a sua própria filha, chegando à cozinha, sua filha caminhando devagar e só escutando os leves passos dela, pensa em fugir daquele prédio, mas não poderia deixa-la desse jeito.
   Quando ela aparece com um machado e diferente do normal em suas mãos e inclina cabeça para o lado olhando para seu pai, Júnior. Então, Kimberly vai em direção a ele com intenção de matar, desviando nas duas tentativas, na terceira ela acerta o braço dele e cai no chão e ali mesmo dá a quarta, quando ia dá a quinta machadada ele segura com seus braços um pouco debilitados tentando empurrar contra o corpo dela e acaba fazendo encravando a outra ponta do machado na região do tórax, perfurando-a.
    Corpo de Kimberly de cinza volta ao normal e cai no chão com machado em seu peito. Percebendo a tragédia e processando tudo que acabou de acontecer, mesmo com um braço sangrando muito por causa das machadadas, segura sua filha no colo, em choque nem consegue chorar vai ao caminho da saída até que puxam o ombro dele, sem vê quem é, e dá um soco na cabeça de Júnior desmaiando e corpo de sua filha cai junto.


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