Por elas escrita por raexgar001


Capítulo 9
Sua hora chegou Azuma


Notas iniciais do capítulo

Eu estava pensando em este ser o ultimo capitulo, mas achei ele grande o suficiente então decidi fazer um fim definitivo no próximo que será mais rápido do que vocês esperam.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786669/chapter/9

Chitaru corria em direção ao metrô tentando fazer a criança se acalmar, ela não levava jeito algum, nem sabia o que dizer, tanto que quando informou que o choro chamaria atenção de pessoas más que poderiam mata-las a criança berrou mais ainda assustada. O único pensamento da ruiva agora era chegar o mais rápido possível na plataforma do metrô para se misturar com as pessoas e evitar ser encontrada. Sim, ela era uma agente de uma organização secreta e como tal não queria envolver a criança e outras pessoas em risco, na adolescência participou da classe negra mesmo não sendo uma assassina, seu único objetivo era matar quem viria a ser o amor da sua vida e ficou grata quando ela e Kirigaya falharam ao tentar assassinar uma a outra. Nunca foi realmente uma pessoa de sangue frio, não conseguiria matar outras pessoas, por isso que quando ela e a azulada saíram do hospital resolveram que sair do país e mudar de vida era o melhor para ambas - ser agentes secretas não estava nos planos, mas ao menos ela não mataria ninguém - Chitaru espionava mais do que agia, deixava as execuções para a esposa (mesmo que a ruiva já tenha matado algumas vezes, porém preferia evitar) que não tinha tantos problemas em matar, por isso naquele momento esperava que ninguém a visse, pois aquela situação era matar ou ser morta e ela não iria morrer, não mesmo.

Descendo as escadas até a plataforma de espera do metrô notou que tudo estava vazio, talvez pelo horário, pois estava bastante tarde da noite. Colocou Ichigo no chão, a garotinha soluçava tentando parar o choro.

— Eu vou te amarrar agora – Falou deixando a criança desesperada, logo notou a besteira que disse – Não! Não dessa forma! Eu irei amarrar você a mim – Mostrou um bebê carona que estava perfeitamente dobrado no bolso de seu blazer feminino. Como Ichigo era pequenina para a idade ela caberia perfeitamente ali – Vou te ajudar a vestir isso, será mais fácil se você estiver presa em mim, poderei andar com mais liberdade sem me preocupar muito.

A garotinha concordou com um leve aceno de cabeça. Chitaru ajudou ela a vestir o bebê carona e depois acoplou ele em suas costas apertando bem, movimentou-se um pouco e deu alguns pulinhos, agora tinha mais liberdade de movimento.

— Tudo bem aí atrás?

— Si- Sim...

— Ótimo! Agora só temos que esperar o trem - Olhou o panfleto com o horário do metro colado a parede – Hm... Que estranho, ele está atrasado.

— Chitaru-san!

A ruiva olhou para atrás notando nada mais nada menos que Hanabusa Sumireko. A loira parecia não ter mudado quase nada desde a classe negra, atrás dela estava um homem em roupas formais segurando algumas pastas.

— Quanto tempo! – Aproximou-se sorrindo – E vejo que agora tem uma filhinha, os cabelos lembram o da Kirigaya-san.

— Ah... Não, não é minha filha – A ruiva virou-se completamente ficando frente a frente com a assassina – O que faz aqui? Digo, você normalmente usufrui de todo seu dinheiro, não me diga que a empresa faliu?

— A empresa vai muito bem, estou vindo de lá no momento – Apontou para o homem que segurava as pastas indicando que ele carregava documentos da empresa, logo Namatame associou ele como sendo um empregado da loira – Eu uso meu dinheiro para ter um bom conforto, meu corpo é extremamente sensível, porém em algumas vezes no mês experimento coisas de pessoas inferiores.

— Pessoas inferiores?

— Pobres – Sumireko olhou nos olhos dela debochada – É divertido ver essas coisas, metrô é uma das melhores, pois todas elas andam amontoadas batendo-se desesperadas para sentar em um lugar – Soltou uma risada abafada.

A ruiva fechou a acara para o modo que a loira falava. Iria começar a reclamar quando uma bala silenciosa perfurou o crânio do empregado de Hanabusa, o corpo pendeu para frente caindo por cima das pastas, não demorou para o sangue começar a se espalhar. Chitaru procurou desesperada pelo causador do disparo encontrando um homem de cabelos encaracolados descendo as escadas do metrô segurando uma pistola com um silenciador acoplado, nas costas havia um arco e flechas.

Sumireko observou o sangue acumular abaixo dos pés sujando suas botas preferidas, o homem aproximava cada vez mais e enquanto a ruiva já retirava sua espada da bainha da cintura e um revólver do coldre de dentro do blazer a loira apenas continuava imóvel, refletindo sobre o quão caro tinha sido aquelas botas.

— Entregue a garota e mais ninguém sai machucado – Notawa falou parando um pouco antes do corpo falecido, apontando a arma para Sumireko.

— Como nos descobriu? – Namatame perguntou mais para si do que para ele, mesmo assim o moreno respondeu com um sorriso.

— Crianças fazem muito barulho, não é mesmo Ichigo? – Encarou a garotinha que tremeu por completo segurando com muito mais força a vontade de chorar – E vocês também não são nem um pouco discretas, foi fácil desconfiar de tudo depois que aquela pirralha foi ao cativeiro das irmãs babacas.

Chitaru mordeu a língua, realmente ter ido até lá fora uma péssima ideia, ela mesmo havia dito a Kirigaya para não ir, e se fosse, que não chamasse tanta atenção, porém a mais nova chegou em um momento de confronto e ao invés de deixar Otoya e Suzu cuidarem de tudo quis se intrometer e por as mãos ela mesma na invasora, quando encontrasse a esposa mais tarde daria um bom sermão nela além de um castigo de abstinência sexual.

— Você matou...

A atenção de todos foram para Hanabusa que agora levantava a cabeça com os olhos cheios de ódio. Notowa se assustou, achava que ela era uma civil normal e que ficaria com medo.

— Você matou meu melhor mordomo! – Virou-se completamente para ele rasgando as mangas de sua roupa revelando o motivo de ter um corpo sensível. Os braços eram mecânicos assim como várias outras partes do corpo, tirou as luvas e suas mãos metálicas viraram armas.

Os tiros começaram, Namatame corria para atrás de uma pilastra enquanto Notowa e Sumireko se enfrentavam, a loira com sangue nos olhos e um sorriso ameaçador.  

[...]

Tokaku via o carro da esposa partir pela janela da mansão, estava sozinha, os empregados haviam sido liberados e as donas do lugar com certeza não voltariam tão cedo. Quando perdeu o carro de vista se direcionou a sala-de-estar aonde sentou-se em um dos enormes sofás, sua mente voltou a noite anterior quando ela montou o plano junto a Kirigaya, a mais nova sabia que Tokaku seria a única que conseguiria derrotar Hashiri Nio sem grandes dificuldades por isso queria que Haru e Ichigo estivessem presentes de forma que estas seriam as iscas, porém a Azuma discordou, já não bastassem elas serem o alvo dos assassinos e ainda teriam que se pôr em mais riscos, não mesmo. Só concordou quando a Hitsugi a muito contra a gosto aceitou suas ideias, se separariam de forma que esposa e filha estivessem protegidas pela guarda do casal de ex-colegas da classe negra, Tokaku enfrentaria qualquer coisa que viesse a seguir por tanto que as pessoas que amava estivessem em boas mãos. A Azuma torcia para que ninguém as atacassem.

De repente uma fumaça tomou conta do local, Tokaku suspirou percebendo que havia começado. Enquanto a fumaça se alastrava pelo recinto a azulada retirava do coldre sua pistola favorita, segurou-a bem firme na mão direita enquanto ainda sentada focava sua audição em encontrar algum som de passos. Não muito depois ouviu passos apressados vindo em sua frente, com o rosto sem qualquer expressão apontou a arma para a fumaça de onde saia Haru com uma expressão assustada.

— Tokaku-san! – Correu em sua direção espantada, a Azuma abaixou a arma para receber a esposa nos braços – O que está acontecendo Tokaku-san? Onde está a Ichigo? Eu quero minha filha!

— Calma Haru, ela está segura – Confortou a ruiva alisando seus cabelos – Você veio em péssima hora, estamos sobre ataque.

— Tokaku-san... Estou com medo – Abraçou a azulada com lágrimas nos olhos, seu corpo tremia em pânico.

— Tudo bem, eu estou aqui... Hashiri Nio.

Haru parou subitamente, aos poucos foi se soltando da esposa, os olhos confusos encontraram-se com os frios, Tokaku apontava a arma para sua cabeça o rosto sem nenhuma expressão.

— Você já foi melhor que isso Nio. A Haru não me chama de Tokaku-san desde que nos casamos, e em todos esses anos, nunca ouvi ela chamar a si própria na primeira pessoa.

— Ops, acho que não fui convincente – “Haru” sorriu ainda bem próxima da Azuma, aos poucos a aparência da ruiva foi se transformando dando lugar a uma loira de ameaçadores olhos vermelhos.

— O hipnotismo não vai funcionar comigo, mesmo que você tenha essa fumaça alucinógena, você vai morrer como deveria ter morrido na classe negra.

— Ora, ora... Tokaku-san como está ameaçadora, me diga, agora você consegue matar? – Sorriu debochada – Não se lembra da sua querida mamãe morta? – Transformou-se em uma mulher de expressão triste extremamente parecida com a azulada lembrando-a que no passado sua mãe fora o motivo para ela nunca ter conseguido finalizar alguém – Ou da sua amada que você quase matou? – Transformou-se de volta em Haru com o porém dela agora estar com uma faca cravada no peito e os olhos sem brilho, lembrando Tokaku que foi assim que quase a matou no passado.

Tokaku não pensou duas vezes antes de puxar o gatilho. Nio puxou a cabeça para trás de forma tão rápida que a bala passou raspando por sua testa, o sangue começou a escorrer pelo rosto, a aparência dela ainda igual de Haru.

— Tokaku-san, uau! Sua esposa está muito triste com você. – Nio lambeu os lábios ensanguentados enquanto sustentava um sorriso, se aproximou mais ainda da Azulada lhe tomando os lábios em um beijo forçado.

Tokaku agiu rápido afastando o corpo da inimiga para longe, sua raiva cresceu, como ela ousava fazer isso? Levantou-se do sofá apontando a arma para a risonha Nio que no chão voltava a lamber os lábios. Com um chute a garota derrubou a arma da mão da Azuma que surpresa percebeu que havia caído em seu jogo, a desgraçada só a queria deixar confusa e irada, muito irada, assim ela perderia o foco. Lhe beijar foi uma ótima ideia teve que admitir, afinal, assim Tokaku lhe libertava da mira da arma e dava espaço para ela se mover já que estavam perigosamente próximas, antes qualquer movimento e Hashiri teria seus miolos para fora do crânio.

Tokaku notou que ela corria para pegar sua arma, as duas entraram em combate corpo a corpo rolando pelo chão, Nio assim como a Azuma preferia usar armas brancas, com diferencial de que a loira utilizava de seu xamanismo para fazer seus inimigos cometerem suicídio, logo aquela arma (supôs a azulada) seria a única no recinto. O sangue nos lábios de Tokaku que outrora pertenciam a Nio faziam sua expressão de raiva ainda mais amedrontadora, enquanto que a Hashiri com seu sangue tomando praticamente todo o rosto fazia seu sorriso ser ainda mais psicopático.

Hashiri ficou por cima, suas pernas imobilizando as de Tokaku, socou a azulada algumas vezes antes da mesma conseguir ficar por cima de si. A Azuma enfurecia-se toda vez que a garota desviava dos golpes, Nio era bem mais rápida do que ela. Quando conseguiu golpear a rival se transformou de volta em sua aparência verdadeira, os olhos vermelhos mais assassinos e ameaçadores do que nunca. Voltaram a rolar pelo chão, a loira jogou a azulada para longe com um chute.

Tokaku rolou algumas vezes antes de parar deitada de bruços no chão. Nio levantou-se pegou a arma e foi em sua direção.

— Acabou Tokaku... – Apontou a arma para ela – Ichigo e Haru são minhas, você não vai conseguir protege-las. Eu finalmente ganhei.

— Então isso tudo foi por vingança? – Tokaku ia se sentando de vagar, o corpo todo dolorido – Queria se vingar pelo o que houve na classe negra!

— Como é esperta...

— Eu não entendo, se você queria se vingar, porque envolveu outros assassinos atrás da Haru?!

— Meu único objetivo era me vingar de você, não me importo com o que vá acontecer as outras.

A verdade era que Nio não queria se envolver na caçada da nova classe negra, desta vez estaria ali apenas para ser a juíza, mesmo tendo tido permissão de atacar. A diretora, sua amante e organizadora do evento, mais uma vez se obcecará com alguém que supostamente teria os poderes da “abelha rainha”, assim como foi com Haru e outras tanto antes dela. A diretora acreditava que algumas pessoas tinha o dom de controlar as outras mesmo que inconscientemente e para provar tal coisa utilizava de assassinos para ir atrás dessas pessoas, caso a “abelha rainha” continuasse fazendo mais pessoas protege-la dando a vida por ela a cada desafio então mais real se tornava sua teoria. Nio achava tudo aquilo uma grande perca de tempo, mas fazia de tudo pela amante e admitia que se divertia com as tramas dela. Porém quando descobriram que Ichigo (o novo alvo da diretora) estava sob os cuidados de Haru e Tokaku a diretora viu ali um desafio definitivo, mesmo que no passado Tokaku já tenha provado que Haru em momento algum havia lhe controlado a diretora continuava a suspeitar e com a chegada de Ichigo a família das Azumas suas suspeitas aumentaram ainda mais, fazendo assim ela colocar também um preço pela cabeça de Ichinose, naquele momento Hashiri viu uma oportunidade de vingança e não tardou a também entrar na caçada.

— Sua hora chegou Azuma – E então puxou o gatilho, a arma não disparou, surpresa olhou para a pistola notando que era uma de brinquedo, quando voltou sua atenção a rival ela já tinha se levantando, a verdadeira arma apontada em sua direção.

— Com essa fumaça toda você não reparou que pegou um brinquedo da minha filha. É um mal habito eu sei, ela deve começar a arrumar suas coisas quando terminar de brincar.

Com raiva a loira se atirou na azulada, a arma sendo forçada em direção da cabeça da Azuma que com força ia contra a Hashiri apontando a arma em direção da cabeça dela. Muita força era usada por ambos os lados, o suor de ambas já se misturavam com o sangue quando, de repente um dos lados perdeu força e o som do disparou preencheu a mansão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui, próximo capitulo o ultimo! Até lá '-'



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Por elas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.