Você é uma exceção escrita por ZeroLouise


Capítulo 22
Acerto de contas


Notas iniciais do capítulo

o/



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—O que é o clube das cinco de Soul? — O olhei e de cara percebi que o assunto seria mais delicado e complicado do que pensei.

—Eu sabia que iria me arrepender. — Ele disse bufando e eu suspirei.

—Por favor, Kid. — Pedi manhosa apoiando minha cabeça em seu ombro e ele deu uma curta risada.

—Talvez seja melhor conversar sobre isso com o próprio Soul...

—Não sei, Kid. Sinto que talvez ele não queira contar...

—Por isso mesmo. Pergunte ao Soul. Infelizmente dessa vez eu não posso te contar. É intimo e pergunte com cautela, às vezes ele pode se machucar, mas saiba que esse assunto envolve o Wes.

Parei um pouco em silencio organizando alguns flashes que apareciam sem conexão, no dia que ”terminamos” ele falando que eu iria ficar com Wes, no sábado ele falando do clube das cinco, ele com medo que eu sentisse interesse por Wes.

—Você não pode  ta querendo me dizer que cinco garotas já trocaram Soul pelo idiota do Wes, certo? — Perguntei incrédula e o silencio de Kid parecia ser a resposta.

Kid não me olhou, ele admirava o pôr do Sol enquanto o seu silencio servia como resposta e eu odiei isso e principalmente odiei saber disso, em seguida sentir uma terrível dor no peito, não era possível que fosse tão horrível assim, se bem que o próprio Soul já havia falado que seu irmão ficava com as garotas que ele gostava. Eu deveria sentir ódio dele por ele acreditar que eu faria o mesmo, ele deveria perceber que sou diferente, mas a voz da minha consciência gritava que não, eu não poderia culpa-lo. Como julgar sendo que depois da traição de papa eu comecei a duvidar dos homens e o pior, se eu estivesse no lugar dele também sentiria medo. Medo de estar sendo feliz e do nada ter que ver a pessoa que gosto com meu irmão.

— Maka, por favor, conversa com ele sobre isso, ok?

— Sim — Concordei — Vou procura-lo assim que ele sair da conversa com meu pai.

—Certo. — Ele voltou a me olhar e sorriu — Sabe, estava pensando em levar Crona para lanchar na sexta à noite. O que acha? — Perguntou tímido e eu sorri feliz.

—Acho perfeito!  Vocês podem ir ao cinema assistir aquele outro filme que vocês estavam falando sobre ele no sábado.

—Verdade, ele parece ser bom e o melhor é de comedia e ação. — Ele ficou entusiasmado.

—A loja de doces é ótima também — Falei pensativa lembrando os beijos de Soul.

Como eu queria um agora...

—E esse sorriso bobo, Maka Albarn? — Perguntou sorrindo e eu corei desviando o olhar.

—Lembrei dos doces, sabe.

—E da mistura do gosto deles na boca de Soul, né? —  Perguntou rindo.

—Eii- — Falei brava e ele continuou rindo.

—Desculpa, mas sou amigo dos dois. Não tenho culpa se ele disse que o gosto dos doces ficam melhores na sua boca. — Disse ainda rindo e eu bufei.

—Ele não mentiu, a não ser na parte de serem na minha boca.— Falei sorrindo e Kid me olhou pasmo.

— Você esta ficando pervertida. — Disse sério enquanto eu ficava muda, em seguida em ele começou a rir.

—Do que você esta falando?  Você estava quase tirando a roupa da Crona na salinha. — Falei rindo e ele corou.

—Ainda bem que abriram aquela porta. — Disse pensativo.

—Está na seca, jovem? — Minha voz saiu provocativa e ele deu de ombros.

—Liz foi a ultima, e isso já tem quanto tempo? — Ele pensou — É da para aguentar, mas é triste. — Disse tranquilo.

—Isso me motiva a permanecer virgem. — Falei pensativa e ele riu com desdém.

—Então pode parar de ir ficar a sós com Soul, pois assim não dou um mês. — Disse rindo e mostrei a língua.

—Ate parece que é assim.

— E o que vocês quase fizeram no dia que dormiram juntos?

Algumas imagens viram na cabeça me fazendo corar e com isso Kid começou a rir.

—Tsc. Pode parar.

—Não julgo com um albino daqueles, eu faria o mesmo. — Ele disse ainda rindo e eu o acompanhei. — Tenho que subir a autoestima do meu amigo. — Disse dando de ombros.

— Vocês são ótimos. Ah! Tive uma ideia de ultima hora. Aquela semana de feriado esta chegando. E se passássemos juntos? — Papa não iria sair do colégio mesmo.

— Hum, é uma boa ideia! Meu pai estava pensando em deixar que acampássemos nos jardins. — Disse pensativo. — Poderíamos arrumar barracas e acampar em outro lugar.

— Bom, vamos falar com os outros. Mas eu topo, não teria outro lugar além do apartamento para ir mesmo.

— Não pensou em ir visitar sua mãe? — Ele perguntou curvando a sobrancelha e eu dei de ombros.

—Para ser sincera nem me passou pela cabeça.  

—Então, sabe aquela historia de conversar com Soul assim que ele conversasse com seu pai?

—Sim...

—Não vai rolar. — Kid disse apontando para o estacionamento onde Soul saia de moto.

— Tsc. Deve ter sido pior do que eu pensava. — Falei suspirando e me levantando, Kid fez  mesmo.

—Mas e agora? — Ele perguntou com preocupação.

—Vamos dar um tempo para ele pensar. — Falei observando ele ir e sentindo um aperto. — A conversa não deve ter sido tão fácil...

— Não queria que ele ficasse sozinho.

—Tenho algumas ideias de onde ele pode estar. — Pensei alto e Kid me observou. — No dia que ele me chamou para ir à loja, nós fomos ao cinema, mas antes disso, nós fomos a um parque que fica na entrada da cidade. Vamos atrás dele? — Perguntei ansiosa.

—Sim, mas vamos esperar uns vinte minutos para começar a pensar.

—Vou ir buscar meus documentos, então.  — Falei seguindo em direção a porta e ele me acompanhou.

—Vou fazer o mesmo. Mas antes me acompanha ate o vestiário? Esqueci minha bolsa lá.

Concordei o seguindo, por ser inicio da noite quase não havia pessoas nos corredores, geralmente era o horário que alguns treinos acabavam. Andávamos lado a lado cumprimentando algumas pessoas que passava, vindo dos vestiários.

—Oi Maka.— Ben disse ao chegar até nós depois de correr um pouco para nos alcançar. — Oi Kid. — Disse sorrindo.

—Oi — Dissemos juntos com a diferença que eu sorri.

— Vai fazer algo agora?

—Sim. — Respondi triste e ele deu de ombros.

—A cada dia é mais difícil poder me abrir com minha amiga — Disse bufando e eu sorri.

—Desculpas, mas que tal amanhã na hora do almoço? — Perguntei sorrindo e ele concordou feliz.

—Perfeito! Vou te esperar na saída para o almoço para você não ter mais desculpas. Pode ser?

— Dã. Claro que sim. Mas se eu voltar cedo, te mando mensagem e conversamos ainda hoje.

—Pode ser, vou tomar banho, esses treinos acabam com qualquer um.

—Ok. Te vejo depois. —Falei sorrindo e ele sorriu entrando no vestiário.

—“Te vejo depois” — Kid disse imitando minha voz e eu sorri dando de ombros.

—Deixa de ser chato e vai logo, estou te esperando.  Só vou beber água. — Falei indo em direção ao corredor ao lado.

Segui em direção ao corredor vazio o lado onde se encontrava o bebedor, que eu pensava estar vazio, só pensava mesmo. Assim que bebi água, antes mesmo de levantar a cabeça, senti alguém se aproximando e pensei ser Kid. Mas a pessoa agarrou meus cabelos com força e deu um chute em minha barriga me deixando sem ar e fazendo a água voltar, péssima sensação. Em seguida me corpo foi jogando para o lado enquanto ainda estava confusa. Segundos depois senti meus braços sendo segurados por outra pessoa e quando consegui assimilar Liz já me batia enquanto Patty me segurava com força.

—Eu te falei que ia te pegar, sua piranha! — Ela disse brava enquanto me dava murros que eu mal conseguia defender.

Senti sangue na boca e isso foi como fogo na pólvora, senti meu sangue ferver e sem pensar a chutei fazendo ela se afastar batendo as costas na parede levemente desorientada. Obrigada pelas aulas de chute Ben.

Patty ainda me segurança enquanto eu me debatia, ela parecia usar toda a força que tinha, e pelo corredor não ser tão largo fui com tudo para trás a fazendo bater as costas também e me soltar desorientada.

—Então as piranhas se acham por bater em duas contra uma? — Perguntei limpando o sangue que escorria no canto de minha boca. Minha sorte era ela não ter batido nos meus olhos ou algo do tipo, se não a desorientada seria eu.

Mas não poderia dizer o mesmo de minha barriga, sentia a joelhada os murros que ela deu. Patty foi a primeira a vir para cima, ela pelo jeito só precisava me segurar para Liz fazer o serviço, mas para isso, ela iria precisar me manter longe da cara dela.

—Volta aqui! — Ela disse vindo para cima.

Patty sempre dependeu da irmã, era como uma criança controlada pelo adulto rígido, mas compreensivo, era perceptível que ela não sabia brigar ou qualquer coisa do tipo. Diferente de Liz.

Ao ver as duas senti o mesmo frio na barriga que senti pela primeira vez que apanhei para mais de duas pessoas ao mesmo tempo, mas aquela era outra Maka, essa sabia que o medo não iria adiantar em nada e essa sabia que somente fica quieta apanhando não era a solução.  Assim que ela se aproximou o suficiente, fechei a mão e sem pensar duas vezes a dei um murro que a deixou confusa e a empurrei na parede de novo. A deixando fora de área mais do que ela já vivia.

Liz rosnou e se levantou.

—Ei! — Kid e Ben gritaram aparecendo no corredor.

—Cuida da idiota ali para mim?— Pedi para eles e me voltei para Liz. — Sabe duas contra um não é lá a coisa mais justa. Lembra que eu falei que não iria ter dó de você? Finalmente chegou nosso momento.

—Finalmente vou socar sua cara. — Ela disse sorrindo. — Mais do que já soquei.

— Isso foi antes agora vamos aos jogos.

Ela sorriu achando que estava por cima e provavelmente estava já que estava com toda a vantagem por já ter batido. Mas ela não contava com o ódio que eu sentia pelas coisas que ela me fez passar. Geralmente espero o oponente se aproximar, mas com Liz era diferente, com ela era instinto e ódio, com ela era sem dó.

Aproximei-me sorrindo de forma macabra, certa loucura parecia me dominar, em poucos segundos já estamos uma grudada na outra. Eu sabia, sabia que não podia usar todos os golpes de muay thai com ela, mas não me controlei, provavelmente ganharia uma advertência depois. Enquanto ela agarrava em meus cabelos, sem pensar a chutei distribuído chutes em suas pernas e barriga. Ela gritou quando agarrei seus cabelos com a mão esquerda e a empurrei na parede começando a socar qualquer parte do copo dela que fosse disponível. Eu grunhia enquanto ela puxava meus cabelos com as duas mãos, mas bloqueava o espaço necessário para golpes abertos. A empurrei na parede de novo, repetidas vezes a forçando a me largar, antes disso ela me deu outro soco, sorri e a vi gemer de dor ao ser empurrada pela ultima vez, meu sangue estava quente, sentia as dores dos golpes, mas não deixei isso me abalar. A puxei pelos cabelos e dei uma rasteira a fazendo cair no chão.

—Caramba que medo dela. — Escutei Kid dizer e a risada de Ben.

— Cara, já é a segunda vez que a vejo brigando, nem me abala mais.

Assim que ela caiu subi em cima ainda sorrindo.

—Vamos brincar? — Perguntei sorrindo enquanto ela gritava palavrões.

Segundos depois iniciamos os golpes, enquanto eu esmurrava com mais espaço no seu rosto enquanto ela só tinha meus braços e peitoral. Os golpes dela me atrapalhavam, bloquei seus golpes segurando suas mãos, ela tentou se levantar e bati nossas testas, doeu pra caramba, mas foi bem pior pra ela, nessa oportunidade prendi seus braços em minhas pernas.

— Lembra-se dos primeiros murros?

Sem esperar resposta soquei seu rosto igual ela fez comigo. Sentia meus dedos doerem, mas a raiva me consumia, lembrava das piadas, das gracinhas e dos xingamentos.

—Sai! Chega! — Liz e Paty falaram e as vozes delas ecoavam pela minha cabeça.

Respirei fundo em meio a tudo isso e parei ofegante. Ela me olhou confusa e eu também estava. Senti lagrimas escorrerem e balancei a cabeça parando, estava ofegante.

—Sim! Chega! — Falei controlando a respiração. — Vocês não merecem isso, na verdade, vocês não merecem nada disso. Vocês não merecem todo o valor desse ato.  

Levantei-me de cima dela e Liz respirou deitando-se no chão.  Caminhei até os meninos que seguravam Patty que se debatia chamando o nome da irmã. Dei de ombros sentindo um pouco de dor e eles a largaram, segundos depois ela estava ajudando a irmã enquanto Kid e Ben me puxavam para o meio dos dois.

—É melhor irem à enfermaria. Você vai precisa, assim como eu. — Falei dando as costas para elas e seguindo pelo corredor sem esperar resposta.

—Vamos para a enfermaria agora mesmo. — Kid disse preocupado.

—Ok! — Falei tranquila.

— Esse é um bom momento para te carregar? — Ben perguntou rindo e eu concordei.

—Mas não precisa, só fiquem ao lado caso eu caia. Preciso falar com meu pai.

Kid me emprestou o celular dele e eu digitei o numero, ele atendeu rapidamente.

—Oi papa. Liz e Patty estavam me esperando e acabamos de brigar, você poderia vir procurar por elas? Liz vai precisar de ajuda, estou indo para a enfermaria.

—Maka! Como assim? Estou indo agora! — Ele Disse rapidamente e desligou.

Suspirei e segui em direção à enfermaria, alguns alunos olhava com curiosidade e fuxicavam, mas isso no momento era o de menos.

—Que porcaria, Kid. Nos temos compromisso! — Falei bufando e sentindo dores pelo corpo e ele soltou uma risada baixa.

—Calma! Vamos resolver isso em seguida. — Ele disse calmo e mexendo no celular.

A enfermaria estava vazia e a enfermeira logo me atendeu, recebi curativos e me segurei para não chorar pela dor. Enquanto estava quase terminado papa chegou com as duas, Liz estava de mau humor, Patty sem graça e papa furioso.

—Assim que receberem os curativos irei conversar com as três por enquanto Ben e Kid me acompanhem vocês são as testemunhas. — Disse sério e os meninos o acompanharam tranquilo.

—Três não é uma conta logica para uma briga justa. —  A professora murmurou limpando o canto de minha boca que doía. — Aqui Maka, tome esse remédio, as indicações estão na caixa. Descanse e não se envolva em amis brigas. — Disse tranquila e isso me pareceu de javi. A outra enfermeira também falava a mesma coisa todas às vezes.

Desci da mesa e decidi esperar por Kid do lado de fora da enfermaria. Sentei-me no chão e suspirei sentindo algumas dores. Nem para estar com meu celular eu prestava no momento. Queria que Soul estivesse aqui, a dor do corpo não era pareô para a dor que eu sentia com medo de que algo acontecesse a Soul.

—Maka! — Não era possível que eu estivesse querendo tanto ele que estava ouvindo a voz dele — Maka! — Ele deslizou na minha frente e eu quase pulei de susto pensando que era mentira.

Mas lá estava ela, Soul estava na minha frente ajoelhado no corredor e tocando meu rosto com cuidado. Ele parecia preocupado, ansioso e tinha a leve impressão de ter chorado momentos atrás.

—Soul — Sorri fraco. — Como...

—Kid me mandou mensagem e eu voltei correndo. Quase cai. — Disse rindo e eu fiz careta apertando a bochecha dele que fez careta, mas segurou minha mão e a beijou.

—Ele é impossível.

—E de novo Ben estava com você e eu não. — Ele disse de cabeça baixa e eu bufei o puxando para um abraço desleixado, o coloquei no meio de minhas pernas e o abracei. — Maka? — Ele estava surpreso e meu coração acelerado.

—Você é bobo sabia?! — Falei passando a mão nos cabelos dele enquanto ele encostava-se a meu peito. —Não importava se ele estava lá nas ultimas duas vezes, você estava na primeira vez, você cuidou de tudo e é você que eu quero aqui agora. — falei corando e ele sorriu se soltando do abraço e me dando um sorriso tímido.

—Vamos resolver tudo logo? — Perguntou tranquilo. — Estou tão ansioso para tentar-te conquistar de tantas formas possíveis que seja impossível você dizer não. — Soltou uma risada curta e eu sorri.

—E se eu disser não? — O provoquei e ele revirou os olhos.

—Eu posso tentar de outras formas.

—E você vai mesmo querer meu pai como algo a mais?

— Sim, algo a mais do tipo o sogro que só vamos ver uma vez por ano. Que tal?

—Planos em longo prazo, Soul?

—Ando mudando muitas coisas esses semanas, Maka...

Escutamos alguém forçando uma tosse e nos deparamos com papa nos encarando, ao lado dele Ben segurava o riso e Kid fingia não estar ali.

—Ah|! Opa! Minha vez — Falei começando a levantar e fiz careta pelas dores.

—Calma! Eu te ajudo! — Soul disse já me ajudando e eu sorri para ele.

—Soul, por favor, ajude-a a chegar à minha sala. — Papa disse paciente e suspirou indo em direção a sua sala.

Pelo tempo que eles demoraram sem duvida, eles não foram até a sala dele, no máximo no outro corredor. Mas agora papa queria privacidade, deve ter perguntado qual a versão dele. Papa nos esperou e estava em silencio enquanto eu falava para Soul sobre a minha possível advertência do clube de luta que ele infelizmente concordou, mas disse que seria um momento para me dedicar mais ao vôlei. Ah males que vem para o bem.

—Entrem. Você pode ficar Soul, mas terá que assinar a ata junto a Maka. — Ele disse tranquilo e Soul apenas concordou. 

Acomodamo-nos nas cadeiras que estavam lado a lado e papa sorriu cansado.

—Conte-me sua versão. Já escutei Liz e Patty no caminho que não parava de falar. Já não aguentava mais.

Minutos depois eu contava tudo para ele que escutava com atenção e suspirava em algumas partes.

—Ok, isso foi suficiente. Elas serão transferidas hoje mesmo. — Ele disse sério — A versão contada por elas não bate em nada com a de vocês. Não posso confiar em nada além da sua palavra que é minha filha e aluna exemplar, Ben que é aluno destaque e em Kid que é meu braço direito. Sobre o clube, infelizmente você irá levar suspenção, mas como vocês estavam conversando... há males que vem para o bem. Treine no time de vôlei, você é muito boa. — Sorriu para a filha que sorriu junto.

Maka e Soul saíram da sala e foram em direção ao dormitório feminino. Soul ligou para Kid e explicou a situação avisando que iria ajudar Maka e se Kid conseguia arrumar vitamina ou sopa para janta de Maka, enquanto isso Maka bufava falando que conseguia comer.

—Vou ficar te esperando aqui, mas se precisar de ajuda... — Soul disse sorrindo e deitou na cama de Maka enquanto ela sorria e ia em direção ao banheiro, ao encostar a porta ela pensou algumas vezes sobre isso. Ate que não seria má ideia, depois sorriu negando. Sim. Seria uma péssima ideia.

Assim que sai do banho me deparei com Soul pensativo mexendo no celular. Eu usava um short de pano e a blusa de frio do colégio, estava em uma época fria e eu adorava.

—Chega para lá, preguiçoso.  — Falei deitando-me ao lado dele na cama de solteiro.

—Eu cheguei primeiro. — Disse dando de ombros e eu bufei me remexendo e sentindo algumas dores. Mas bem mais leves por conta dos remédios.

—Aham. — Revirei os olhos.

—Certo, vamos falar sobre minha conversa com Spirit.

—Só se você quiser...

—Estou bem, acho que estou tranquilo em relação a isso. Ele me pediu desculpas — Suspirou encarando o teto. — Foi bem complicado tocar em todos os assuntos que tínhamos em aberto, mas foi necessário. Ele disse que iria me mostrar que estava mudando. — Soul soltou uma curta risada e se virou em minha direção ficando frente a frente. — Acredita que ele me proibiu de fugir com você do país? — Perguntou fazendo careta e eu soltei uma risada.

—Papa viaja, ele cismou que você iria me “raptar” a qualquer momento para fora do pais e ele nunca mais me veria. — Dei de ombros e Soul sorriu balançando a cabeça.

—Ótima ideia, diga-se de passagem. Mas por enquanto só penso em te levar para o apartamento e nos escondermos do mundo.

Sorri para ele e ficamos no encarando em meio a sorrisos e leves toques que se revezavam entre caricias nas bochechas, alisar os lábios, mexer nos cabelos. O celular de Soul tocou e ele resmungou antes de atender, disse algumas coisas de mau humor do tipo”ok”, “daqui a pouco”, “não estou afim”, e “não força”.

—Odeio fazer isso, mas os meninos já querem pular aqui no quarto. Vamos ter que ir. — Me assustei ao sentir em cima de mim e engoli seco. O cheiro de Soul é tão viciante. Ele se aproximou de meu ouvido. — Você é linda até numa pós briga, isso é injusto comigo. — Disse com humor e eu passei meus braços ao redor de seu pescoço. — Queria muito passar a noite te beijando, pena que sua boca deve estar doendo agora, queria tanto aquela “pausa” na amizade de novo. — Disse com a voz rouca e isso me fez respirar fundo.

—Você sabe que eu não queria que você saísse daqui. E se déssemos uma volta? — Perguntei sorrindo e ele curvou a sobrancelha.

 —Vamos jantar? Prometo que fico ao seu lado todo o tempo e fico com você até você dormi. O que acha? — Perguntou sorrindo.

—Perdeu o medo mesmo hein? — Perguntei sorrindo.

—O que é perder o medo depois de quase te perder?

Soul realmente estava certo na parte do sentir dor ao beijar. Mas eu precisava, precisava senti-lo. Quando ele tentou se levantar o puxei e encostei nossos lábios com carinho, segundos depois nos beijávamos os pequenos toques, sorrisos carinhos e terminamos com olhos brilhando.

(...)

Enquanto tomava aquela sopa estranhamente gostosa observei Ben sentado em uma mesa perto da janela. Tinha os pensamentos bem longes, segui seu olhar e encontrei Cibele, a melhor amiga de Jully e sorri. Terminei a sopa minutos depois e comecei a me levanta fazendo careta.

—Maka? — Soul perguntou me olhando enquanto eu levantava.

—Vou resolver um negócio e já volto.

—Tsc. —Ele olhou para Ben. — A culpa é minha mesmo. — Disse bufando. — Estarei te esperando.

—Eu sei. — Sorri e segui em direção a Ben que despertou ao me ver chegar.

—Então finalmente consegui um momento com minha amiga? — Revirei os olhos.

—Deixa de besteira. — Fiz careta ao sentar ao lado dele. — E então.

—A garota é a Cibele.

—Oh, sério? — Falei fingindo surpresa e ele bufou.

—É tão obvio quanto você é Soul? — Dei de ombros e ele sorriu — E o que eu faço?

—Seja super legal e fale tudo para ela, pois sem duvidas do jeito que ela está olhando para cá ela deve senti n mínimo o mesmo. — Falei sorrindo enquanto ele virava a cabeça igual a Samara em busca do olhar de Cibele que corou e desviou o olhar.

—Farei isso — Falou sorrindo ao ver a reação de Cibele. — Maka...

—Hum?

—Nós vamos poder continuar sendo amigos?

—Por que essa pergunta? — Olhei sem entender.

—Digamos que nós aproximamos por eu ter finalmente a chance de provocar Soul, mas acabei gostando da sua amizade, dos seus beijos e coisas assim. Mas agora você parece a pouco de iniciar um relacionamento com Soul e não sei, sinto que ele não gosta de mim.

—E por que você acha isso? — Perguntei rindo.

—Talvez seja pelo olhar assassino e sanguinário, talvez seja pelas ameaças implícitas ou por ele simplesmente estar me olhando como se eu devesse explodir a qualquer momento. — Disse rindo e eu soltei uma risada.

—É talvez seja por tudo isso, mas eu gosto de sua amizade e de nossos treinos, por mais que eu esteja suspensa. — Suspirei alto.

—Amigos então? — Mostrou a mão em forma de soco.

—Amigos. —Soquei sua mão.

—Chupa Kid! — Gritou no refeitório vazio.

—Eu vou matar esse desgraçado — Kid gritou enquanto Crona o puxava e todos da mesa riam da cena.

—Me encontra daqui a dez minutos lá no parque banquinho rosa? — Perguntei enquanto ele ainda ria de Kid.

—O que aconteceu? — Quer que eu bata em Soul?

—Não — Soltei uma risada — Mas é algo relacionado a ele.

—Por que choras Kid? — Perguntou rindo e eu sorri.

—Dez minutos.

Levantei e segui em direção a Cibele que me olhou curiosa.

—Oi Cibele, tudo bem?

—Sim — Disse corando, ela era tímida e linda.

—O Ben disse que queria conversar com você urgente em dez minutos Você pode ir conversar com ele?

Jully me olhou desconfiada e eu pisquei para ela que sorriu estonteante, mas fingiu cena.

—O que você fez com ele Albarn? — Perguntou com voz brava, mas sorria.

— Só vão descobrir quando Cibele for conversar com ele.

—Mas por que eu e não Jully? — Ela perguntou confusa.

—Não confio nos conselhos de Jully, você pode fazer isso por mim? E Principalmente por Ben?  

—Claro.

—Ótimo! — Sorri e ela ficou triste — Banquinho rosa em dez minutos.

Na verdade, ela nem esperou. Ben mal levantou e ela o seguiu.

—Não me diga que...

—Digo sim, bebê. — Falei rindo e ela pulou em cima de mim. —Ai! Isso é agressão a pessoas machucadas.

—Desculpas, mas estou tão feliz. Heroooo! — Ela correu em direção ao namorado que vinha entrando no refeitório.

Voltei para a mesa e Soul me olhou estranho.

—O que você aprontou? — perguntou sério e todos ficaram esperando a resposta.

— Fazendo Ben se declarar para a garota que ele gosta. — Dei de ombros e eles sorriram.

—Ufa! Só assim ele para te seguir — Kid bufou.

—Você é maravilhosa sabia? — Soul disse baixo e eu deitei a cabeça no ombro dele que sorriu.

—Só quando você me faz sentir coisas boas assim. —Falei sorrindo e ele me deu um selinho enquanto todos falavam coisas do tipo “finalmente caralho”, “aleluia” e outras coisas que prefiro nem lembrar.

Gangue babaca.


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Notas finais do capítulo

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