P.O.V Da Sam

Srta. Briggs: - Nada de vocês rapazes se enfiarem nas barracas das meninas no meio da noite, se eu pegar algum casalzinho fazendo o que não deve, vou dar advertência e mandar direto para a casa! Estamos entendidos? - A general, quer dizer, a professora chata avisou bem séria.

Todos: - Sim, senhora! - Fiz gracinha batendo continência.

Prof. Sikowitz: - A mesma regra vale para vocês também, crianças! - Avisou para o grupo dele.

— Qual é, professor? Desde quando você é careta? - Um cara de alargador e cabelos platinados perguntou.

Eu não sabia o nome dele.

Prof. Sikowitz: - Viemos aqui para acampar, Scott, se não estiver satisfeito com as regras, amanhã você vai poder ir embora! - Disse sério e o rapaz o olhou chocado.

Srta. Briggs sorriu satisfeita.

O velho era do tipo de professor legal que estava bancando o linha-dura para impressionar a professora Briggs?

Jade: - Ele só pode estar de brincadeira com a gente! - Ouvi a garota gótica falar para o amigo.

Beck: - Shh, fale baixo... - Pediu.

Jade: - O Sikowitz não faz mal nem para uma mosca. - Sorriu com deboche.

Prof. Sikowitz: - Ei, eu ouvi isso, West! - Avisou.

Carly: - Sam? - Me cutucou.

Ainda estávamos sentados ao redor da fogueira. A madeira estalava e o calor nos aquecia.

Carly: - Dorme comigo? - Ela era um pouco medrosa.

Sam: - Com medinho do Pé Grande, é? - Prendi o riso.

Carly: - N-não... - Mentiu.

Sam: - Lamento, mas não quero você babando no meu cabelo. - Falei.

Além de babar muito, ela falava dormindo e ainda roncava. Uma vez até comprou uma máquina para ver se conseguia acabar com os roncos.

Wendy: - Você pode dormir comigo, Carls, eu não quero dormir sozinha. - Uh, salva pela ruivinha.

Gibby: - Aí, que tal contarmos histórias de terror? - Sugeriu animado.

Os adultos já tinham ido se deitar, ficamos ali fora nos aquecendo, contemplando a fogueira e o céu estrelado. Fazia uma noite bonita.

Billy: - Até que enfim que o bobão teve uma boa ideia! - Comemorou.

Os monitores estavam com a gente, era o dever deles bancarem as "babás".

Sam: - Então, quêm começa? - Perguntei.

Scott e Billy levantaram as mãos ao mesmo tempo. E Billy ganhou no Cara ou Coroa.

Me preparei para ouvir o Boots falar merdas...

[...]

P.O.V Do Beck

E lá estávamos nós em volta da fogueira nos preparando para as Histórias de Terror, tinha coisa mais clichê que isto? Por quê que todo acampamento rola essas baboseiras? Bem que podíamos fazer outras coisas, joguinhos divertidos de perguntas e desafios. Até a Jade estava animada, com certeza bolando algum conto de terror para assustar geral, menos eu, é claro. Cat estava agarrada no braço do Robbie, outro medroso e o Sinjin se encontrava ao lado esquerdo da West, que tinha o corpo encostado no meu, tentando manter o máximo de distância do Van Cleef. Fazia anos que ele tinha uma quedinha por ela.

Billy: - Preparados para ouvirem uma das lendas urbanas mais fodas? - Sorriu todo empolgado. O cara era um babaca que não parava de secar as meninas.

Sam: - Pare de enrolar e conta logo, Boots! - Mandou.

Billy: - Beleza, vamos lá! - Esfregou as mãos. - Reza a lenda que uma criatura medonha vaga pelas florestas, é um monstro horrendo que sai para caçar meia-noite, ele têm chifres e é todo peludo, com garras afiadas e...

Sam: - Esse não é o seu pai? - A loirinha puxou o coro de gargalhadas.

Billy: - Fica quieta, Puckett! Mas que merda! Não venha com gracinhas! - A fuzilou. - Ignorando a pentelha aí, onde eu estava mesmo? Ah, sim. Peludo e com garras afiadas, ele têm cerca de 2 metros de altura e gosta de comer carne humana, principalmente de...

Sam: - Não seria um lobisomen? - O interrompeu novamente.

Billy: - Me deixa contar a merda da lenda, fica na sua, Tampinha! - Reclamou.

Mais risadas soaram. Aquela garota era mesmo uma piada. Bem engraçadinha.

Billy: - Enfim, essa criatura do mal se chama...

Sam: - Papai Boots! - Ela mesma não aguentou e caiu na gargalhada.

Billy: - Escuta aqui, sua peste! - Ele levantou furioso e foi segurado pelo monitor e pelo Scott.

Taylor: - Calma, cara, ela só está brincando! - Tentou apaguizar.

O nervosinho bufou e voltou a sentar. Ele estava vermelho de raiva.

— O pai dele já é falecido. - Uma moça que eu não sabia o nome comentou.

Sam: - Caramba, cara, eu não sabia. Foi mal aí. - Se mostrou arrependida.

Billy: - Que seja, apenas não fale mais do meu velho, eu não ando brincando sobre a sua mãe, Puckett! - Retrucou.

Ela ficou toda sem graça e abaixou o rosto. O clima divertido tinha se tornado algo estranho e tenso...

Jade: - Já ouviram falar da Noiva de Vermelho? - Ela mudou de assunto e conseguiu atenção para si, salvando a pele da loirinha.

Elas já eram bem entrosadas e quando Jade gostava de alguém, ela até se esforçava. Fiquei feliz, ela tinha arrumado uma amiga. A morena não tinha tantos amigos como eu, ela era mais fechada e sempre acabava intimidando as pessoas.

Quando ela começou a contar a lenda urbana, todos ficaram ouvindo com atenção. Até eu fiquei interessado. Jade sabia como contar uma boa história assustadora.

[...]

P.O.V Da Jade

Os rapazes não paravam de secar a nossa monitora. Claro que a Barbie Malibu chamava atenção, Trina estava se mordendo de raiva da Elisa, até a metida da Jessica estava emburrada. O Oliver estava no meio dos babões, olhando para a loira de pernas longas como se ela fosse um pedaço de carne suculenta...

André e Sinjin eram os únicos que não davam a mínima para a Barbie Malibu. O Harris tinha uma quedinha, vulgo, um penhasco pela a irritante da Tori e o boboca do Sinjin era louco por mim.

Sinjin: - Quer um pedaço da minha línguiça? - Virou o espetinho para mim.

Jade: - Eca! Vira essa coisa para lá, sai fora! - Bati não mão dele.

Eles estavam assando línguiças, Cat era vegetariana e eu não gostava muito de línguiça mista. Ficamos só comendo Marshmallow mesmo. Uma delícia.

Sam: - Que delícia... Tá muito bom. Hummmm.... - Mastigou um pedação do espetinho com gosto.

Preciso comentar que isso atraiu os olhares dos rapazes, até mesmo do monitor bonitão?

Sua amiga, a tal de Carly, a cucutou e cochichou algo.

Sam: - O que foi, pessoal? Nunca viram uma garota comendo uma línguiça não? - Soltei um risinho, ela era mesmo cômica.

Os garotos rapidamente desviaram o olhar, menos o cara nerd que continuava lançando olhares para ela... Estava na cara que ele estava a fim, mas a bobinha nem percebia. Que adorável, só que não... 

Beck levantou e passou a mão no cabelo.

Jade: - O que foi? - Perguntei.

Beck: - Vou 'tirar água do joelho'... - Usou a expressão engraçada e eu mordi o lábio, assentindo.

Ele se afastou da nossa rodinha e rumou sumindo de vista entre as árvores que rodeavam o perímetro.

André: - Esse é meu amigo é foda, ele foi pegar uma gatinha no mato... - Comentou com Scott e David.

Scott: - Que moleque cachorrão! - Riu.

David: - Muito esperto o Oliver, tá certo! - Concordou.

Então, o filho da mãe teve a cara de pau de me enganar dizendo que ia mijar?

Olhei ao meu redor, procurando quem estava faltando entre as meninas.

Trina: - A vaca da Jessica se deu bem de novo! - Disse emburrada.

Tori: - Mas que coisa, deixa de ser invejosa, ela é sua amiga! - Brigou.

Jessica? Ah, claro, só podia ser... Estava até demorando para o Oliver dar uma escapadinha...

Levantei sendo o mais discreta possível e segui para a direção onde ele havia sumido, me embrenhando na floresta...

Eu ia pegar o cretino mentiroso com a boca na botija.

Jessica: - Ai, gato, que delícia... - Gemeu sendo agarrada contra uma árvore.

Ele já estava sem camisa. Parecia um vampiro chupando o pescoço dela.

Peguei uma pedra e fui para perto de um arbusto. Arremessei contra as costas dele e ele a soltou, deixando escapar um grito de susto e de dor. Me abaixei ficando escondida.

Jessica: - O QUE FOI? - Ficou apavorada.

Beck: - Fui atingido por algo. Tá doendo! - Gemeu lamentando.

Ele bem que mereceu.

Jessica: - Ah, meu Deus! - Ficou chocada.

Olhou para os lados desesperada e correu de volta para o acampamento, passando por mim sem me notar ali agachada atrás do arbusto.

Jade: - TE PEGUEI, OLIVER! - Saí do meu esconderijo.

[...]

P.O.V Do Freddie

Freddie: - Oi. - Me aproximei da Puckett e sentei no tronco ao lado dela.

Sam: - O que é? - Ergueu uma das sobrancelhas clarinhas.

Freddie: - Noite bonita, né? - Tentei puxar assunto.

Sam: - Éeeh... - Assentiu não dando muita bola.

Freddie: - Gosta de vaga-lumes? - Apontei um grupo sobrevoando uma plantinha.

Ela olhou para eles e se virou para mim.

Sam: - Fala sério, cara, qual é o teu problema? Caiu de cabeça quando bebê? - Indagou, debochada.

Freddie: - O que foi? - O que fiz de errado? A encarei confuso.

Sam: - Vá encher o saco de outra, não estou a fim de ouvir baboseiras! - Ai, que grossa.

Freddie: - Que pena, eu tenho batatinhas e queria companhia, é bom ter alguém para...

Sam: - Onde estão? - Me olhou interessada/desesperada.

Freddie: - Na minha mochila, lá na barraca. - Respondi.

Sam: - O que estamos esperando, colega? Vamos lá na sua barraca! Levanta! - Levantou e me puxou.

Seu ponto fraco era comida. Bem na mosca. Que loirinha comilona.

Freddie: - A Srta. Briggs não pode nos ver, vamos ser cautelosos, eu não quero levar adver...

Sam: - Fica 'tranqui', cara, aquela lá dorme mais que gata velha! - Deu risadinhas. 

Que mania de interromper as pessoas. Falta de educação.

Abri a minha barraca apressado, me atrapalhei e quase arrebentei o zíper. Estava um pouco nervoso. E se os professores nos pegasse? 

Sam entrou afobada e eu fiz o mesmo, fechei por dentro. Ela ligou a lanterna dela. 

Sam: - Cadê as batatinhas? - Nossa. Quanta gula, hein?

Nos acomodamos sentado sobre meu saco de dormir.

Freddie: - Calma. - Minha mãe nem sonhava que eu levei dois pacotes escondidos. - Sabor Cheddar ou salsa? - Indaguei.

Sam: - Os dois. - Sorriu sapeca.

Freddie: - Vamos dividir um. Amanhã comemos o outro. - Abri o pacote de sabor Cheddar.

Sam: - Beleza. - Concordou. - Que gracinha, nunca me ofereceram batatinhas, os garotos lá do colégio são uns babacas! - Contou. - Você é gentil. - Sorriu. 

Freddie: - Valeu. - Retribuí o sorriso.

Sam: - Se contar para alguém o que eu disse, eu te quebro os dentes! - Ameaçou.

Enguli em seco.

Freddie: - Relaxa. Ninguém vai saber. - Garanti.

Ofereci as batatinhas para ela.

Sam: - Vaga-lumes são legais. - Disse por fim.

Concordei. Apesar de doidinha e intimidadora, Sam Puckett era uma garota maneira.