Você é uma exceção escrita por ZeroLouise


Capítulo 23
Encontros significativos


Notas iniciais do capítulo

o/



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Sexta-feira.

—Se vocês não conseguem resolver essas questões básicas de química é sinal que são perfeitos para a dissecação. — Stein disse sério após alguns reclamarem que a atividade estava difícil demais.

Eu não seria louca de fazer isso e correr o risco de ser dissecada. Naquele momento eu fazia a atividade com Tsubaki, já que Kid e Crona estavam a cada dia mais próximos. Tsubaki não pensou duas vezes antes de empurrado da cadeira e sentar-se ao meu lado.

—Mas Stein. — Kim reclamou — Está muito difícil. Nem Ox esta conseguindo — Disse bufando e eu sorri ao observar a rosada acalmar Ox que faltava surta ao lado dela.

—Cada um por sim. — Ele disse sério e Ox gritou “eureca” começando a responder algumas coisas.

—Terminei a minha parte. — Murmurei para Tsu que sorriu satisfeita e levantou a mão chamando Stein.

—Ok! Agora pode sair Maka, Spirit veio aqui há uns vinte minutos dizendo que você tinha visita.

O olhei estranho e dei de ombros levantando-me. Achei estranho já que Soul tinha feito o teste correndo e já não estava em sala há uns dez minutos. Tsu também me olhou estranho e murmurou um “boa sorte”.

Os corredores estavam vazios, esse graças a Kami-sama era o ultimo horário da manhã. Desde terça meus dias vêm sendo complicados e sem graça já que por conta da briga estou de suspensão não só no clube de luta, como no de vôlei também. Sem contar meu primeiro relatório na pasta do colégio. Nem tudo é perfeito.

Esperei encontrar Soul em qualquer canto que fosse, mas não achei. Segui em direção à sala de visitas e eu pensando que nunca iria nela, sorri com desdém. Andei com tranquilidade ate chegar à sala.

Antes que eu chegasse a tal sala encontrei papa que estava estranho.

—Bom dia, papa — Falei sorrindo e chamando a atenção dele que suspirou.

—Bom dia, Makinha. Stein te avisou para vir, certo?

—Sim, mas só me avisou quando terminei o teste, por isso a demora.

—Poderia demorar o tempo que precisasse. Nada é mais importante que seus estudos. — Disse sério e eu estranhei mais ainda o jeito dele.

—Isso tem alguma coisa a ver com Soul?

Ele suspirou.

—Soul é outra coisa, mas primeiro vamos resolver esse problema e depois o Evans, ok?

—Ok? — Falei em duvida.

Ele continuou acompanhando-me até a sala de visitas e eu estranhei isso ainda mais, porém nada falei afinal ele não faria isso se não fosse importante. Por um segundo imaginei ser Wes. Mas minhas pernas pareciam ter virado gelatina ao encontrar minha tal visita. O cabelo loiro como o meu continuava o mesmo, o sorriso também e aquela visita não poderia ser outra pessoa. A não ser que fosse miragem.

—Mama? — Perguntei incrédula e papa bufou ao meu lado.

Mama correu em minha direção e abraçou-me feliz e chorando, no primeiro momento não retribui o abraço, estava chocada com toda a situação. Após um momento achei falta de educação e retribui o abraço que ela fez questão de apertar ainda mais.

—Como senti sua falta, querida. — Disse chorosa e eu balancei a cabeça tentando organizar os pensamentos.

—O que faz aqui mama? — Perguntei direta e ela soltou uma risada soltando-me.

—É proibido matar a saudade da própria filha? — Perguntou indo em direção a um dos sofás que existia na sala e chamou-me para sentar-me ao seu lado.

Não pude deixar de olhar para papa que não parecia feliz com toda a situação e apenas uma coisa me veio à cabeça. O olhei curvando a sobrancelha e ela desviou o olhar.

Ótimo.

Sentei-me ao lado dela e papa sem autorização ou convite sentou-se na poltrona ao lado do sofá.

—Duvido muito que a senhora tenha vindo apenas “matar a saudade”. — Falei curvando a sobrancelha para ela que suspirou.

—Viu, era sobre esse tipo de comportamento que eu sabia que ela teria ao ficar com você. — Disse ríspida para papa que se encolheu com o ataque repentino.

—O que me faz lembrar que foi você que deixou Maka comigo. — Ele respondeu após eu o olha questionadora e eu suspirei.

—Certo, seja objetiva, mama. O que a senhora deseja com essa visita.

—Já disse — Respondeu perdendo a paciência — Vim matar a saudade.

—E eu sei que isso não é a resposta certa.

—Por que não seria? — Perguntou seria e eu bufei cansada desse joguinho.

—Você não me visita há anos, se estivesse mesmo com tantas saudades, já teria vindo.

—Pode-se dizer que a saudade só apertou agora. — Disse corando e eu fechei os olhos soltando o ar devagar.

—Quer dizer que só sentiu saudades da sua filha, mas saudades o suficiente para vir visitar-me depois de anos? — Perguntei incrédula e ela bufou.

—Não use o gênio ruim de seu pai.

—Na verdade, esse gênio ruim é seu. E nesse momento eu estou adorando. — Papa disse sorrindo de lado.

—Certo, vocês não me tiraram de aula para brigarem em minha frente não é mesmo?

—Na verdade, pensei que nem estaria em sala. Já que esta de suspensão em outras coisas. — Mama disse me encarando como se quisesse explicações.

—Caso queira informações peça ao papa. Ele sabe tudo e já resolveu tudo. Mais alguma coisa antes de falar o real motivo da visita, pois esse da saudade de anos não colou. — Falei arrumando a saia no colo e ela suspirou.

—Vim avisar que estou mexendo os papeis para brigar pela sua guarda. — Disse seria e sorriu em seguida. Enquanto eu limitei-me a curvar a sobrancelha.

—E que horas a senhora pergunta se aceito ou não? — Perguntei sentindo um bolo de raiva surgir dentro de mim.

—Em momento algum! Isso é o melhor par você. Seu pai não tem domínio sobre você. Você voltou a brigar, ainda dá para notar seus hematomas pela blusa do uniforme. — Disse ríspida. — A melhor coisa é você ir comigo. Seu pai foi inútil na sua criação.

Olhei para papa que se encolheu novamente com a acusação. Ok, ele não havia sido o melhor dos pais, mas vinha se esforçando desde terça e ela?

—Ora mama, não se coloque nesse papel. — Falei seria e ela perdeu o sorriso.

—O que quer dizer com isso?

—Ele falhou mais vezes do que eu e ele possamos contar, mas de certa forma sempre esteve por perto, nem que fosse para assinar minhas transferências. Mas e a senhora? Onde esteve todo esse tempo. Onde esteve durante minha primeira menstruação? Onde esteve durante meu primeiro beijo? Meu primeiro choro por um garoto?

—Eu sei de tudo, Soul Evans, certo? Seu pai me contou. — Ela disse com ar superior e eu sorri negando.

—Ele te contou. Isso mesmo. Ele. Não eu. E a senhora sabe por quê? — Seu sorriso se perdeu e ela bufou.

—Esse tipo de coisa não importa, agora estou aqui e quero colocar todo esse tempo em dia. Você morando comigo poderemos colocar todos os assuntos em dias e eu poderei ajuda-la em tudo.

Suspirei. Olhando para meus pais entendia de onde vinha meu gênio complicado.

—A senhora não precisa pedir minha guarda ou levar-me a força daqui, pois é isso que vai fazer. Podemos colocar o tempo em dia com você vindo me visitar nas férias, me chamando para passear ou qualquer outra ação que não seja me magoar mais ainda.

—Você ama mais o seu pai do que a mim? — Perguntou séria e ali era um terreno perigoso.

—Amo vocês de forma completamente igual, mas no momento papa está tentando se redimir e eu também. Acho que a senhora poderia juntar-se a nós dois e poderíamos tentar fazer dar certo. — Falei sorrindo e torcendo para que ela aceitasse.

—Esta querendo que eu e seu pai voltemos? — Perguntou incrédula e eu soltei uma risada curta.

—Claro que não, mama. Jamais faria isso. Vocês possuem suas próprias vidas, não precisam ficar em uma relação desconfortável apenas por minha causa.

—Ótimo! Mas ainda sim, pense com carinho sobre a questão da guarda...

—Por enquanto não, mama.

—Que tal passar o domingo comigo? —Concordei e ela sorriu. — Posso te buscar as onze da manhã?

—Sim, mama.

—Ótimo! Infelizmente preciso ir. Preciso encontrar um bom hotel na cidade. Planejo ficar ate domingo à noite.

Ela continuava do mesmo jeito que se despedia por telefone.

Despedi-me dela e diferente da primeira vez não derramei nenhuma lagrima, diferente dela que assim que me afastei chorou e pediu abrigo para papa que curvou a sobrancelha e suspirou dizendo que eu poderia ir. Respirei fundo e segui em direção aos corredores.

Decidi procurar por Soul, queria um abraço dele, desde terça estávamos passando um bom tempo junto, mas nada de conversar sobre coisas complexas, decidimos deixar os beijos para depois, minha boca doeu na quarta quando tentamos de novo. Mas hoje algo me dizia que era o dia perfeito. Perfeito para conversar e perfeito para beijá-lo.

—Ora se não é a senhorita Albarn. — Gelei ao escutar uma voz masculina em meio ao corredor vazio.

Virei-me com medo e pronta para correr. Ao enxergar a pessoa engoli seco. Cabelos brancos, albino e olhos vermelhos. Mas diferente do albino que eu queria encontrar, esse é o que queria fingir que nunca vi na vida.

—Wes Evans. —Falei séria o encarando e ele sorriu de lado, mas diferente dos sorriso de Soul. O dele era falso, assim como ele.

—Podemos conversar? Estou tentando há duas semanas, mas Spirit sempre barra falando que não há motivos para conversamos, tive que vir visitar Soul para ter a chance. — Disse próximo.

—Deveria ter desistido dessa ideia no primeiro não. — Falei séria virando-me para sair.

—Ah! Não faz assim. — Como ele se aproximou tão rápido a ponto de tocar em meu braço?— Só quero  conversar com você, ser seu amigo. Sei que você e meu irmão terminaram aquele dia. Quero oferecer minha amizade.

—Sua amizade e seus beijos? — Perguntei rindo e ele sorriu de lado.

—É um pacote exclusivo. — Sorriu presunçoso me encurralando nos armários.

—Estou bem satisfeita no momento. — Falei pegando mais espaço.

—Ora, vai dizer que não tem curiosidade de saber o porquê todas elas ficaram comigo e depois não voltaram pro Soul?

—Para ser bem sincera? Não. Não tenho curiosidade. Prefiro beijar o Ox— Fiz careta e ele também. —Inclusive nesse momento procurando seu irmão.

—Tsc. Não seja difícil. Que mostrar que não é como as outras para enganar o Soul de que é diferente.

—Como o próprio Soul já me disse uma vez, eu sou uma exceção e nesse momento lembrei-me de algo.

—Ora Maka...

—Para de ser idiota e procurar as namoradas de Soul. É ridículo. Ah! E obrigada por isso ao mesmo tempo. Assim você acabou limpando o caminho para que eu agisse. Soul será meu, somente meu. — Falei sorrindo com presunção. — E você? Ah você pode ficar com as outras cinco. Não faço questão disso mesmo.

Primeiro ele me olhou incrédulo, e eu também deveria estar com a mesma expressão, quem diria que eu teria coragem?

—Finalmente uma que não se deixa levar por essa conversa estupida. — Wes disse suspirando e colocando as mãos nos bolsos em seguida. O olhei perdida e ele sorriu.

—Você ta de brincadeira comigo, certo? — Perguntei séria e ele sorriu. Um sorriso bem diferente.

—Sou egoísta eu sei, mas como você mesmo disse eu limpei o caminho. Eram cinco interesseiras. Cinco idiotas que na primeira oportunidade o largaram  pensando que iriam viajar comigo pelo mundo.

O olhei sem palavras e como a primeira reação que tive o empurrei com força para longe.

—Eu não acredito nisso, Wes! — Falei quase rosnando.

—Como assim?

—Você tem ideia do quanto machucou ele?

—Tem ideia do quanto o livrei de garotas interesseiras.

—Você é mesmo um idiota.

—Eu sei, mas veio dando certo.

—Ah! Claro! — Rosnei — Seu irmão te odeia e te acha a escoria da sociedade por você pegar as garotas que ele gosta!

—Eu sei que no futuro ele vai entender! — Ele disse sério como se realmente acreditasse nisso.

—Você só pode está de brincadeira comigo e principalmente com o Soul.

—Não! Eu não estou! Você me recusou, não me aceitou. Isso acaba aqui!

—ISSO NEM COMEÇOU, IDIOTA! — Gritei irritada.

— Vou deixar vocês dois em paz. Mas casos se separem vou voltar a fazer com todas as outras. Saiba que sempre, sempre irei proteger Soul.

—Proteger machucando, só se for. — Falei bufando e me afastando.

Ele disse algo que não entendi, mas eu já estava cansada da cara dele. Continuei andando e no corredor seguinte bem no canto encontrei Soul sentado encostado nos armários. Tinha as pernas coladas ao peito e parecia distante como se estivesse em transe.

—Ei, albino. — Falei o cutucando com o pé e ele me olhou. O olhar distante, perdido. Semicerrei os olhos o encarando e me ajoelhei na frente dele.

—Como ele pode ser tão egoísta?

—Você escutou?

—Felizmente e infelizmente sim.

Sorri, ele sabia que eu não o trocaria.

—Vamos falar sobre isso em outro lugar? — Chamei sua atenção.

—Por quê? — Ainda perdido.

—Deixa de ser sonso. — Falei sorrindo — Vem, vamos ali.

Sem esperar ele responder, entrelacei nossas mãos e ele corou, sorri. Ele estava um pouco fragilizado, sem duvidas Wes o achou primeiro Depois dessas duas conversas seguidas eu também não estava tão lá essas coisas, mas Soul parecia pior e naquele momento percebi que fazê-lo sente-se melhor me faria melhor. Assim que saímos do prédio de aulas o sinal que liberava para o almoço tocou.

—Não daria para conversar com tanta gente passando...

—Entendo.

Seguimos em direção ao dormitório feminino, mandei uma mensagem para Tsu pedindo para guardar meus materiais e não aparecer no quarto por meia hora. Como resposta, recebi um emoji de carinha safada.

—Entra. — Falei dando espaço para que ele entrasse, em seguida entrei e tranquei a porta.

—Maka...

—Ta, senta na minha cama. Vamos conversar e colocar alguns assuntos pendentes em dias. Hoje estou inspirada. — Falei sorrindo mesmo estando quase a ponto de surtar.

—O que aconteceu? — Me olhou preocupado.

—Mama apareceu das cinzas querendo minha guarda, mas isso é assunto para mais tarde.

—O quê? Como assim mais tarde? Maka que historia é essa?

Ele falava sem parar ficando nervoso, na verdade quase desesperado. Sorri e enquanto ele continuava com as perguntas me aproximei sorrindo e o beijei. De imediato ele se assustou, mas segundos depois sorriu em meio ao beijo e me puxou pela nuca dando continuidade e profundidade ao beijo. Ah como era bom!

—Uma boa forma de dizer cala boca. — Disse com humor enquanto ainda estávamos próximo e eu sorri.

—Sim, você estava desesperado.

—Ok, agora vou escutar ou talvez me desespere um pouco mais. — Disse sorrindo.

—Bom, você escutou minha conversa com Wes...

—Me sinto tão idiota que tenho vergonha de olhar para você nesse momento. — Disse sorrindo e desviando o olhar.

Segurei seu rosto com delicadeza.

—Você sabe que isso não é necessário.

—Desculpa por ter sido idiota e ter te julgado sem antes saber. — Pediu envergonhado.

—Acho depois do clube das cinco eu também teria medo de ser “trocado” — Falei dando de ombros e ele suspirou.

—Ainda bem que não é clube das seis.

—Pelo menos não comigo.

—Seria o mais cruel.

—Seria?

—Sim, gostei das cinco, mas nenhuma me preparou para você e para as coisas que você me fez sentir.

—Tem certeza? — Perguntei com humor.

—Você tem noção que quase surtei quando te vi beijando o Ben, ou quando os meninos começaram a brincar mais com você?

—Hum, acho que não. — Falei sorrindo e ele bufou.

—Eu mereci todas as crises de ciúmes e bebedeiras e tudo o que veio, fui um estupido, um idiota, um egoísta.

—Está disposto a mudar? — Perguntei séria e ele sorriu envergonhado.

—Desde dia que entendi que estava completamente apaixonado por você. — Corei, mas sorri.

—E quando foi isso?

—Não sei bem ao certo. — Deu de ombros, — Mas estou disposto a lutar e a vencer.

—Acredito em você.

—Desculpa por ter te deixado, por não saber lidar com tudo e por ter sido tão imaturo.

—Você não tinha culpa dos meus sentimentos.

—Mas agora eu tenho e  vou te ajudar mesmo assim. —Disse sorrindo, mas em seguida pensou um pouco. — Não seria bom você pensar mais?

—Pensar mais?

—Isso, você precisa pensar mais.

—Pensar mais em quê?

—Se eu mereço mesmo uma chance. — Disse pensativo. — Daqui uma semana você pode me dar uma resposta?

—Que resposta, maluco? —Perguntei enquanto ele continuava falando sozinho.

Como resposta,  senti meu corpo encontrar o colchão e ele por cima sorrindo com carinho.

—Vou tentar te conquistar o máximo nesses próximos dias e depois quero saber se você aceita namorar comigo? Sabe, aquele lance maneiro de ser minha garota enquanto eu serei completamente seu.

Sorri olhando para ele e o quanto ele é idiota por pensar que ele ainda não tinha um “sim” meu.

—E  o que vai fazer para conquistar esse tal “sim”?

—Vou começar passando toda à tarde com você te enchendo de beijos e carinhos te mostrando o quanto será mimada e amada. — Disse sorrindo. — E vou começar agora.

Ele sorriu e eu sorri junto enquanto ele se aproximava e colava os lábios aos meus. Macios, quentes e amáveis junto aos meus que sentiam saudades dele. Minhas mãos encontram os cabelos de Soul que suspirou e sorriu. Eu não conseguia definir o que sentia naquele momento. Estava ansiosa para que nunca terminasse e que sempre fosse tão bom quanto agora.

— Ah Maka!

Voltamos aos beijos com carinho, ele se deitou ao meu lado na cama e me puxou para mais perto. Sua mão acariciava minha bochecha e às vezes passava por meus cabelos soltos.

(...)

—Sabe qual a parte mais chata?— Perguntou enquanto me dava selinhos momentos depois.

—Qual?

—Falar com seu pai. — Ele bufou — Na nossa conversa ele afirmou que eu teria que falar com ele e que ele iria vigiar nosso namoro de perto.

—Podemos não contar para ele por enquanto? — Perguntei sorrindo.

—Não. — Disse bufando e sorriu ao observar minha expressão— Isso atrapalharia meus planos de passear de mãos dadas com você. — Disse fazendo bico e eu sorri apertando a bochecha dele.

Sorri o puxando de novo, ele veio super triste.

(...)

— Três horas não é o mesmo que meia hora, Maka. — Tsu disse assim que eu e Soul chegamos perto dela, Black e Kid que estavam sentados embaixo de uma árvore.

—Foi erro de calculo. — Soul disse desviando o olhar e me abraçando.

—Opaaa! Expliquem! — Tsu disse nos olhando e sorrindo.

—Estou tentando a oportunidade única de conquistar o coração da loira.

—Acho bom que conquiste e mantenha. — Kid disse bufando e Soul suspirou.

—Não precisa ficar com raiva ou com ciúmes...

—Não estou, ok, talvez um pouco de ciúmes. Mas estou feliz. Meus quatro melhores amigos namoram entre si. Não tenho motivos para tristeza.

—Ah, então que tal comemorarmos? Um cara legal como eu merece uma festa de comemoração! — Black disse feliz e Tsu sorriu para ele.

—Se formos comemorar algo tem quer por Soul e Maka. Vocês dois já namoram há quase um mês. — Kid disse de mau humor.

—Sempre é hora de comemorar os meus feitos históricos. — Sorriu triunfante enquanto todos, até mesmo Tsu revirava os olhos.

—Um lanche? — Perguntei dando ideia.

—Pode ser. Depois pensamos em mais alguma coisa. — Kid disse pensativo.

—Bom que você convida certa rosada. — Falei olhando para o outro lado e sorrindo.

—Sua sorte, Albarn é que nesse momento você tem um protetor, mas me aguarde. — Disse com olhos semicerrados em tom de ameaça e sentir os braços de Soul me apertarem mais ainda.

—Agora ela tem protetor em tempo integral. — Beijou minha cabeça e eu corei o abraçando.

—Ah! São tão fofinhos juntos! — Tsu disse rindo em seguida.

—É estranho ver o Soul assim. — Black disse nos observando.

—Ah cara! Me deixa! — Soul disse sério, mas depois sorriu.

—Aberta a disputa de comida? — Killik disse sorrindo enquanto as primeiras pizzas do rodizio chegavam a nossa mesa.

—Aberto! — Black gritou — Tentem vencer o grande eu e falhem miseravelmente.

—Vamos ver seu idiota! — Kid disse sério e todos o olharam surpresos. — Eu não almocei. — Disse dando de ombros.

—Você vai assustar a Crona. — Tsu disse sorrindo e Crona sorriu para ele.

—Não sei lidar com isso!

—Crona. — Kid disse pensativo e sussurrou algo no ouvido dela que corou imediatamente.

—Si... si... sim, eu aceito! — Kid sorriu feliz e beijou a bochecha dela.

—O que aconteceu aqui? — Hero perguntou olhando para os dois. Ele e July estavam usando um moletom com frase de casal.

—Ela é minha namorada.

—Ó céus que romântico! — Ox disse enquanto riamos.

—Você não pode falar nada até pedir a Kim em namoro. — Harvar disse sério e colocando mais refrigerante no copo de Jaque que sorriu para ele.

Eles também não estavam namorando, mas parecia bem encaminhado.

—Vocês nunca vão superar o pedido do grande eu! — Black disse de boca cheia. —Eu fiz assim...

—Tá, já escutamos varias vezes. — Soul disse rindo.

—Mastiga isso ai pelo menos. — Falei revirando os olhos e ele fez um belezinha.

—Dia de bater recordes — Killik disse esfregando as mãos e atacando os pedaços de pizzas qe já estavam em seu prato.

—Será que Killik passa de Black? — Perguntei para Soul e ele deu de ombros.

— Killik está bem empenhado, mas acho difícil comer 43 pedaços de pizza.

—Vamos observar. Acho que hoje temos um terceiro participante mesmo. — Falei olhando para Kid que comia igual aos dois bobos.

—Quando acabarmos aqui vamos dar uma volta? — Ele perguntou baixinho e sorrindo.

—Como se eu conseguisse negar. —Mostrei a ponta da língua.

—É eu sei que não.

—Galera, eu e Maka vamos indo primeiro. Vamos dar uma volta de moto. — Ele disse enquanto nos dependíamos e recebemos olhares maliciosos.

—Nada de sobrinhos, viu? — Hero gritou enquanto ele dava partida na moto e eu apertei Soul que deu uma curta risada.

—Relaxa, só quando estiver pronta. — Falou tranquilo. — Segura firme, a cidade está vazia do jeito que eu gosto.

Entendi o que ele queria momentos depois ele estava pilotando tranquilo enquanto o vento batia em nossos corpos. Não importava se o vento estava frio, se às vezes tínhamos que frear e esperar outros passarem. Só importava o nosso silencio confortável, o barulho da moto e a liberdade de estar ao lado de quem gostávamos.

—Pode soltar. —Soul disse tocando minha mão que estava em sua barriga.

Aumentou a velocidade e abri os braços sentindo o vento, a vida, a felicidade tudo em um único gesto e tudo melhoravam por estar ao lado dele, ao lado de Soul Evans.


— Bem vinda ao meu apartamento, minha futura namorada. — Soul disse assim entravamos no apartamento dele fugindo das primeiras gotas de chuva, sem contar que pelo horário não poderíamos entrar no colégio.

—Sinto-me honrada, futuro namorado. — Falei sorrindo.

Ele ainda insistia nesse mesmo assunto, dizendo que me daria uma semana para pensar, eu já tinha o “sim” pronto, mas ele insistia que não agora. Nem mesmo quando eu pedi ele aceitou dizendo que eu não poderia burlar regras.

—Tomara que seu pai não me mate. — Disse colocando as chaves e a carteira na mesa que ficava ao centro da sala.

—E agora você se preocupa isso? — Perguntei rindo.

—Não. — Disse rindo. — Só que agora ele vai ficar de olho.

— Só no começo, depois ele esquece. — Falei sorrindo e ele sorriu radiante.

—Tomara que ele esqueça logo, já imaginei vários finais de semana aqui e em outros lugares.

—Ansiosa também.

—Quer tomar banho? Vamos ter que dormi aqui mesmo. — Deu de ombros.

— Sim, me empresta seu pijama de novo?

—Sempre que você quiser. — Disse sorrindo e me dando um selinho.

O segui em direção ao quarto dele, o observei pegar o pijama da outra vez e deixa-lo em cima da cama enquanto pegava o dele e saia em direção ao outro banheiro.

—Ansioso por poder tomar banho com você. — Disse na porta e em seguida a fechou antes que eu jogasse o travesseiro nele.

Sorri. Ele poderia ser mais carinhoso como vinha sendo desde hora que conversamos, mas muitas coisas não iriam mudar tão cedo.

Tomei banho relaxando e ansiosa por estar com ele de novo.

—Consegue comer alguma coisa? — Soul me perguntou assim que fechei a porta do banheiro. 

—Nem se eu quisesse — Falei rindo e lembrando dos dezoito pedaços de pizza que comi com esforço e motivação dos idiotas. —Já ate escovei os dentes, prefiro nem pensar.

—Ah! Para! Foram somente dezoito pedaços. Comi 32. — Disse se jogando na cama.

—Como se fosse pouco.

—O segredo é chegar cedo, comer tranquilo sem pensar muito e evitar líquidos, na próxima você consegue vinte.

—Quem sabe se eu ficar dois dias sem comer. — Falei pensativa e me sentei perto da cabeceira ao lado dele.

—Vamos te motivar. — Ele disse tranquilo e logo puxou meu corpo me fazendo deitar ao seu lado.

—Soul!

—Vamos dormir juntos de novo? — Pediu manhoso.

—A cada dia fica mais difícil resistir a sua manha.

—A intenção é essa. — Disse sorrindo de lado e eu revirei os olhos. — Sei de uma forma que esse gesto fica melhor. — Disse mordendo meu ombro direito de leve.

—O pervertido de sempre.

—Você nem imagina.

—Somente beijos? — Perguntei receosa.

—Somente o que você quiser. — Disse sorrindo.

O beijei concordando e sorrindo ao vê-lo feliz. Arrumamo-nos ficando um de frente para o outro enquanto a mão dele ia parar em minha cintura e a minha em seu cabelo macio. Nos reversávamos entre beijos, leves mordidas nos lábios e suspiros. Soul se aproximou apertando minha cintura com posse. O beijo se tornou mais urgente, mais grave, mais sedento.

Soul queria posse e eu também, queríamos dominar um ao outro e esse detalhe acendeu uma luz em mim, em meio aos beijos profundos, mordidas nos ombros e leves arranhões Soul parou em cima de meu corpo.

—Loira, se continuarmos assim... — Ele começou com voz rouca e apertou minha cintura causando fricção entre nossas intimidades.

—Eu sei. — Sorri para ele que me olhou confuso e o puxei pela nuca para outro beijo sedento.

Soul aproveitou o beijo para aumentar o contato, era uma forma de ele dizer que se eu quisesse tinha que para-lo. Mas eu sentia que não, que eu não deveria pará-lo. Poderia estar enganada, mas nessa semana percebi que era Soul, tinha que ser Soul.

Senti a mão direita dele descer em direção a minha coxa e a apertar enquanto ele beijava meu pescoço e me fazia suspirar.

—E se apagássemos a luz? — Perguntei o parando com minhas mãos em seu peito.

Soul me olhou curioso e em uma troca de olhares ele parecia ler meus pensamentos, vergonha de que ele me visse com luz, vergonha de tudo. Ele balançou a cabeça sorrindo.

—Se apagarmos eu não vou conseguir admirar tudo como eu quero. — Disse mordendo os lábios e eu sorri corada.

—Bobo.

—Talvez. Posso te mostrar tudo o que eu queria fazer com você daquela vez?

—Em qual delas? — Perguntei passando minhas pernas ao redor da cintura dele e o olhando curiosa ao sentir maior contato, enquanto ele sorria.

—Da primeira vez que dormimos juntos e que você me deu trabalho.

—Te dei?

—Sim, eu precisava conhecer seu corpo e fiz isso junto com você. Mas hoje vai ser diferente. Eu já sei mais ou menos como fazer.

—Mais ou menos? — Perguntei incrédula e soltei uma risada que foi acompanhada por ele.

—Não era como se eu transasse todo dia a toda hora, doida.

—E agora vai?

—Se você gostar, sim, tomara que sim, nós vamos sim. — Disse me dando um selinho.

—E se eu não gostar?

—Antes disso, me promete a chance de fazer pelo menos três vezes ate você dizer que não quer mais saber desse tipo de contato.

—Por que três? — Perguntei sorrindo, mas já sabia que era esse o tempo que começava a realmente ser bom.

—Na terceira você não vai sentir tanta dor e eu prometo fazer o possível para que seja bom.

—Vamos ver então.

—Então você tem certeza? — Ele perguntou sorrindo e caramba, que sorriso.

—Sim, tenho. Parece que é você mesmo, sabe? — Falei desviando o olhar e ele tocou meu queixo com carinho.

—Minha exceção.

Em seguida voltamos a nos beijar  com toques mais íntimos, mãos apertavam minhas coxas me fazendo deixar pequenos gemidos escaparem, e quando isso acontecia eu era recompensada com beijos, mordidas leves e sorrisos.

Nossas roupas ganharam outro lugar e meu corpo novas sensações que iam da dor ao prazer e de volta a dor, mas sempre  em sintonia com os gemidos roucos, palavrões e declarações de Soul.


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Notas finais do capítulo

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