Universo em conflito escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 51
Filha das sombras




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Cada peça de roupa tirada do armário era uma facada no seu coração. Aquele vestido era de Paris, obra de um estilista famoso feito exclusivamente para ela. A calça tinha vindo de Milão, juntamente com uma belíssima jaqueta. Aquele casaco no estilo europeu foi comprado na Inglaterra. A blusa tinha sido feita com seda de primeira qualidade importada da China.

Primeiro Penha usou os lençóis, as fronhas, seus roupões e toalhas de banho e rosto. Quando viu que não era suficiente, teve que recorrer as suas roupas caras de grife.

Ela não sabia quantas horas eram, pois não havia tempo para olhar o relógio. Os policiais tentaram voltar quatro vezes e em todas ela os fez brigar uns contra os outros. Ainda assim não conseguiu se aproveitar da confusão para fugir

Quando achou que a corda estava longa o suficiente, ela amarrou uma ponta no pé da cama e atirou a outra pela janela torcendo para que aguentasse seu peso.

— É agorra ou nunca. – murmurou decidida e pulou a janela, descendo aos poucos e devagar.

Ela não tinha muita força nos braços e foi um sacrifício se segurar. O ferimento doía muito e suas mãos latejavam de dor. Penha foi descendo aos poucos até faltar apenas dois andares.

“Eu estou indo muito bem. Só mais um pouco!” a moça respirou fundo e continuou descendo.

Um som fez com que ela parasse. Era um barulho fraco que lhe encheu de pavor: o som de tecido sendo rasgado. Ela ficou parada por um tempo, com medo até de respirar. Quando tentou continuar a descida, ouviu o som novamente e daquela vez não teve jeito. A corda se rompeu e seu corpo foi lançado em queda livre.

Um grito esganiçado saiu da sua boca e ela fechou os olhos com força esperando o baque do seu corpo contra o chão. Algo lhe segurou impedindo sua queda. Ou melhor, alguém.

— Agnes?

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— O que vai acontecer comigo, seu Boris? – Sofia perguntou quando o homem parou a caminhonete em frente à casa dela.

— Imagino que você deve saber de muitas coisas.

— Mais ou menos. Nem tudo elas faziam na minha frente.

— Você deve saber o que aconteceu com os membros do conselho, certo?

Ela abaixou a cabeça e começou a chorar.

— Não queria nada daquilo, eu juro! Elas disseram que iam dar uma lição neles, mas não pensei que ia ser daquele jeito!

— Você viu tudo?

Pelo jeito que ela chorava, Boris percebeu que deve ter sido horrível demais e resolveu evitar os detalhes por enquanto.

— Então você deve saber onde eles estão. – a moça fungou.

— A Penha pôs uma venda nos meus olhos quando a gente foi pra lá e depois pra ir embora. Nem sei onde fica aquele salão.

Aquilo foi um banho de água fria. Cansado de tantos sustos, ele resolveu encerrar por ali mesmo.

— Você salvou minha vida, então te devo um favor e vou te ajudar. Se tudo der certo, você não será responsabilizada por nada do que Agnes e Penha fizeram. Só preciso que colabore comigo.

— Tá bom, eu vou colaborar. Só quero ir pra casa, por favor!

Eles desceram do carro e Boris tocou a campainha da casa dela. Sua mãe chorou quando viu a filha na sua frente e seu pai estava muito preocupado. Ele explicou a situação para o casal e foi embora dali morto de cansaço.

O celular tocou, deixando-o ansioso. Era da polícia.

— Ela não estava lá? Procuraram pelas redondezas?

— Sim senhor. Um dos nossos homens descobriu uma cova rasa com dois cadáveres com o mal da múmia. Mas a mulher mesmo a gente não encontrou.

— Minha irmã estava muito fraca quando a deixei. Ela não deve ter ido muito longe!

Após mais um pouco de conversa, ele desligou o celular praguejando várias vezes. Como Agnes tinha conseguido escapar sendo que ela mal se aguentava em pé?

Seu corpo ficou mais cansado que nunca com essa péssima notícia e ele resolveu ir para casa. Duas viaturas o esperavam, era sua proteção policial para o caso de aquela louca o perseguir. Também havia duas em frente à casa da Sofia. Por enquanto aquilo tinha que bastar.

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Era um bom esgoto. Amplo, dava para caminhar de pé sem grandes dificuldades. Ela gostaria de ter sempre encontrado algo assim em suas andanças.

Berenice estendeu um lençol no chão e sentou-se nele. Em uma sacola, ela levava algumas frutas e pães que tinha conseguido no hotel antes que a polícia batesse à sua porta. Graças aos seus insetos, que lhe avisaram com antecedência do perigo, ela pode escapar sem dificuldade.

— Agora é só esperar. – Disse para si mesma. Ela acabou estranhando um pouco o chão duro. Alguns dias dormindo em uma cama a deixaram mole. O jeito era se conformar, seria por pouco tempo.

Enquanto isso ela foi fazendo planos para depois da Serpente trazer sua filha de volta.

“Vou conseguir uma casa bem bonita para nós duas e fazer coisas gostosas para ela todos os dias. Será que ainda sei cozinhar? Faz tanto tempo... Ah, também vou arrumar roupas para ela, as mais lindas que tiver! E ela nunca mais vai sofrer com crianças endiabradas de novo, a Serpente vai acabar com todas! Ela só terá amigos bons e gentis.”

E ficou ali fazendo planos para o futuro e aguardando a chegada do grande dia. Tudo estava bem encaminhado apesar dos contratempos.

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Agnes a pôs no chão e Penha quase desmoronou de tão moles que suas pernas estavam.

Mon Dieu! Agnes, você se esforçou demais, deve estar muito fraca! Como conseguiu chegar até aqui? – sua amiga sorriu, um sorriso estranho e gelado que a deixava tão assustadora quanto uma expressão furiosa.

— Não estou fraca. Não mais. A escuridão me alimenta. Sou um deles agora.

— Um... deles?

Ela caminhou pelas sombras com os braços erguidos.

— O povo das sombras. Vê? – as sombras pareciam dançar ao seu redor e Penha viu que eram como tentáculos prontos para agarrar qualquer vítima desavisada. – Não preciso mais sugar energia para sobreviver embora eu ainda possa fazer caso queira.

— Eu não acredito, você tomou a sombra líquida? Agorra não poderrá mais ver a luz!

— Quem precisa da luz? Depois que a Serpente voltar, não haverá luz nenhuma. Nós dominaremos esse planeta e acabaremos com todas as pessoas nele.

A moça sentiu um nó no estômago. Aquilo estava ficando um tanto assustador para ela.

— E como você está? Sente alguma coisa diferrente?

— Eu me sinto uma com a escuridão e estou evoluindo. Ah, devia ter feito isso antes, é muito melhor!

Merveilleux (maravilhoso)! E o que vamos fazer agorra?

Seguir o plano.

Só que você é um deles...

Em breve você também será. – a jovem arregalou os olhos.

— E-eu?

— Claro! Você não vai me deixar sozinha, vai? – ela chegou mais perto e Penha viu melhor seu rosto. Sua pele ficou mais pálida que antes e seus olhos estavam totalmente pretos como se a pupila tivesse dilatado e tomado conta de toda íris. E aquele olhar não era mais de um ser humano. – Você virá comigo, Penha. Seremos amigas para sempre. Ah, não tenha medo de mudar! Eu tive e agora vejo que não havia razão alguma para temer. Você também verá. Ainda está comigo?

Penha não sabia se queria ser uma criatura das sombras, mas sabia que tinha ido longe demais para recuar. O que mais havia para fazer? Voltar para o seu quarto e enfrentar seus pais juntamente com a polícia? Virar as costas para Agnes e sofrer com a destruição que o mundo estava prestes a presenciar? Perder a única pessoa que se importava com ela? Talvez ser uma criatura das sombras não fosse tão ruim afinal. Agnes parecia muito bem consigo mesma.

— Eu estou com você, querrida. Nós vamos conseguir. – Agnes voltou a sorrir e lhe deu um beijo no rosto, deixando-a vermelha. Era a primeira vez que a amiga fazia isso.

— Então vamos. Ficaremos escondidas até o dia chegar. Depois disso não iremos nos esconder nunca mais. Fique tranquila, não deixarei que nada de mal te aconteça. 

—_________________________________________________________

Cebola acordou bem disposto e foi preparar o café para si mesmo e para o inquilino. Enquanto trabalhava, ele ia conferindo as mensagens no celular. A criação do grêmio estudantil estava indo bem e as eleições iam ser no dia quinze de novembro.

Mônica estava ajudando a organizar a votação e vários alunos se ofereceram para os cargos de tesoureiro, vice-presidente, secretário geral e outros. Marina logo se candidatou para diretora de cultura. Jeremias queria o cargo de diretor de esportes e lazer e Denise se candidatou para o cargo de diretora social, pois ia ter a tarefa de organizar as festas promovidas pelo grêmio. Ela também ia cuidar do Facebook do colégio e manter os alunos atualizados sobre todas as novidades.

Cada um foi dando sua contribuição. Luca, Xaveco, Tikara e até o DC estava disposto a deixar sua birra contra ele de lado em nome de um bem maior.

Enquanto o café ia sendo preparado na cafeteira, Cebola colocou sobre a mesa pão, manteiga, queijo e biscoitos. O inquilino gostava de café bem forte e sem adoçar.

— Bom dia, rapaz. – Paradoxo apareceu e Cebola deu um grande sorriso.

— Poxa, você não morre mais!

— Claro que não, também sou imortal. Tem alguma novidade?

— Ih, um monte. Senta que vai levar tempo!

— Não se preocupe, temos algum tempo de sobra. Parece que minha habilidade voltou a funcionar ainda que limitada.

— É porque a barreira tá enfraquecendo. A tendência é melhorar bastante até o dia 31.

Cebola o pôs a par das novidades e finalizou.

— Nós vamos precisar da sua ajuda depois que consertar a barreira.

— Com minha habilidade de controlar o tempo restaurada, creio que poderei te ajudar.

— Eu preciso da sua ajuda pra outra coisa também. É o seguinte.

Ele lhe contou o plano e finalizou.

— Dá pra fazer isso? É muito importante.

— Bem, creio que terei de pedir mais alguns favores, mas pode ser feito.

— Fechou então. Com isso, a gente vai resolver dois problemas de uma vez só.

Paradoxo foi embora, pois ainda precisava poupar as energias. Cebola voltou a preparar o café e percebeu que o ponteiro do relógio tinha ficado parado no mesmo lugar, voltando a se movimentar só naquele instante. Algum poder Paradoxo ainda tinha e ele sabia que no dia 31 ia ficar mais forte.

— E aí, belê? – o rapaz cumprimentou quando o inquilino entrou na cozinha descabelado, bocejando, coçando um olho com uma mão e o traseiro com a outra.

— Beleza. O café tá pronto?

— Tá na mão. Parece que as coisas estão difíceis lá na faculdade, você tem estudado pra caramba.

— Não é mole não, cara. Você tem que ralar muito. Pelo menos vão dar uma festa super bacana de Halloween e só vai ter gata!

— Eu também vou numa festa de Halloween que uma amiga tá organizando.

— Aquela bonitinha de cabelos curtos? Parece que ela tá na sua, por que não aproveita? Gata daquele jeito, uma hora aparece alguém e você fica na mão.

Eles tomaram o café enquanto conversavam e cada um tomou seu rumo. Ele estava se preparando para sair quando encontrou um carro estacionado em frente a sua casa com Boris do lado de fora.

— Seu Boris? O que tá pegando?

— E aí, véi? Err, oi seu diretor... a gente tava indo pra escola, é sério! – Cascão apareceu também junto com Magali.

— Tudo bem. Venham, vou levá-los. Precisamos mesmo conversar.

No meio do caminho, Boris contou a eles tudo o que tinha acontecido no dia anterior.

— Véi, a Srta. Drácula tentou te sugar? Ops, foi mal...

— Sim, ela tentou sugar a mim e Sofia também. Ainda bem que conseguimos fugir.

— E como ela ficou? Conseguiram prendê-la? – Magali quis saber.

— Infelizmente não. Ela fugiu de alguma forma e continua a solta por aí. O pior é que Penha também desapareceu.

O susto foi geral.

— Cara, isso não é nada bom! – Cebola disse.

Boris reduziu a velocidade para que tivessem mais tempo de conversar.

— Não mesmo. Eu tenho certeza de que elas tentarão trazer a Serpente de volta depois que vocês consertarem a barreira.

— Também acho isso, mas que até agora só tem elas e não dá pra trazer a Serpente de volta com apenas dois cavalos.

— Os outros dois podem aparecer com o tempo e elas já devem estar procurando. Vocês precisam tomar muito cuidado.

Eles chegaram no quarteirão da escola e Boris falou ainda preocupado.

— Tomem cuidado, por favor. Aquelas duas são capazes de fazer qualquer coisa para conseguirem o que querem. E ainda tem aquela mulher esquisita que ficava na casa da Agnes. Ela também desapareceu e deve estar com elas agora.

— Mulher esquisita? Não tava sabendo dessa. – Cebola ficou curioso.

— Dizem que seu nome é Berenice e... o que foi? Você conhece? – Boris perguntou ao ver que os olhos do Cebola triplicaram de tamanho e ele ficou de boca aberta.

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Era um quarto pequeno com duas camas, escrivaninha e banheiro. Teria que servir, por enquanto.

— Eu não sabia que tinha tantas coisas em baixo da Vinha. – Penha falou sentando-se numa das camas. Berenice ocupou a outra.

— A gente podia ter ficado no esgoto mesmo.

— Então fica você, eu prefirro dormir numa cama. Mas só tem duas... a gente vai ter que dividir, Agnes.

— Não preciso de sono. Vocês dormem e eu vigio.

— Ainda não acredito que você tomou sombra líquida. Agora não pode mais andar sob o sol. – Berenice falou.

— Se eu não tivesse feito isso, teria morrido e o plano iria por água abaixo.

— Blé, nem me fale de água!

Agnes se voltou para Penha.

— Eu não posso sair agora, mas quando anoitecer trarei comida e roupas. Tem água e sabonete no banheiro, você pode tomar um banho se quiser.

— Obrigada, amiga. Farrei isso, eu estou fedendo que nem a Berrenice!

A mulher soltou um palavrão e deitou-se na cama, virando para a parede. Penha foi tomar banho e Agnes sentou-se na cama dela para pensar. Ia ser muito desagradável ficar no mesmo quarto que aquela porca, mas faltavam apenas dois dias. Elas iam sobreviver a isso.

Olhando melhor os cabelos dela, Agnes pode ver que a quantidade de fios brancos tinha aumentado muito. Com a barreira cada vez mais fraca, a vida dela estava sendo sugada com mais rapidez. E quando a barreira fosse normalizada, o envelhecimento dela ia ser mais rápido ainda. Se ela não estivesse enganada, Berenice ia envelhecer em poucos dias tudo o que não tinha envelhecido durante anos. A serpente ia cobrar seu preço com certeza. Se durasse um mês, seria muito.

Ela sabia que Penha também estava sendo sugada, mas por ser nova e cheia de energia aquilo não lhe afetava muito por enquanto. Mesmo assim ela sabia que a jovem também ia envelhecer mais depressa se não fizesse nada, por isso pretendia conseguir mais sombra líquida quando a Serpente voltasse. Assim Penha não ia morrer e ela nunca mais ia ficar sozinha em sua vida.

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Quando Boris falou o nome “Berenice”, Cebola ficou de olhos arregalados e boca aberta.

— Berenice? Sério mesmo? Quer dizer, eu conheço alguém com esse nome, mas não sei se é a mesma pessoa... – Ele falou rapidamente o que sabia e Boris prometeu falar com a polícia para ver se descobriam mais alguma coisa.

Quando chegaram, Cebola fez um pedido antes de eles descerem do carro.

— Aqui, eu tava pensando... será que não rola do senhor dar uma carona até a Vinha? Ir de bicicleta vai ser complicado e não tem ninguém pra levar a gente. E quando acabar, teremos que voltar antes que nossos pais percebam.

— Tudo bem, posso fazer isso sem problemas. A que horas devo pegar vocês?

— A gente precisa chegar lá na Vinha as duas da manhã porque não sei quanto tempo vamos levar pra achar o lugar certo. O melhor momento pra consertar a barreira é entre 3 e 4 da manhã, é por isso que gente precisa chegar lá tão cedo.

Deu para ver que o homem não gostou muito, mas mesmo assim aceitou.

— Estejam prontos a uma e meia da manhã então. Nessa hora o trânsito estará livre e chegaremos rápido.

Eles se despediram do diretor e entraram na escola. Mônica também se juntou a eles e foi colocada a par da novidade.

— Credo, que azar! O que a gente faz agora?

— Vamos seguir o plano, é o que dá pra fazer.

A aula começou e Cebola ficou pensando consigo mesmo. Seria a mesma Berenice de Sococó da Ema ou era só coincidência?

“Por essa eu não esperava. Não duvido nada que seja ela mesma .” Era estranho. Lhe falaram que ela tinha refeito a vida. Será que ela era também um dos quatro cavalos?

Cebola fez as contas. No mundo original Penha era o cavalo da guerra. Tudo indicava que ali era a mesma coisa. Agnes era o cavalo da fome. Restavam os cavalos da peste e morte e ele deduziu que Berenice devia ser o segundo, como no mundo original. Quem ia ser o da peste se o Capitão Feio alternativo morreu quando era criança?

Quando pensou no Feio, uma preocupação acabou surgindo. No mundo original, Cascão chegou a herdar os poderes do vilão duas vezes. Seria o destino tão canalha assim a ponto de tornar seu amigo alternativo o cavalo da peste?

“Só faltava mais essa!” como não adiantava especular, ele resolveu parar de pensar nisso por enquanto. Não ia levar a nada mesmo.

—_________________________________________________________

Sofia estava em casa vendo televisão. Depois do trauma que passou, ela tinha sido dispensada da escola pelo resto da semana para poder descansar. Ainda lhe magoava muito saber que Penha a tinha deixado com Agnes como provisão de emergência. Como aquela ingrata pode ter feito aquilo com ela?

“Isso não vai ficar assim” pensou. Vou ajudar o Cebola e os amigos dele no que puder, mas elas não vão conseguir de jeito nenhum!

O maior erro de Penha e Agnes foi subestimá-la, achando que era uma criatura burra sem entendimento nenhum. Era por isso que elas sempre falavam dos seus planos na frente dela. E Sofia sabia se fazer de boba quando queria.

“Quando o Cebola sair da escola, eu vou falar com ele.” Prometeu a si mesma. Era uma forma de compensar pelo erro que cometeu de andar com aquelas duas.


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