Você é uma exceção escrita por ZeroLouise


Capítulo 16
Bônus Soul


Notas iniciais do capítulo

:3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786878/chapter/16

—Anda logo Soul — Escutei Kid me chamar. —Não é por que as aulas só começam à tarde que precisamos ficar o dia aqui. —Ele disse me puxando enquanto Black já nos aguardava na porta.

Suspirei pedindo forças do meu eu do mundo paralelo.

—Não estou afim, cara.

—Soul —Kid suspirou —Eater. —Disse serio depois que eu o ignorei e abri apenas um olho, ele so faz isso quando quer falar algo muito serio. —Não importa se Wes chegar e tomar todas as garotas que você estar afim, no final você vai acabar encontrando uma garota legal. Uma que não seja a Any —Fez careta ao falar de minha atua “ficante” e eu sorri —nem a Akame, Sarah, Mari, Yui, Louise ou qualquer uma.—Ele disse sério daquele jeito dele e sorri de lado concordando. Ele realmente acreditava que eu estava sofrendo por Louise ou por Wes? Mal sabe ele que sou estou me cobrando or ser um terrível otario.

—Vamos logo antes que você não me deixe em paz. —falei de mau humor me levantando e seguindo em direção à porta onde Black esperava tranquilo e um pouco ansioso. —Sua morena 10/10 volta hoje? —Perguntei para ele com um sorriso de lado. Sabia que esse era o motivo de tamanha ansiedade e agonia.

—Sim, cara! —Ele disse sorrindo — Nem acredito que vamos estudar na mesma sala de novo, pensei que ela ia trocar de turma. —Ele disse sorrindo e eu só continuava torcendo para Tsubaki reparar nesse azulado.

Encontramos os outros perto dos armários e ficamos zoando todos que passavam, mas uma me fez engoli seco, não por termos alguma coisa ou ela estar na lista de Wes e sim por essa ser Maka Albarn. A encarei por alguns segundos e Kid riu baixo ao meu lado.

—Essa é quem estou pensando? —Sorriu malicioso.

Se a resposta que ele queria fosse que ela é a amiga de Kim que brincou comigo há uns bons anos atrás e só vinha de tempos em tempos, mas que nunca mais tive coragem de falar com ela, mas falava dela varias vezes para Kid e Black, ele não teria esse prazer.

—Ei! Spirit! — Chamei o homem que obviamente me odiava — A tortura só começa às 13 horas. — Falei rindo enquanto os meninos me acompanhavam.

—Você não perde a chance de provocá-lo, hein? —Kid disse fingindo ser serio, mas dava para notar seu bom humor. — Vou ajuda-lo, maldito momento que topei ser do grémio, quero mais férias. —Disse fazendo drama e eu sorri.

(...)

Kid começou apenas oferecendo ajuda e logo ele era o melhor amigo dela, andando com ela por todos os corredores do colégio e falando das qualidades dela. Eu fingia não ligar e tentava me apegar a Any que não largava do meu pé. Mas não tinha como, era só ver a loira que minha cabeça ficava em branco e nada mais entrava. Mas eu sabia disfarçar. Sabia fingir que não ligava para as qualidades e piadas que Kid contava para ela arrancando risos dela. E principalmente fingia não ligar para algo crescendo dentro do meu peito.

Antes de ter certeza sobre isso teve o dia do corredor quando colei meu corpo ao dela tive que tirar uma coragem absurda para não beijá-la, e piorou quando fiquei por cima, mas isso foi bom. Me mostrou que ela sabia se defender e puta que pariu, a melhor coisa que o Spirit fez, além dela, é claro, foi coloca-la para aprender lutas maciais. Poderia ficar horas assistindo ela treinar ou lutar com alguém, mas o medo de ser descoberto era maior.

Um alivio surgiu quando rolamos na grama e pude finalmente me livrar de Any. Ela disse que eu a estava trocando por uma sem peitos e eu so sorri e disse que sim. Ganhei um tapa no rosto? Ganhei, mas sem duvidas foi o mais merecido.

Alivio que não durou tanto ao notar algo diferente naquele maldito domingo de manhã. Como aquelas gêmeas fizeram isso com ela?

(...)

—Ah me poupe, seu infeliz. Seu único trabalho é pedir para que suas ajudantes peguem as duas, elas vão ao shopping direto. —Falei bravo no mesmo dia que Tsubaki virou as costas para elas.

—Cara você ta apaixonado? —escutei meu amigo de outra escola perguntar e bufei impaciente.

—Ela é uma amiga, ok! —Falei sem paciência observando Kid com ela no jardim depois que Black me contou tudo.

—Ok. —Disse rindo— Vamos dar uma lição nessas biscates. Só um susto?

—Por enquanto sim. —Falei dando de ombros. Elas iriam saber que era uma resposta.

E aconteceu, Liz e Patty foram ao shopping e em seguida levaram um bom susto. Chegaram arranhadas e com roupas rasgadas no colégio. Por sorte eu estava no jardim, elas vieram bufando enquanto eu e Killik jogávamos conversa fora.

—Seu desgraçado, isso é coisa sua! —Liz gritou enquanto eu a olhava com desdém e Killik se esforça para não gargalhar sendo meio em vão.

—Não sabia que você gostava de andar assim na rua, Thompson. —Falei sorrindo de lado e ela avançou para cima de mim, sendo parada por Killik que segurou as duas, apesar de Patty só escutar e estar vermelha de raiva. —Vou ser objetivo, não tenho paciência para vocês e espero que essa seja a ultima vez que eu tenha que falar. —Ela me olhou furiosa. —Esse é um aviso. Continua e vou piorar. Ontem de manhã te salvei de apanhar, na próxima não vou me esforçar.

—Estupido! —Ela gritou enquanto puxava a irmã pelo colégio virando piada de todos que viram.

—Sabe que o Kid não vai gostar tanto disso né? —Killik disse as vendo se afastar.

—Ele sabe que eu iria fazer algo. —Falei dando de ombros e Killik sorriu.

—Maka esta amolecendo seu coração? —Perguntou se afastando enquanto eu o olhava com cara de poucos amigos.

—Não começa.

Mas no fundo ela estava mesmo. Mas o medo? Ah o medo continuava lá.

(..)

—Você vai me contar sim. —Falei perdendo o resto de paciência enquanto Kid sorria presunçoso.

—Esta com ciúmes, eater? —Rosnei e Black me puxou me fazendo soltar Kid que arrumou a roupa amarrotada. Nossos cinco minutos de porrada sem perder a amizade não resultou em nada além de hematomas e dúvidas terríveis.

—Relaxa cara, eles são somente amigos, não é Kid? — Disse quase como uma suplica, eu sabia que eles não aguentavam mais eu pressionando Kid.

—Vamos conversar a sós, por favor? —Kid pediu e meu coração quase parou.

Não queria demonstrar fraqueza, mas o segui morrendo de medo, medo do meu melhor amigo me falar que estava apaixonado pelo mesma garota que eu e eu ter que vê-los felizes por eu ser idiota não ter tido coragem de chegar perto como uma pessoa normal.

—Soul. —Kid me despertou, estávamos embaixo das arvores. — Te trouxe para um lugar sem chances de você me empurrar e eu morrer e você finalmente poder se aproximar de Maka para consolá-la. —Ele disse rindo e eu o fiz uma careta. Isso me fez criar fantasias.

—Não, Kid. Eu não faria isso. —Falei soltando o ar dos pulmões que nem percebia que estava guardando. —Se você está mesmo apaixonado por ela —respirei fundo —Eu não vou impedir e nem criar nada do tipo. —Falei dando de ombros sem olhar para Kid, isso era demais no momento. — Não vou mais me meter, você é meu melhor amigo, o que posso fazer é desejar que seja feliz com ela. —Nunca fui digno mesmo, pensei.

Mas o que me surpreendeu não foi uma resposta positiva a isso e sim o riso de Kid e logo eu estava em seu abraço.

—Eater, você é mesmo um idiota né?! —Ele perguntou e eu me afastei não sabendo lidar com o contato. — Eu jamais me permitiria sentir qualquer coisa além de amizade pela Maka, não que ela não seja maravilhosa, disso nos temos clara certeza. Mas ela é a única que já te fez agir como está agindo, nenhuma daquelas otarias te fez sentir isso e eu não pretendo ser a pessoa que vai roubar a chance do meu melhor amigo ser feliz. —Ele disse sorrindo com carinho. — Soul, você só precisa parar de ser idiota. Jogar bolinhas nela não faz ela sentir atração por você. —Ele disse rindo e eu bufei.

—Eu não sei como chegar nela. Só quero que ela me note e ai quem sabe... —Falei colocando as mãos nos bolsos.

—Ok, vamos ver o que posso fazer para te ajudar, mas você precisa se ajudar também.  Eu e ela somos apenas amigos e nada mais que isso, ok? —Senti toda a sinceridade dele e me senti péssimo por ter sido tão idiota.

—Ok! Me desculpa por hoje? — Falei suspirando. —Vamos voltar, eu ainda tenho remédios para dor. Estou precisando também, seu golpe melhorou. —Falei sorrindo e ele sorriu também passando o braço pelo meu ombro enquanto voltávamos para o quarto.

(...)

Estava cego, cego de ódio. Como assim Black bateu em Maka e NINGUEM me contou nada? Não pensei duas vezes antes de confrontá-lo, vulgo bater nele também. Ele me olhou surpreso e so revidou depois do segundo golpe.

Maka apareceu e minha mente parou e quando despertei ela estava em cima de mim de maiô e caramba, como faz para não ter uma ereção com sua garota favorita em cima de você? Na hora eu não sabia. Mas mesmo que soubesse não ajudaria em nada.

Sem pensar duas vezes a puxei e peguei para mim seu primeiro beijo. E puta que pariu, eu de verdade só poderia ser o cara mais sortudo do mundo. Ela me olhou assustada, mas cedeu, seus lábios macios, o corpo perfeito e nossos corações batendo em sincronia. Como eu pude viver ate hoje sem ter provado o beijo dela?

(...)

Pena que depois agi como idiota. Apesar de que ganhei expectativas quando ela aceitou ir para o almoço com a gangue.

Quem acha que mulher é fofoqueira nunca ficou perto de um grupo de rapazes, meu segredo não durou o tanto que eu imaginava e logo os meninos sabiam que eu a havia beijado. Pensei que seria zoado, mas eles apenas disseram “finalmente”, “pensei que teria que me declarar por você”, “cara, você é um lerdo”, “quer perder a mina sem nem tentar?”.

É parece que eu tinha os amigos certos.

(..)

—Finalmente te achei, Evans. —Spirit disse com desdém chamando minha atenção enquanto eu respondia as atividades de física que seriam tema de um teste, or esse motivo estava embaixo das arvores em completo silencio.

—Tsc. Sempre fico no mesmo lugar. Você que aproveita o pretexto para passear. —Falei com desdém.

—Insuportável como sempre, venha me siga. Tenho assuntos a tratar com você. —Respirei fundo guardando meu livro na mochila e o seguindo.

—O que eu fiz dessa vez? —Perguntei sentando de frente para a mesa dele e colocando minha mochila na cadeira que sempre ficava ao lado. Ele gostava de me “torturar” dizendo que ali deveria estar o meu responsável.

—Quero saber qual a sua relação com Maka? —Ele disse serio. —Maka Albarn —Disse frisando o sobrenome e eu revirei os olhos.

—Nada. Não estou fazendo nada com sua princesa. —Era como ele a chamava antes dela vir para o colégio, Spirit bufou.

—Não foi isso que eu perguntei e acho bom mesmo que não esteja fazendo nada para ela e com ela. —Disse sério e eu revirei os olhos.

—Somos amigos, certo. Nada, além disso. Ela é estudiosa, bonita e legal. —Falei sorrindo de lado enquanto ele rosnava.

—Não se aproxime dela. Você não presta e muito menos sua família. Não a coloque no meio disso. —Ele sabia que isso me machucava, mas eu não iria mais demonstrar. Infelizmente para ter Maka, eu precisava aguentar Spirit.

(...)

—Te achei! —Escutei Any falando bem perto.

Tsc. Sou algum foragido da policia ou estou brincando de pique esconde e não sei?

—O que é Any? —Falei sem muita paciência.

—Você sabe que sua namoradinha esta se pegando com Black na biblioteca? —Ela perguntou presunçosa e eu sorri de lado a fazendo fechar a cara.

—Corrigindo — Falei colocando as mãos nos bolsos. — Soul, você sabe que Maka e Black estão fazendo o trabalho em dupla na biblioteca? Sim, Any. Eu sei. —Falei de irônica e ela bufou. — Mais alguma coisa? Não né. Passar bem.

—Tem sim. —Disse ela puxando a manga do meu blazer e eu revirei os olhos. — Por que não vamos lá no quarto? Queria matar a saudade.

—Any. —Falei com calma. — Para com isso. Passar bem.

(...)

Eu a observava ri das piadas dos meninos e fazia um esforço absurdo para não agarrar ela e nunca mais soltar. Mas isso não era saudável. Ela precisava descobrir como ter amigos era bom e eu precisava aprender a controlar toda a sede que senti por ela, seus carinhos e abraços.

(...)

—Você vai ficar me agarrando a festa toda? —Ela perguntou em meu ouvido e eu sorri dando uma leve mordida no ombro dela

—Só ate todos entenderam que hoje você está por minha responsabilidade, então só a festa toda. —Disse dando outra mordida e ela sorriu, queria dizer que só ate todos entenderem que eu finalmente tinha alguém e que se alguém encostasse não ia ser legal.

—Serio, você precisa de tratamento. —Ela disse séria e sorri com malicia a vendo corar.

—Só se o tratamento for você. —Falei imaginado varias formas que ela poderia  fazer esse tratamento, era difícil não imaginar coisas pervertidas — Vamos beber? —Perguntei tentando me distrair.

—Vamos! —Ela disse na hora e só vibrei por ela confiar em mim a ponto de beber.

Sempre amei música, afinal está no meu sangue. Mas nenhuma me cativou e me fez mais apaixonado do que escutar Maka chamando meu nome enquanto eu a carregava para o meu quarto depois dela cochilar enquanto limpávamos os ferimentos de Black. E nenhum outro som me deixou mais excitado do que escutar ela gemendo meu nome enquanto alcançava o seu confirmado primeiro ápice de prazer. Suspirei me afastando mesmo estando sem roupa alguma, assim como ela. Mas eu não podia fazer isso, não agora e não com ela. Ela merecia uma primeira vez maravilhosa e não seria dessa forma. Eu também não estava sóbrio o suficiente.

Mas estava para dormi sentindo o cheiro da pele dela com o sabonete.

(...)

—Para onde estamos indo? — Maka perguntou enquanto eu a puxava pelo colégio. Tínhamos acabado de chegar ao colégio depois de passar à tarde no meu apartamento.

—Segredo. —Falei sorrindo enquanto ela sorria e segurava minha mão..

Antes de leva-la ate o terraço Spirt apareceu  no corredor e se ele nos pegasse já era meu plano, não tive outra opção a não ser puxá-la.

—Soul! —Ela disse baixo enquanto nossos corpos se encontraram depois de eu a puxar para dentro de uma sala vazia.

—Seu pai esta passando, fica quieta. —Falei baixinho e ela corou.

Ah se meu coração aguentasse até o final do ano... Sem resistir a aquele bico e aquelas bochechas vermelhas a beijei fazendo a suspirar e retribuir o beijo. Ela me puxou com os braços colando mais nossos corpos e essa a única tortura que eu me obrigava a passar, aqueles olhos verdes mostravam inocência, mas os beijos. Ah os beijos...

(...)

Quando Spirit apareceu naquela porta eu já sabia, sabia que viria tempestade, raiva e ódio. Mas eu queria ter tido mais tempo com ela.

Queria gritar mais do que eu gritei, queria poder voar no pescoço de Spirti por ele estar ferindo ela tão descaradamente como ele fazia comigo desde que comecei a dar “trabalho”, se eu pudesse queria sumir dali levando-a comigo sem me preocupar com família e nada do tipo.

—Eu não vou! Não vou deixar Maka aqui com você! Muito menos quando você está sendo um idiota presunçoso magoando sua própria filha. Quer atacar alguém venha. Me ataque, você já fez isso varias vezes, agora com ela não.

Foi uma espécie de libertação sobre tudo o que ele fazia comigo, nada ali me magoou como ver Maka chorando por minha culpa. Aquela situação era minha culpa. Sempre fui um desgraçado egoísta. Estava sempre esperando a oportunidade de tê-la por perto, sorrindo, brincando, contando como foi meu dia. Mas ali eu só a via chorando e tudo isso por eu ter chegado perto, ter me permitido gostar, expor, e quase implorar para ela sentir algo por mim.

Sai da sala, a contragosto, mas continuei escutando a conversa. O quanto ele continuava a ferindo e a porta estava trancada.

—Escutando atrás da porta? Que feio maninho. — Rosnei ao escutar a maldita voz de Wes e o olhei com raiva  encontrando aquele maldito sorriso presunçoso.

—O que você quer aqui, Wes? — Perguntei pausadamente e ele sorriu apontando para a sala do diretor.

O segui, não poderia cometer assassinato no corredor. Wes entrou primeiro me esperando passar e trancando a porta em seguida. Talvez fossemos parecidos em aparência, mas em essência não chegávamos nem perto. Ficamos em silencio enquanto eu tentava controlar os pensamentos que vinham a todo instante.

—Respondendo a sua pergunta —Ele disse me fazendo o encarar — Vim conferir a nova safra de namoradinhas do meu irmão.

A não era a primeira vez que eu avançava nele por causa disso e não seria a ultima provavelmente. O empurrei fazendo-o bater as costas na porta que ele ainda continuava por perto.

—Opa! Calma. Sem agressões maninho. —Disse sorrindo e caminhando fazendo uma leve careta para o outro lado da mesa.

Como se uma mesa fosse me impedir de socar a cara dele.

—Por que continua vindo assinar essas porcarias de advertências? —Perguntei cruzando os braços. — o senhor Evans não liga para essas porcarias, o tanto de dinheiro que ele gasta para me manter aqui, deveria valer para eu não ter que ver a cara de nenhum de vocês dois. —Falei com raiva e ele deu de ombros.

—Ele disse que se viesse iria te bater e acho que você lembra como é ruim apanhar dele. Então preferi te poupar dessa vez. Afinal o que é fugir de uma festinha no final de semana e pegar a filha do coordenador que te odeia?

—Tsc. Não ouse falar dele. Seu inútil. —Falei rosnando e ele sorriu.

—Então dessa você gosta de verdade? —Perguntou com um meio sorriso — Ou o mesmo de todas as outras cinco vezes?

—Não chegue perto dela. As ultimas cinco vezes você ficou com todas. Não ouse fazer isso comigo.

—Não fiz nada para você. Você sabe que se elas fossem mesmo à garota ideal, não teriam cedido a investidas tão ridículas.

—Você é tão ridículo quanto qualquer uma delas, principalmente por ser meu irmão e fazer isso comigo. Seu Abel. —Gritei furioso e magoado enquanto ela sorria.

—Você seria Caim? Você teria coragem de me matar? — Perguntou sorrindo.

—Com o ódio que sinto de você? Sim. — Falei sincero e isso fez o sorriso dele morrer o fazendo mudar a postura.

—Odio de que, Soul? — Ele perguntou serio. — Ódio por nosso pai me preferi, ódio por eu não ter ferrado a saúde de nossa mãe com a minha gestação? Ódio por eu sentir prazer em tocar e seguir a profissão da família? Ódio pelas garotas que você gostava terem ficado comigo? Ódio por você estar em um internato enquanto posso ser livre e viajar pelo mundo? Você chama isso de ódio. Eu chamo de inveja. —Ele disse cruzando os braços.

—Inveja? —Perguntei incrédulo e ele deu de ombros — Esse sempre foi o seu problema e do senhor Evans. — Ele ergueu a sobrancelha. — Nunca souberam me entender. Ler-me nas entrelinhas. Nunca quis tocar como profissão. Sempre tive interesse em medicina ou esportes. Nunca me importei se você viajava pelo mundo, estou conhecendo todos os lugares que tenho vontade, não tenho só a pensão dele, a vovó gosta de mim e se pudesse e tirava daqui, mas o estudo daqui é ótimo e isso agradeço a seu pai. Sim, seu pai. Pois para você ele deu amor e atenção e isso consegui de outras formas. Não me importo se você ficou com cinco. Hoje em dia você não tem nenhuma. Não só elas, mas todas as outras ao redor do mundo devem ter percebido o qual vazio e sem expectativas você é, Wes Evans.

—Você só pode estar brincando. —Ele disse rindo. —Ainda não quer que eu tente beijar a garota lá fora. Provavelmente Albarn.

Ele queria me provocar e me testar, e eu não estava pronto para passar por tudo isso de novo, se a chacota da família.

— “Wes consegue todas as garotas que Soul não consegue manter.”

—“Claro! Wes é melhor em tudo, Soul é apenas um garoto que deu errado” — nosso pai dizia para nosso tio e riam da minha cara enquanto eu fingia almoçar com minha mãe me pedindo para ficar calmo.

Nesse mesmo momento eu queria gritar para ele que eu não sou a porra do garoto que deu errado, sou um dos melhores da turma, tenho sonhos, tenho planos e me esforço por eles, mesmo não parecendo.

—O que você tem a oferecer sendo de uma gangue? — Perguntou com desdém. — Já saiu disso? Nosso pai me perguntou se você ainda estava brincando de ser marginal e eu nem soube o que dizer.

—Já cansei de você. Pode ir embora. —Falei indo para a porta.

—Estou indo embora, tenho uma viagem de ultima hora. Tenho que me apresentar em Londres essa semana e irei alguns dias antes para matar a saudade do lugar. —Disse como se não tivesse acabado de me falar tantas coisas.

Dei vários passos para trás, não queria ter que chegar perto dele, Wes continuou sua ladainha de que eu deveria melhorar e valorizar as oportunidades e que eu não deveria me importar com garotas. Afinal ele só estava me mostrando que elas não prestavam. Que porcaria de sádico. Ele sem duvidas precisava de tratamento. De preferencia em uma cadeira elétrica.

—Não esqueça, essa semana vou te livrar de mais uma interesseira.

—Wes, nem todas as pessoas se importam com uma herança que não vou receber. —Falei sorrindo e ele bufou.

—Passar bem irmãozinho, ate breve.

—De preferencia ate nunca mais. Peça para Spirit te mandar as advertência pelo e-mail.

E ele saiu. Saiu me deixando um turbilhão de sentimentos, mas o principal era a dor. Eu não poderia magoar Maka ficando com ela e a deixando ao lado de alguém como eu. E se Spirit a magoasse mais. E se ela descobrisse que Wes poderia ser melhor do que eu? E se ele realmente for?

Senti um bolo se formando em minha garganta ao lembrar dela chorando pelas coisas que Spirit falou e isso eu não queria. Não queria que ela sofresse comigo. Sei que ela pode sofrer agora, mas depois ela vai ser feliz sem ter um peso como eu ao seu lado.

Respirei fundo e sai da sala pisando firme, mas ela estava lá me esperando com um sorriso. Abaixei a cabeça repensando tudo o que eu poderia falar. Ela estava me esperando e isso me fez perder umas duas batidas do coração. A puxei com posse querendo registrar o calor dos seus lábios e como nossos corpos e almas se encaixavam com tranquilidade. Ela deixou escapar um gemido e isso me fez acordar de meu transe. Seus olhos transmitiam amor e felicidade e isso acabou de me destruir. Ela me puxou e retribui o beijo, afinal eu não poderia negar nada a ela. Mas eu precisava, ela não merecia isso. Quase rosnei ao me separar dela e quase morri ao cortar qualquer coisa que estávamos tendo.

(...)

Eu não tinha tempo para bancar o inatingível, e para minha sorte assim que minhas primeiras lagrimas caíram Black e Kid apareceram preocupados pela minha demora e de Maka em retornar.

—Kid, por favor, vai atrás dela. — Falei com o resto de voz que tinha.

Antes de sair ele me abraçou.

—Eu volto para te apoiar também. — E minha única resposta foi chorar um pouco mais.

—Vem cara. — Black me puxou — Você é amigo de um deus como eu, e amigos de deuses como eu não choram sozinhos. — Ele disse me puxando e guiando para nosso quarto.

Eu nunca tinha chorado por uma garota, nenhuma das cinco, conseguiram fazer isso comigo. Mas Maka sim. As outras me deixavam em estado de choque, era como se eu fosse anestesiado. E quando eu contei tudo para Black, ele me olhou e sorriu com carinho.

—Você deveria parar de se torturar e fazer as coisas sempre do jeito mais difícil. Você acredita mesmo que Wes não ira atrás de Maka e acha mesmo que ela vai ficar com ele?

—Não sei! — Falei em meio as lagrimas. —Por que ele não foi atrás da Any ainda?

—Vai ver nem Wes chegou a esse ponto. —Ele disse me provocando e isso me fez ter uma ideia. —Não pode parar com essa cara de ideias geniais. —Ele disse me provocando e eu sorri de lado. — Preciso de álcool para te aguentar.

—Nada de álcool ate amanhã. — Falei o lembrando. — Você estar triste pelo negocio da Tsu? — Ele deu de ombros.

—Não, sei que a protegi o suficiente, mas esse seu presente foi timo. Como consegui? Eu tentei tirar fotos e não consegui.

—Tenho meus contatos. —Falei sorrindo. —Eles não iriam ficar juntos com você por perto. — Respondi bufando e ele fez uma cara de “É mesmo”

—Falando nisso queria encontrar aquele babaca e agradecer a ele por ele ser tão filho da puta. — Black disse de mau humor.

—Por que esta na cara que você quer brigar de novo? — Perguntei curvando uma sobrancelha.

—Por que é obvio que eu vou, mas não hoje. Ainda estou quebrado da ultima. — Ele disse se esticando. —Quer alguma coisa? Já perdemos o teste mesmo.

—Tsc. Maldito dia. Não, tenho coisas a resolver.

Segui em direção a pessoa que seria o novo alvo de Wes. Não sentia um pingo de vontade de estar com Any, mas sabia que isso chamaria atenção de Wes.

(...)

Soltei o ar devagar entrando no banheiro na quinta. Bêbado é pouco para o que eu estava. Aturar Any querendo me beijar e fazer outras coisas era demais, mas eu sabia que só precisava ate sexta.

—Soul? —Kid bateu na porta. — Pode me dizer por que Black está chapado no chão do quarto dormindo com uma garrafa de vodka na mão? — Dava para notar a preocupação em sua voz.

—Nós estávamos bebendo. — Falei um pouco tonto me apoiando na pia e olhando meu reflexo. —Eu também estou bêbado. Escondi meu telefone pelo quarto, mas está embaixo do meu travesseiro. Você pode guardar ele, por favor? Estou aqui trancado para não mandar mensagem.

—Por que não para de torturar vocês dois e vai atrás dela? — Ele perguntou com tristeza.

—Sou um inútil Kid. Se eu voltar atrás dela, ela vai sofrer igual na segunda. O Spirt falou tantas coisas para ela, não quero isso de novo.

Ele suspirou.

—Tome banho, ok! Vou separar uma roupa para você e uma para Black, depois você vai tomar remédio e dormi. — Ele disse autoritário e eu sorri me encarando no espelho.

—Sim, senhor.

(...)

Pensei que Maka sofreria menos se eu me mante-se distante, mas ela pareceu tão chocada e enojada a me ver com Any, eu estava com uma ressaca desgraçada. Não consegui prestar atenção em nada durante a semana e piorou nessa sexta.

Any apareceu me puxando e contando alguma fofoca de uma de suas amigas e eu suspirei. Sentei longe dos meninos da gangue, mas observava eles tentando faze-la feliz. Nenhum entendia minha linha de raciocínio. Mas tudo pareceu certo quando vi o nome de Wes aparecendo no celular de Any e ela quase surtando tentando me encher de explicações.

Senti um alivio por tirar esse problema de minhas costas, enquanto Any gritava e chorava pedindo que eu a esperasse e a aguardasse. Aham.

(...)

—Obrigado, por estarem ajudando-a. —Falei para Black que a provocava durante a corrida e ele fez um belezinha com o dedo.

—Cara, estou numa ressaca infeliz, mas vou correr isso tudo como se nada tivesse acontecendo. —Ele disse rindo e fazendo careta em seguida. — Na próxima podemos banir vodka e tomar outra coisa?

—Sim, mas espero não ter próxima. —Falei de mau humor correndo ao lado dele e me fechando em meu próprio mundo enquanto os meninos riam de algo e Kid e Maka corriam junto a nós.

(..)

—É serio que você vai escutar a conversa das meninas no vestiário? — perguntei incrédulo enquanto Hero me olhava com expectativas. Estávamos esperando os outros terminarem o banho para encontrarmos os garotos da Raimon’s e Hero sempre tinha um hobby nesse momento.

—Sim, por favor. A Jully esta la dentro. Vai que ela da alguma dica sobre o assunto.

—E por que você só não pergunta se ela tem interesse em fazer sexo com você? — Perguntei me apoiando na parede.

—Quero ser o melhor. Acho que estou apaixonado por ela. —Ele disse como se fosse um segredo e como se não tivesse quase um letreiro neon na testa dele dizendo “estou apaixonado por July”.

Não me contive em dar uns tapas nele enquanto ele olhava para Maka com aquela roupa de treino. Desgraçado.

(...)

—Então finalmente pararam de correr de nós? — Killik disse sorrindo para os meninos da Raimon’s.

Eles estavam em oito e nos em sete, mas isso não se tornou um problema. Não quando minha ressaca já havia passado e eu estava morrendo de raiva precisando tirar todo o estresse da semana. Para minha surpresa o oitavo integrante era o amigo de Maka. Josh estava lá com um sorriso presunçoso. Não me contive em bater em todos que tive oportunidade inclusive nele.

Socos, chutes, empurrões e palavrões e em seguida nos sete saindo do corredor no inicio da cidade deixando oito otarios para trás. Nossas motos estavam ali perto no estacionamento do supermercado. Os meninos riam do acontecido de minutos atrás e eu me sentia relaxado.

—Acho que precisamos de banho e curativos. —Falei olhando para Kid que tinha um pequeno corte no queixo.

—Sem duvidas. — Black disse olhando para Harvar que estava suado e ofegante.

—Certo, vou só ligar para Maka avisando que vamos sair daqui a pouco.

—Ok. Vamos a um rodizio de pizza? — Perguntei para os rapazes que sorriram concordando.

—Hoje bato meu recorde de quarenta e um pedaços. Esse esforço abriu meu apetite.  —Black disse alisando a barriga e revirei os olhos.

—Ate ver um pássaro voando abre seu apetite. —Harvar disse com desdém e limando o sangue que escorria da boca.

—Ok. Silencio agora vou colocar no alto falante. —Kid disse sorrindo enquanto mexia no celular.

Meu coração deu um salto quando escutei a voz de Maka, mas assim como eu Kid notou que ela estava diferente. Curvei a sobrancelha para ele que entendeu e a questionou e que inferno Ben estava fazendo com ela?

—Ah! Não fode. — Falei puto chutando uma lixeira que estava perto e recebendo olhares de malicia dos meninos.

Piorou quando Ben todo solicito disse que ajudou a separar a briga de Maka e Any. E eu não estava lá, sou um inútil mesmo.

—Eu vou ir busca-la. — Falei já pegando meu capacete que estava em cima do sofá do meu apartamento.

—Por quê? — Kid perguntou estranhando. Ele que iria.

—Se o Ben tiver triscado nela de forma errada vou matar ele. — Falei serio e Hero ficou agoniado.

—Não Soul. Kid vai você. O Ben sabe que Maka é nossa mascote, ele não iria fazer nada do tipo. —Disse tentando defender o amigo e eu bufei.

—Quem vai sou eu. Senhor ciumento. —Kid sorriu e eu bufei me jogando no sofá.

—Vai logo, então. Antes que eu vá. — Falei serio e ele sorriu.

—Vamos nos encontrar na pizzaria, Ok?

Concordamos e ele foi levando consigo toda minha agonia de encontrar ela. Maka estava com um curativo na bochecha e eu iria matar Any por ousar tocar nela, se bem que Maka aparentemente deixou o caminho bem mais fácil.

Ela me olhava com expectativas e eu sentia o mesmo, mas não poderia, ela não poderia escutar aquelas coisas do ai de novo, ela sofria tanto ela ausência daquele ruivo idiota e imprestável, não me importei de ser um idiota. Olhando para outras garotas enquanto ela ria das piadas dos meninos. Era engraçado como nenhuma tinha o sorriso e o olhar dela.

(...)

Maka vai em um encontro com Hero. Ótimo. Perfeito. Porcaria nenhuma.

Fechei os olhos refletindo e logo senti o cheiro dela. Ela estava tão magoada, e pelo jeito tão perto de me esquecer. Estava dando certo. Eu não deveria estar feliz?

(...)

—Não Rubi, não tenho interesse em namorar nem nada. — Falei enquanto a garota bufava. Estava tentando me distrair depois de ver as fotos da loira feliz, apesar de que era meu papel de parede.

Precisava tentar fazer que ela não gostasse de mim. E pelo jeito consegui. Ela me olhou e virou o rosto enquanto Rubi continuava agarrada em meu pescoço.

—Você não quer namorar por causa dela, não é mesmo? — Revirei os olhos.

—Só não estou a... afim. Ai! —Falei a empurrando depois dela deixar um chupão em meu pescoço.

—Que desnecessário. —Falei com raiva. —Tchau Rubi. Boa noite. — Falei a empurrando e seguindo para meu quarto. Rubi era a garota que de bom grado batia em outras por participar da “gangue feminina”.

(...)

Senti que a tinha perdido de uma vez quando na quarta ela nem ao menos se abalou a me ver com Rubi de novo. Ali eu realmente a perdi de vez. E caramba eu merecia. Um perfeito idiota seria o nome do meu livro.

(...)

Puta que pariu.

Xinguei uma sequencia de palavrões mentalmente enquanto via Ben puxando Maka para dentro da sala para brincar de passar papel. Estava ali depois de Rubi me encher o saco e eu queria me livrar logo, colocaria um final nisso logo em seguida.

Ben me olhou sorrindo de lado enquanto a loira se distraia conversando com Kid. Não sei o que seria pior. A ver beijando Ben ou Kid.

Ok, foi pior a ver beijando Ben, foi devastador, cruel e aterrorizante, mas eu merceia. Na verdade, se ela ficasse com todos os garotos do colégio eu deveria ser obrigado a sentar em uma cadeira e assistir tudo limpando as lagrimas, por se isso acontecesse seria minha culpa.

Kid me repreendeu com um olhar e Black me deu um tapa por trás da garota que estava entre nós dois. Acordei dos meus devaneios psicopatas. Eu já estava pensando em todas as possibilidades de matar Bem e sumir com o corpo.

Quando aquilo terminou, senti que juntava os restinhos do meu coração. Maka deveria estar na mesma situação com o tanto que eu vinha sendo idiota. E eu mereci, mereci ver o pequeno sorriso que ela deu depois que o beijo acabou e o rosto corado por ter feito isso na frente de outras pessoas, assim como ela ficou corada quando a beijei no corredor lotado.

Quando saímos da sala, puxei Rubi em um canto e falei para ela segui em frente, ela deu de ombros e sorriu me dando um selinho me deixando sozinho no corredor. Respirei fundo. Eu iria chorar de novo? Caramba!

(...)

Maka estava tranquila sorria mais algumas vezes. Treinava ate a exaustão. Fosse no vôlei ou no clube. Eu apenas a assistia de longe achando estar escondido. Mas Kid deixou isso bem claro na quinta à tarde enquanto ela estava treinando judô com Ben.

—Ate que você é discreto. —Disse baixinho me fazendo dar um pulo de susto e isso o fez sorri.

—Tsc. Não é nada disso, eu... eu só...

—Só é um idiota que esta se corroendo assistindo a garota que gosta te esquecer aos poucos depois de todo o esforço que você veio fazendo. — Kid disse olhando para ela que caiu e riu olhando para Ben que estendeu a mão puxando ela.

—Você acha que eles dois...

—Não sei, aquele encontro de domingo me deixou com duvidas e piorou depois daquele beijo de ontem. Mas ela não falou nada relacionado a isso. Apesar que eu também não estou gostando de tanta proximidade. — Falou serio ainda observando eles dois e eu sorri.

Preferi não falar que também não gostei do beijo de ontem e nem da proximidade deles, mas isso era bem obvio.

—Medo de perder o posto de melhor amigo? — Perguntei sorrindo e ele bufou.

—Você sabe o quanto me esforço para ser mais legal que o Black? — Ele me olhou e revirou os olhos.

—Você é ótimo cara, seja com ela ou comigo. Não precisa ter medo de ficar atrás de Black. Sei que a loira sente a mesma coisa. —Falei tranquilo colocando a mão no ombro de Kid e ele sorriu concordando.

—Acho que estou apaixonado. — Ele disse do nada.

—Crona finalmente ganhou seu coração? — Perguntei enquanto observava a dona do meu.

—Como sabe? — Ele perguntou alarmado.

—Você não é tão bom de disfarçar e pode ser que eu tenha observado um pouco vocês dois depois daquele beijo. Acho que é reciproco. —Falei sorrindo, mas eu não achava. Eu tinha certeza.

—Para quem você perguntou? — Ele estava vermelho e eu sorri de lado.

—Tenho meus contatos.

(...)

—Eu estou pronta para ser sua amiga. — Ela disse sorrindo e eu só pensei “e dona mais uma vez do meu coração.”.

Mas não tive tempo de falar algo ou puxa-la já que ela segurava minha mão. Ben a chamou e ela foi sorrindo. Que inferno, ele estava em todo lugar. Eles conversavam enquanto todos olhavam para eles e eu não estava diferente. Ele segurava algo atrás das costas e quase me converti a qualquer religião implorando para algum deus que não fosse um pedido de namoro. No final era um caixa de chocolate acompanhada de um beijo na testa, uma Maka corada e meu coração em pedaços.

Kid me olhou com um misto de carinho e compreensão e eu balancei a cabeça negando e tentando evitar a vontade de chorar. Eu provoquei isso. Eu precisava aguentar isso. Não aguentei reprimir a expressão de ódio que surgiu em meu peito, se eu tivesse uma única oportunidade de bater em alguém, esse alguém seria Ben e por que não poderia ser agora?

—Maka —Minha voz saiu grave e a vi engoli seco. —Já que somos amigos, você vem comigo. —Disse indo ate ela e entregando o capacete.

Os meninos apenas curvaram a sobrancelha e seguiram para suas motos. Antes de colocar o capacete ela me encarou com um pouco de duvida sobre isso e eu sorri de subindo na moto colocando o capacete e ela fez o mesmo em seguida em seguida.

Ter Maka em minha garupa era a melhor sensação do mundo, seus braços estavam ao meu redor e isso parecia juntar os caquinhos do meu coração. Ela pediu para passar devagar em frente a uma loja de doces e agora que éramos “amigos” eu poderia levar ate em Marte se ela quisesse.

—Quero só ver onde vai acabar essa mentira de vocês. —Kid disse assim que estacionamos e descemos da moto, nos encaramos e desviamos o olhar. Os meninos já haviam ido para as filas de entrada.

E o pior é que Kid estava certo. Eu menti para ela e só por aquele olhar envergonhado dela, eu sabia que ela também mentia.

Um misto de alegria surgiu dentro do meu peito e sorri minimamente. Querendo sim ver onde essa mentira iria parar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Você é uma exceção" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.