—Então além de bissexual nas horas vagas, você também foge à noite. — ele disse me olhando com interesse— Interessante. —Falou cruzando os braços e me olhando de cima a baixo me fazendo rolar os olhos.

—Minha sexualidade não é da sua conta, mas só para constar eu sou hétero. —Falei com voz de tedio.

—Pode ser que seja... — Disse com um sorriso no canto da boca.

—Sua família por acaso sabe que comprar suas notas não ajuda no seu desenvolvimento mental? — Perguntei cruzando os braços.

Por qual motivo eu estava provocando o líder da gangue babaca?

—Tsc. O que você quer dizer com isso, idiota? — Ele pergunta com um pouco de raiva.

—Você que é idiota, esse prédio é do dormitório fe.mi.ni.no. — Ele rolou os olhos, era fácil provoca-lo. — A não ser que... —Falei sorrindo sugestiva.

Soul me puxou pelo braço e encostou-me a parede sem muito cavalheirismo, mas não me machucou.

—Você está perto demais — Avisei séria e ele sorriu debochado.

—Talvez você queira provar o meu lado mais masculino. —Falou com a voz rouca, meus batimentos aceleraram pela situação.

—Você tem um feminino? —Perguntei com ar de surpresa — Sabia! —disse debochada.

Ele colou o corpo dele ao meu e meu sorriso morreu rapidinho.

—Eu vim para fazer algo com outra pessoa, mas você parece querer furar fila.

—Você é bem idiota ne? — Falei tentando empurra-lo.

—A idiota é você! Todos os meus lados são bem masculinos e desiste, não vou ficar com você. Gosto de garotas que possuem atributos maiores. — E olhou sugestivamente para os meus seios me fazendo corar, eu não queria, mas foi instantâneo, em um segundo eu era encurralada, no outro Soul estava no chão e eu por cima o mantinha imobilizado.

—Você é mesmo um idiota. —Quase gritei de raiva, parece que o bullying por não ter super peitos não acabaria nunca.

—O quê? Como? Sua maluca! Me solta. — ele disse surpreso pela situação.

—Nunca mais fale dos meus "atributos". —Falei seria.

No segundo seguinte eu estava na posição dele, mas com os braços imobilizados, ele mordeu os lábios com aqueles dentes pontudos. Ele não apertava forte, era obvio que só queria me mostrar que também sabia fazer.

—Sabia que você era uma pequena ameaça. — disse sugestivo pelo uso do "pequena" e eu respirei fundo.

Eu não vim pegar um vento e tirar o estresse?

—Só me esquece e vai transar, eater. — Falei o provocando já que percebi que ele odiava ser chamado assim, pois sempre tinha um mini surto quando os amigos o chamavam assim.

—Cala boca, vadia. —Disse sério.

Ah, vadia não!

Mexi-me ate consegui que ele quase saísse de cima, quando isso aconteceu por poucos segundos passei as pernas por baixo dele em seu segundo de distração, coloquei meus pés em sua barriga e eu empurrei.

—Não me chame de vadia, seu otário. — Falei rosnando já pronta para cair na porrada. Senti toda a adrenalina de antes voltar e correr pelas minhas veias.

Primeiro ele me olhou incrédulo e depois sorriu com aquele maldito sorrisinho debochado.

—Então quer dizer que a tabua sabe brigar? Esse encontro foi tão aleatório que até perdi a vontade de transar. —Disse sorrindo e passando a mão no cabelo.

—Repulsa, o nome. — Falei com desdém enquanto ele se levantava e eu também.

—Ia transar com ela e descontar toda a raiva de você, mas não seria justo dar um sexo tão gostoso para ela hoje.

Como se eu quisesse.

—Como você é idiota, que dó dessa coitada.

—Quem desdenha...

—Desdenha por algo, agora licença, vai seguir o teu caminho.

Falei passando por ele e esbarrando em seu ombro, o albino soltou um riso baixo e seguiu seu caminho enquanto eu seguia o meu. Agora consegui o dobro de estresse.

Encontrei o tal jardim e sentei na grama encostando na parede e respirei fundo fechando os olhos. O lugar era bom mesmo para pensar fiquei olhando para as flores e tentando me concentrar.

—Eu vim aqui mesmo para pensar em quê? —murmurei —Tsc.

Só conseguia repassar a porcaria de momento que acabei de passar no corredor com aquele idiota que teve a audácia de dizer que eu o desejo e principalmente me chamou de sem "atributos", queria ter dado um murro nele. E eu não dei por quê? E agora quando vai surgir uma boa oportunidade?

Procurei meus fones no bolso da blusa e coloquei minha playlist favorita para pensar. Refletir sobre as ligações de mama que eu sempre recuso, das fotos que ela manda e eu sempre apago, das amizades que eu perdi, das brigas que me envolvi. Vida estranha. Como sempre algumas lagrimas caíram. Era normal. Apoiei os braços nas pernas que encostei nos meus seios e olhei para o céu, estava nublado e vinha um vento gelado, do jeito que eu gostava.

Tentei chorar em silencio, de vez em quando alguém passava, sorte que eu estava bem escondida, nada podia me atrapalhar, as lagrimas desciam copiosamente. Que culpa eu tinha? Em que parte entrava a parte em que eu merecia ser "abandonada"?

Depois de um tempo balancei a cabeça afastando os pensamentos, chega por hoje. Quando olhei as horas já passava das 23h, precisava voltar e dormi, esperei mais alguns minutos enquanto acalmava os batimentos e os pensamentos.

O corredor estava vazio e escuro, tinha a sensação de ter mais alguém no corredor, mas não encontrei ninguém. Parei na porta enquanto colocava a chave e a sensação só aumentava, deve ser só impressão minha, a não ser que aquele babaca albino esteja transando com alguém no corredor. Tsc. Um completo idiota.

Tsubaki já dormia tranquilamente, parecia um anjo dormindo, nem parecia um demônio que é às vezes. Sorri lembrando dos comentários da morena. Fui ao banheiro e ao olhar meu reflexo só agradeci por ninguém ter me visto. Meus olhos estavam vermelhos e inchados e eu era o puro significado de tristeza e decepção. Lavei o rosto, escovei os dentes e me deitei. Pouco depois começou a chover, meu corpo já estava cansado, meus olhos doíam e logo eu dormi.

(...)

—O que você acha de fazermos algo no final de semana? —Tsubaki me perguntou enquanto andávamos pelos corredores em busca de nossos armários.

—Depende do que você quer fazer, se for andar pro outro lado da cidade, eu passo. —Respondi colocando as mãos nos bolsos da blusa de frio, a chuva da madrugada continuou e foi praticamente um sacrifício levantar cedo, tomar banho e deixar Tsubaki me maquiar e sem perguntar nada, o lado bom que por um momento que me olhei no espelho vi algo bonito no meu reflexo, o sorriso de Tsubaki por sua obra me deixou feliz e sorri observando meu rosto, apesar de logo ter passado.

—Aff, você é bem chata, mas você vai de qualquer jeito. —Disse dando de ombros.

—Qual o motivo dessa insistência? — Perguntei desconfiada, já havia 3 dias que ela insistia nisso.

Ela sorriu tímida e corou.

—Vou te apresentar alguém, aquele carinha que estou saindo.

—Ah! —Seja legal com quem é legal com você — Certo, certo! Eu vou, MAAAS nada de me deixar de vela, socializem comigo ou me avisa para eu levar um livro. —Respondi abrindo meu armário —De qualquer forma eu vou levar —Disse olhando um livro que havia guardado no meu armário e precisava devolver.

—Levar o quê? —Kid apareceu se encostando no armário ao lado do meu.

—Bom dia para você também, Kid! — Tsubaki respondeu sorrindo.

Cínica.

—Bom dia, meninas. Prontas para mais um dia emocionante. —Disse sorrindo.

—Se você falasse isso há duas semanas eu iria acreditar. — Peguei meus materiais e tranquei de novo.

—Oh! Que imagem horrível você tem do seu amigo — disse fazendo drama. E sim, ele havia se tornado meu amigo em um tempo bem curto.

—Não esquece do clube hoje à tarde. —Tsubaki olhou para ele sorrindo e ele bufou.

—Reunião de novo ne? —Perguntei olhando a depressão de ambos.

—Queria ir para o clube de luta —Tsubaki falou triste.

—Ai você teria que me enfrentar. —Respondi sorrindo e ela fez careta.

—Ver na semana passada já foi mais que o suficiente, você detonou todas com quem lutou.

—Fazer o quê?! — Dei de ombros e Kid passou o braço pelos meus ombros e Tsubaki enquanto seguíamos para a aula de história.

—Acho ótimo ela ser boa de briga, já tenho quem me proteja dessas garotas pervertidas. — Ele disse convencido.

—Como se você odiasse elas te bajulando e te dando cartõezinhos. —Tsubaki disse com desdém.

—Ele finge odiar, mas sabe que ele já foi olhar hoje, certo? — Tsu concordou sorrindo e Kid bufou — e você precisa de proteção contra quem? —Perguntei curvando a sobrancelha.

—Tsc. Melhor você só observar primeiro, pode ser que ela só queira minha linda amizade.

—Amizade colorida não vale — Respondi e escutei seu riso.

—Com você vale? —Pergunta me olhando e sorrindo malicioso.

—Claro! — Devolvo o sorriso.

—Ei, vocês dois! Tudo bem? —Tsu pergunta com a sobrancelha curvada.

—Sim — respondemos juntos.

—Vocês estão me escondendo alguma coisa?

—Não — dei de ombros e ela concordou.

—Ate que eu shippo vocês, mas o Kid já tem outro shipper e esse é bem antigo.

—Com quem? —Perguntei colocando a cabeça na frente dele que bufou.

—Não tenho não. —Disse bufando.

—Pare de negar, vocês já ficaram que eu sei. —Tsu diz com ar de vitória.

—Queeem? Parem de fingir que não estou aqui!

—Se me ajudar na aula de física eu te conto— Kid sorriu.

—Chantagem, o nome... — Reviro os olhos.

—A vida é feita de oportunidades — deu de ombros.

—A Tsu vai me contar... —Dou de ombros.

—Você está em minhas mãos Death de Kid. — sorriu maliciosa.

—Por que eu sou amigo de vocês mesmo?

—Por que somos legais? —Arrisquei

—Por que somos lindas?! —Tsu diz sorrindo.

—É pode ser... — ele disse pensativo e levou uma cotovelada de cada lado. —Epa! Eu pensei que poderia concordar.

(...)

—Vocês não podem esquecer-se de coisas tão básicas do próprio idioma! —A professora gritou enquanto eu estava quase dormindo, não que eu fosse um gênio da língua, mas coisas tão básicas quando "obrigada", "obrigado", mas e mais eram consideradas desnecessárias para o ensino médio.

Continuava distraída enquanto Tsu conversava por papel com Kid que estava sentado na mesa em frente a nossa. Queria ter continuado assim, mas uma bolinha me fez acordar e pegou bem no meio da minha testa no maldito momento em que olhei para o teto com tedio, em seguida escutei risinhos vindos do meu lado direito e ao olhar, Soul sorria com deboche.

—Quase um head shot. —Disse sorrindo daquele jeito convencido dele.

—Idiota— falei e peguei a bolinha jogando nele com força o fazendo ri e se defender.

—Algum problema Albarn e Evans? — A professora falou pausando seu sermão. Já era a terceira vez que chamavam nossa atenção essa manhã e essa era a segunda aula.

—A Albarn disse que estava com vontade de vomitar — Evans disse do NADA— Os boatos dela estar gravida devem ser verdadeiros —Disse dando de ombros, parecia uma velha fofoqueira.

—QUÊ? Boatos que você criou não são mesmo seu retardado?! —Falei com raiva.

—Parem de briga, Albarn, se estiver passando mal é melhor você se retirar da sala —Disse mais compreensiva.

—Certo professora. Acho que nesse caso terei que aceitar. — Falei sorrindo para Soul e agradecendo, enquanto ele fechou a cara.

—Possui duvidas no conteúdo?

—Não.

—Então me responda algumas coisas.

Em seguida ela fez varias perguntas que respondi tranquilamente.

—Certo, pode sair. —Levantei olhando a expressão de tristeza de Tsu por ser abandonada —Não esqueça de passar na enfermaria, gravidez é coisa seria. —Alguns riram e Soul sorriu debochado.

—Não há problema, professora. Soul disse que iria assumir nosso filho.

Ele ficou mudo, assim como todos. Sorri para ele e sai da sala.

(...)

—Vocês vão dar três, repito, três voltas na quadra e em seguida vão praticar alguns esportes até cansarem, quero vocês esgotados, acabados. —Gritou o professor de educação física enquanto todos da classe se arrumavam para correr.

Se tinha uma coisa que eu odiava em uniformes era a parte desnecessária de serem tão colados, o uniforme feminino consistia em um short até metade das coxas e uma regata.

O clima também não ajudava tanto, o sol havia aparecido, mas ainda estava aquele friozinho pós chuva.

Parei perto da linha de partida deixando vários ficarem na frente, não tinha interesse em competir em algo que nada valia.

—Ora, ora se não é a tabua. —rolei os olhos.

—Ora, ora se não é senhor coelhinho. —Respondi com desdém e os amigos do mesmo riram.

—Ela parece uma rival a sua altura, Soul. —Falou Hero ficando ao meu lado esquerdo enquanto Soul estava no direito.

—A altura não se de quê. —Passou a mão por cima da minha cabeça.

—Tsc. Parece que é seu hobby vir me fazer te odiar um pouco mais. Se concentra na corrida. —Respondi sem paciência enquanto os amigos babacas dele riam e ele me olhava com interesse.

—Nada de se esforçar em loira —Hero disse sorrindo —Vai que você perde o baby do Soul.

Fiz cara de nojo.

—Preciso correr quantas voltas? —Perguntei fingindo interesse enquanto os babacas continuavam a rir.

—Tsc, sabe que fui zoado a manhã toda por isso ne? Espero que esteja satisfeita —Disse com tedio.

—Você que começou —Dei de ombros.

—1,2,3 e jááá'! —Sid apitou fazendo todos começarem a correr.

A gangue babaca longo saiu em disparada empurrando todos que aparecessem na frente, quando quase eu ia sendo derrubada por Black, Soul me puxou.

—Tsc. Sem imprudência, loira.

—Me protegendo? Ora, ora...

Ele rolou os olhos.

—Para de ser convencida, não queria te ver morta e pisoteada no chão, você merece uma morte mais "normal".

—Tipo, tiro ou facada? — Perguntei curvando a sobrancelha.

—Estranha.

Soul se concentrou na sua corrida e aceleramos o passo. Ele passou e correu tranquilamente enquanto eu ia ficando para trás, estava sem nenhum pingo de coragem. Na segunda volta Soul voltou a ficar ao meu lado.

—Vou começar a achar que você me deseja. —Falei com desdém tentando evitar ele e seus amigos chatos e ele soltou uma risada rouca.

—Se isso acontecesse você saberia. Na verdade, pode até ser que eu mude de ideia. — Ele me encarou de cima baixo.

O olhei confusa.

—Diz logo, albino infeliz. — Falei sem paciência para as piadinhas dele.

Pela primeira vez a corrida não estava tirando meu estresse e piorou quando ele sorriu malicioso.

—Talvez eu tenha um leve interesse, tenho a sensação que eles cabem na minha mão, sem contar que você ficou bem gostosa nessa roupa. —Disse sorrindo e olhando para meus seios.

—Infeliz, eu vou te matar! — O olhei com raiva e ele acelerou o passo enquanto eu corria atrás dele.

Terminamos a terceira volta antes de todos enquanto eu corria furiosa atrás dele e ele corria tranquilo e morrendo de rir.

—Soul Evans e Maka Albarn coordenação! —Professor Sid gritou.

Nem demos ouvidos, Soul saiu do campo de treino e continuou correndo comigo em seu encalço. Ele corria tranquilo como se fosse supernormal, praticamente uma atividade do nosso dia a dia, e eu? Eu estava quase morrendo, mas levaria esse albino infeliz comigo. Só paramos quando chegamos a uma área mais afastada dos estudantes e do nada sem aviso Soul parou e eu cai por cima dele segundos depois rolavamos na grama, seu rosto parou colado ao meu.

—Albino, você é muito idiota! Eu realmente te odeio. —Falei me debatendo enquanto ele sorria seu rosto demostrava prazer.

—O amor e o ódio são faces da mesma moeda.

—Eu vou te matar! — Respondi fervendo e me remexendo embaixo de Soul que acabou ficando por cima.

—Mais fácil eu matar os dois! —Paramos na hora e olhamos quem era e para minha surpresa era a garota de cabelos vermelhos da nossa turma. Any.

—Tsc. O que foi Any? — Soul disse demostrando desinteresse.

—Você poderia me explicar esse showzinho de vocês dois? —Perguntou gritando.

—Opa! Sai de cima albino —ele me olhou sem entender e se levantou me puxando sem aviso e tive que me segurar nele para não cair. —Saindo aqui, nada de me envolver em briga de casais.

Ia saindo e Soul me puxou.

—Não tem nenhuma briga de casal aqui — ele disse serio me olhando e em seguida olhando para Any —E também não tem nada o que te explicar Any.

—Que porra é essa de gravida do Soul, sua loira de farmácia? —Gritou de novo.

—Pergunte ao Evans. —Dei de ombros.

—Fique longe do Soul, ta entendendo?!

—Você está me ameaçando? —Sorri com deboche e ela sorriu de volta.

—Entenda como quiser.

—É melhor você manter muita distancia de mim, você e seu boy que inclusive não quero.

—Agora você está me ameaçando? —Ela gargalhou e Soul que ainda segurava meu braço apertou com um pouco de força chamando minha atenção, seu olhar pedia para eu parar, mas eu não devia nada a ele.

—Eu não sou de ameaçar, estou apenas dizendo para manter distância de mim. Não sou de falar duas vezes. — Dei de ombros.

—Pago para ver. —Ela sorriu debochada.

—Pague e vera— sorri tranquila.

Pronto encontrei minha primeira briga e tudo por causa do albino idiota.

—Para com isso Any! —Soul tentou se meter —A Albarn e eu estávamos brincando.

—Eu não estava brincando quando falei em te matar. — O olhei com deboche e ele suspirou.

—O que você ainda faz tendo seu corpo raquítico perto do meu namorado?

—Não me estranha você estar dando em cima de mim, albino. —Falei fingindo que ela não estava lá e Soul me olhou confuso. — tendo essa maluca ao seu lado...

—Eu vou esfregar sua cara nessa grama, sua vaca!

Soltei uma gargalhada.

—A única que parece é você com esses peitos enormes e esse chifrinho na cabeça.

Ate Soul gargalhou.

Any veio para cima, não como uma vaca e sim como um touro olhando o pano vermelho e eu sorri. Iniciantes. Era engraçado como brigar me trazia tanta adrenalina. Puxei o braço que Soul segurava, ele nem teve tempo de reagir ainda em choque.

Any estava a cerca de cinco metros e logo chegou, geralmente pessoas "traídas" são mais rápidas. Só tive tempo de desviar do primeiro tapa, ela ta bem louca. Enquanto me distrai ela me segurou por trás. Erro de iniciante parte 2. Com toda a tranquilidade contida me posicionei bem e a joguei por cima fazendo com que ela caísse no chão a minha frente. Subi em cima dela deixando seus braços sem mobilidade e a puxei pelo cabelo olhando em seus olhos.

—Eu te falei que eu não ameaço, certo? E por causa desse tipo de ceninha...

—Sua vadia! —Tentou cuspir em mim, mas o cuspe voltou nela.

—O chifre está te deixando sem coordenação motora. Então vou falar bem devagar já que não sei falar na sua língua nativa, a língua das vacas chifrudas. Eu e o albino não temos NADA. E a próxima vez que você vier para cima de mim não vou só te jogar no chão e te imobilizar, muito menos brigar de tapinha igual você, eu vou encher sua cara de soco, ate você não enxergar por uma semana, entendeu? —Falei calma e sincera.

Any me olhou sem reação e apenas concordou no automático.

Senti um braço passar pela minha cintura.

—Vem loira — a voz rouca de Soul me despertou e balancei a cabeça saindo de cima de Any.

A olhei ainda no chão, ela me olhava com uma mistura de medo e ódio, expressões que eu conhecia bem.

—Melhor você ir para o chuveiro — Soul disse —Depois irei te procurar.

—Prefiro que não.

Virei as costas e sai sem me dar ao trabalho de ver Soul levantar Any. Suspirei durante o caminho até o quarto, enquanto caminhava esbarrei com um casal praticamente se comendo no mesmo lugar que eu pensava. Tsc. Parece eu terei que encontrar outro lugar, o garoto me olhou e sorriu e eu então me toquei que estava parada, voltei a andar cega de raiva pensando que poderia socar aquele rapaz que eu nem conhecia, entrei e tranquei a porta corri para o banheiro e tirei a roupa, segundos depois senti a agua escorrendo pelo meu corpo.

(...)

—Você aqui tão cedo? Estranho... —Disse Tsu colocando sua roupa em cima da cama enquanto eu secava o cabelo com minha toalha.

—Quase briguei. Tsc. Preciso encontrar alguma coisa que me faça queimar essa raiva.

—Já pensei em ir socar uns pesos?

—E desde de quando tem isso aqui?

—Desde de que o Black entrou na escola? —Ela disse com desdém.

Interessante.

—Onde fica? — Perguntei olhando para a porta já pensando em ir.

—Por enquanto só funciona nas terças.... —Deu de ombros.

—Tenho que esperar até terça para extravasar? — Perguntei incrédula.

—É o dia que o Black mais sente raiva —Ela soltou uma pequena risada.

—Nessa escola só tem doido mesmo —bufei e ela me olhou com deboche.

—E a senhorita brigou com quem?

—Não cheguei a brigar, só a coloquei em seu lugar.

Contei a história para Tsubaki e na verdade nem sei por qual motivo fiz isso. Deve ter sido por ela sempre ser sincera comigo. Ela me olhou incrédula a todo o momento, em determinado momento parecia que dois fios haviam se encontrado em sua cabeça, ela concordou e sorriu.

—Como não percebi que as bolinhas que ele joga em você eram para chamar sua atenção?!

—Tsc. Passo a vez. —Falei com desdém.

—Você não o acha bonito? —Ela perguntou seria.

—Bonito e babaca. —Falei cruzando os braços.

—Se quiser posso te arrumar ele. —Perguntou maliciosa.

—Só se for para eu fazer uma oferenda com ele, se bem que vão devolver.

Tsu sorriu.

—Estou sentindo cheiro de romance.

—Não está sentindo nada. E trocando de assunto, sábado está confirmado né?

—Claro! Já estou ansiosa e por falar nisso Kid insistiu em ir para ficar com você disse que não quer deixar a amiga de vela — ela disse com desdém.

—Ciúmes? —Perguntei provocativa.

—Não, só acho um absurdo ele achar que eu faria isso. Falando nisso, acho que ele está usando você para fazer ciúmes da Liz. —Disse pensativa com a mão no queixo.

—Ele ta super me ajudando, —falei com desdém— ela já me odeia o suficiente.

—Vou conversar com ela, mas ele não ajudou muito falando na frente dela que ele finalmente iria em um encontro de casais.

—Tsc. Homens são estranhos. Se bem que ele faz parte da gangue babaca, não faz?

—Sim — Ela bufou — Eles são amigos de infância.

Explicava algumas coisas.

—Vamos lanchar? Estou morrendo de fome, correr atrás daquela lagartixa me deixou cansada e faminta.

—Faminta pelos beijos dele? —Perguntou sugestiva e eu fiz cara de nojo.

—Não! Não mesmo.

—Aham! Me engana que eu gosto.