No dia seguinte...

P.O.V Do Freddie

Eu havia ficado com a Puckett na noite anterior, eu realmente havia dado uns beijos nela e não foi apenas um sonho. Quer dizer, diferente da Mitchell, a loira sim me ensinou a beijar... Nunca pensei que um beijo pudesse ser tão gostoso. E antes dela ir para a própria barraca, trocamos mais beijos e foi incrível.

Gibby: - Que cara é essa, Freddie? Tá com cara de quem andou roubando balinhas de loja de doces! - Que acusação estranha.

Freddie: - Só acordei de bom-humor. Nada demais. - Sorri.

Gibby: - Agora você deu um sorriso estilo pateta! - Ele estava me zoando?

Freddie: - Gibby, não enche! - Pedi.

Éramos amigos desde o sexto ano.

Gibby: - Agora você vai me falar, conta aqui para o seu amigão! O que tu andou aprontando? - Me abraçou de lado.

Freddie: - Eu? Nada! - Neguei.

Gibby: - Eu tenho o dia todo para arrancar isto de você! - Avisou.

Freddie: - Tá legal... Fiquei com outra garota. - Eu estava louco para contar a novidade, eu só não deveria revelar o nome.

Gibby: - Esse é meu Freddie! Ai que orgulho, o meu garoto está crescendo! - Bagunçou meu cabelo.

Freddie: - Credo! Sai pra lá, tá parecendo a minha mãe falando! - O afastei.

Gibby: - Agora me diz, quêm foi a gatinha? - Me cutucou.

Freddie: - Não posso falar. Foi mal aí. - Eu disse.

Gibby parou de andar ao meu lado e me olhou chateado.

Gibby: - Grande amigo você é, eu te contei quando a Soraya fez aquilo comigo no...

Freddie: - Nem precisa me lembrar. Eu não pedi detalhes. - Fiz cara de nojo.

Gibby: - Mas eu te contei e sempre te conto tudo do mesmo jeito! - Retrucou. - BRAD! SHANE! CHEGUEM AQUI, O NOSSO AMIGO QUER NOS CONTAR UMA NOVIDADE! - Filho da mãe.

Os rapazes vieram correndo, pareciam duas fofoqueiras carniceiras.

Brad: - O que foi, brothers? - Ele era mais curioso que o Shane.

Fuzilei o Gibson, ele ia me pagar por aquilo...

Shane: - Qual é a boa? Desembuchem logo! - Pediu.

Gibby: - Ele deu uns pegas numa menina! - Línguarudo.

Nossos amigos vieram me abraçar, dando tapas em minhas costas.

Brad: - Quêm foi a gatinha? - Ah, não...

Shane: - Ela é gostosa? - Indagou.

Freddie: - Não é da conta de vocês! - Avisei.

Os três me olharam ofendidos.

Brad: - É a Tori de HA? - Quis saber.

Gibby: - Megan? - Palpitou.

Shane: - A Carly? - Chutou.

Gibby: - Ei, mais respeito com a Carly. O Freddie nem faz o tipo dela! - Aquilo era ciúmes?

Freddie: - Não é nenhuma delas. E vocês não vão saber por minha boca. O Gibby tá a fim da Carly. Que tal darem conselhos para ele sobre conquista? - Deixei o Gibson numa saia justa e me mandei dali.

Quando cheguei para me servir durante o café-da-manhã, a Puckett já estava na fila das meninas, segurando uma caneca de alumínio, e uma tigelinha de plástico.

Srta. Briggs: - PODE SAIR DESSA FILA, SAMANTHA, VOCÊ JÁ TOMOU O CAFÉ-DA-MANHÃ! - Gritou, entregando a primeira refeição do dia junto com o professor Sikowitz.

Sam: - Mas que inferno, não se pode mais nem repetir! - Reclamou se retirando da fila amuada, enquanto o pessoal apenas ria.

[...]

P.O.V Da Sam

Freddie: - Pode ficar com o meu mingau. - Estendeu a tigelinha verde.

Sam: - Quêm disse que eu quero? Eu tenho cara de esfomeada? - Quebrei um gravetinho ao meio.

Freddie: - Você entrou na fila querendo repetir, não é? - Sentou no tronco ao meu lado.

Sam: - E se foi? É da sua conta? - Me afastei um pouco, nossos colegas estavam nos olhando, curiosos.

Freddie: - Pode tomar. Eu não quero, não precisa ficar com vergonha. Não gosto, e minha mãe me obriga a tomar em casa... - Fez careta.

Revirei os olhos e aceitei.

Sam: - Só vou aceitar para que não estrague. É pecado jogar alimentos fora. Deveria ser crime. - Peguei a colher. - Agora saia de perto de mim, está todo mundo olhando... - Resmunguei.

Freddie: - Você tem vergonha de ser vista comigo? - Me olhou, incrédulo.

Fiquei calada... Na verdade, não era vergonha. Eu só não queria que o pessoal ficasse supondo coisas e ficasse falando de nós dois por nossas costas.

Freddie: - Pensei que a gente já estava se tornando amigos... Pelo visto me enganei. - Ele levantou e foi embora, parecia muito chateado.

Sam: - Droga! - Praguejei em voz baixa.

Wendy: - Ei, Sam! - A ruiva veio em minha direção.

Sam: - O que é? - Perguntei, irritada.

Wendy: - A gente quer falar com você. Estaremos te esperando perto do lago, ao lado dos arbustos com frutinhas vermelhas. - Me avisou.

Sam: - A 'gente' quêm? - Indaguei, confusa.

Wendy: - As meninas e eu. Se trata sobre a Jade, é urgente. - Ela não queria entrar em detalhes.

Sam: - É caso de vida ou morte? - A encarei.

Wendy: - Bom, aí depende, apenas nos encontre lá. Estaremos te esperando. - Deu o recado e saiu correndo indo para perto da nojenta da Valerie e de suas amiguinhas metidas.

Tomei o mingau que não era tão bom, mas aquecia o estômago e raspei a tigelinha. E por causa da minha curiosidade, decidi ir ver o que elas queriam comigo.

Ao chegar no tal ponto de encontro, me deparei com o grupinho misturado, e no meio das meninas, estava a morena gótica.

Sam: - E aí? O que é que tá pegando? - Me aproximei.

Elas sorriram e ficaram alegres com a minha chegada. Que diabos estava acontecendo?

Apenas Carly e Elisa não estavam ali.

Jade: - Que bom que veio, loirinha, a gente queria mesmo falar contigo! - Aquilo só aguçou a minha curiosidade.

Sam: - Quando um bando de garotas se juntam, coisa boa é que não é... - Comentei.

Cat: - Estamos planejando acabar com a raça de um garoto! - Disse empolgada, soltando uma risadinha aguda.

Sam: - Quêm é o pobre infeliz? E o que ele fez? Se a gente for mesmo dar cabo nele, é melhor a gente jogar o corpo no rio e...

Tori: - Ei, que horror! Ninguém vai matar ninguém aqui! - Me interrompeu.

Elas estavam me olhando horrorizadas, até mesmo a West que tinha ficado um pouco tensa.

Sam: - Qual é, meninas? É brincadeirinha! - Eu ri. - Mas mandem a real aí, a mamãe aqui está louca para saber qual é a parada. - Sorri.

Jade: - Quero me vingar do Oliver. As meninas já me ofereceram ajuda, agora queremos saber se você pode nos dar uma mãozinha! - Explicou.

Sam: - Tô dentro. Mas ele não era o seu amigo? - Estranhei.

Foi então, que elas me explicaram tudo.

Sam: - Mas que filho da mãe! - Me indignei. - Agora me falem sobre o plano, meninas. - Pedi.

Elas me contaram e aquilo com certeza seria épico... Pobre do tal Beck Oliver, só que não.... Seria um prazer ajudá-las e acabei dando umas ideias.

[...]

P.O.V Da Jade

Jade: - Boa ideia, Puckett. A gente sabia que podia contar com você. - Sorri.

Sam: - Sei que sou foda, não é à toa que sou a princesa das pegadinhas! - Sorriu, convencida.

Jade: - Tá okay, fodona. - Bati na bunda dela.

Tori: - E se ele se machucar? - Nos olhou apreensiva.

Cat: - Oh, meu Deus! E se ele morrer? - Estava com medo.

Trina: - Não sejam, tontas! Ele não vai morrer, suas lesadas! - Ui, gostei daquela Vega.

Jade: - Atenção, cada uma trate de fazer a sua parte para que o plano dê certo! - Ressaltei.

Sam: - Vou ficar de olho nelas. Se pisarem na bola, vão se ver comigo! - Ameaçou.

Jade: - Agora vão, se espalhem! E não esqueçam, se por acaso formos pegas, apenas neguem, beleza? - Encarei cada uma delas.

Sam: - Neguem até a morte. Isso pode causar a nossa expulsão. - Complementou.

Cat: - E se formos torturadas? - Levantou o braço para falar.

Jade: - Mastiguem a língua. - Respondi.

Sam: - Nada de dedo-duro, se abrirem o bico, lembrem-se, os caguetes são os primeiros que morrem! - Ela era tão terrível quanto eu.

Jade: - Agora, circulando! Circulando! - As enxotei.

Elas correram e ri me divertindo. O Oliver ia ter o que merecia. Ia pagar por cada mancada...

Sam: - Tem certeza que não vai se arrepender? - Estávamos à sós.

Jade: - Absoluta. - Respondi sem tibubear. - Ele merece. - Eu disse com rancor.

Ela assentiu e arremessou uma pedrinha no lago.

Sam: - Se tudo der certo, você terá a sua vingança. - Deu tapinhas em minhas costas, tentando me animar.

Jade: - Eu espero... - Concordei.

Quêm mandou o Oliver ser tão babaca? Ele ia ver só. Ninguém machuca uma West e sai impune.

[...]

Horas depois, às 19h:22min...

P.O.V Do Beck

André: - O que você tem? - Me olhou intrigado, eu não conseguia parar de coçar as minhas axilas.

Beck: - Não sei... Só estou com essa maldita coceira que não para... - Aquilo já estava ardendo pra caramba.

André: - Que estranho! Será que é alergia? - Presumiu.

Beck: - Não sei. Dá uma olhadinha para mim. - Levantei os braços, eu estava de camiseta.

André: - Credo, cara... Sai pra lá, essa coisa tá até encaroçada... Tá brotando um monte de bolinhas vermelhas. - Disse enojado.

Beck: - É alergia... Mas que merda! Eu uso desodorante anti-alérgico. Eu não devia estar com alergia. - Comentei ficando confuso.

André: - Pois é, é melhor cuidar disso aí. Tá bem feio. - Avisou.

Levantei e fui pegar a minha mochila na barraca. Peguei o meu desodorante para dar uma olhada. Estava tudo certo com o frasco. Abri o potinho só para verificar, eu usava em creme. Assim que destampei, senti um aroma suave.

Não parecia nada com o aroma amadeirado do meu desodorante especial.

Beck: - Cheira aqui! - Pedi para o Harris.

André: - Eu não. - Se recusou.

Beck: - Cheira logo, pare de frescuras.  - Mandei.

Ele pegou o pontinho marrom e cheirou o conteúdo.

André: - Desde quando tu usa desodorante feminino? - Riu. - Muito perfumado. Têm arominha floral... Hum... Quando é que você vai sair do armário? - Tirou sarro.

Beck: - Esse desodorante não é meu, idiota! - Bati na cabeça dele. - Trocaram. - Falei.

André: - Quêm faria isso? - Começou a rir.

Beck: - Hum... Não sei. Mas isso é sacanagem, agora tô todo cheio de coceira e essa porra tá ardendo! - Falei irritado. - E eu tenho um encontro à beira do lago com uma gatinha misteriosa! - Sorri, lembrando.

André: - O que é isso no teu cabelo? Aí atrás? - Indagou.

Beck: - O quê? - Virei para ele.

Harris levantou e me fez virar, começou a tocar no meu cabelo.

André: - Ih, merda! Isso é chiclete, mano! - Avisou.

"PUTA QUE PARIU!"

Beck: - Não acredito! Mas que inferno! Tira essa porcaria do meu cabelo! Eu tenho um encontro! - Me desesperei.

Ele tentou puxar, mas doeu pra caralho. Parecia grudado no meu couro cabeludo.

André: - Vamos precisar de uma tesourinha aqui. - Desatou a rir.

Aquilo só podia ser karma. Aquilo não podia estar acontecendo comigo.

Minutos depois...

Beck: - Tá muito feio? - Eu estava quase chorando.

Além da alergia nas axilas, eu estava com uma porra de uma falha no meu lindo cabelinho.

André: - Coloca o gorro. - Me entregou o gorro vermelho.

O coloquei e eu olhei, ele prendia o riso.

André: - Agora sim. Nem dá para ver o seu cabelo pirocado! - Merda. Merda. Merda.

Beck: - Tô indo. A gatinha já deve estar me esperando. - Pelo menos eu estava cheiroso.

André: - Boa sorte com o encontro. - Desejou.

Beck: - Valeu. - Tudo que eu precisava era de sorte no encontro com a gata misteriosa.

Ela havia deixado um bilhete na minha barraca... Era uma menina criativa, escreveu o bilhete usando um pedaço de madeira retangular e carvão provavelmente da fogueira.

Fazer o quê se ela não tinha papel e caneta? Até que gostei daquilo.

Cheguei no local indicado, eu até apanhei uma flor no caminho.

E lá estava eu plantado, de frente para o lago, observando a água escura. Nenhum peixinho pulava ou emergia.

Até que ouvi passos, sorri. Ela havia chegado.

Quando eu ia me virar, senti uma pancada na cabeça. Fiquei tonto. Outra pancada. Aquela doeu.

Acabei perdendo os sentidos após ficar mais zonzo...