Beast Hunters escrita por HAlm


Capítulo 7
A Mão de Anúbis


Notas iniciais do capítulo

Devido à faculdade, vou postar com uma frequência menor agora. Antes era mais garantido que eu poderia postar a cada semana...

Dessa vez, a personagem de Aghata.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786767/chapter/7

De longe podiam ver cinco enorme torres que se erguiam como longos e grossos dedos de uma escura mão gigantesca soterrada. Os veículos estavam indo à toda velocidade na direção das construções.

Vael olhou por cima do teto da caminhonete, segurando forte as barras de metal.

— Ali é a base?

— Sim - Yara descruzou os braços e brincou com o dedo indicador em seu cabelo curto, enrolando os fios de pêlos. - Lá que vocês vão morar. Lá é a base de onde vemos quais serão as próximas missões.

— Mas o que era aquilo? - Liane se levantou ao lado de Vael.

— Pelo que conseguimos descobrir, era um antigo templo de Anúbis. Uma das poucas coisas que restou de templos depois do leão filho da puta decidir banir a religião.

Eles não responderam nada. Apenas fitaram o sol entre os prédios sendo ocultado à medida em que os veículos se aproximavam e entravam em rampas para o subterrâneo.

Paredes enegrecidas e um estacionamento sem vida senão os mecânicos e outros veículos iluminados pelas luzes ao teto.

— É isto... - Os veículos todos desaceleraram até parar próximos a barreiras construídas que impediam a passagem deles ao pátio, agrupando animais curiosos para ver quem chegava. - Bem-vindos à caçada, beast hunters. Aqui será seu novo lar.

O subterrâneo entre os cinco "dedos" era do tamanho de um bairro. As casas eram como cubos espalhados e no centro de tudo, uma estátua a Anúbis com objetos e oferendas em seus pés onde um morcego idoso se alimentava e bateu as asas para voar e sair dali.

Deveria ser conhecido por todos, provavelmente deixavam os viajantes que não ficassem parados em um lugar se alimentarem das oferendas.

— Aquele senhor sempre vem aqui - Yara disse. - Ele come e leva. Talvez para familiares. Não sei ainda o motivo de ele não viver aqui conosco... Talvez não sinta que possa ajudar, ou algo assim, mesmo que já tenha dito que poderíamos deixar eles em algum lugar. Temos famílias também por aqui.

— Eles não lutam? - Vael perguntou.

— Não. Eles trabalham de outras formas. Plantam os alimentos no andar abaixo deste ou fazem roupas.

Todos desceram dos automóveis e caminharam ao pavilhão. A multidão deu espaço para os novos membros passarem.

À distância, Vaiska e Keliser juntos. O lobo guará tubarão sentado relaxado com a perna direita sobre o joelho esquerdo enquanto bebia alguma coisa em um copo, olhando com desdém para a multidão. Vaiska, por sua vez, estava em pé, de mãos juntas com sua cauda felpuda balançando sem parar, ansioso pelos novos membros.

Keliser afastou o copo da boca, levemente incomodado com o amigo.

— Vaiska, se acalma cara. Não deve ser ninguém. Faz três anos que eles não aparecem...

— Você ainda tem que ter alguma esperança aí, Kel! - replicou com uma voz manhosa.

— Eu só espero que Vael... Que ele... - Respirou fundo antes de continuar sem chorar. - Que tenha sido rápido...

— Kelsier! Não diga isso, eles ainda podem estar vivos!

Kelsier voltou a beber.

Ele e o esquielho Vaiska eram os que sabiam da dor que ele sentia grande parte das noites. Acordava de seus pesadelos com o coração doendo e pesando sempre que sonhava com Vael.

— Mas Kel? Você tem que ver isto. - Apontou para a multidão.

— O que foi, Vaiska! 

Kelsier olhou para o amigo e logo após para onde o dedo apontava e seus olhos se arregalaram ao ver o guaxinim correndo alegremente, acenando para os dois.

Sua mente voou. 

Em sua imaginação ele se levantava e corria na direção de Vael, o abraçava e o beijava apaixonadamente... Mas até agora, apenas um sonho acordado.

— Vaiska! Kelsier! - Pulou para um abraço no esquielho e depois abraçou o outro amigo mesmo sentado hipnotizado pelos próprios pensamentos.

— Ei! O Vael! Ele tá aqui! - Vaiska gritou o mais forte que podia. Logicamente apenas os que conheciam o nome do guaxinim se aproximaram às pressas, e ele, claro, ficou muito feliz com seus amigos. Até mesmo sua psicóloga ali, vivos e inteiros.

— Eu falei pro Kelsier! Sabia que o Vael estava bem! - disse uma voz fina e rouca vinda de Caroline, a quokka.

Carol sorriu para Vael com suas bochechinhas gordinhas sendo marcadas pelo sorriso... Um sorriso diferente, já que sempre sorria.

— Eu estava meio duvidosa, mas é bom que você esteja bem - Vess sibilou. Era uma serpente, então logicamente a língua longa, afinada e bifurcada atravessaria as duas presas da naja.

Vess chegou mais perto do amigo e o abraçou carinhosamente.

— Nem a pau que iria perder meu melhor amigo.

— Ehr, pessoal? Não acham que ele tá meio cansado? - Lully se pronunciou.

Foi uma das primeiras vezes em que Vael a viu com alguma roupa não exagerada.

A coelha colocou uma das mãos na cintura e fez uma cara pensativa.

— Sei que todos estão com saudades e tal, mas ele deve estar bem cansado. Vamos deixar ele descansar um pouco...

— Me dêem licença? - uma voz levemente irritada soou no meio deles com uma loba cinzenta atrvessando o grupo de amigos de Vael, afastando-os com suas mãos.

A lupina o encarou com seus olhos heterocromáticos - o direito amarelo e o esquerdo azul - com o cenho franzido e focinho levemente enrugado como se fosse rosnar ao guaxinim. Seus cabelos azuis mediam até abaixo dos ombros, porém, pareciam encurtados pelos pêlos arrepiados e as franjas que compunham um "M" à frente das duas orelhas caninas. Pouco abaixo do pescoço havia uma camada de pêlos cinzentos maiores, no centro da clavícula. Vestia uma camiseta vermelha abaixo do colete sobretudo roxo que bifurcava no final das costas.

— Acha que pode simplesmente desaparecer assim e deixar seus amigos para trás? - Ela segurou seu ombro firmemente com o braço direito, que possuía uma faixa vermelha amarrada no bíceps. 

— Ehr... Não foi isso, Zoey... eu...

— Você! Acha que simplesmente pode sumir e parecer que morreu?

— Mas eu não...

— Ainda mais pra mim? - Zoey o interrompeu e deu um abraço apertado no guaxinim. - Se você morrer, você tá fodido, Vael.

Vael, sem ter muitas opções, colocou as mãos nas costas da velha amiga, retribuindo o abraço. Não tinha como responder, ou não podia pensar em algo senão responder ao abraço da amiga.

— Zoey... 

Ela desfez o abraço e puxou-o pela mão.

— Vamos lá, Vael! Você não vai explorar o lugar sozinho!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beast Hunters" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.