Você é uma exceção escrita por ZeroLouise


Capítulo 12
Nada de final feliz por hoje


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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—Uma lista? —Perguntei incrédula e recebi um olhar mortal de papa.

—Sim, uma lista. —Ele disse ríspido.

—E está esperando o que para falar logo essa lista?! —Olhei para Soul e ele parecia outro, se bem que sempre que o via perto de papa ele adotava esse jeito um pouco ríspido, assim como papa era com ele.

—Tsc. Eu falei para vocês não se aproximarem —Ele suspira —E agora preciso ver minha filha se beijando com um garoto de “gangue” no corredor. —Ele disse mais para si do que para nós dois.

Engoli seco só de imaginar a bagunça que poderia ter se tornado caso ele resolvesse aparecer bem na hora e em toda a fofoca que isso iria gerar e principalmente em todo o mal-estar que isso iria causa. Ele riscou algo na “lista”.

—Eu te falei que não fiz nada de errado com ela. —Soul disse tranquilo adotando uma imagem paciente.

—Você não tem muita palavra Evans, principalmente depois do “presente” que deu para Natsukasa.

Tsubaki passou por aqui. Era de se esperar.

—E já que comecei por esse assunto vamos logo. Acabo de receber as irmãs Thompsons e a Natsukasa. Você poderia explicar que presente de grego é esse de dar fotos do namorado com outra e das amigas com o casal traidor? —Ele perguntou sério para Soul que deu de ombros.

—Foi o presente em troca do tapa que Maka ganhou dela. —Ele disse tranquilo e papa me olhou assustado.

—Que historia é essa Maka Albarn?

—Tsc. Espero que o senhor tenha notado que não converso mais com Tsubaki. —Afirmei, mesmo sabendo que ele nem havia se tocado. Ele pode ter perguntando sobre as vinganças contra Liz e Paty, mas nem tocou no assunto de Tsu.

—Bem... eu ... eu vinha notando o afastamento de vocês. —Ele disse sem graça e eu ri sem humor.

—Você continua sendo um excelente pai. —Falei com desdém— Só para te atualizar, Liz e Patty armaram algo para que Tsubaki pensasse que eu queria Yusuke —Fiz cara de nojo— No final, Tsubaki acabou acreditando nelas e me dando um pelo tapa no rosto que se brincar dói ate hoje. —Falei dando de ombros como se não fosse mais importante, só que era sim, era bem importante.

—Bem...

—E não, você não veio notando o afastamento —Falei fazendo aspas —Pois o afastamento foi completo, foi de 100 em um dia para 00 no outro.

Ele suspirou em meio a acusação.

—Você sabe que tenho varias coisas para fazer, não posso estar sempre vigiando você. Se bem que —Olhou sugestivamente para Soul —Se eu tivesse feito isso, muitas coisas poderiam não estar acontecendo, como essa reunião por exemplo.

Observei Soul revirar os olhos e fiz o mesmo.

—Continue suas acusações. Temos teste no ultimo horário. —Falei com tom normal para que ele não se estressasse mais.

Ele suspirou.

—Quero saber se as acusações de que Soul entregou tal presente é verdade ou não. Mas a julgar pela nossa conversa, acredito que seja.

—Ele fez para me ajudar, você e não pode punir ele por isso. —Falei seria.

—É obvio que posso e vou, e se continuar irei puni-la por desobediência.  —Bufei.

—Que seja. —Respondi e Soul segurou minha mão chamando minha atenção.

—Respira fundo —Disse sorrindo e meu pai grunhiu.

—Você também tem alguma coisa a ver com as baratas e situações desastrosas que as Thompsons e Jen estão passando?

—Isso virou um júri? —Perguntei observando papa que parecia feroz e raivoso como eu nunca havia visto.

—Não se meta, Maka. — Disse serio.

Bufei.

—Não, não tenho nada a ver com isso. —Soul disse dando de ombros.

—Quem me garante que não está mentindo? Você estava metido nesse presente de Tsubaki.

—A minha palavra me garante —Soul disse sério— Você sabe muito bem que não minto em relação as coisas que faço.

—Sempre respondão.

—Do jeito que você me ensinou. —Soul disse com desdém.

Se minha relação com papa não é boa, a dele e de Soul é cinco vezes pior...

—Então nessa você não tem nada a ver. Ótimo. —Papa disse sorrindo com falsidade. —Também me foi relatado que vocês dormiram fora. —Gelei— Inclusive quem te deu permissão para sair? —Papa se virou em minha direção e achei mais tranquilo ficar calada.

—Quem te deu tantas informações? —Soul perguntou tranquilo —Liz e Paty?

—Responda as minhas perguntas. —ele disse pegando um lápis e anotando algo na tal lista— Vocês saíram. Para onde foram?

—Para a festa da irmandade. —Soul deu de ombros —Pode perguntar a qualquer um de lá, todos vão responder que nos viram.

—Eu já fiz isso. —Papa disse com desdém e Soul sorriu de lado. Um mini psicopata.

—E todos confirmaram, não é mesmo? —Perguntou sorrindo presunçoso.

—Assim como todos confirmaram que vocês se meteram em briga. Inclusive você de novo —Disse cuspindo as palavras em cima de mim e eu respirei fundo. Contei até 10 respirando fundo.

Que dia é esse?

—Eu posso explicar... —Tentei falar.

—Nem tente. —Ele disse ríspido —Você havia prometido não se envolver em mais brigas, que não iria me fazer passar mais vergonhas e agora está ai, comprometida com o Evans, saindo sem autorização, bebendo, brigando igual a uma marginal e me trazendo mais vergonha assim como vem fazendo desde que sua mãe foi embora. —Ele disse com raiva e senti o bolo se formando em minha garganta.

A mão de Soul encostou na minha e eu senti as lagrimas chegando.

—Você não tem direito de falar assim com ela! —Soul disse com raiva —Não misture seu papel de coordenador inútil com o de pai imprestável.

—Não se meta Evans. Isso é entre mim e Maka.

—Não, não é. Isso é entre um pai frustrado por não aguentar ver a filha sendo feliz.

—Quem você pensa que é para falar assim comigo? Você está aqui a tanto tempo que nem lembra mais como é ter uma família. —Ri com desdém e Soul se calou.

—Ah Soul —Falei chamando a atenção dos dois, lagrimas já corriam pelos meus olhos revivendo as palavras de papa. —Nisso de nem lembrar como é ter uma família somos tão parecidos. —Disse sorrindo sem animo para ele que apertou mais minha mão.

Minhas palavras pareciam ter afetado papa que parecia ter levado um tapa na cara, e sem duvidas era isso que eu queria causa mesmo. Quem ele pensava que ele para falar de família quando ele e mama nem se importaram comigo durante tanto tempo.

—Cuidado com suas palavras, Maka. —Ele disse ríspido enquanto eu chorava com um misto de raiva e magoa.

—Aqui você é o coordenador ou pai? —Perguntei seria enquanto as lagrimas escorriam, ele pensou um pouco.

—Os dois. Sou seu responsável legal das duas formas.

—Não, você precisa decidir quem você é nesse papel. —Falei seria e limpando as lagrimas com a mão livre.

—Isso importa? Das duas formas você me decepcionou.

—Te decepcionei em quê? —Perguntei incrédula. Não era possível que eu tinha um percurso de tanta decepção assim, sendo esse monstro todo.

—Para de falar! —Soul disse para papa —Você esta magoando-a e depois vai ficar atrás dela como um cachorro pidão que você sempre é quando se trata dela.

—Calado, Evans! —Spirit disse com raiva. —Eu posso te advertir

—Por quê? Por esfregar a verdade na sua cara?

—O que vocês fizeram ontem? —Papa disse com raiva —Já tenho que me preocupar se serei avô de um mini Evans? —Disse com desdém me deixando com raiva e vergonha — Ou você vai fazer a proposta de ela tirar a criança? Se for eu apoio! —Engoli seco, isso era tão pesado, tão horrível da parte dele. —Você teve coragem de se entregar para ele? Usaram camisinha pelo menos? —Ele riu com desdém —Ele pode ter doenças.

—CHEGA! —Gritei ofegante, magoada, cansada. Quando percebi já estava em pé.

—Eu que digo quando chega e com você só começou! Evans para fora! Wes já deve estar te esperando.

—Eu não vou! Não vou deixar Maka aqui com você! Muito menos quando você estar sendo um idiota presunçoso magoando sua própria filha. Quer atacar alguém venha. Me ataque, você já fez isso varias vezes, agora com ela não.

—Se você não sair daqui agora, irei tirar Maka do colégio e você nunca mais vão se ver.

Respirei fundo.

—Pode ir Soul. —Falei chamando a atenção dele que já estava em pé tendo apenas a mesa de papa separando os dois. —Eu aguento, te encontro depois?

—Não, Maka, não posso te deixar sozinha. —Ele disse serio e seus olhos confirmavam suas palavras como as mais sinceras que já havia escutado.

—Por favor, nos deixe sozinhos. Preciso resolver algumas coisas.

—Feridas? —Concordei e ele sorriu triste. —Vou estar te esperando.

Ele se aproximou e beijou minha testa em sinal de respeito e lançou um olhar nada agradável para papa que nem se importou.

Soul a contragosto saiu da sala devagar, olhando para trás para ter a certeza que eu ficaria bem, enquanto eu só queria a certeza que ele não iria matar o próprio irmão que provavelmente o esperava lá fora. Assim que a porta de fechou, papa caminhou ate ela e passou a chave.

—Apenas nós dois. — Ele disse sério voltando para a me olhar.

—Tsc. Apenas nós. —Respondi no mesmo tom.

Aquele homem nem parecia meu próprio pai.

—Como você foi ficar nisso, Maka? Logo você? Tão quieta, estudiosa, amável...

—Esquecida... —Falei sorrindo com deboche e ele curvou a sobrancelha. —Sabe, vou falar logo o que eu quero, pois sei que você vai me falar um monte de ladainhas sem sentindo e você já me magoou demais. — Falei seria.

—Te magoei? —Ele disse com desdém— Você nem imagina como estou então.

—Se sentindo enganado? —Ele bufou —Sim, é assim que você se sente. Mas já parou para pensar como eu me sinto? —Falei o encarando e ele continuou mudo, balancei a cabeça em negação. — Se a única coisa que você ver na sua frente é a definição de decepção, que seja. Eu de verdade não me importo. Pelo menos não mais. —E isso era verdade, pelo menos a partir desse momento. — Por que me responda uma coisa. Se eu não tivesse brigado no dia que fui expulsa, se eu não tivesse revidado aquela piada sobre eu ser uma tabua e meus pais terem me abandonado, você iria lá me buscar para vir pra cá?  —Ele continuou mudo —É obvio que não. —Ri sem humor algum — Você não iria. Porque estava cômodo para você e mama deixarem-me lá, sabendo que eu não iria atrapalhar a vida de vocês, sabendo que vocês poderiam seguir tranquilamente apenas me dando dinheiro para gastar e tapar buracos que vocês fizeram.

—Maka...

—Não! Não me interrompe. Você abriu a ferida e agora ela está jorrando para ser dita. —Falei com calma me levantando e indo beber água que estava na mesa do canto. Minhas mãos tremiam enquanto eu pegava o copo e jarra e bebendo em seguida—É engraçado escutar você dizer que eu só te faço vergonha. Isso me deixa triste, mas triste pelo fato que essa identidade com agressões viera de eu aprender sozinha a lidar com as coisas. Mama foi embora depois que descobriu suas inúmeras traições e você foi embora depois que viu que não poderia recuperá-la de novo. E eu? Eu não precisava ser recuperada. Não é mesmo? Mas quando você a traiu, você também me traiu. Você também me deixou. Vocês dois na verdade. —Falei esvaziando. —Peço desculpas por ter saído no sábado a noite. Não pensei nisso quando decidi me divertir um pouco, ser mais como uma adolescente normal desse colégio, apesar de observar agora que ser filha do coordenador muda as coisas.

—Maka...

—Sabe, vou demorar uma vida revivendo tudo o que você me falou agora. Assim como fico lembrando do senhor me perturbando para atender a mama que ficou feliz me contando como a viagem dela por Roma estava maravilhosa enquanto eu estava aqui no colégio sofrendo por uma ausência que não deseja ser sanada. Me dói saber que estou aqui presa, mas não presa a você. Você nem se preocupa com nada. A não ser minhas notas. Sempre foi assim, você só ia ao colégio quando eu tirava boas notas, depois que meu rendimento baixou, você nem aparecia mais lá. Fui trocada de colégio 3 vezes e você só apareceu para assinar a transferência. Nunca me perguntou o que me fazia bater ou apanhar. Mas sabe, eu te falo. Era piada sobre eu ser abandonada por você e mama, eram piadas sobre o meu corpo. E você so dizia. “Maka, você deve evitar esse tipo de comportamento” —Falei imitando a voz dele de forma desrespeitosa. —Mas cadê a compreensão? —Minhas lagrimas voltaram— Cadê o apoio? Cadê o amor? Cadê o “eu estou ao seu lado”?

Lagrimas saíram dos olhos de papa que logo as enxugaram disfarçando.

—Não imaginava que você iria se transformar nessa maquina de rancor e ódio — Ele disse normal— Te dei tanto amor quando era criança, pensei que isso valia para a vida toda —Ri com desdém —Você acha que é fácil lidar com todos os jovens desse colégio e ainda ter que lidar com você? Com eles é mais fácil. Posso falar coisas que ferem como o Evans. Posso coloca-los de castigo, chamar os pais e deixarem eles resolverem. Mas e com você? O pai sou eu! O que eu faço com você?

—Me manda para outro país, é uma boa solução. —Falei seria limpando as lagrimas.

—Não, não é uma boa opção e essa nossa conversa só deixa isso mais claro do que nunca.

—Deixa claro que não nascemos para conviver um com o outro. —Falei seria e ele suspirou.

—Essa conversa serviu para me mostrar meus erros como pai e os seus como filha. Serviu para mostrar que estou sempre disposto a olhar seus defeitos e não seus acertos.

—Que acertos? —Perguntei com ironia.

—Suas notas são boas, não há reclamações de professores, os alunos do grêmio gostam de você e nunca te dão notas baixas, você foi bem nas provas e sempre a vejo lendo ou escutando música quando não está com aqueles meninos. —Suspirou,

—Não pretendo me afastar deles e nem de Soul. Se você não quiser ver isso, seria melhor me mandar para outro lugar, de verdade. —Falei seria e ele sorriu.

—Quando foi que você mudou tanto? —Perguntou se sentando e me pedindo para fazer o mesmo.

—Em que sentido? —Perguntei confusa.

—Decidida, amigável, fiel aos seus amigos.

—Sempre fui fiel aos meus amigos, antes eu só tinha Kim e Josh.

—É, eu sei. —Ele disse sério. —Você vem se tornando uma mulher, não mais a Makinha do papa.

—Viu como você só percebe as coisas um bom tempo depois? —Falei seria. As lagrimas já haviam cessado, mas eu ainda precisava pensar muito sobre o que ele me falou.

—Acho que eu também sou uma decepção para você. —Não respondi —Maka —Ele me chamou enquanto eu fazia círculos mentais — Me desculpa por essa reunião. Eu deveria ter pensando mais nas acusações das meninas antes de chamar vocês. Mas eu fiquei tão bravo ao imaginar você saindo por ai, correndo risco, beijando esse Evans, fazendo qualquer coisa.

—Para de pensar nisso. —Falei séria. —Não aconteceu anda disso. Você não vai ter que torcer para eu fazer um aborto. —Falei com nojo ao pensar que ele havia dito isso. E ele suspirou pesadamente deixando as lagrimas correrem.

—Eu fui um idiota.

—Sim, o senhor foi sim.

—Não queria que você se magoasse com o Evans e no final fui eu que te magoei.

—Sem dúvidas. —Falei seria.

—Tenta se colocar no meu lugar escutando de duas garotas que minha filha estava na piscina com Soul ontem à noite.

—Na piscina? —Perguntei incrédula. Patty não era tão burra quanto eu havia pensado.

—Sim, ela disse que vocês estavam felizes, cabelos molhados e roupas na sacola.

—Tínhamos caído na fonte. —Falei mentindo. A piscina eu não iria falar a verdade. Aquele momento era meu. —Foi logo depois que chegamos ao colégio.

—Tem certeza? —Ele perguntou.

—Sim, mas se quiser pode acreditar nelas, não me importo —Falei cruzando os braços e usando minha carta final.

—Eu vou acreditar em você. —Ele disse suspirando. —Mas, por favor, cuidado com suas ações com o Evans as fofocas correm.

Agora como caímos na fonte e tínhamos outra roupa e outra historia, mas deixei pra lá.

—Eu sei as coisas que faço, papa ou Spirit. Espero que me dê um voto de confiança pelo menos uma vez. —Ele suspirou.

—Certo. Vou ignorar essa manhã de hoje. De qualquer forma não há como dar uma advertência por Soul ter dado um “presente” para Tsubaki. Sobre a festa. Foi erro meu. Eu estava vigiando. Eu deveria ter ficado de olho e ter impedido. Então também peço seu voto de confiança e desculpas. —Ele disse sincero. Como se desabafasse. Como se tirasse um peso que a muito machucava sua coluna e eu suspirei.

No final eu entendia bem como ele se sentia e depois de alguns meses estando aqui eu finalmente me senti bem. Não só esse tempo, mas como não e sentia bem há muito. Não que os momentos com Soul e os meninos não me trouxessem felicidade. Esse momento de desabafo de agora me trouxe outro tipo de felicidade e essa era muito boa. Me perguntava se somente um dialogo teria resolvido isso há um tempo e eu poderia estar leve assim há muito mais tempo.

—Mais alguma coisa? —Perguntei querendo sair e ir conversar com Soul.

—Talvez, mas deixa para lá, já nos desgastamos demais.

—Ótimo! Preciso resolver algumas coisas. —Falei me levantando.

—Espere um pouco —Ele se levantou e parou em minha frente, curvei a sobrancelha estranhando tal ação. —Peço desculpas por tudo isso que veio sentindo e não teve coragem de falar e guardou para si. Você é muito forte. Prometo tentar ser um bom pai.

Suspirei.

—Peço desculpas se fui desrespeitosa. —Abaixei a cabeça. —Calor do momento e da raiva.

—Sim, mas continue tomando cuidado.

—Certo.

Sai da sala esperando encontrar Soul, mas o que encontrei foi um corredor vazio. Soul não estava por aqui, então deveria estar com o irmão dele. Não iria voltar sem ele, pelo menos não ate falar com ele.

Continuei esperando lá perto da sala do diretor sentada na escada. Demorou meia hora para sair um albino parecido com Soul, ele passou e sorriu me desejando bom dia e pouco tempo depois, outro albino, esse eu conheci e ele vinha bem raivoso.

Quando me viu, suspirou e abaixou a cabeça. Sem eu ter tempo de falar nada me puxou agarrando minha cintura com posse e sua boca fez o mesmo com a minha. Segundo depois ele estava encostado na parede e eu não pensava em mais nada.

As mãos dele apertaram minha cintura e sem querer eu gemi, ele abriu os olhos e se separou de novo me encarando a raiva ainda estava lá, mas agora misturada com tristeza, sem querer mexer nisso o puxei de novo o beijando e ele retribuiu. Minha mão direita em seu pescoço revezando entre segurar seu cabeço ou simplesmente ficar parada e a esquerda segurando ao braço dele que me mantinha firme pela cintura. Soul grunhiu se afastando de mim.

—Soul...

—Estou terminando e cortando qualquer coisa que estávamos tendo. —Ele disse sério e me empurrando.

—Hã? —O olhei confusa. —Você não está falando serio, certo? —O olhei em duvida e ele suspirou.

—Não torne isso mais difícil do que já esta sendo. —Ele disse olhando para o outro lado.

—Isso é só por você estar com raiva. —Falei o olhando —Vou indo e mais tarde conversamos. Ok? —Falei me afastando e ele me puxou, mas não para os seus braços, apenas para perto de si.

—Não. Não tem mais tarde, Maka. Apenas acabou, ok? Não quero que passe por tudo isso de novo, não quero que seu pai grite com você daquele jeito de novo como se eu fosse algo nojento e que você deveria manter distancia.

—Para de falar isso! Nada do que ele disse importa. Importa o que sinto, importa minha vontade de estar com você...

—Mas para mim importa Maka! —Ele disse mais alto. —Importa tudo aquilo que ele te disse na minha frente e depois que eu sair, pois ainda sim consegui escutar um pouco antes de Wes aparecer. Então não, não da mais.

—Mas Soul...

—Sem mais Maka! Quando se sentir preparada para ser minha amiga, estarei te esperando.

Disse e saiu corredor a fora me deixado estática no mesmo lugar, disse simplesmente e saiu me abandonando como todos faziam em algum momento.

Suspirei tentando conter as lagrimas e caminhei em direção ao terraço, escutei a voz de Black me chamando, mas apenas ignorei e segui em frente. Abri a porta, a fechei. Procurei um local com sombra e sentei-me no chão. O vento estava forte, aquele vento que vinha antes da chuva, e eu so consegui rir com desdém dessa nova constatação. O quanto eu era idiota.

Pensei que estava feliz e que agora iria dar tudo certo, papa poderia não aceitar meu envolvimento com Soul, mas não iria ter reuniões constrangedoras e nem nada do tipo, mas Soul não via com esses olhos.

—Maka?! —Fechei os olhos com força tentando reprimir as lagrimas, mas foi tão inútil.

Logo senti meu corpo sendo puxado e recebendo um abraço reconfortante. Kid, sempre Kid. Sorri em meio à lagrimas e me permiti chorar. Chorar mais do que antes.

—Vem. —Disse me puxando para sentar e me dando uma garrafa com agua. —Chorar desidrata. —Disse em resposta ao meu olhar questionador.

—Ah Kid. Eu sou tão azarada. —Falei sorrindo em meio à lagrimas e ele sorriu junto.

—Vem deita no meu colo e chora me contando tudo.

—Tudo?  —Perguntei em duvida.

—Sim. Tudo, tudo, tudo. Já perdemos o teste mesmo. Inclusive só não vamos perder o almoço por eu já ter feito nossa marmita e pedido para Hero guardar e trazer quando eu pedir. —Disse sorrindo e eu o abracei. —Agora me conta como viemos parar aqui.

—Vai demorar um pouco...

—Nos temos tempo. —Ele disse confiante e eu só queria ter a mesma confiança em alguma coisa, além da minha falta de sorte.


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Notas finais do capítulo

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