P.O.V Da Sam

Sam: - Me dá a sua línguiça? - Cutuquei o Benson.

Freddie: - Hein? - Me olhou confuso.

Sam: - A sua línguiça. - Apontei para o seu espeto. - Ela é maior, a gente podia trocar. - Mostrei a minha.

Freddie: - Ah, tá. Minha mãe não gosta mesmo que eu coma nada que tenha carne suína. - Me entregou o espeto com aquela gostosura.

Sam: - Você ainda é o bebêzinho da mamãe, aposto que ainda toma leitinho e ouve historinhas antes de dormir... - Estendi o espeto até a fogueira, para que pudesse assar, ele fez o mesmo.

Freddie: - Isso não é verdade, então para com isso, se alguém te ouvir vai pensar que é verdade e vou ser alvo de zoações. - Disse preocupado.

Sam: - Ninguém aqui pode te zoar, Nerd. Só eu que posso, se pegarem no teu pé me avisa, a mamãe aqui vai encher a fuça deles de pancadas! - Bati meu ombro no dele.

Freddie: - Para uma garota do seu tamanho, você é forte demais. - Riu. - É uma loirinha valente. - Olhei para o seu braço esticado, ele era fortinho para um nerd.

Sam: - Fazer o quê? Se a vida me ensinou ser assim, ou você bate ou apanha. Ou é fraco ou forte, corajoso ou covarde! Não abaixo a cabeça para ninguém, Benson, nem mesmo para a minha mãe... - Ela batia em mim quando eu era criança, e quando virei adolescente, prometi a mim mesma que não apanharia calada, só por ser minha mãe, ela não tinha o direito de me bater como se eu fosse um saco de pancadas...

A última vez que Pamella Puckett me bateu eu tinha 14 anos, lembro de ter a empurrado e gritado com ela, despejando tudo que eu sentia, toda a raiva, mágoa e frustração. Ela se enfureceu e levantou a mão para mim mais uma vez, eu segurei seu braço com força e meu olhar a amedrontou.

Freddie: - Sam? - Espantei meus pensamentos quando senti seu toque no meu ombro. - Você está bem? - Indagou.

Sam: - Estou sim. - Forcei um sorriso e virei meu espetinho de línguiça.

Olhei para frente, notando todos os olhares caídos sobre nós. Até a Srta. Briggs estava curiosa, devia estar sabendo sobre o beijo e já estava ali de marcação cerrada.

Velha intrometida e estraga prazeres.

Ignorei seus olhares e me curvei contra o Benson, cochichando:

Sam: - Eles pensam que somos um casalzinho agora.

Ele ficou todo arrepiado com meus lábios próximos à sua orelha, ele virava um moranguinho quando eu chegava muito perto.

Estalei um beijo em sua bochecha, atiçando a curiosidade de todos que mantinham a atenção na gente.

Freddie: - Para com isso, Sam. - Resmungou.

Sam: - Estou provando para você que não tenho vergonha de ficar ao seu lado, estamos juntos, Nerd. - Sorri.

Freddie: - O que quer dizer com isso? - Me encarou abismado.

Sam: - Não sei, me diz você. - Mordi o lábio inferior.

Freddie: - Juntos... - Piscou atônico.

Sam: - J-U-N-T-O-S. - Soletrei ressaltando.

Ele continuou me encarando e eu prendi o riso.

Sam: - Olha para frente e vira a sua línguiça, ela vai acabar queimando. - Avisei.

[...]

P.O.V Da Jade

Jade: - Diz logo o que quer, seja breve porque estou com fome. - Cruzei os braços.

Oliver me olhou com aquela carinha de coitado.

Beck: - Só quero fazer as pazes, Jay. Não gosto quando brigamos, você é minha melhor amiga. Você e o André são os únicos em que eu posso contar e confiar. Não quero perder sua amizade por causa das besteiras que falei. Lamento por tudo aquilo, você têm todo o direito de estar com raiva, você também teve a sua vingança, mas eu só preciso saber se isto é realmente o que quer, se não vai me perdoar, se não quer mais que sejamos amigos... - Suas palavras carregadas de tristeza me tocaram.

Jade: - Você realmente precisava me esculachar daquele jeito para se sentir o fodão? Uma coisa é bancar o gostoso, outra coisa é falar todas aquelas merdas sobre mim. Como você acha que eu me senti ouvindo o meu melhor amigo falar mal de mim para um bando de garotas? - Indaguei.

Beck: - Me desculpa, Jade. Eu já te pedi perdão, sei que eu errei. Eu não deveria ter dito aquelas coisas sobre você, lamento por ter te magoado. Mas não precisa romper nossa amizade, não seja tão rancorosa, Jay. Me dá mais uma chance, por favor, só mais uma chance! - Implorou.

Jade: - E se pisar na bola de novo como sempre faz? É fácil se desculpar, eu até te desculpo e relevo, mas você vem e faz merda de novo. Você me faz de trouxa, parece que não se importa. E a bobona aqui te perdoa, mas ainda vai chegar um dia que vou desistir de você, Beck. Que vou cansar disso tudo e vou deixar de ser sua amiga e não vai ter mais volta! - Avisei, séria.

Beck: - Você vai ou não me perdoar? - Me encarou.

Encarei seus olhos castanhos.

Jade: - Vou... Mas só lembrando que é a sua última chance. Se pisar feio na bola comigo de novo, nunca mais nem olhe na minha cara, estamos entendidos? - Havia firmeza em meu tom.

Beck: - Sim. Estamos entendidos. - Confirmou.

Sequer me movi do lugar, continuei de braços cruzados.

Beck: - Posso te dar um abraço? - Abriu os braços, esboçando um sorrisinho.

Jade: - Não, eu ainda estou irritada com você. - Me mantive firme diante dele.

Se ele achava que iria me amolecer tão rápido, estava muito enganado.

Beck: - Obrigado. Prometo que não vou mais bancar o idiota, prefiro perder um braço a ter que perder sua amizade. Eu consigo sobreviver sem um braço. - Me abraçou mesmo contra a minha vontade.

Jade: - Você sempre vai ser um idiota, Oliver. Não faça promessas das quais não pode cumprir. Só não quero que me engane ou me faça de trouxa, e não fale de mim pelas minhas costas, fale na minha cara, mesmo que doa eu ainda prefiro que seja sincero, a pior coisa é ter um amigo que seja falso. - Falei.

Beck: - Está bem, Jay. Já entendi. - Deu tapinhas em minhas costas.

Voltamos para o acampamento, eu sabia que as meninas ficariam insatisfeitas, exceto a Sam. Tive que lidar com olhares tortos, até mesmo a Cat estava abismada.

Eu estava dando uma chance ao Beck, ciente de que eu poderia quebrar a cara de novo...

Mas fazer o quê se o meu coração me dizia para fazer aquilo? Prometi a mim mesma que seria a última chance, era bom que o Oliver tratasse de andar na linha comigo.

[...]

Horas depois, às 22h:41min...

P.O.V Do Beck

André: - O Prof. Sikowitz está agora mesmo enfiado na barraca da Srta. Briggs, cara, eu vi ele se esgueirando, dessa vez não foi o David quem disse...  - Harris contou.

Sam: - E eu achando que a velha ainda era virgem, ela só vivia zanzando pelos corredores do colégio com aquela cara de Bulldog que chupa limão. - Comentou fazendo todos rirem.

Billy: - Pelo menos ela e o maluco do coco transam, diferente de certas pessoas... - Lançou a indireta.

Geral fez careta, as meninas abafaram risinhos.

Beck: - Ei, mais respeito com o nosso professor! - Pedi.

Billy: - Camarada, o seu professor tá mandando a ver na minha professora, e qual é? Estamos aqui na maior porra do tédio e eles lá se divertindo... - Até que o idiota tinha razão.

Sam: - Que tal a gente fazer um joguinho? - Olhou para cada um ao redor da fogueira.

Jade: - Eu topo! - Foi a primeira a se animar.

Beck: - Tanto faz. - Dei de ombros.

Cat: - Pode ser de imitação? Eu sempre quis imitar uma mamãe canguru! - Bateu palminhas.

Jade: - É sério, caiu do berço quando era bebê ou você veio de algum planeta bizarro? - Não perdia a chance de implicar com a ruivinha.

Cat: - Minha mãe diz que eu e o meu irmão...

Trina: - Ninguém quer saber. Vamos logo brincar, pessoal. A gatona aqui quer beijar na boca! - Estalou os lábios carnudos.

Tori: - Deixa de ser atirada! - Acotovelou a irmã.

Megan: - Alguma sugestão? - Perguntou.

Freddie: - Que tal jogo de adivinhação? - Aquilo era sério?

Sam: - Nada disso, Nerd. Tem que ser algo mais empolgante. - Esfregou as mãos.

Robbie: - Jogo da garrafa, todo mundo se beija e ninguém sai perdendo. - O que aconteceu com o Shapiro tímido?

Valerie: - Que tal Sete Minutos No Paraíso? - Sugeriu a gatinha de olhos verdes.

Todos concordaram, até mesmo a Cat que não sabia do que se tratava.

David: - Podemos usar minha barraca, mesmo que um armário ou um quartinho de despensa seja mais divertido. Minha barraca tá limpinha, gente. - Se prontificou.

Taylor: - Tá legal, se formos descobertos, Elisa e eu estaremos encrencados, vocês terão que assumir a culpa também. - Avisou.

Megan: - Relaxa, monitor, ninguém aqui vai se dar mal. - Piscou para ele.

Sam: - Aqui a garrafa, essa deve servir. - Jogou a garrafa verde no meio da roda.

Jade: - Boa, loira. Vamos logo nos ajeitar. E para de me encarar, Sinjin. Não vai rolar. - Mostrou o dedo do meio pra ele.

Minutos depois...

Já havia se passado uns 4 minutos, Elisa e o David estavam dentro da barraca. As meninas correram para tentar espiar, se agrupando, garotas curiosas são fogo...

Billy: - Para um idiota, até que ele está se dando bem... - Debochou.

Taylor: - Fala isso porque está com inveja, quem não quer pegar a monitora gata? - Ui.

Billy: - Você. - Riu anasalado.

Jade: - Eles estão num amasso... Alguém deveria jogar água. - Disse risonha.

Os sete minutos chegaram ao fim, o casal voltou para a roda e continuamos o jogo.

A garrafa girou e para a nossa total surpresa, parou em mim e na Jade.

A morena me olhou alarmada.

Beck: - Posso girar de novo? - Tentei.

André: - Nem pensar, vocês sabem as regras. Sete minutos. Faço questão de cronometrar. - Amigo da onça.

Jade: - Vamos nessa! - A West levantou confiante.

A olhei um pouco encabulado...

Jade: - Vai mesmo arregar, Oliver? - Ergueu uma sobrancelha.

Sete minutos... Não era obrigado beijar, certo? Podíamos bater um papinho ou até mesmo ficar sem fazer nada, esperando o tempo passar.

[...]

P.O.V Do Freddie

Sam: - Vem? - Me estendeu a mão.

Freddie: - O quê? - A olhei confuso.

Sam: - Vem comigo, Benson, ou prefere ficar aí? Quer tentar a sorte para que a garrafa aponte para uma das patricinhas? - Franziu o cenho.

Ela estava me tirando do jogo por ciúmes? Me segurei para não sorrir, segurei são mão pequena, porém, pesada e levantei, seguindo a loira para fora da rodinha.

Juntos... Aquela palavrinha ainda não havia entrado de vez na minha cabeça. Estávamos juntos, segundo a própria... Por quê minha ficha ainda não caía?

Sam me empurrou para a barraca dela e nos trancou ali, no escurinho. Tateei a procura de alguma lanterna, com a loira sentada nas minhas coxas, os braços ao redor do meu pescoço.

Eu nem mesmo sabia o que estávamos fazendo ali... Droga, parecia um sonho maluco.

Sam: - Pensei que quisesse ficar comigo... - Arranhou minha nuca de leve, me deixando arrepiado.

Freddie: - Garota, é melhor a gente ir com calma... - Qual era o meu problema?

Sam: - Não precisa ficar nervosinho, a gente pode muito bem brincar de Sete Minutos No Paraíso aqui mesmo, seguindo as minhas regras... - Me deitou sobre o saco de dormir.

Ela sentou sobre meu abdômen e eu senti o ondular de seu corpo, com ela em movimentos em cima de mim, me fazendo sentir coisas...

Sam se curvou alcançando meus lábios no escuro, e eu me perdi no seu beijo, suas pernas ao meu redor, as mãos por baixo da minha nuca...

Por Deus, aquela loirinha atrevida iria me fazer perder a sanidade. Eu só torcia para não entrarmos em apuros, e se fôssemos pegos?